Capítulo dedicado à @GabriellePriess *-*
Lindas arranjem o máximo de lenços de papel que conseguirem, este capítulo vai ter uma reviravolta inseperara :0
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Quero dizer-lhe que não há chances, eu própria quero acreditar nisso. Mas sei que as coisas não são assim. De cada vez que ele me toca, sinto um arrepio. De cada vez que ele sorri, sinto-me pequena. De cada vez que ele passa a mão pelo seu cabelo, sinto um misto de preocupação e de admiração. Os seus olhos acastanhados brilham de excitação, à espera da minha resposta.
- Sim - Sai um sussurro da minha voz, que tento corrigir
rapidamente - Sim. Eu gostava de estar contigo... Tu sabes disso, sempre soubeste... - Ele entrelaça os seus longos dedos nos meus,
e sinto-me protegida, fortalecida - Mas por favor, tenta compreender-me. Eu quero-te, eu quero-te tanto, mas não posso
querer. Não quero sofrer. Hoje estive o dia todo triste por não
estares comigo, por não me abraçares, por não discursares...
- Mas foi tudo um mal entendido...
- Eu sei, mas isto foi só mais um exemplo do que acontece quando nos apaixonamos... Tu próprio o disseste, tudo isto é novo para ti... Para mim também. Nunca gostei de alguém, nunca tive um amigo sequer. E tudo isto me baralha... Eu gosto de estar contigo, mas aobmesmo tempo odeio sujeitar-me a esta situação. Tudo era mais fácil quando não conhecia estas sensações.
Ele suspira. Abraça-me carinhosamente.
- Mas é isso que a vida é... Feita de altos e baixos. Sem os baixos
não sabemos dar valor aos altos... Percebes?
Eu desencosto a cara do ombro dele, enquanto desabafo:
- Sim, acho. Quer dizer, tu és mesmo uma montanha russa para mim.
- Tu também és - ele sorri - mas talvez tenhas razão. Talvez tudo tenha avançado depressa demais. Eu acho que nós tivemos
demasiados altos e baixos num curto espaço de tempo.
- Concordo.... Então... O que fazemos?
Ele deita-se na minha cama, e eu repito o seu movimento. Encosto a minha cara no peito dele, e consigo ouvir o seu coração a bater. O meu pequeno pendente de prata em forma de coração reluz dentro da caixa que seguro.
Tento aclarar as minhas ideias, mas nunca estive tão confusa.
Reparo que ele fecha os olhos suavemente. Eu fecho os meus
também, procurando uma resposta à minha pergunta.
Eu sei já a sei. Aliás, eu sempre soube. Sempre soube que não
podia ser rainha. Nunca aguentaria a pressão e todos os olhos em mim. Sempre gostei da solidão, do meu cantinho, e ser rainha não era um cargo que pudesse administrar. Sei que haviam muitas selecionadas capazes de fazer Seb feliz e de exercer o cargo sem
problemas. Talvez o meu coração quisesse ficar, talvez ele
sonhasse com Sebastian. Mas não o podia enganar mais. Não lhe
podia dar esperanças para mais tarde o desiludir. Precisava de o afastar...
- Talvez fosse melhor seguirmos em frente. Talvez fosse melhor
que tu me esqueceres-me, conheceres outro alguém.
Eu finalmente digo, libertando a voz escondida no meu cérebro de à muito tempo atrás.
Mas ele não reage. Talvez não me tenha ouvido, talvez não tenha
acreditado.
E é então que reparo que ele está a dormir. As suas respirações
pausadas demonstram uma calma que eu não tenho, o meu
coração bate rápida e frustradamente, e a minha cabeça está uma confusão.
Preciso de ar fresco.
Pego numa caneta e num papel, decidida a não deixar o assunto
escapar. Não sei por quanto tempo mais vou aguentar a coragem.
Sebastian,
Para responder à minha pergunta:
Talvez devesses seguir em frente. Encontrares outro alguém.
Da tua Rose
Coloco o papel em cima do seu peito, e antes que me arrependa, corro.
As minhas pernas vacilam, mas assim que passo a exaustão, não consigo pensar em nada. É como que me tivesse transformado em outra pessoa.
Quando percebo que já corri o suficiente para dentro da floresta, encosto-me a uma árvore.
E lá fico, ainda num estado anestesiado, devido à corrida.
