CHEGUEI AO CENTRO DE TREINAMENTO do Palmeiras com uma mistura de nervosismo e entusiasmo borbulhando dentro de mim.
Como Maitê Lopez, eu estava prestes a começar uma nova jornada como fisioterapeuta esportiva do time.
À medida que estacionei o carro, meu coração batia mais rápido. Saber que minha tia Leila, a presidente do time, estava por trás dessa oportunidade era reconfortante e desafiador ao mesmo tempo.
Era um segredo que poucos sabiam: o laço de parentesco entre nós. Mas, naquele momento, eu estava determinada a fazer jus à confiança que ela depositara em mim, independentemente dos laços familiares.
Enquanto caminhava em direção ao prédio principal do CT, relembrei todos os sacrifícios e esforços que fiz para chegar até ali.
Desde que saí do ensino médio, mergulhei de cabeça na faculdade, trabalhando incansavelmente para pagar as mensalidades. Horas extras, madrugadas de estudo e uma dieta constante de cafeína se tornaram minha rotina.
Minha tia Leila reconheceu meu esforço e dedicação, oferecendo-me essa oportunidade não por laços familiares, mas pela minha determinação em alcançar meus objetivos.
Estava determinada a honrar sua confiança e mostrar a todos que merecia estar ali pelo meu próprio mérito.
Ao avistar minha tia na entrada do CT, dei um sorriso nervoso e comecei a girar os anéis em meus dedos, uma maneira inconsciente de aliviar a tensão.
Vestida com uma calça social preta, uma camisa social branca e um par de saltos pretos básicos, mantive uma maquiagem leve que realçava meus traços naturais.
Agradeci mentalmente por meu cabelo cacheado estar exatamente como eu queria: volumoso e definido.
Na noite anterior, finalizei meus cachos e os protegi com uma touca de cetim, pedindo silenciosamente a Deus para que, ao acordar, eles não parecessem que eu acabara de sair de uma briga.
Assim que me aproximei, minha tia me recebeu com um breve abraço e um olhar orgulhoso.
— Tia Leila, estou tão empolgada por essa oportunidade. - eu disse, tentando conter a emoção em minha voz.
Ela sorriu, colocando a mão em meu ombro.
— Tenho certeza de que você vai se sair incrivelmente bem, Maitê. Sua dedicação e esforço até aqui falam por si só.
A gratidão encheu meu coração.
— Obrigada por acreditar em mim, tia. Prometo não decepcionar.
Ela assentiu, confiante.
— Eu sei que não irá. Vamos lá, todos estão ansiosos para conhecê-la.
Enquanto caminhávamos em direção à sala de apresentações, eu cumprimentava as pessoas com um aceno, tentando conter os nervos que começavam a se agitar novamente.
Minha tia parou ao meu lado, e notei uma expressão pensativa em seu rosto.
— Querida, esqueci de avisá-la. Vamos apresentar você e o novo contratado hoje. — ela disse, parecendo perceber minha surpresa e curiosidade.
Meu coração deu um salto.
— Hoje? Mas eu ainda não me preparei para uma apresentação formal. — murmurei, um leve pânico se insinuando em minha voz.
Tia Leila sorriu tranquilizadora.
— Você vai se sair bem, confie em si mesma. Além disso, não há melhor momento do que agora para começar.
Inspirei fundo, tentando acalmar os nervos.
— Você tem razão. Vamos fazer isso. — respondi, determinada a enfrentar o desafio de frente.
Com um misto de curiosidade e ansiedade, olhei para minha tia, tentando decifrar quem seria o novo contratado que seria apresentado junto comigo.
— Tia Leila, quem é o novo contratado? - perguntei, mal conseguindo conter minha curiosidade.
Ela sorriu misteriosamente.
— Você vai descobrir em breve, Maitê. Será uma surpresa para todos.
Com um aceno de cabeça, respirei fundo, preparando-me mentalmente para o que estava por vir.
A sensação de expectativa misturada com a determinação de fazer o meu melhor só aumentava à medida que nos aproximávamos da sala de apresentações.
