Suitor | Snarry

By moonletterss

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O novo professor de DCAT está tentando seduzir Snape. Harry faz o possível para acabar com isso e seduzir ele... More

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By moonletterss

— Estou tão feliz que todos decidimos voltar para Hogwarts no nosso último ano. Eu realmente não consigo imaginar como poderíamos ter vivido no mundo bruxo sem nossos NIEMs — disse Hermione.

Harry, Ron e Hermione estavam sentados juntos em um dos compartimentos do Expresso de Hogwarts, aproveitando aquela que seria sua última viagem até a escola. Estava quase escuro, não havia nenhuma nuvem à vista e eles estavam muito entusiasmados para começar o oitavo ano. Ou melhor, repitir o sétimo, já que os NIEMs e os NOMs foram cancelados devido a uma guerra violenta. Além disso, considerando que todos no ano letivo anterior estavam sujeitos a um constante terror e medo por suas vidas, Hogwarts ofereceu a todos que repetissem o último ano. Houve muitos primeiros anos.

— Bem, por um lado, acho que Harry não teria problemas para encontrar emprego, certo, cara? Todos eles iriam despedaçá-lo só para que todos pudessem ter um pedaço de Harry Potter, o Conquistador do Lorde das Trevas, para trabalhar para eles — Ron sorriu quando Harry jogou nele um sapo de chocolate, que prontamente pulou em cima de sua bagagem acima de suas cabeças. Ron seguiu-o com os olhos e quando desapareceu de vista ele apenas encolheu os ombros como se dissesse 'Vou buscá-lo mais tarde'.

— Não diga mais nada, Ron. Mesmo que você esteja certo, eu não gostaria de trabalhar para alguém só para que essa pessoa fique me encarando o tempo todo. Isso me dá arrepios — Harry estremeceu de forma incisiva.

— Além disso — continuou Hermione, — todo mundo que contratasse você apenas por ser você não teria cérebro. Desculpe, Harry — ela disse quando percebeu o olhar incrédulo que ele lhe dirigiu, — mas é a verdade. E você sabe disso.

Harry apenas assentiu. Ele sabia de tudo isso, claro, não era estúpido. Mas é totalmente diferente quando alguém diz isso em voz alta.

As árvores passavam nadando em um borrão de verde e marrom e Harry descobriu que isso o acalmava. Ele não precisava se concentrar, apenas deixar sua mente vagar por onde quisesse. Tranquilo. Ele precisava de paz.

— Já volto pessoal, terei que devolver isso para Luna, por algum motivo ela queria de volta antes de chegarmos ao castelo — ela deu de ombros e saiu do compartimento com uma braçadeira de contas.

Harry viu Ron lutando com outro sapo de chocolate, então se virou para a janela e deixou sua mente vagar novamente.

Não por muito tempo, porém, quando a porta se abriu novamente e Hermione voltou.

— Interessante — ela começou.

— O que é? — perguntou Ron, finalmente conseguindo pegar o sapo e decapitá-lo com os dentes.

— Nojento — disse Hermione, mas continuou, — Luna estava sentada com Susan e elas estavam conversando sobre a escola, quando Susan disse que o conselho escolar tentou impedir Snape de lecionar.

— Por que? — perguntou Harry. — Se não fosse por ele, metade das crianças ficariam ainda mais traumatizadas.

— Eu perguntei a ela, naturalmente, mas ela não sabia — Hermione encolheu os ombros. — Aparentemente, a maioria das pessoas tem o mesmo ponto de vista que você, Harry, então ele ficou.

Eles ficaram quietos pelo resto da viagem e começaram a recolher suas coisas assim que o trem começou a desacelerar. Eles caminharam lentamente para fora e imediatamente procuraram seu amigo meio gigante apenas para dizer olá antes de embarcar nas carruagens.

— Primeiros anos! Aqui, por favor! Siga a luz, sim, é isso, estou aqui e vou te levar ao castelo pela primeira vez! Você verá, é uma visão gloriosa! Por aqui! Primeiros anos! Isso é tudo de vocês? Bom, vamos seguir nosso caminho! — disse uma voz muito suave e estridente para ser a de Hagrid. Porém, por mais que tentassem vislumbrar a pessoa que estava ali em vez de seu grande amigo, não conseguiam ver nada por causa das filas movimentadas do corpo discente tentando chegar aos seus brinquedos. No momento em que foi pelo menos parcialmente limpo, a luz e o homem que a segurava não estavam mais à vista.

