Caos - As duas faces do diabo

De alissonsolace

159 32 12

"Todo pecado tem sua tentação" ⚠️ Recomendo que não leiam caso sejam sensíveis com este tipo de conteúdo. Mai multe

Dedicatória
Epígrafe
Cap. I - O estranho na tempestade
Cap. II - A vigília

Capítulo III - A conversa

22 4 2
De alissonsolace

"A vantagem de brincar com fogo é que se
aprende a não queimar-se."

MASKY POV'

Eu sabia que Timothy não seria capaz de cumprir essa missão. Como sempre. Ele é sempre muito fraco, sempre muito sentimental e ignorante. Ele não entende como esse jogo funciona. Tudo será mais fácil desde que eu esteja no controle, e ele não vai lembrar de nada que acontecer aqui. Não se sentirá culpado se ela não conseguir sair ilesa. Mas com certeza ele não irá gostar.

E eu quero é que ele se foda. Esse corpo é tão meu quanto dele, e eu tomo as rédeas da situação quando eu bem entender. Ele gostando ou não. Pensar em como Timothy lidaria com essa situação, já não era mais problema meu.

Caminhei tranquilamente pelo corredor escuro, como se soubesse exatamente onde ir. E sabia. A casa era pequena, no máximo tinha quatro cômodos e eu podia ser guiado facilmente pelo assobio da chaleira, que não se encaixava com a sintonia da chuva que finalmente estava dando uma trégua.

Passou-se um bom tempo desde que chegamos aqui. Agora já posso ver os pequenos vestígios do dia amanhecendo.

Não demorei para encontrar a porta da cozinha, e ao alcancá-la, eu me escorei no batente da porta. Sentindo uma certa tontura. Maldito Timothy, precisava mesmo ter entrado em outra briga com o filho da puta do Jeffrey. Desgraçados. Meu corpo ainda estava um pouco fraco.

Talvez eu não tivesse tanta força para arrastá-la contra sua vontade. Ainda não. Então me certificaria de ganhar algum tempo, afinal ela deve estar cansada.

Ainda apoiado na porta, observava Maya que estava distraída demais para notar minha presença. Movendo-se com graça pela cozinha, enquanto terminava de organizá-la e de preparar o chá. Era camomila, eu odeio camomila.

Ela dançava pela cozinha, eu tinha certeza que ela estava apenas caminhando, mas aos meus olhos ela parecia dançar suavemente. Seus cabelos balançavam para lá e para cá, e era adorável. Eu poderia facilmente me aproximar. Ela não notaria. Eu poderia agarrá-la pelos cabelos, bater sua cabeça contra a bancada de pedra da cozinha e esperar que ela ficasse inconsciente.

Talvez eu pudesse sufocá-la até ela desmaiar, mas seu pescoço parecia tão frágil que eu tinha medo de quebrá-lo. Mas seria ótimo ver minhas mãos marcadas no seu pescoço fino. Minhas mãos são grandes o suficiente para contornar toda sua garganta. E a sua pele é tão pálida que eu tenho vontade de ver como ficaria com qualquer marca minha.

- Você está bem? Parece preocupado. - Maya me tirou das minhas distrações. Quando foi que ela me percebeu ali?

Ela já havia servido o chá, e inclusive se sentado na pequena mesa de jantar. Ela olhou para mim com um sorriso gentil. Caminhei até ela em passos lentos, ponderando minhas próprias decisões, e em um piscar de olhos já estava sentado também, de frente para ela.

- Você quer açúcar no seu chá?

- Não, obrigado, Maya. Está perfeito assim. - O gosto seria péssimo de qualquer jeito.

Ela logo me entregou a xícara de chá e eu tomei um gole cuidadoso, sentindo-o descer queimando minha garganta. Evitei demonstrar o desgosto em meu rosto. Odeio chá. Odeio camomila. Merda.

- Você não deveria confiar em estranhos, Maya. - Minha voz estava rouca, um pouco mais fria do que a de Timothy.

- Eu confio nos meus instintos. E eles me dizem que você não é uma ameaça - ela disse com sua voz ainda muito calma, mas sem olhar nos meus olhos.

Um sorriso ladino brotou em meu rosto. Admirava a coragem dela... Sua ousadia, e a confiança em sua voz disfarçada de gentileza me entretém. Talvez Tim seja idiota o suficiente para cair no seu papel de boa moça, mas eu sei que a pior das bondades é aquela que parte de alguém que é ruim por natureza. Sua aparência angelical não me engana, nem mesmo sua voz doce.

Meus olhos se mantinham em Maya o tempo todo, eu observava cada expressão do seu rosto, podia notar a curiosidade em seu olhar, e ela lutava contra isso a todo custo.