Enquanto cumprimentava alguns funcionários da comissão técnica, meus olhos capturaram a imagem de Joaquín Piquerez, o jogador que, na minha opinião, era o mais bonito do Palmeiras.
Ele se aproximava com um sorriso no rosto, e meu coração deu um pequeno salto quando nossos olhares se encontraram.
— Olá, Maitê, prazer em conhecê-la. - disse ele, estendendo a mão para cumprimentar-me.
— O prazer é todo meu, Joaquín. - respondi, tentando manter a compostura apesar da leve agitação que sentia.
Seu sorriso era cativante.
— Estou ansioso para trabalhar com você. Espero não dar muito trabalho... - disse ele com um tom brincalhão.
Ri, sentindo-me mais à vontade com sua descontração.
— Tenho certeza de que vamos nos dar muito bem, Joaquín. Estou aqui para ajudar no que precisar.
Ele assentiu com um sorriso, e por um breve momento, nossos olhares se prolongaram, antes de nos voltarmos para a apresentação que estava prestes a começar.
À medida que os jogadores me cumprimentavam, recebendo-me calorosamente, Endrick, o caçula do time, foi o último a se aproximar.
Estendi a mão para cumprimentá-lo, mas antes que eu pudesse reagir, ele me puxou para um abraço surpreendente.
Por um momento, fiquei um pouco surpresa, mas logo retribuí o gesto, sentindo-me acolhida por suas boas-vindas.
— Seja bem-vinda, Maitê. - ele disse, com um sorriso gentil. — É um prazer ter você conosco. E, olha, você é uma gata hein?
Um rubor leve coloriu minhas bochechas enquanto agradecia pelo elogio.
— Obrigada, Endrick. É muito bom estar aqui.
Seu sorriso brilhante era contagiante, e por um momento, senti-me envolvida pela energia positiva do ambiente.
Estava claro que seria uma experiência incrível trabalhar com aquele garoto.
Agradeci silenciosamente a gentileza de Piquerez enquanto me sentava ao seu lado, sentindo-me um pouco tensa com a iminente apresentação.
Ele percebeu minha ansiedade e dirigiu algumas palavras de encorajamento.
— Certeza que você vai se sair muito bem, relaxe... — disse ele, com um sorriso reconfortante.
Senti um peso sendo tirado dos meus ombros e um sorriso nervoso se formou em meus lábios.
— Obrigada, Joaquín.
Com um aceno de cabeça, ele reafirmou sua confiança em mim, e juntos, nos preparamos para ouvir as apresentações que estavam por vir.
Minha tia Leila estava ao lado de Abel, o treinador, quando ela começou a falar sobre a importância de um fisioterapeuta para a equipe.
— Como todos sabem, a saúde e o bem-estar dos nossos jogadores são prioridades aqui no Palmeiras. É por isso que estamos muito felizes em apresentar nossa nova fisioterapeuta esportiva, Maitê Lopez. - anunciou minha tia, com orgulho evidente em sua voz.
Senti meu coração acelerar enquanto todos os olhares se voltavam para mim.
Respirei fundo, tentando controlar os nervos à medida que me preparava para falar.
Me levantei com um sorriso nervoso e acenei para algumas pessoas na plateia, sentindo o olhar da imprensa de televisão voltado para mim, embora soubesse que a maioria estava ali pelo anúncio do jogador.
Endrick me fez um gesto amigável, associando e fazendo coração com a mão, o que me arrancou um sorriso reconfortante.
Finalmente, me sentei à mesa e peguei o microfone, sentindo a pressão do momento.
— Boa tarde a todos. — comecei, tentando manter a voz firme.
— Gostaria de agradecer à diretoria e à comissão técnica por essa oportunidade incrível de fazer parte deste time maravilhoso.
Olhei ao redor, encontrando os olhares encorajadores de meus colegas de equipe.
— Estou extremamente feliz e honrada em poder contribuir para a saúde e o desempenho dos nossos jogadores. Mal posso esperar para começar e fazer o meu melhor para ajudar o Palmeiras a alcançar seus objetivos.