— Quem diabos é esse? — perguntou Ron a caminho da última carruagem que os aguardava.

— E onde está Hagrid? — disse Harry calmamente, esperando que nada de ruim acontecesse com ele.

.

Assim que chegaram ao Salão Principal, avistaram Hagrid conversando com Madame Hooch. Uma pergunta foi respondida, mas outras estavam se formando. Por que diabos ele não recebeu os primeiros anos? Ele estava bem? Ele tinha um substituto? O que estava acontecendo? Quando Hagrid desviou o olhar de Hooch por um momento e colocou os olhos no trio, seu rosto se abriu em um enorme sorriso e acenou na direção deles. Todos sorriram e acenaram de volta e sentaram-se à mesa enquanto Hagrid voltava à conversa.

— Bem, Hagrid está obviamente bem. A questão permanece: por que a mudança? — disse Ron para ninguém em particular.

— Em breve saberemos, eu acho — respondeu Hermione um momento antes de a porta do Salão Principal se abrir e os alunos do primeiro ano entrarem correndo atrás da Professora Sinistra.

E assim a cerimônia de seleção começou. Harry não conseguia se lembrar da última vez que experimentou isso de maneira adequada. Mesmo que não tenha demorado tanto, ele estava imensamente grato porque, pela primeira vez, no que pareceu uma eternidade, tudo estava bem.

Enquanto todos os olhos estavam voltados para a Seleção, um homem vestido com uma túnica azul marinho entrou silenciosamente pela porta dos fundos e sentou-se com o mínimo de barulho possível no assento vazio ao lado do Mestre de Poções.

Os alunos do primeiro ano foram classificados, o Chapéu foi guardado e a Professora McGonagall se levantou. Ela deu as boas-vindas aos primeiros anos e cumprimentou o restante dos alunos. Ela também não deixou de lembrar a todos que a Floresta Proibida estava fora do alcance dos alunos, como sempre, e apontou que a lista de itens proibidos havia sido ampliada devido ao fato de muitos produtos dos Weasley terem chegado ao mercado.

— E por último, mas não menos importante, gostaria que todos vocês dessem as boas-vindas ao nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, o professor Andrew Mills, que também gentilmente se ofereceu para recolher os alunos do primeiro ano na estação. — O homem de túnica azul sentado ao lado de Snape levantou-se e curvou-se ligeiramente diante das palmas.

— Se me permite algumas palavras, diretora? Obrigado — perguntou Mills educadamente, sem realmente esperar por uma resposta. Embora McGonagall assentisse uma vez, sua boca talvez um pouco mais cortada do que o normal, já havia alguns alunos que instantaneamente não gostaram do novo professor.

— Esse é o cara que ouvimos falar com os primeiros anos! — Ron sussurrou com urgência para os outros dois.

— Sim, e ele está querendo ser outra Umbridge — disse Harry maliciosamente.

— Calma — disse Hermione, os olhos fixos no Professor. Os meninos se entreolharam incrédulos e encolheram os ombros.

— Eu só queria expressar minha alegria por poder lecionar nesta escola maravilhosa e prometo a vocês que aproveitarei esta incrível oportunidade para ajudá-los e orientá-los com o melhor de minhas habilidades. Sempre que você se encontrar em apuros ou simplesmente perdido, por favor, não hesite em me procurar! Estou sempre lá para ajudá-lo, lembre-se disso! — e com um último sorriso vistoso, ele se curvou novamente e sentou-se.

— Parece que Snape está prestes a vomitar — comentou Harry.

— Sim, bem, ele não é o único! — disse Ron e apontou para Malfoy, que parecia alguém enfiando algo desagradável em sua bunda.

— Sou eu ou Mills é uma combinação de Lockhart e Umbridge? — perguntou Harry.

— Agora que você mencionou... — disse Ron pensativo.

— Vocês dois são inacreditáveis! — disse Hermione indignada. — Pela primeira vez em não sei quantos anos, alguém lhe oferece uma mão e vocês simplesmente riem dele!

— Acalme-se, Hermione, sério — Ron disse tentando acalmá-la. — Esse cara é simplesmente engraçado, só isso. — Ele se inclinou para um beijo.

Hermione bufou, olhando para ele por um ou dois segundos antes de retribuir brevemente o beijo.

— Arrumem um quarto, vocês dois — disse Ginny, rindo. — O Mills é um bom partido, não é?

