Impossível Resistir - Serie P...

By ValKaline

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Muito jovem, Julianne Saunders, sofreu uma perda inesperada e aprendeu do jeito mais difícil que a vida pode... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
AVISO
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Epílogo

Capítulo 25

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By ValKaline

Júlia

Eu não devia estar aqui.

Eu sabia disso.

No entanto, eu também sabia que precisava.

Com muita insistência e persuasão, convenci o porteiro a me deixar subir sem ser avisada. Se eu pensei que isso tornaria as coisas mais fáceis, eu estava completamente enganada. Parada em frente a porta há quase dez minutos, eu estava tentada a voltar correndo por onde entrei.

Toque a campainha com cuidado e apenas uma vez. Se ele não atender, você vai embora.

Respirando fundo pela milésima vez, eu assim fiz. Uma careta se abriu espontaneamente quando dim-dom soou alto demais e me fez estremecer. Os vizinhos não ficariam felizes com isso. Minha esperança é que eu já esteja há léguas daqui se por acaso eles resolverem verificar quem é a maluca que resolveu fazer uma visitinha bem no meio da madrugada.

No momento em que me preparei para dar meia volta, a porta se abriu. Um Jude com a cara amassada de sono, olhos estreitos, peitoral exposto devido a falta de camisa e altamente suculento apareceu para me dar as boas-vindas. Ou talvez não...

- Julia? - a interrogação óbvia em sua voz fez meus olhos saltarem do seu peito bem esculpido, e encarar os dele.

- Hã... - o que dizer? - Oi.

Que. Ótimo.

- O que está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa com Kieran?

Oh, Deus. Como eu estava sendo idiota. Era óbvio que aparecer aqui, às duas da manhã e depois de um dia como aquele, suscitaria esse tipo de preocupação.

- Não. Não. Não. Eles estão bem. - tratei de esclarecer.

Mais uma vez meus olhos por vontade própria, e não minha - é claro que não, percorreram o caminho dos picos montanhosos dos seus bíceps contraídos enquanto ele se apoiava entre o batente da porta e ela própria.

Jude limpou a garganta, e fui obrigada a encontrar seus olhos. Pega.

- E então? - perguntou ele.

- Eu posso entrar?

- Julia, olha, eu não quero brigar.

- Eu também não. - abaixei a cabeça, encarando meus pés nervosos. - Sei que é tarde. Mas, eu... eu não conseguia dormir.

Um momento de silêncio se instaurou entre nós. Olhei para baixo, envergonhada. Ele ia me mandar voltar para casa. Foi uma péssima idéia vir até aqui no meio da noite, assim sem avisar. Porém, a porta rangeu novamente e chamou minha atenção. Por um momento breve pensei que ele estava fechando-a na minha cara. Ao contrário, Jude a tinha aberto, mas não me esperou. Isso ia ser mais difícil do que eu imaginei.

Eu o segui para dentro, parando para fechar a porta atrás de nós. Era estranho estar de volta a esta casa depois... Bem, depois de tudo. O medo de que o fantasma de Laura nos surpreenderia a qualquer momento, ainda me assombrava.

Jude sentou-se, ou melhor, jogou-se sobre o sofá de couro escuro. O assento chiou com o impacto. Uma garrafa de uísque pela metade repousava sobre a mesa de centro ao lado de um copo vazio. O vazio logo foi substituído pelo conteúdo marrom da garrafa. Jude estava bebendo. Essa conversa não funcionaria se ele estivesse bêbado.

- Você está bêbado? - perguntei, com o objetivo de tornar claro. Não queria perder tempo. Eu voltaria para casa no mesmo instante.

- Não. - respondeu sem olhar para mim. - Quer um pouco?

Embora tenha oferecido, não pareceu estar disposto a dividir. Ou não esperava que eu fosse aceitar. Em todo caso, ele não fez sequer menção em pegar outro copo. Apenas sentou-se de modo mais relaxado, os braços estendidos ao longo do encosto do sofá.

