Amazima

Af LetciaMarinho

382K 25.6K 5K

"Filho se você foi chamado para ser missionário me decepcionaria em ver você se rebaixando a ser rei" C.H.Sp... Mere

#1:
#2:
Recadinho da Autora
#3:
#4:
#5:
#6:
#7:
#8:
#9:
#10:
#11:
#12:
LEIAM
#13:
Importantee!
#15
#16
#17
Spoiler do #18:
Mensagem da autora:
#18:
#19:
#20:
#21
#continuação21
#22:
#23
#24:
#25
#26:
...
#27:
Recado
#28
#29:
#30:
#31
#32
Oiee

#14

9.9K 858 219
Af LetciaMarinho

Oláaa!

eu e minha velocidade de tartaruga para escrever estamos de volta! Prometi que segunda teria capítulo novo, mas não pude me conter. Já comecei a escrever o próximo e jajá estarei liberando. Espero que gostem e não esqueçam de mandar estrelas e comentar. Amo conhecer vocês.
Ahhh, e pela 097547992726262627 vez, NÃO DESISTI DA HISTÓRIA!

Beijos, L.M.

P.s: Amazima significa verdade em um dialeto Africano. Acredito que Cristo é a verdade que liberta. ;)

Acordei cinco minutos antes do despertador tocar. Isso sempre acontecia quando eu estava ansiosa para algo. Tomei um banho demorado e ainda de toalha fui acordar Luíza aos berros já que ela não moveu um músculo apesar do estridente som do despertador.

Vesti uma calça jeans branca, com uma blusa polo vermelha e um sapato mocassim de couro marrom. Joguei minha franja para frente e molhei um pouco os cachos para que eles  tivessem mais forma. Passei uma maquiagem leve e fiquei feliz com o que vi no espelho, passava a ideia de estudante clássica. Peguei minha bolsa com o fichário, guardei meu celular no bolso e coloquei a caixinha dos meus óculos de grau no fundo da bolsa. Voltei para o quarto e graças aos céus Luíza já estava pronta. Tio Flávio tinha dois carros e havia deixado um para uso exclusivo meu e dela. Minha prima foi o caminho inteiro se maquiando pelo espelho do carro, então fui obrigada a dirigir. O campus era gigante e demorei bastante para conseguir uma vaga para estacionar. Descemos do carro e nos esprememos em meio aos estudantes para conseguirmos entrar no prédio. Tive que me separar da Luíza já que haviam estudantes com grandes faixas com os nomes do cursos. Não demorei até achar a faixa de Direito que ficava bem ao lado da de Administração. Eu estava em um corredor longo caminhando até os estudantes que aparentemente eram do mesmo curso que eu. Quando de repente vi um garoto de sapatênis marrom, calça preta e camiseta polo. Filipe carregava uma bolsa marrom de couro. Ele ainda não havia me visto de modo que tive tempo de observá-lo. Seus olhos estava fitos no papel que estava em suas mãos. Seu rosto estava franzido e percebi que ele usava um óculos de grau quadrado preto. Se Filipe não fosse tão chato, implicante, imprevisível e bipolar eu até o acharia bem bonito. Seus olhos pousaram em mim como se ele pudesse sentir meu olhar o analisando. Uma ruga se formou em sua testa quando seus olhos encontraram os meus. Ok, essa não era bem a reação que eu esperava...

- Oi Sara. Está me seguindo?

- Eu ia te perguntar isso agora Filipe.

- Bom, eu estudo aqui. Faço administração, sua prima não falou?

É claro que Luíza não havia dito nada. Fechei a cara, ela veria comigo mais tarde.

- Vejo que além de me seguir colocou uma câmera em meu quarto, já que estamos vestido de modo bem parecido.

Droga, ele tinha razão. Ambos estávamos de calça e blusa polo com a única diferença das cores. E nosso sapado era bem parecido. Lancei-lhe um sorriso amarelo, impossível não ficar constrangida diante daquela situação. Fui salva por um garoto alto, branco e loiro. Seus olhos eram mel e seu cabelo era de um loiro bem claro. Usava uma camisa xadrez vermelha e uma calça jeans. Ele andava confiante e usava um óculos com uma armaçao bem similar a que eu e Filipe estávamos usando. Batalha de gêmeos aqui?!

- Bom dia Filipe, por onde andou nas férias?

Era impossível ignorar a aparência do garoto que estava falando com Filipe. Ele era tão bonito! Lembrava um daqueles príncipes Europeus.

- Desculpe, não sei como nao pude ver uma senhorita tão bonita. Sou Tiago.

- Sara, muito prazer. - Estendi a mão para que ele comprimentasse, mas para minha surpresa ele a puxou e depositou um delicado beijo nas costas de minhas mãos. Filipe bufou um pouco alto demais.