Ron e Harry se entreolharam novamente e, quando Ron tossiu, soou de forma suspeita como "buscador de atenção" e ambos chegaram à mesma conclusão. Eles tinham outro Lockhart entre eles.

.

No dia seguinte, a primeira aula deles foi Poções com os Sonserinos. Eles já estavam todos reunidos em frente à sala de aula e esperando que o Professor os deixasse entrar. Como esta era a aula de Snape, eles foram espertos o suficiente para manter o barulho no mínimo. Graças a isso, eles puderam ouvir duas vozes vindas do final do corredor escuro, uma delas pertencente a ninguém menos que o Professor Mills.

— Estou lhe dizendo, Severus, isso vai ser divertido! Você verá, basta ir junto!

— Como já expliquei a você mais de uma vez, Mills, não estou interessado — disse Snape com sua voz suave e perigosa.

— Oh, vamos, Severus — Mills estava perto de choramingar. Choramingar!

— Agora, tenho uma aula para dar. Fique à vontade, a menos que queira ser a cobaia. — Foi nesse momento que os dois homens chegaram à sala de aula e ficaram à vista dos alunos.

— Tudo bem, seja por aqui. Mas estou te dizendo! — disse Mills, acenando com o dedo indicador para Snape. — Mais cedo ou mais tarde, você vai aparecer e, quando isso acontecer — Mills fez uma pausa e apontou para um sorriso doce, — vou me certificar de que você se divirta — e deu uma piscadela para ele.

Harry de repente viu vermelho. Naquele momento, ele sabia que odiava Mills com cada fibra do seu ser. Ele realmente flertou com Snape?

De. Jeito. Nenhum. Porra.

Por cima do meu cadáver, talvez.

E mesmo assim, ele teria vindo e assombrá-lo até os confins da Terra. Quando Mills se virou para sair das masmorras, Harry murmurou um feitiço de tropeço tão baixinho que ninguém poderia tê-lo ouvido.

Enquanto Mills tentava ficar de pé, ele primeiro tropeçou no pé direito e depois no esquerdo e quase pareceu que foi atingido por um feitiço de pernas gelatinosas, até que finalmente tropeçou e caiu. Os alunos riram enquanto Parvati e outra garota, cujo nome Harry não conseguia lembrar, correram para ajudar o professor.

Harry sorriu e inadvertidamente olhou para Malfoy, que lhe lançou um olhar curioso.

— Chega! — disse Snape secamente, embora Harry tenha pensado de repente que o Mestre de Poções gostava de fazer Mills tropeçar tanto quanto o resto deles. — Todos vocês vão para a sala de aula agora. — Todos obedeceram rapidamente, seus sorrisos ainda brincando em seus lábios.

A aula transcorreu, para surpresa de todos, sem intercorrências. Nenhum caldeirão explodido, nenhum caos causado, nada. Harry finalmente conseguiu se concentrar na poção que estava preparando e não no motivo pelo qual o flerte de Mills o irritou tanto.

Ele sabia de uma coisa, no entanto. Que Snape sofreu muito por tudo que fez em sua vida e Harry assumiu a responsabilidade de garantir que ele não sofreria mais. Ele era o homem mais corajoso e inteligente que ele já conheceu e nenhum idiota, muito menos Mills, chegaria perto o suficiente para perturbar a paz de seu homem.

Espere o que? Seu homem? Que diabos?

'Não, não, não, não, não, não, sem distrações, agora não. Calma, concentre-se nessa poção, você vai pensar nisso mais tarde'. E com isso Harry se acalmou o suficiente para completar a tarefa do dia.

O sinal tocou, todos se certificaram de que sua amostra da poção estava na mesa de Snape para serem marcadas e como sempre todos tentaram ser os primeiros a sair da sala de aula. Harry, entretanto, não estava com pressa, ele não tinha aula até a tarde, então ele se certificou de que seu lugar estivesse o mais impecável possível.

— Potter. — Harry ergueu os olhos, momentaneamente perdido na limpeza, e viu Snape parado ao lado de sua mesa.

— Deixe isso e saia. — Seu tom era muito suave e Harry se viu sorrindo. Ele estava prestes a perguntar se deveria limpar todo aquele lugar, pois não tinha nada melhor para fazer sozinho (e queria ajudar), mas antes que pudesse respirar, uma voz vinda da porta o interrompeu primeiro.

— Severus!

Mills. De novo. Harry fez questão de ficar para trás o tempo suficiente para descobrir o que aquele miserável homem queria de seu Snape.

