Amizade, Amor e Você - Degust...

By LKWiatrow

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Com 28 anos, formada em medicina e sem nunca ter tido um namorado, Rebecca, está cansada de todos os seus amo... More

Amizade, Amor e Você
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Bônus Aninha
Capítulo 14
Comunicado

Capítulo 4

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By LKWiatrow

Uma onda de alívio passa pelo meu corpo. Nunca fiquei tão feliz em toda minha vida com uma mentira. Abro um sorriso tímido, minha vontade é gargalhar e fazer uma dancinha da vitória.

– Tudo bem. – É a única coisa que falo.

– Não, não está tudo bem. A única coisa que não admito é mentira. Não foi minha intenção, apenas achei, realmente, que era suficiente. Desculpa.

Como não me apaixonar cada vez mais? Como não cair de amores por um homem lindo e que odeia mentiras?

– Você sabe o caminho. – Falo entregando a chave e indo para o carro.

Posso passar a impressão de débil mental muda, mas não sou burra. Nem morta vou perder a chance de ter ele na minha casa novamente.

Fizemos o caminho em silêncio como pela manhã. Fico imaginando se ele me quer em silêncio mais uma vez, antes de espantá-lo, é melhor seguir quieta.

Entro no apartamento e abro a sacada como o Cássio fez mais cedo, imagino que ele não goste de locais fechados. Ele liga a televisão e senta no sofá exatamente no mesmo local.

– Você tem compromisso para hoje à noite?

Vou até a geladeira, enfio a minha cabeça lá dentro fingindo pegar água. Na verdade quero esconder minha surpresa e ansiedade. Meu apartamento tem apenas um balcão estilo ilha, com pia, fogão e lugar para duas pessoas sentarem, que divide a cozinha da sala, não tenho lugar melhor para me esconder e esfriar a cabeça.

Ele vai me convidar para sair? Madre Santa! É muita coisa boa para apenas um dia.

Respiro fundo, caminho com cautela até a ilha e tento responder com o máximo de tranquilidade.

– Não.

– O que você vai fazer para o jantar? – Ele pergunta olhando para a televisão como se fosse a coisa mais normal do mundo. Normalmente na sexta vou à livraria aqui perto, tomo um café com alguma bobagem e volto para casa cheia de livros. – Você vai fazer alguma coisa para jantarmos, não é?

Ele levanta e vem ao meu encontro na cozinha. Ele está pensando em jantar aqui? Comigo? São seis horas da tarde, ele não tem planos de ir para casa cedo?

O sorriso idiota me entrega com certeza, mas não consigo resistir a ideia de ter ele aqui comigo por algumas horas.

– Posso fazer.

– Não gosto de comida congelada. Gosto de comida feita na hora. – Sério que ele vai me fazer cozinhar? Estou morta de cansada. – Você deve estar cansada, deixa para lá.

A cara de desapontamento dele me corta o coração.

– Eu faço. Apenas vou tomar um banho e depois faço.

Os olhos dele brilham e o sorriso perfeito que toma conta do seu rosto fazem eu ter certeza que, mesmo se eu tivesse trabalhado uma semana sem dormir, fazer o jantar para ele iria valer a pena.

Deixo o Cássio assistindo televisão e tomo um banho demorado como eu mereço.

Coloco um vestido leve e prendo o cabelo. Solto o cabelo, coloco um short e uma regata. Prendo o cabelo em um rabo de cavalo e troco a regata por uma camiseta folgada. Tiro o short.

– Pegou no sono, Rebecca? – Tomo um susto. Olho para a porta e o Cássio está parado olhando para as minhas pernas. Estou sem short. Sinto meu rosto queimar. – Você estava demorando, achei que poderia ter desmaiado de sono.

A voz dele é baixa, seus olhos continuam nas minhas pernas nuas.

Não sei o que dizer, mas como ele acha que nunca falo nada mesmo, apenas caminho em sua direção.

Ele parece entender onde quero chegar e vem ao meu encontro.

Suas mãos seguram meu rosto e seu olhar fica preso na minha boca. A indecisão do que fazer parece prendê-lo no momento, tomo a iniciativa e o beijo com carinho.

O Cássio solta meu rosto para passar seus braços pelo meu corpo e me carregar até a cama. Prendo minhas pernas na sua cintura e não solto nem quando sinto o colchão macio.