Acho que esse Tiago vem de outro século. Quem fala desse jeito? Instantaneamente lembrei-me do Tim. Não sei explicar, mas esse Tiago de alguma forma me passava algo bom. Sorri diante de seu gesto inusitado e ele sorriu de volta. E nossa, que dentes brancos!

- Eu estava em casa nas férias. Até que não sai tanto. Vamos para a aula? - Filipe falou um pouco impaciente. Nem parecia o mesmo cara que ontem estava elogiando meu novo corte de cabelo! 

- Está nervoso porque chamei sua namorada de bonita? Peço perdão, não foi minha intenção confrontá-lo.

- Olha, de tanto que acham que ela é minha namorada, daqui a pouco é capaz de virar. Vamos andando.

Filipe o puxou pelo longo corredor enquanto fiquei ali parada mais uma vez com cara de taxo. Revirei os olhos e voltei minha atenção para os papéis em minhas mãos. Neles diziam que minha sala era a 302 e que a primeira aula seria a de direito criminal. Segui meu caminho inicial, minha ideia era demonstrar o máximo de confiança possível para não deixar muito na cara que eu era caloura, eu não estava realmente me importando com a história do trote, mas tenho que admitir que a visão de umas trinta pessoas, amarradas pelos pulsos uma às outras e encostadas na parede, ao lado do portão da faculdade, sujas de tinta, farinha, ovos e outras substâncias duvidosas, me deixou um tanto quanto aterrorizada.

Depois de dez minutos percebi que nunca iria encontrar minha sala naquela confusão de pessoas e portas, então decidi pedir informação a um grupo de alunos, agachados em frente a um mural, misturando um líquido preto.

- Com licença, vocês sabem aonde fica a sala 302? - Perguntei com um sorriso amistoso.

O único garoto do grupo se levantou,ele tinha dreads e uma barba mal feita, era tão alto e musculoso que me senti como um rato diante de um elefante, mas sua pele escura me lembrou das crianças da África, o que me fez relaxar frente ao seu tamanho. Suspirei afastando as saudades.

- Aluna de direito, não? - respondeu e eu logo afirmei com a cabeça. - Ah cara, por que você veio assim tão bonitinha? Quer saber fiquei até com pena, vou te dar um conselho.

Ele então se encurvou de modo que seu rosto ficasse da mesma altura que o meu e olhou fundo nos meus olhos, me encarando seriamente, como se as próximas palavras a serem ditas fossem as mais importantes do mundo.

- Fuja do trote do direito. - sussurrou lentamente e se afastou.

Eu por outro lado paralisei, repetindo mentalmente "fuja", "fuja", "fuja". Nem preciso dizer que comecei a elaborar mil planos para sair dali. Minha expressão deveria estar engraçada, porque fui desperta dos meus pensamentos pelas risadas das garotas que ainda continuavam abaixadas mexendo naquela coisa suspeita.

- Farei o meu melhor, obrigada - disse rapidamente e já ia andando.

- Terceiro andar, segunda porta, as escadas ficam no final do corredor - disse o garoto. Sorri em resposta e continue em frente.

302. Era o número impresso na plaquinha acima da porta branca com vidro transparente. Respirei fundo, contei até três e girei a maçaneta. A sala estava praticamente lotada se não fossem os três lugares vagos perto da janela. Todos pareciam me encarar da cabeça aos pés, o que fez com que eu certamente ficasse extremamente constrangida. Sentei entre os dois lugares vagos e a carteira que escolhi dava uma visão privilegiada da janela. Pude ver que vários estudantes universitários estavam no sinal em frente ao prédio do campus. Todos pintados com tintas de cores azul, vermelha e preta. Creio que foram escolhidos esses tons por serem iguais ao do emblema da universidade. Todos os jovens em questão estavam com uma caixa em maos pedindo, creio eu, dinheiro para pagar o trote de seus cursos. Por mais que eu já estivesse dm sala, só me sentiria sã e salva quando essa semana acabasse. Os trotes eram permitidos até sexta... Será que meu tio ficaria muito aborrecido se eu faltasse a primeira semana de aula?
Meus pensamentos foram interrompidos por uma garota de cabelo loiro platinado cortado na altura da nuca. Ela me encarava com um grande sorriso e foi impossível não repara nos seus pares de olhos. Fiquei hipnotisada. Seriam azuis ou verdes?

- Olá, me chamo Marina.

Ok, sua voz ainda por cima era angelical. Essa garota era modelo, com certeza!

- Hm, me chamo Sara.

Tentei soar tão angelical ou sorrir tão perfeitamente quanto ela conseguiu, mas sinto que falhei miseravelmente ao fazê-lo.

- Nome legal. - Ela refletiu.