- Beba. Vai te fazer bem. - Olhei para a xícara de chá quase cheia que já havia dispensado há alguns minutos. Devia estar morno agora.

- Você não tem medo de mim? - Ignorei sua recomendação. Não vou tomar esse chá horrível nem a base de paulada.

- Deveria? - indagou com um sorriso enigmático nos lábios levemente rosados.

Não a respondi, e isso fez ela levantar seu rosto para me encarar, seus olhos esverdeados brilhavam em conflito. E ela podia sentir a tensão que rondava o ar entre nós. Não sei quanto tempo ficamos calados, nos encarando como se tudo isso fosse apenas um jogo divertido.

Ela não faz ideia de quem eu sou, ou o que eu deveria fazer.

- O que te trouxe até aqui? Não foi só a tempestade, foi? - Ela quebrou o silêncio com sua voz suave. Finalmente cedendo a curiosidade. Ela é inteligente.

- Eu estava em uma missão. Mas agora estou em um impasse. - Talvez meu olhar fosse um pouco sombrio demais.

Um trovão ecoou lá fora, fazendo Maya estremecer. E eu me aproveitei do seu pequeno vacilo para me levantar. Me levantei abruptamente, e pude ver a preocupação estampada na cara dela.

Isso fazia meu sangue ferver.

Maya também se levantou, eu podia notar seu nervosismo, suas mãos um pouco trêmulas e sua boca se abrindo brevemente buscando algo para falar. Mas, ela nem sequer sabe meu nome. .

Meus pés se moviam em sua direção, quase que involuntariamente, e ela recuava em busca de alguma rota de fuga. Era inútil, e ela sabia disso. Seu rosto se tornou ainda mais pálido quando Maya sentiu o frio do balcão da cozinha atrás de si.

E antes que ela pudesse se virar, na tentativa falha de correr de mim, a pressionei contra aquela pedra gélida. Impondo meu corpo contra o seu, com uma proximidade perigosa que parecia lhe roubar o ar dos pulmões.

- Não devia ter me ajudado - comentei baixo. Estava perto o suficiente para que ela pudesse me ouvir.

Perto o suficiente para sentir seu perfume suave de flores, perto o bastante para sentir sua respiração quente, perto ao ponto de sentir suas pernas quase cederem ao nervosismo.

- Eu fiz o que qualquer pessoa faria. - Ela tentava manter a calma. - Você estava ferido - concluiu.

Com um sorriso que não alcançava os olhos, perguntei:

- E se eu disser que você cometeu um erro?

- Então eu aceito as consequências. Não vou viver com medo. - Sua voz era firme, apesar de seu olhar vacilante.

Havia uma tensão palpável no ar. Minhas mãos estavam na borda do balcão, encurralando-a. Mas Maya não recuava, ela me encarava desafiadora e inabalável, como se fosse a figura mais imponente que já existiu.

- Por que você não tem medo? - questionei, quase num sussurro.

- Porque eu vejo você.

Suas palavras não faziam nenhum sentido. Mas, aquilo estranhamente fez sentido dentro de mim. Dentro do meu peito. Suas palavras fizeram meu coração pulsar descompassado. Era como se algo estivesse acabado de quebrar, como se tudo estivesse parado por um breve momento. O som da chuva lá fora, o coração acelerado de Maya, até mesmo o tempo pareceu fazer uma pequena pausa.

- Eu deveria te levar comigo... mas algo em você me impede. - Falei sem pensar.

- E o que seria isso? - A ternura na sua voz me deixou vulnerável, ou foi o toque da sua mão em meu rosto que me fez fraquejar. Ela me acariciou com sua pele macia.

Antes que eu pudesse pensar em algo para lhe responder, senti uma agulha penetrar meu pescoço em um movimento rápido. Aquilo me fez cambalear para traz. Coloquei a mão sobre meu pescoço, e olhei para Maya sentindo meu corpo sonolento.

Caralho.

Era sedativo.

- Maya - A chamei em um fio de voz. Mas as coisas escureceram rápido demais.

Continuă lectura

O să-ți placă și

2.7M 90.5K 49
[Completed] Y/N is a 17-year-old girl who has been isolated in a Mental Institution for 3 years now, every passing hour becoming a blur. Days are lon...
259K 12.4K 63
• Onde Luíza Wiser acaba se envolvendo com os jogadores do seu time do coração. • Onde Richard Ríos se apaixona pela menina que acabou esbarrando e...
•Guerra de sangue• De Vixs___

Polițiste / Thriller

247 70 8
"Você ainda me amaria se seu fosse um anjo caído? Mesmo se eu mata-se o seu líder?"
1.1M 65.5K 80
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...