O beijo é calmo e delicado, muito diferente do primeiro, mas não menos perfeito.

Começo a tirar a camiseta do Cássio. Sonho em ver o corpo nu dele desde que o conheci. Ele apenas se afasta o suficiente para se livrar da peça e volta a me beijar. Queria dar uma conferida melhor, mas ter a pele dele sob minhas mãos é o bastante, por enquanto.

Acaricio cada parte que consigo alcançar das suas costas e aproveito para puxá-lo para mais perto. Ele parece receoso e para de me beijar.

– Rebecca, só um minuto. Preciso perguntar uma coisa. – O Cássio se afasta, minhas pernas se desenrolam da sua cintura e ele senta na cama. Estava muito bom para ser verdade. – Você tem algum tipo de compromisso com alguém?

Hã? Ele acha que se eu tivesse algum tipo de compromisso com outra pessoa estaria aqui, arrancando as roupas dele?

Ajeito meus óculos e sento na cama.

– Não.

– Não há namorados ou não há ficantes, paqueras, amizades coloridas ou qualquer outro tipo de envolvimento? – Não acredito que ele vai fazer eu falar com todas as letras que sou uma catástrofe para relacionamentos? – Rebecca, olha para mim.

Olho desesperada. Essa não é a forma que havia imaginado ter o Cássio no meu quarto, muito menos para a nossa primeira vez juntos.

– Eu sei que mal nos conhecemos, mas isso é muito importante para mim. – Ele segura meu rosto entre as mãos e traz o seu para bem perto. – Preciso que você seja sincera, há alguém?

– Não.

O sorriso perfeito aparece com força total.

– Ótimo.

E ele volta a me beijar.

Agora seus beijos são como no primeiro dia, exigentes.

Suas mãos passeiam por minhas pernas antes dele se afastar para tirar minha camiseta.

Fico insegura no exato momento que percebo que estou praticamente nua. A calcinha que estou vestindo não é exatamente uma calcinha que dê para chamar de peça íntima da vovó.

– Posso apagar a luz?

Passo a maior parte do tempo muda perto do Cássio, então quando resolvo falar, pergunto uma bobagem dessas.

– Podemos fazer melhor. – Ele contorna meu rosto com beijos e tira meus óculos. – Agora você não precisa se preocupar com a luz, pode imaginar quem quiser.

Ele invade minha boca com desejo e urgência, uma pena eu não conseguir ficar quieta em todos os momentos.

– Cássio. – Tento chamar sua atenção entre um beijo e outro. – Cássio.

– O que foi, Rebecca? – Ele pergunta sem paciência.

– Não quero imaginar outra pessoa.

Não consigo ver nitidamente se ele está sorrindo ou não, mas poderia apostar que sim.

– Mais alguma coisa antes de eu entrar em você?

– Já que perguntou, quero meus óculos de volta por um minuto. – Ele bufa, mas coloca-os em mim. – Agora preciso de você deitado sem a calça.

Ele respira fundo e contrariado levanta, tira a calça e senta escorado na cabeceira da cama me olhando com impaciência.

Não me importo. Preciso desse momento.

Olho para ele e tento assimilar e fotografar cada detalhe do seu corpo perfeito. Engatinho para perto e acaricio sua barriga antes de traçar um caminho de beijos do seu quadril até seu pescoço. Sua respiração está acelerada e seus olhos num tom de azul mais escuro.

– Seu minuto acabou.

O Cássio tira meus óculos e os coloca na mesinha ao lado da cama antes de me puxar para sentar em cima dele. Prendo minhas pernas ao lado do seu corpo e me arrependo de não ter pedido para ele tirar a cueca.

Seus lábios passeiam pelos meus seios levemente, a sensação da barba curta com a respiração quente, fazem minha pele arrepiar. Ele segura meu quadril com força e desliza minha abertura sobre sua ereção.

Me contorço de desejo. Amo essa posição.

Ele volta a me beijar e nada parece suficiente, a proximidade não parece o bastante para acalmar a vontade que tenho dele. Preciso dele agora.