- Uísque não vai resolver seus problemas. - disse eu.

­ Ele bebeu o conteúdo do copo numa golada só. - Duvido que os faça piorar.

Uma lufada de ar escapou das minhas narinas, e meus lábios formaram um biquinho irritado. Estiquei o braço, tomando o copo da sua mão, sem me preocupar em demonstrar amabilidade. Depois de encher dois dedos com o líquido da garrafa, aproximei-o da minha boca. O cheiro forte de álcool atingiu meu nariz, fazendo-o estremecer. Engoli o uísque sem pensar duas vezes. Parecia que brasa viva adentrou minha garganta. Meus olhos ardiam e minhas entranhas queimavam. Contudo, eu precisava parecer uma garota forte. Lutei para não deixar o desconforto causado pela bebida assumir meus traços.

Pousei o copo delicadamente sobre a mesa, ignorando meus instintos de querer jogá-lo na cabeça de Jude. Cruzei os braços a minha frente, e voltei a olhá-lo.

Jude estava me encarando de volta. Seu rosto impassível não demonstrava nada. Mas, o brilho em seus olhos o denunciou. E eu o conhecia o bastante para saber que ele estava impressionado. 

- Eu não esperava você. - disse ele.

- Eu sei. Como eu disse, não consegui dormir.

- Veio aqui porque estava com insônia?

- Mais ou menos. - sentei-me ao seu lado, mesmo sem ser convidada, mantendo uns bons centímetros de clareza entre nós. - Como você está? Não tive tempo de perguntar mais cedo.

- Quer mesmo saber? Ou perguntou por educação?

- Não teria perguntando se não quisesse saber.

Ele não respondeu. Aparentemente o copo novamente vazio era fascinante, porque seu olhar ficou colado nele.

Fiquei brincando distraidamente com uma linha fujona na barra do meu suéter. O mesmo que eu usara mais cedo. Eu fiz uma lista mental do que esperar quando resolvi vir até aqui. Essa indiferença com certeza não estava nela. Não era algo para o qual eu estava remotamente preparada.

Levantei os olhos e nossos olhares se encontraram. Ele me encarou ao longo de várias batidas de coração e, então, finalmente perguntou:

- O que você quer, Julia?

- Pedir desculpas.

- Desculpas. - repetiu, testando a palavra. - Por quê?

Inspirei fundo, expirando uma grande e sonora quantidade de ar em seguida. - Por tudo.

- Você vai ter que ser mais específica.

- Acho que fui muito dura com você.

Por um momento ele não disse nada, apenas deixou sua cabeça cair para trás, encarando o teto. Os músculos de seu pescoço eram grossos, e as veias rígidas sob a pele.

Jude correu uma mão pelo cabelo curto. A contração dos músculos do seu braço com o movimento tornava difícil manter uma conversa harmônica.

- Não quero ouvir isso. - disse. - Eu mereci, Julia. Eu fodi com tudo.

- Errou, sim. Mas, eu também. Nós dois erramos.

Seu olhar confuso parou em mim. Os olhos de Jude eram brilhantes e quentes. Castanhos naquele tom maravilhoso de chocolate derretido. Eles eram lindos. E esta noite não estavam revelando nada.

- O que quer dizer? - perguntou.

- Será que você poderia colocar uma camisa?

Novamente o peito duro e esculpido de Jude, e o calor emanando dele era uma distração infinita.

- Por quê? Estou te deixando nervosa?

Meus olhos reviraram por vontade própria. Não foi uma atitude muito educada, mas nem sob pena de morte eu admitiria que o sorriso perverso que se abriu em seus lábios, fez meu estômago dar cambalhotas.

- Como quiser. - respondi.

Ele não se mexeu. Bastardo.

Eu me ajeitei sobre o assento, e tentei de novo. - Jude, eu viro uma enorme bagunça quando as coisas fogem ao meu controle. Eu permiti que a raiva me consumisse, e com isso deixei de pensar com clareza. Meu inconsciente teima em achar que culpar os outros é a melhor saída. Eu fiz isso com Kieran. E agora com você. Não estou dizendo que você não errou. Ainda acho que deveria ter me contado sobre Laura. Contudo, não acho que você teve má intenção.

