Layla acordou com a agulha entrando em seu pescoço, a queimação se espalhando por seu organismo e a fazendo fechar os olhos e gemer.
— shhhh... Quietinha — ele se afastou e observou os olhos dela se abrirem, completamente vermelhos. — como se sente? Confusa né? Um te deixa fraca, outro te deixa eufórica e o outro deixa suas emoções dormentes.
— o que planeja com isso?
Ele negou com a cabeça, cruzando os braços.
— só um teste.
Layla forçou as mãos contra o chão, erguendo parte de sua coluna. Ela se assustou quando Tristan gemeu e caiu de joelhos, olhou pra trás dele e viu os dois.
— Ryan.
— oi — o moreno se aproximou dela, enquanto a garota loira ia até Danny no chão, tirando o dardo tranquilizante de sua nuca.
— desculpa a demora — Ryan a ajudou a levantar e sentar na cama, segurando o rosto dela pra ver seus olhos. — ainda bem que as mulheres da sua família são mais fortes — ele sorriu e afastou a mão.
— estaria morrendo já — Sacha disse enquanto amarrava as mãos de Danny e Layla olhou pra loira.
— o que vai acontecer com ele? — perguntou.
— tem uma ambulância lá fora esperando ele — Ryan disse e ela o olhou confusa. — Vanessa mandou levá-lo pra Cadmus.
— achei que ele ia receber tratamento.
— ele vai, só que na Cadmus. Não podemos arriscar uma psicóloga comum — Sacha disse.
Layla suspirou, passando a mão pela testa.
— não se preocupe, Danny ficará seguro lá até melhorar — a loira tentou tranquiliza-la.
— e se ele não melhorar?
— ele vai — Ryan tocou o ombro dela em conforto e ela acabou cedendo, estava cansada e confusa. — seu celular.
A entregou e ela abriu as mensagens, tinha várias de Gar. Ela piscou os olhos pra tentar fazer seus olhos voltarem ao normal e aos poucos conseguiu entender as palavras, suspirando.
— o que? — Ryan perguntou.
— meus amigos tão com problemas — ela ergueu a cabeça e viu Ryan colocando Danny nas costas, já preparado pra sair da casa.
Rapidamente Layla se levantou, enfiando algumas coisas do irmão em uma bolsa e seguindo Sacha pra fora da casa. Danny já estava dentro da ambulância, amarrado a maca com um acesso intra venoso. Ela entrou na ambulância e sentou no banco, Ryan sentando ao seu lado em seguida e Sacha fechando as portas por fora.
— posso te levar até seus amigos se quiser — Ryan ofereceu.
— eu agradeceria.
Ele sorriu e ficaram em silêncio o resto do caminho. Quando chegaram ao prédio, a ambulância entrou pelo subterrâneo e levaram a maca até um dos elevadores. Ryan, Layla e Sacha indo no outro. Assim que saíram, Ryan guiou Layla até a sala onde Danny estava, Sacha se afastando pra ir relatar a Vanessa.
— tudo certo? — Ryan perguntou aos médicos e cientistas.
— sim. Vamos começar — uma mulher ruiva disse.
— ele vai ficar bem, Layla — Ryan indicou com a mão pra se afastarem e ela suspirou, o seguindo.
— quando ele vai acordar?
— não sabemos. Lavínia é a melhor médica da Cadmus, Danny está em boas mãos.
Eles seguiram pelo corredor e pararam em uma sala de descanso, Ryan indo pegar água pra ela.
— quando quer ir? — ele perguntou e a entregou o copo de água.
— essa tarde.
Ele concordou e ela bebeu a água.
— não quer descansar um pouco?
— não consigo. Meu corpo e minha mente estão tão... — nem sabia como explicar a sensação.
A mistura daquelas três drogas. Porque era isso que as injeções eram, drogas feitas com propósitos específicos.
— desculpa não poder ajudar.
— já estão ajudando meu irmão, é o suficiente — ela se encostou no banco e suspirou.
— foi a primeira vez que usou?
— sempre tive um pouco de repulsa à droga. Agora... Não sei quantas cápsulas ele enfiou na minha boca.
Ele a analisou por um momento.
— acho que a quantidade não importa, sua regeneração deve limpar um pouco o efeito.