Terminei com um sorriso, sentindo-me grata pela recepção calorosa que recebi.
Os aplausos calorosos que ecoaram pela sala me envolveram, enchendo-me de gratidão e confiança.
Porém, meu momento de êxtase foi interrompido quando Abel começou a falar sobre o novo volante do time de futebol, Richard Ríos.
Seu nome não me era familiar e, confusa, me perguntei em silêncio: "Quem diabos é esse?
Por um momento, senti-me desconcertada por não estar a par desse novo jogador, mas rapidamente me recompus, lembrando-me de que ainda havia muito a aprender sobre a dinâmica do time. Afinal, acabara de chegar.
Com um sorriso forçado, voltei minha atenção para a apresentação de Abel, determinada a absorver o máximo de informações possível sobre o novo membro da equipe.
— Caros amigos e colegas, é com grande entusiasmo que hoje apresento a vocês o mais novo membro da nossa equipe, Richard Ríos. - começou Abel, seu tom de voz carregado de entusiasmo.
— Richard é um jogador talentoso e determinado, cuja habilidade e dedicação certamente contribuirão significativamente para o desempenho do nosso time.
— Sua capacidade de atuar como volante trará equilíbrio e segurança ao nosso meio-campo, fortalecendo nossa defesa e impulsionando nossos ataques.
Ele fez uma pausa, deixando o impacto das palavras ecoar na sala.
— Estou confiante de que Richard Ríos se integrará perfeitamente à nossa equipe e nos ajudará a alcançar novos patamares de sucesso. Vamos dar as boas-vindas a ele com todo o nosso apoio e confiança.
Seu discurso foi recebido com aplausos entusiasmados, e eu, mesmo ainda surpresa com a revelação, juntei-me aos outros em reconhecimento ao potencial do novo jogador.
Enquanto saboreava um gole de água para refrescar a garganta, senti um leve alívio após parte da apresentação.
Mas, no momento em que fui recolocar a garrafa na mesa, um pequeno contratempo aconteceu: a tampa escapou da minha mão e caiu no chão com um som abafado.
Um suspiro escapou dos meus lábios enquanto eu observava a tampa rolar para fora do meu alcance. Com um movimento rápido, decidi me abaixar para pegá-la, permanecendo sentada na cadeira para não chamar muita atenção para o incidente.
Assim que me levantei e fiquei ereta no lugar, senti meus olhos serem atraídos pela mão estendida na minha direção.
Enquanto meu cérebro processava a cena, meus olhos subiram e se encontraram com a face do jogador, cujo rosto eu reconheci imediatamente.
Uma mistura de choque e surpresa reluziu em seus olhos enquanto ele esperava meu cumprimento.
Por um instante, o tempo pareceu desacelerar, e uma onda de choque percorreu meu corpo quando percebi que ainda tinha água na boca.
Antes que eu pudesse reagir ou controlar o impulso, um jato de água foi expelido da minha boca com força, mas não em direção ao chão ou à mesa.
Não, esse jato certeiro atingiu o rosto do jogador à minha frente, sem piedade.
O som do impacto foi quase ensurdecedor em meio ao silêncio repentino que se abateu sobre a sala.
Minha expressão de horror refletia o choque que senti ao testemunhar o desastre que eu mesma causei.
Gotas de água brilhavam no ar, enquanto o jogador, atônito, piscava os olhos molhados, surpreso com o que acabara de acontecer.
O constrangimento me envolveu como uma névoa densa, e eu fiquei paralisada por um momento, sem saber o que fazer ou dizer para remediar a situação. A plateia, por sua vez, parecia dividida entre o espanto e a vontade de rir diante do inesperado.
Puta que pariu.
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Esse foi o primeiro capítulo, eu sei que não é a melhor escrita do mundo, mas espero que gostem. E aí? O que vocês acharam da reação da Maitê com o Richard? Especulações? Comentem e não esqueçam de votar minhas lindas, beijos e até semana que vem!!!