-Acho melhor entrarmos. - Falo ,dando passagem para que Niall entre.
Harry continua nos observando, até o momento em que eu fecho a porta e trato de ignorar toda aquela aflição que de repente, me atingiu.
Eu indico a sala e logo eu e Niall caminhamos até lá. Nos sentamos no sofá e ficamos nos encarando por alguns minutos, até que decido quebrar o silêncio, afinal, hoje é um dia de comemorar!
-Então, quando você vai para Londres? - Pergunto, e ele levanta o olhar para mim.
-Ainda não tem data, mas eu espero que seja logo! -Ele sorrir, brincando com seus dedos polsados sobre a almofada em seu colo.
-Quanto tempo você acha que vai passar lá?
- Se eu passar nas audições ainda tem outras fases, e acho que vou ter que deixar a escola. -Ele suspira.
-Sério? -Deixo escapar um lamento, sei que nos conhecemos a pouco tempo, mas depois de Matt, ele é meu único amigo.
-Sim, mas eu vou voltar para Bradford, afinal agora tenho uma amiga aqui. - Ele abaixa um pouco a cabeça, para que eu não perceba suas bochechas coradas.
- Sim. - Sorrio. - Posso te pedir uma coisa?
- Claro. - Ele me olha, curioso.
- Pode cantar para mim? Eu nunca o ouvi cantar. - Peço timidamente.
- Claro, mas eu vou precisar de um estrumento para acompanhar.
- Eu tenho um violão, pode ser?
-Sim.
- Ótimo, vou pegar. - Sorrio e me levanto, indo em direção à escada.
- Você toca? - Ele pergunta, se virando e olhando para mim por cima do sofá.
- Na verdade não. Eu ganhei no meu aniversário de treze anos, mas nunca aprendi a tocar! - Falo quase gritanto, já que estávamos distantes.
Subo as escadas de dois em dois degraus, com o intuito de chegar mais rápido ao segundo andar. Passo pelo corredor em passos apressados até que chego ao meu quarto, coloco um banquinho ao pé do guarda - roupas, em seguida pego o violão ainda em sua capa, descendo e saindo do quarto.
Volto ao corredor e decido ir ao quarto de Thomas, ele ainda é uma criança e deve estar se sentindo um tanto só, afinal ele acha que esquecemos ele. Abro a porta devagar e entro, o encontrando sentado na cama, jogando seu video - game. Me aproximo e sento ao seu lado.
- Oi,tudo bem? - Pergunto com uma voz tranquila.
- Claro, por que não estaria? - Ele não olha diretamente para mim, apenas continua jogando.
- Nada, só achei que você poderia estar irritado... - Antes que continue, sou interrompida.
- Só porque vocês me largaram e ninguém se importou em ir me buscar? Tudo bem! - Ele cospe as palavras de forma irônica.
- Desculpe, eu realmente achei que a mamãe iria te buscar! - Tento argumentar.
- E onde está ela? - Pela primeira vez, ele me encara. Assim como pela primeira vez, eu não tinha a resposta.
- Está com o papai, tenho certeza que logo vai chegar. - Suspiro.
- O.k, e por que você estava com o esquisito? Achei que não gostava dele. - Seu tom de voz já havia voltado ao normal, aparentemente ele não estava mais bravo.
- Ele só me deu uma carona para ir te encontrar, não reclama! - Sorrio e ele faz o mesmo.
- Certo, agora vai ficar com seu amigo e me deixa jogar.
- Thomas! - Falo em um tom rígido.
- Desculpe. - Ele revira os olhos. - Querida Skye, você pode por favor me deixar jogar? - Ele pisca.
- Melhorou. - Dorrio e vou em direção a porta, saindo do quarto.
Desço as escadas e encontro Niall sentado exatamente onde o deixei, ele parecia estar concentrado em algo que pensava. Ao me aproximar, sento - me ao seu lado e entrego - lhe o violão. Logo ele começa a tocar uma melodia que reconheci sendo " 93 Million Miles " uma das minhas músicas favoritas.
Devo admitir que a voz dele é muito melhor do que eu poderia imaginar, tão doce e única, ele tem tudo para fazer sucesso!
- Nossa, isso foi tão lindo! - Sorrio, tentando segurar as lagrimas que beiravam meus olhos.
- Obrigado. - Ele tira o violão e o coloca sobre o sofá. - Seu violão é muito bom, deveria usa.
- Eu não levo jeito para isso
-Se quiser, posso de dar algumas aulas.
- Isso seria ótimo. Mas vou avisando que você vai ter muito trabalho!
- Tudo bem, eu dou conta. - Ambos gargalhamos.
Assim ficamos por um bom tempo, a noite fica cada vez mais intensa, mas apenas me concentro nas dicas que Niall me dava sobre como tocar bem. Para minha sorte, apesar dele ser canhoto tocava violão como destro. Assim que seu telefone toca, ele atende e parece preocupado.
- Tenho que ir, meus pais estão preocupados. - Ele se levanta e guarda o celular no bolso da calça.
- Oh, tudo bem. - Assinto.
O levo até a porta e nós nos despedimos, combinando de nos ver mais vezes para as minhas aulas.
- Obrigado pelas dicas e espero que dê tudo certo!
- Obrigado. - Ele me abraça e logo vai embora, seguindo pela tua fria e pouco iluminada antes de sumir da minha vista.
Alguns minutos depois de Niall sair, minha mãe chega e ae justifica dizendo que o carro quebrou e teve que ficar na cidade mais tempo que o esperado.
(...)
Já passava das 2 : 00 da manhã e todos já estavam dormindo, a não ser eu que sou acordada pelo barulho das batidas insistentes de alguém no andar de baixo. Como seja quem for não vair parar, deciso descer sem me importar com o fato de ainda estar com meu pijama de coelhinhos.
Desço as escadas fazendo o mínimo de barulho possível, observo através do olho - mágico e para minha surpresa reconheço sendo o irmão mais velho de Niall, o mesmo que esteve na escola esta tarde. Abro a porta devagar e seguro o taco que ficava atrás da mesma.
- Sim? - Pergunto, ainda com minha voz um pouco rouca.
- Você é a Skye, não é? - Ele parece preocupado.
- E você é o irmão do Niall. - Falo como se fosse óbvio. - Aconteceu alguma coisa?
- É que ele não voltou para casa e imaginamos que ele poderia estar aqui.
- Não, ele saiu assim que sua mãe ligou.
- Pode tentar ligar para ele, ele não está me atendendo.
Pego me celular em cima da mesinha e digito seu número. "Tu...tu...tu..." Ninguém atende.
- Ele também não me atende. - Suspiro, sentido um aperto em meu coração.
- O.k, vou voltar a procurar. Mas obrigado! - Ele desce as escadas da pequena varando.
- Espera. - Grito em um sussurro. - Quero ajudar a procura.
- Acho melhor não, já está tarde garota. - Ele nega e continua andando.
- Eu não sou mais uma garotinha. - Vou pata dentro e pego uma par de galochas e causo, em seguida pego um casaco no cabide e saiu de casa, trancando a porta. - Por favor me deixe ir com você.
Ele me encara e logo suspira, estendendo o capacete para mim que o pego e o coloco, subindo na moto e segurando firme em sua cintura. A moto logo sai e passamos por um carro que me é familiar, Harry abaixa o vidro e me olha com espanto, como se não acreditasse que era eu ali. O rapaz acelera, e logo toda minha visão se torna um borrão enquanto a moto ficava cada vez mais rápida.
- Para onde vamos? - Grito sobre o barulho do motor.
- Para a a casa de Diana! - Ele responde na mesma altura.
- E quem é Diana?