— espero.
Ficaram em silêncio por um minuto mas logo Ryan voltou a falar.
— vou preparar as coisas, tem um quarto aqui na frente se quiser descansar.
Ela concordou e ele se afastou, sumindo no corredor. Layla entrou no quarto e deitou na cama, fechando os olhos e abraçando o travesseiro. Estava tão cansada e seu corpo ainda doía, mesmo que a regeneração estivesse limpando um pouco da cocaína e a cl6, seu corpo ainda doía.
Ela cochilou por uns minutos e acordou com uma mão acariciando seus cabelos.
— tá tudo pronto — Ryan disse e ela resmungou.
Ryan soprou uma risada, a pegando no colo e saindo do quarto. Ele a carregou até o estacionamento, a colocando no banco e a cobrindo com uma manta. Ele dirigiu até a casa dela e pegou a mochila dela, estava intocada praticamente. Logo estavam na estrada, em direção a São Francisco. Foi uma viajem de dois dias, completamente exaustivos.
Fazia algumas horas que tinham entrado na estrada perto de São Francisco. Layla dormiu o tempo todo, só acordou quando Ryan a chamou. O carro tava parado na frente de um hotel, já que ele não sabia pra onde ir.
— o endereço.
Layla disse o endereço e Ryan voltou a dirigir.
— eu queria poder voltar atrás, mas não posso. Eu magoei muitas pessoas e magoei você — Rose dizia.
Ela tinha contado tudo pro Jason, todo o plano do Exterminador pra ela se infiltrar na torre e ajuda-lo a destrui-los.
— quando eu cheguei na torre titã, eu tentei fazer o que meu pai queria mas aí... Te encontrei.
— tá, eai? — como se ele caísse nessa.
Fazia só alguns dias desde que resolveram sair da torre, depois de Dick contar a verdade sobre a morte de Jericho.
— um de nós é sincero... E o outro não?
— claro que não é de verdade. Você e eu, esses últimos dias foram tudo verdade — ela se aproximou e isso foi o estopim pra ele.
— quer saber Rose, que tal você explicar tudo hein? Que tal me contar as partes em que você não tava mentindo?!
— Jason...
Ele passou as mãos pelo cabelo, seus olhos marejando.
— porra... No que é que eu tava pensando? Hein? Eu sou muito idiota cara — Ele era. Idiota por pensar que aquilo entre eles seria suficiente. Que se ignorasse a ausência de Layla e a substituísse, resolveria as coisas. — eu levei você até o teatro, eu contei todos os meus segredos, porra. O que? Era tudo parte do treinamento do seu pai pra ferrar comigo?!
Ela apenas o olhou, entendendo em parte o surto dele. O Exterminador sequestrou Jason, o manteve como refém, bateu nele e tirou o localizador GPS de seu corpo. O deixou cair de um prédio e ele teria morrido se não fosse Conner.
Jason pegou a bolsa e colocou no ombro.
— qual que é seu problema...
Rose segurou seu pulso quando ele se virou pra sair.
— olha, não era pra nada disso acontecer, mas aconteceu — ela disse e ele se soltou bruscamente do toque dela, se virando pra ela.
— tira a mão de mim.
Pela reação brusca, Rose o socou como reflexo, se arrependendo assim que viu o olhar dele. Jason passou a mão em baixo do nariz, limpando o sangue.
— anda. Luta comigo. Eu sei que você quer.
— já acabou? — ele se manteve sério e ela respirou sôfrega. — acabou — ele se afastou e foi até a porta.
— aonde você vai? Os titãs precisam da gente.
— foda-se eles, Rose. Foda-se todos vocês — ele saiu pela porta e deixou a casa, Rose ficando pra trás e contendo o choro.
Então o telefone tocou e ela foi atender.
Era o Exterminador.
[Revisado]
Quem nunca tentou usar uma pessoa pra superar outra e se ferrou mais ainda?
Não tô passando pano, só pra esclarecer. Não usem as pessoas!!
Deixando registrado a dupla que apareceu nesse capítulo:
Nick Fink as Ryan
Kathryn Newton as Sacha
Caso seja mais fácil pra entenderem: Ryan (Clarke em Legacies), Sacha (Claire Novak em Supernatural)