- Sério?

Assenti.

Ele parou por um instante. Então, um sorriso que não chegou aos olhos, despontou friamente.

- Não sei. Eu só... Olha de alguma maneira, falando racionalmente, sem duvida o que fiz foi muito errado. Mas se quer mesmo saber, simplesmente não me sinto culpado. Isso não é horrível? - disse retoricamente - Não me arrependo de nenhum momento que passamos juntos. E nem quero esquecê-los. Você acha que sou pior por causa disso?

Eu não tinha a menor idéia de como responder a essa pergunta. "Sim" parecia cruel e censurador. Então, procurei um equilíbrio.

- Você não é uma pessoa horrível. Todo mundo comete erros. Inclusive eu. Isso está no passado, Jude. Não cabe a mim julgar.

Ele considerou minha resposta. Seus olhos aos poucos iam perdendo a dureza, tornando-se mais suaves.

- Posso te perguntar uma coisa? - disse ele, depois de um longo tempo.

- Claro.

- Você desistiu de nós?

Definitivamente eu deveria ter planejado melhor essa lista.

- Jude, eu...

- Eu preciso saber. Preciso saber se devo continuar lutando. Se posso ter esperança. Não sou idiota, está bem? Eu sei que você merece alguém muito melhor do que eu, mas sou muito egoísta. Principalmente quando se trata de você. Não desisti de você, Julia. Acho que nunca vou. E quero você, mesmo que eu não mereça.

Jude estendeu a mão, seus dedos roçando meu rosto com ternura. Seu polegar acariciava meu rosto e queixo. Enrolei minha mão em seu pulso e fechei os olhos. Meu coração martelava alto em meus ouvidos.

- E-eu não sei o que responder. - gaguejei.

- Você me perdoa?

Se eu o perdoava? Como não poderia? Eu amava esse homem. Nem mesmo mais de dois mil quilômetros de distância e alguns dias longe foram suficientes para abrandar a força da dor que a negação a esse sentimento causou. Pessoas escrevem livros sobre o que temos. Eu não vi qualquer razão para negar o que era tão óbvio entre nós.

- É claro que sim.

Ele suspirou aliviado, e depois sorriu. - Mesmo?

- De coração. E você, me perdoa?

Seu sorriso ficou maior. - Não tenho nada para perdoar, Pequena.

Eu senti falta disso.

- Jude.

Seus dedos enrolaram uma mecha do meu cabelo, colocando-o atrás da minha orelha. Acompanhei todo o movimento com os olhos, e quando voltei minha atenção para ele, seu olhar cálido fez meu rosto aquecer.

Ele se aproximou lentamente, mas parou, me estudando. Ouvi sua respiração pesada crescer em antecipação. Quando não ofereci resistência, Jude me beijou. Devagar e molhado no início, no que só poderia ser descrito como um incrível e muito sexy declaração de absolvição. Ele roçou os lábios sobre os meus, várias vezes, e então mordeu meu lábio inferior suavemente, antes de arrastar a ponta da língua sobre a mordida. Sua boca me conquistando da melhor maneira possível. O que começara como um beijo suave, quase hesitante, tornou-se lascivo assim que eu comecei a mexer os lábios contra os dele, dizendo-lhe o quanto eu queria e apreciava o que ele estava fazendo. Toda a tensão acumulada em semanas apenas alimentou a fome dos nossos lábios. Jude parecia insaciável.

- Isso responde a sua pergunta? - murmurou contra os meus lábios.

- Hummm...

Uma risada borbulhou através dele, mas ele não parou o ataque sensual a minha boca. Eu seria capaz de matá-lo se parasse.

