Inimigos de infância

By MayBelle_16

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A convivência entre Matias e Calissa nunca foi uma das melhores. Quando os padrinhos de Calissa se mudam par... More

01|Inimigos declarados
03|Vai ter troco.
04|A Stalker
05| El condor pasa
06 | Gatinha violenta
07|Cupidinho
08 |Emergência
Bônus Matias | No hospital
09 | Conectados
10| Fica aqui comigo?
11| desastrada, lerdinha e chatinha.
12 |Caracolzinho de Noé
13 | Fera mansa
14 |Bebezão
Bônus Matias
15| Quer ficar comigo?
16 | Game Over
17| Meu bem
18 |Darth Vaiderson
19|Verde
20| O vulto.

02|Bem feito

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By MayBelle_16

"Não seja tão cruel
Não procure mais pretextos
Não seja tão cruel
Sempre seremos dois fugitivos..."

(Prófugos🎶)

_________💫_________

Era uma doce manhã de domigo o qual pretendia dormir até mais tarde. Todavia, meu novo vizinho não se importava com isso.

O barulho vindo do quarto ao lado me fez ser obrigada a levantar. Minha vontade era de atirar uma pedra na cabeça dele e ver agonizando aos poucos.

Abro a janela, ainda de pijama e descabelada:

ㅡ O único dia que tenho pra dormir até tarde, não posso. Por quê? Matias!ㅡ Grito da janela. ㅡ Matias!

Ele aparece na janela.

ㅡ O que foi, princesa? Te acordei?

Matias acabara de tomar banho. Deduzia-se pelos cabelos úmidos ainda não penteados e o cheiro de perfume masculino levado em minha direção pelo vento.

ㅡ Você é tão irritante! ㅡ Exclamo e respiro fundo. ㅡ Me faz o favor de abaixar o volume do cacete desse som? Olha a hora! Eu tô pra acertar uma pedra na tua cabeça.

ㅡ Ah, por favor... É quase meio-dia. Deixa de ser estressada, garota. Relaxa. É Vivaldi.

ㅡ Que meio-dia?! São dez e meia. Este é o único dia que em que posso dormir até a hora que eu quiser. Ai você acaba de atrapalhar meu sono... Na moral, eu te odeio.

ㅡ Não fala isso... Você me machuca. ㅡ Ele fala com falso pesar.

ㅡ Eu tô pedindo por favor. Abaixa o volume. A vizinhança não precisa saber que você é metidinho a intelectual apreciador de música clássica.

Fecho a janela na tentativa de abafar o som.

Deito novamente na cama, mas o barulho ainda insiste. Voltei a abrir a janela.


ㅡ Parece que tem o prazer de me estressar! Sabia que é errado tirar a paz dos outros?

Ele desliga o som.

ㅡ Sabe... Esse é um dom que eu aprecio muito... Sei lá. Me sinto tão bem quando te irrito. ㅡ Ele diz apoiando os cotovelos na janela.

Esse momento foi crucial para me irritar ainda mais e para me intimidar ao mesmo tempo. Ele era tão bonito assim ou eu ainda estava atordoada?

Fiz cara de brava, fechei as cortinas e fui marchando para o banheiro.

[***]

ㅡ Bom dia, Cali!ㅡ Cantarola minha mãe enquanto limpa a mesa. Não sei como ela consegue ser tão alegre em uma manhã de domingo.

ㅡ Bom dia. ㅡ Respondo seco e indo em direção à geladeira.

ㅡ Nossa, que bicho te mordeu? ㅡ Ela pergunta enquanto caminha em direção a pia.

ㅡ Um bicho inconveniente da espécie Ferrashi.ㅡ Digo irritada enquanto vasculho o que comer.

ㅡ Nossa Calissa. O que houve?

ㅡ Esse menino, mãe! Fica fazendo zuada essa hora da madrugada!ㅡ Pego a caixa de leite e bato a porta com força.

ㅡ Não precisa descontar isso nos meus eletrodomésticos. ㅡ Ela se virou em minha direção. ㅡ Ainda acho que isso é amor reprimido. Um dia vocês se casam. Guarde minhas palavras! ㅡ Ela caminha em direção a sala e eu a sigo.

ㅡ É isso que a senhora quer. Entretanto, sinto muito em desaponta-la. ㅡ Respondo e me sento no sofá ㅡ Aonde a senhora vai? ㅡ Bebo um gole do meu leite.