- Acho comum. - Murmurei.

- Então acho que coisas comuns chamam minha atenção.

E lá estava aquele sorriso de novo.

Fomos silenciadas quando um professor entrou em sala.
Imagina um senhor, bem senhor. Cabelos grisalhos, óculos com armação de tartaruga, suéter e sapato preto com tanta graxa que brilhava mais que minha testa.

- Bom dia. Me chamo Everaldo. Sou professor de Direito Criminal. E hoje darei os dois tempos de aula para vocês. Mas começaremos com algo diferente.

Lá vem bomba, pensei.

- Todo ano é a mesma coisa. Vejo-os sentados, imóveis. Se movendo aos poucos, não querendo chamar muita atenção de início.

- Discordo. Adoro atenção.

Cochicou Marina em minha direção. Ri baixinho.

- Quero que todos os homens fortes e futuros formandos de Direito levantem e arrastem as cadeiras para o fundo da sala.

Como ninguém se mexeu, ele acrescentou:

- Vamos, levantem!

E começou um barulho tremendo de cadeiras sendo arrastadas. Marina ficou em pé o tempo inteiro ao meu lado. Pude perceber o quanto ela era alta. Uns quinze centimetros a mais que eu, com meus meros 1,65. Ela usava um short jeans rasgado e de cintura alta acompanha de um cropped preto e um colete de franjas bem similar a sua bolsa que estava em cima da mesa. Nos pés issva uma botinha de couro e no pesço um colar gigante. Ah, e sem falar em suas mil e uma pulseiras em seu pulso. De algum modo, se eu visse qualquer pessoa na ruas com as roupas que Marina usava, eu teria achado brega e exagerado. Mas de alguma forma, nela ficava bom. Melhor que bom. Ela tinha estilo e isso era reconhecido a distância.

- Amei o corte de cabelo de vocês. Tão boho chic! - Uma voz estridente soou ao meu lado.

- Obrigada. Ei, você não deveria estar ajudando os outros caras a empurrar as carteiras? - Marina perguntou.

- Por fora posso ser um cara, mas confesso que meu interior é pura purpurina rosa! Prazer, Marcus.

Eu e Marina trocamos olhares antes de cair na risada. De algum modo, eu gostei dele.

- Sara.

- Marina. E sinto que nós três seremos bons amigos.

****

- Como foi a aula de vocês? - Luiza perguntou assim que cheguei ao estacionamento do campus.

- Diferente.

- A minha foi chata. O professor já chegou com uma tonelada de projetos para analisarmos. Se o resto do semestre for assim, não sei se vou aguentar.

- Óbvio que vai, você é a garota mais gata e inteligente que conheço. Você consegue. - Pontuou Lucas.

- O que ser "gata" tem a ver com isso, Lucas?

- Não sei. É apenas mais um dos fatos sobre você.

- Menos açúcar. Eu e a Sara estamos felizes sem ter diabetes e ter que viver a base de insulina. - Filipe manifestou-se.

- Saiba que nem todos os diabéticos precisam viver a base de insulina.

- Eu sei, mas com a quantidade de açúcar que esses dois estão nos proporcionando diariamente, com certeza necessitaríamos de grandes unidades de insulina.

Foi impóssivel para mim segurar minha gargalhada. Filipe riu comigo, até que seus olhos focaram em algo atrás de mim.

- Beijos, Sara. Até.

Era a Marina entrando em seu fusca azul quase verde. Sua franja era maio que o rstante do cabelo. Fiquei mais de duas horas ao seu lado e mesmo assim sua beleza ainda me surpreendia.

- Quem é? - Perguntou Filipe assim que ela havia ido embora.

- A Marina. Uma garota da minha sala que falou comigo.

- Gata. - Ele disse.

Não sei explicar, mas aquelas palavras mexeram com algo desconhecido dentro de mim e posso afirmar que junto cresceu um sentimento de que algo ruim estava por vir.

Fortsæt med at læse

You'll Also Like

108K 12.4K 24
Essa obra contém HARÉM REVERSO, incluindo gatilhos. Aurora Delaney sempre foi uma garota invisível para a sociedade. Vinda de mais uma das milhares...
639K 41.6K 66
Jeff é frio, obscuro, antissocial, matador cruel.... sempre observava Maya andando pela floresta, ela o intrigava de um jeito que ele mesmo não conse...
232K 13.6K 94
Eu sempre fico atrás de um imagine que consiga prender a minha atenção na madrugada, então eu decidi ajudar os que também querem se iludir um pouquin...
81.3K 6.7K 53
Talvez eu não merecesse ter ela. Ela era boa demais. Doce demais. Linda demais. Ela era pura. Inocente. Quase um anjo. Eu não tinha um pingo d...