Suas mãos deslizaram sobre mim, acariciando meu rosto e pescoço, tocando cada parte da minha pele que parecia inflamar. Ela ganhava vida sob os seus dedos. Percebi que estive morta nas últimas semanas. Nenhum outro homem jamais me fez sentir assim. Querida e adorada. Jude e eu tínhamos uma conexão que fugia ao meu controle. Uma ligação de corpo e alma. Eu o amava mais que qualquer coisa.

- Você me perdoa mesmo? - Ele perguntou, arrastando beijos quentes no meu pescoço.

- Sim. Mas, não pare de me beijar.

- Feito.

Suas mãos caíram para minha cintura, acariciando a pele por debaixo da minha blusa. Elas me apertaram, e com um movimento rápido eu estava escarranchada sobre seu colo.

Então, foi a minha vez de deslizar beijos suculentos por seu pescoço. A aspereza da barba por fazer em seu queixo fez nascer uma sensação maravilhosa sob a minha língua que escorregou até chegar ao meu estômago. A temperatura chegara ao topo. Sussurros e gemidos encheram a sala.

Mordisquei, lambi e beijei a pele salgada do peito de Jude. Acariciei seus braços, sentindo as veias grossas se estendendo para além dos músculos duros. Passei as unhas por seu abdômen esculpido, sentindo-o contrair-se sob meus dedos hábeis. Eu me sentia tão bem, que o meu estômago praticamente virou do avesso em euforia.

- Vem, vamos para a cama. - ele me ergueu pela cintura, sem descolar nossos lábios.

- Achei que você nunca fosse dizer isso.

Ele riu, e então, se afastou. - Não para isso, espertinha. Você enfrentou um vôo longo, passou o dia no hospital, e perdeu outras horas rolando na cama me imaginando sem roupa. Deve estar exausta. Eu vou te colocar para dormir.

Dormir? O que?

- Eu não estava te imaginando sem roupa. - protestei. Certo, talvez um pouquinho.

- Seja como for, você precisa descansar. E eu preciso de um pouco de sono também. E depois...

- Depois?

- Isso mesmo. Depois.

Jude deu um beijo na ponta do meu nariz e nos levou para o quarto. Ele deixou que eu me trocasse no banheiro. A camiseta que eu usara dias atrás, ainda estava jogada sobre a cama, no meu apartamento. Eu a havia usado todas as noites para dormir desde aquele dia em que fui embora com ela.

Minhas mãos hesitaram quando toquei as portas do armário sobre a pia. Quase tive medo de abri-las. Ainda assim, puxei-as revelando seu interior. Não havia mais nada feminino lá. O que foi um grande alívio.

Quando voltei para o quarto, Jude já estava deitado sobre a cama.

- Espera. - disse ele.

Interrompi meu passo no vão da porta, entre o banheiro e o quarto, e esperei. - O que foi?

Seus olhos me examinaram, tomando um tempo maior nas minhas coxas expostas. Meu corpo inteiro se aqueceu sob seu olhar minucioso.

- Já disse como você fica extremamente sexy na minha camiseta?

Mordi o lábio inferior, para conter um sorriso. Mas, não obtive sucesso. - Talvez...

- Não faz isso, Pequena. Já é uma tarefa bastante difícil manter minhas mãos longe do seu corpo sem que você faça essas coisas absurdamente sexys.

- Você é impossível. - disse eu, engatinhando sobre a cama, até deitar ao seu lado.  - Você não precisa ficar de calça. Eu sei que você não gosta de dormir tão... vestido.

Ele olhou para a calça, e de volta para mim, considerando suas opções.

- Acho que vou mantê-la. Precisamos dormir, Julia.

Os braços de Jude me envolveram, puxando-me contra seu peito. Eu estava relaxada, em paz pela primeira vez ao longo de semanas. Ele pressionou a boca no meu ouvido e sussurrou: - Eu te amo, Pequena.

- Eu te amo. - murmurei de volta.

A exaustão finalmente tomou meu corpo, e o senti sendo puxado para além das minhas forças.

- Você não sabe como é bom ouvir isso. - disse Jude.

- Eu sei, sim.

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