ㅡ Vou ao super-mercado comprar algumas coisas para a sobremesa hoje. Iremos almoçar na casa de seus padrinhos. Então, acorde Clara e arrume-a.

ㅡ Acordar a onça? Nem! Manda o Hélio. Já me estressei muito hoje.

— Faça o que eu mando porque você ainda come do meu feijão.

Ela sai e fecha a porta.

[***]

Todo almoço de domingo sempre sai tarde. É a regra.

Estava morrendo de fome, pois a única coisa que habitava em meu estômago era aquele único copo de leite.

Estavam todos se servindo. Haviam alguns familiares dos meus padrinhos.

Hélio logo se enturmou com os primos de Rebeca, Matias e Caio.
O que é obvio, já que futuramente serão primos dele também.

Todos se serviram e foram para o quintal. Fui por último para evitar a fila. Minha preguiça estava maior que a minha fome.

Justo na hora que coloco a colher para tirar um pedaço daquele magnífico frango com catupiry, um ser petulante, rouba o pedaço que eu havia escolhido. Quando ergo os olhos, vejo Matias.

ㅡ Só podia ser... Cansa não? ㅡ Digo e ponho meu prato sobre a mesa.

ㅡ Cansar de quê? De te irritar? ㅡ Ele diz pondo refrigerante no copo.

Viro o copo em que ele segurava em sua blusa e ele imediatamente se afasta em um pulo.

ㅡ Qual o seu problema? ㅡ Ele indaga em alta voz enquanto me encara com o copo vazio e a blusa molhada.

ㅡ Eu é que pergunto. Me estressa logo de manhã cedo, não satisfeito, me estressa de tarde e espera que eu seja besta? É muita cara de pau mesmo...

Hélio e Rebeca logo chegam e param em frente a mesa.

ㅡ Eita... Devo ter perdido a treta, que pelo visto, foi muito boa. Ainda vão continuar? Bora. Se fosse eu, não deixava!! ㅡ Hélio diz e recebe um prato de Rebeca.

ㅡ Para de ficar dando corda a briga desses dois. Deveriam criar maturidade! ㅡ Rebeca fala enquanto começa seu prato.

ㅡ Fala isso para o seu irmão. Foi ele quem começou. ㅡ Digo ao pegar meu copo de refrigerante.

ㅡ Pouco importa quem começou. Essa briga de vocês me dá nos nervos. ㅡ Rebeca afirma.

ㅡ Porém, me divertem. ㅡ Hélio completou.

ㅡ Matias, vá trocar de roupa. ㅡ Rebeca se direciona a ele que sai sem pestanejar.

Fui para a sala com Rebeca e Hélio. Logo Matias chegou com seu prato e sentou-se no sofá.

ㅡ Muda de canal. ㅡ Matias falou autoritário enquanto colocava seu copo de refrigerante no chão.

ㅡ Não. Nem vem. Estamos assistindo. ㅡ Rebeca falou.

ㅡ Eu não estou. ㅡ Falou Hélio e percebo que Rebeca o encara. ㅡ Por mim, pode mudar.

ㅡ Eu não estou com o controle da tv. ㅡ Digo sem tirar os olhos da televisão e dando uma garfada no meu frango com catupiry.

Então alguém muda de canal.

ㅡ Eiii!!! Quem deu as ordens?! Eu estava assistindo.ㅡ Me virei e encarei Matias.

ㅡ Falou correto. Estava. ㅡ Tomei o controle que estava ao seu lado.

ㅡ Me devolve isso, Calissa! ㅡ  Matias pediu estendendo a mão.ㅡ Estou pedindo com educação.

ㅡ E você sabe ser educado? Estou surpresa!  ㅡ Falei enquanto mudava de canal. — Não. Não vou devolver. Estou falando com educação.

ㅡ Minha casa, minhas regras!

ㅡ Não interesssa! ㅡ Exclamo ao me  levantar. ㅡ Eu sou visita aqui e tenho direito.

ㅡ Matias, deixa aí mesmo. Vamos evitar conflito, né? ㅡ Hélio falou com a boca cheia de arroz. ㅡ Mentira. Vamos não.

Tomei o controle das mãos de Matias que me encarou furioso e ao se retirar da sala, bateu o pé no copo de refrigerante, fazendo com que o líquido se espalhasse por toda extensão do tapete da sala.

ㅡ Eita! ㅡ Rebeca estendeu a palavra. ㅡ Mamãe vai ficar uma fera.