O Cássio abandona minha boca apenas para prender o bico do meu seio entre seus lábios e chupar com delicadeza. A língua circula com carinho e suas mãos me puxam para mais perto. A fricção do seu corpo durinho no meu clitóris está me deixando louca. Agora tenho certeza, amo essa posição.

– Cássio.

Minha voz é apenas um sussurro.

– Calma. – Seus movimentos são lentos e certeiros. – Apenas sinta.

E é isso que faço. Deixo ele comandar e levar seu tempo. Aproveito cada toque, cada beijo, cada suspiro e todo o desejo e prazer.

– Preservativo?

– Segunda gaveta.

Ele não para de me beijar enquanto procura na gaveta ao lado da cama. Sempre achei estranho e ficava constrangida nesse momento. O Cássio não deixa isso acontecer. Os carinhos e beijos são constantes e tomo um susto quando ele me invade.

– Está tudo bem?

– Sim, apenas me pegou desprevenida.

– Você esperava exatamente o quê? – Eu deveria ter aproveitando que ele acha que não falo muito e ficado quieta para o resto da vida. – Tudo bem você ficar por cima e no comando?

– Amo essa posição.

– Perfeito. Me mostra do que é capaz.

Nunca imaginei que me deixaria no comando, o Cássio tem cara de quem gosta de tudo do seu jeito.

Tento prolongar o momento o máximo que consigo, mas o prazer que sinto não deixa que seja tempo suficiente. Me perco bem antes do que queria e acabo gozando incontrolavelmente sem ter certeza que o Cássio está comigo.

Meu corpo está mole, ofegante e suado jogado por cima do dele.

– Muito bom, obrigado.

Obrigado? Quem agradece depois de ter sexo?

– Você conseguiu? – Escondo meu rosto no seu pescoço, eu deveria ter ficado mais atenta, não tenho ideia se ele gozou ou não. – Acabei me perdendo um pouco.

– Eu percebi. Nunca vi você falando tanto.

Pulo do seu colo e tento ficar de pé. Olho para a mesa de cabeceira e não tenho certeza se o vulto que vejo são os meus óculos ou não.

Não lembro de ter falado. Eu falei? O que foi que eu falei?

Ele levanta e me alcança os óculos.

– Aqui. Posso usar o banheiro? – Ele fala já passando por mim e indo em direção à porta do closet.

– Porta errada.

Sinalizo para a certa e espero ele entrar para iniciar o ataque de pânico.

Madre Santa! O que foi que eu falei? Nunca fui de falar durante o sexo, mas tenho que confessar, nunca tive um sexo como esse. Será que sempre falo e nunca ninguém me contou?

Escuto o barulho da descarga e volto à realidade, corro pegar minha camiseta e vestir.

O Cássio volta e começa a se vestir. Observo seu corpo desenhado e gostoso se movimentar e tento me convencer que realmente acabei de transar com ele. Nunca tive um homem tão lindo na minha cama.

– O que você vai fazer para eu comer? – Não acredito que ouvi isso. Acabamos de transar, tive um dos melhores momentos da minha vida e a única coisa que o Cássio consegue pensar é no que vou fazer para ele comer? – Sabe fazer massa com molho Alfredo?

– Sei.

Levanto, coloco a calça do pijama e vou para a cozinha fazer massa com molho Alfredo enquanto o Cássio fica sentado assistindo televisão.

Nem uma palavra é dita. Fico remoendo vários diálogos que poderia iniciar e acabo desistindo de todos. Preparo dois pratos e levo até o sofá.

– Você vai trabalhar amanhã?

Meu coração estúpido dá sinal de vida com essa simples pergunta.

– Não.

Fico esperando ele me convidar para sair, mas parece que ele só queria saber se eu iria ou não trabalhar.

Comemos em silêncio.

Não sei o motivo do silêncio me incomodar tanto agora.

Coloco meu prato na mesa de centro, minha vontade é dar com ele na cabeça do Cássio.

– Vou tomar um banho, pode ficar assistindo televisão.

– Vou para casa. – Ele levanta, me dá um beijo na bochecha e parece não se importar com minha expressão incrédula. – Obrigado mais uma vez.

E sai do apartamento sem olhar para trás.

Esqueço o banho. Me jogo na cama e choro até adormecer. Ainda não decidi se era pior antes quando a minha obsessão era algo inatingível ou agora que sei o que é maravilhoso e não posso ter para sempre na minha vida.