Os problemas parecem não acabar... Eu sei que não sou boa o suficiente para ser rainha. E sei que à pessoas maravilhosas como a Annie que merecem uma oportunidade que nunca tiveram, porque eu empatei todo o processo.
Só quero ir para casa, abraçar a Mel e receber um consolo da mãe. Mas não posso. Não posso sair daqui até à mãe estar curada. Caso contrário, o dinheiro e os financiamentos que o palácio tem pago à minha família acabam.
Encosto-me ainda mais ao tronco da árvore e fecho os olhos, numa tentativa de imaginar que a minha vida não tem problemas.
Mantenho esta lembrança enquanto adormeço, exausta.
Alguém me agarra no braço.
- Rose? Rose, acorda, toda a gente anda à tua procura!
Por momentos desejei que quando abrisse os olhos um rapaz de cabelo aloirado e olhos castanhos me segurasse com todo o carinho, mas assim que percebo que é Noah que me obriga a levantar relembro-me da realidade.
Como é que um dia que começou tão bem acabou tão mal?
Talvez porque finalmente se fez luz no teu interior e percebeste que não te encaixas aqui?!
O meu subconsciente acrescenta.
Noah pega-me ao colo e corre rapidamente em direção ao último sítio onde quero estar.
- Encontrei-a! - Ele grita - Encontrei-a!
Vários guardas caminham na sua direção e ele leva-me para um
sítio onde nunca fui: A ala hospitalar.
Noah deita-me numa maca naquele enorme espaço branco vazio, e lança-me um sorriso triste antes de sair.
- Vamos pôr-te boa - Uma mulher amável de bata branca sugere,
enquanto segura algumas compressas e medicamentos para tratar os cortes que fiz enquanto corria.
O álcool arde nas feridas, mas tudo fica desinfetado quando ela me deixa.
Fecho os olhos para esquecer, mas o meu descanso não dura
muito.
- O que é isto? - Um Sebastian furioso, ou talvez preocupado,
avança na minha direção, com um papel amachucado na mão que eu reconheço - Querias matar-me de susto? Pensei que tinhas morrido! Por favor, explica-me isto!
Ele passa a mão pelo cabelo enquanto se senta na borda da cama.
- Isso - clareio a voz - Isso é a resposta á minha pergunta.
- Mas que pergunta? Rose, o que é que se passa?! Por amor de
Deus, explica-me...
Os seus olhos demonstram um humor que nunca vi na parte dele.
Inspiro uma última vez.
- Tu sabes o que isso é. Só não queres é acreditar. Sebastian, tu tens de seguir em frente, de me esquecer.
- O quê?! Mas isso é um absurdo!
- A sua voz suaviza - Rose, eu
quero ficar contigo, ainda não percebeste isso?!
Eu percebo. Mas isso não é o melhor para ele. Ele precisa de
alguém que possa ficar a seu lado.
- Percebo. Mas tens de seguir em frente! É assim tão difícil?!
- Mas porquê?! Ainda à pouco me disseste que me querias! - Ele
aproxima-se, encostando a sua testa à minha - Vais dizer-me que não sentes nada quando faço isto? Ou quando faço isto?
Ele beija-me. Está a ser muito mais difícil ser corajosa do que eu imagino. Retiro os meus lábios dos seus, por mais que me custe fazer isso.
- Não sinto nada.
Eu corto, fria, mas só por fora.
Os seus olhos mudam de cor.
- Nunca me amaste? Nunca gostaste de mim, sequer?
Preparo-me para dizer a maior mentira de sempre. Talvez ele siga em frente desta forma.
- Não.
Espero pela sua reação. Pelos seus gritos e perguntas, pelo
ruborizar das suas bochechas e pelo endurecimento de cada um dos seus músculos. Pelo fechar do seu punho e pelo murro na parede.
Mas ele surpreende-me, enquanto se vira e anda até à porta da ala hospitalar sem dizer uma palavra.
Vai ser melhor assim, repito para mim mesma, enquanto uma
lágrima percorre o meu rosto.
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E pronto, aqui têm o tão esperado capítulo 22...
O meu coração está tão despedaçado como o vosso, mas lembrem-se, como o Sebastian disse, para dar-mos valor aos bons momentos temos de passar pelos maus também...
Xoxo storiesloverrose
Ps. Obrigada pelo apoio, estou a tornar-me uma não desistente por causa da vossa ajuda :)