Matias continuava parado sem nenhuma reação. Foi quando ele se virou:

ㅡ Tá vendo só, Calissa? A culpa é toda sua!

ㅡ Minha? Eu tenho culpa se você é um desastrado que não olha por onde anda? ㅡ Falei enquanto me levantava do chão para usufruir do sofá.

ㅡ Ei... Parou! Chega! ㅡ Apartou Rebeca se levantando com os pratos vazios dela e de Hélio, indo em direção à cozinha. ㅡ Venha cá, Matias!

Cinco minutos depois Matias voltou com um spray e um paninho.

ㅡ Esfrega bastante. ㅡ Falei com um sorrisinho irônico enquanto ele me encarava.

Levantei e fui deixar meu prato na cozinha, em seguida, fui ao quintal.

Estava isolada, mexendo no celular, quando Hélio e Matias chegaram com as sobremesas.

O famoso Bolo com Sorvete da mamãe!

Matias então foi me servir.
Ele escolheu o meu na enorme opções que havia na bandeja.

ㅡ Esse aqui, ó! ㅡ Ele me entregou.

É óbvio que eu estranhei.
Vai que ele tenha colocado veneno aqui? Ok. Sem exagero. Mas há uma possibilidade.

Então, troquei com Hélio que ia passando e servindo as outras pessoas.

Matias chegou e sentou ao meu lado.

ㅡ Está gostoso, né? Eu cuspi aí dentro.

ㅡ Intressante. Mas você não me engana! E mesmo que estivesse falando a verdade, este aqui não é o que você me entregou. Você deveria saber que eu prefiro chocolate. ㅡ Dei uma piscadinha e me retirei.

[***]

Todos fizeram igual a mosquitos.
Comeram e foram embora.
Mas minha mãe e meu pai, juntamente com eu e meus irmãos, ficamos na casa para ajudar a organizá-la.

ㅡ Hélio e Rebeca limpam os banheiros, Matias e Calissa, o quintal, Caio e Clara recolham os copos que estão na sala. ㅡ Disse meu padrinho Enoque.

Por que é sempre assim?

ㅡ Ok, ok... Por onde vamos começar? — Olho para a terrível bagunça no quintal.

— Toma aqui o teu transporte e começa a varrer aquele lado. Eu varro esse. — Ele me entregou uma vassoura.

Peguei a vassoura e acertei em suas costas.

— Você tá ficando doida? — Ele se vira furioso. — Ah, espera. Você é! Bruxa!

— Bruxa é a tua... — pensei bem e não completei a frase.

— Ô mãe! A Calissa tá... — tapo a boca dele com a mão e ele me lambe.

— Eca! Que nojo! A minha mão vai cair! —  Esfrego minha mão em seu cabelo.

— Ai, me solta sua duendezinha! — Ele puxa meu braço e eu acerto um tapa. — Para de me bater, sua retardada. Sua vida é me machucar.

— Calissa, Matias? — Meu pai nos chama. — Já organizaram o quintal?

— Ainda não, pai. Estamos quase terminando. — Digo.

— Deixe de ser mentirosa. Você nem começou a varrer.

— Cala a boca e começa a varrer!

Varri todo o lixo e deixei toda a minha parte limpa e organizada. Resolvi molhar os pés na borda da piscina, já que estava exausta, e esperar Matias terminar de limpar a parte dele para jogarmos os sacos de lixo fora.

Joguei a cabeça para trás aproveitando os fracos raios de sol do fim do dia, quando sinto um impulso e para não cair, tento me segurar em algo mas é em vão.

Caio dentro da piscina junto com Matias. Tinha que ser.

ㅡ Qual o teu problema garoto? ㅡ Joguei água nele.

ㅡ Vingança, né? ㅡ Matias respondeu no mesmo tom, tentando falhamente, me afogar.

O seguro pelos punhos e levo até as bordas da piscina, onde o encosto na parede.

ㅡ Eu devia quebrar todos os teus dentes!

— Vai. Vai em frente. Faz igual aquele dia que você derrubou uma tv em cima de mim e eu fui parar no hospital com o braço quebrado.

Então nos encaramos e Matias, por impulso, me dá um selinho bem demorado.

Eu fico paralisada sem nenhum tipo de reação. Solto os pulsos dele e ele sai da piscina. Depois se vira pra mim e diz:

ㅡ Bem feito! ㅡ E me mostrou a língua.

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