.

.

O final de semana passou sem sinal do Cássio.

Faço uma força sobrenatural para não ir persegui-lo no bar na segunda. Me forço a ir para casa e fantasiar com o meu casamento com o Rodrigo Santoro.

Preciso ser sincera comigo, nunca um homem como o Cássio iria querer uma rata de biblioteca de óculos fundo de garrafão que passa a maior parte do tempo muda ao seu lado.

Ele é treinador de um lutador famoso, está montando uma academia, tem um corpo espetacular e, com certeza absoluta, prefere muito mais praia do que bibliotecas, seu bronzeado confirma isso.

Não posso culpá-lo, em momento algum ele prometeu amor eterno, jantares românticos e flores no dia dos namorados. Tudo isso quem fantasiou foi minha mente romântica.

Meu celular toca e um número não identificado aparece na tela.

– Alô?

– Doutora!

O barulho de música e conversa alta denunciam que a pessoa está em um bar.

– Quem é?

– É a Alice, doutora. – Preciso lembrar de gravar o número dela dessa vez. – Estamos aqui no bar ao lado da sua casa, quer descer tomar alguma coisa conosco?

Quando ela fala conosco, ela quer dizer exatamente quem? Apenas uma pessoa passa por minha mente.

– Chego em cinco minutos.

Moro nesse apartamento faz cinco anos, nunca fui ao bar. Já tive curiosidade, mas ele parece descolado demais para mim.

Corro para meu closet, não sei o que vestir, apenas lembro que o Vladimir falou que minha bunda fica gostosa quando uso saltos, então opto pelo mais alto que encontro. Visto uma calça preta justa e uma blusa azul da cor dos olhos da minha paixão, quem sabe assim o Cássio perceba que combino com ele.

Como nada na minha vida é fácil, o conosco da Alice, é ela e o Lucas.

Tento não demonstrar minha decepção.

– Que bom que veio, doutora. Semana passada vimos esse bar e achamos muito legal, hoje quando resolvemos vir o Cássio falou que você mora no prédio ao lado.

– Moro, mas nunca tinha vindo aqui.

– Não vai me dizer que você é como o Cássio que não pode perder uma segunda-feira sem ir ao Sal e Limão? Não sei o que vocês veem naquele bar, ele nem é tão legal como esse.

Então ele está lá. Eu deveria ter ido para lá, deveria ter engolido meu orgulho besta e perseguido ele mais uma vez.

– Acho o clima de lá aconchegante.

– Sempre achei que o Cássio ia lá por causa das atendentes.

O Lucas fala rindo.

– Lucas, você sabe que o Cássio não é assim.

"Não é assim?". Minha boca é mais rápida do que minha mente.

– O que você quer dizer com o Cássio não é assim?

– Não sabemos muito bem ainda, mas parece que ele teve algum problema no passado. Ele não se envolve de verdade com mulheres.

Sei que isso deveria me deixar triste, no entanto, a verdade é que fico imensamente feliz. O problema não sou eu.

Tomo duas garrafas de água e tento descobrir o máximo que consigo sobre o Cássio sem deixar transparecer meu interesse. Minha paixão por ele volta com força total. Ouvir a Alice falando de como ele é gentil, batalhador, divertido e amigo, me faz ter certeza que não estava errada quando escolhi ele como minha obsessão.

Com a desculpa de ter que trabalhar cedo, me despeço deles, vou até a garagem e pego meu carro para ir ao Sal e Limão.

Estaciono em uma vaga perto da porta de entrada e respiro fundo para acalmar meu coração. Preciso estar tranquila e agir normalmente, como se minha vinda até aqui fosse a coisa mais natural do mundo.

Desço do carro e quando aciono o alarme e rumo para dentro, dou de cara com o Cássio saindo.

– Boa noite, Rebecca. – Ele parece um pouco mais alegre do que o normal. – Se veio me perseguir chegou tarde.

Congelo no lugar.

Ele se aproxima, beija minha bochecha e posso sentir o cheiro de cerveja.

– Estou brincando. Sabe, ainda não decidi se gosto mais de você muda ou falante e ofegante.

Madre Santa! Ele falou que gosta de mim?


Próximo Capítulo 12/08 ;) 

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