Seu Snape! DE NOVO?!

— Seja o que for, Mills, não estou com vontade de ouvir.

— Oh, Severus, Severus, Severus — estalou Mills. — Em primeiro lugar, eu disse para você me chamar de Andy e, em segundo lugar, tenho uma proposta para você.

'Por cima do meu cadáver', pensou Harry.

— Vamos sair só uma vez, no sábado, e se você achar muito... muito, podemos sair a qualquer hora. O que você diz? — perguntou Mills esperançosamente.

— Professor — interrompeu Harry inocentemente. — Sinto muito, infelizmente isso não é possível, já que o Professor Snape acabou de me dar uma detenção no sábado.

— Bem, então — disse Mills, nem um pouco desanimado, — Podemos ir no próximo sábado, Severus, o que você -

— Sinto muito, professor — continuou Harry como se fosse ele quem estivesse conversando com Mills em vez de Snape. — O que eu quis dizer é que o Professor me deu uma detenção todos os sábados até o final do ano. — Ao ver a expressão incrédula no rosto de Mills, ele acrescentou: — Veja bem, sou muito desastrado com poções e consegui explodir meu caldeirão. De novo. Grande tempo. — Harry acentuou com um aceno de cabeça e uma sugestão de suspiro fingido.

Mills ainda olhava para ele como se não tivesse certeza de qual idioma ele estava falando. Harry riu interiormente e continuou apenas para sua própria diversão:

— Sabe, grande explosão? Enorme ka-boom? — ele ilustrou seu argumento com os braços estendidos formando um grande círculo seguido pela imitação de um som de explosão.

Ele imaginou que Mills tentaria matá-lo em algum momento durante o ano letivo, a julgar pela expressão que o homem tinha no rosto. Mas ele respirou fundo e olhou para Snape e disse:

— Oh, isso é um pouco duro, Severus, você não acha?

Snape apenas ficou ali parado, com as mãos cruzadas sobre o peito e se Harry não soubesse, ele diria que o homem mais velho estava se divertindo. Ele não parou com isso, então deve ter se divertido pelo menos parcialmente.

— Bem, então teremos que mudar isso para domingo — continuou Mills, interpretando o silêncio de Snape como uma confirmação. — Então, domingo, você está -

—Professor, minhas desculpas-

— O QUE? — cuspiu Mills na direção de seu Harry, então ele visivelmente se acalmou e continuou em um tom mais suave — É isso, rapaz?

— Oh, sinto muito, mas por causa da minha falta de jeito em Poções, o Professor Snape me ofereceu aulas corretivas de poções e como minhas detenções são aos sábados, naturalmente as poções corretivas acontecerão aos domingos. — A cada palavra que ele dizia, Harry apreciava cada vez mais a expressão no rosto de Mills. Ele arriscou olhar para Snape, que ainda não tinha dito uma palavra, mas não parecia ter pressa em fazê-lo.

— Será que vão, agora — Mills estava quase fervendo. Quase.

Snape provavelmente pensou que isso já durava tempo suficiente porque disse:

— Você o ouviu, Mills. Eu não estou disponível. Agora, se você nos der licença, Potter aqui tem que limpar toda a sala de aula da bagunça que ele fez. — O fato de não haver bagunça não passou despercebido ao professor de DCAT. Tanto Harry quanto Mills observaram Snape caminhar até sua mesa, onde se sentou e começou a revisar as amostras de seus alunos.

Mills então olhou de Snape para Harry e sua expressão era de intensa fúria.

— Eu não sei que jogo você pensa que está jogando, Potter — ele sibilou baixinho, — mas você vai perder.

— Não tenho ideia do que você está falando, professor — respondeu Harry, zombando e confuso.

Mills apenas bufou e saiu da sala de aula. O forte estrondo da porta falou muito de sua agitação momentânea.

Harry ainda estava sorrindo quando olhou para Snape.

Que estava olhando astutamente para ele, mas não disse nada.

Harry apenas encolheu os ombros.

— Ele é um idiota que não entende um não.

Quando Snape ainda não disse nada, Harry suspirou:

— Você sempre pode cancelar as detenções. E as lições corretivas também.

— Eu não sei por que você sentiu necessidade de se envolver, Potter — Snape finalmente disse, — mas foi — uma pequena pausa, — esclarecedor. No entanto, no futuro, por favor, evite ditar meu tempo livre. — Não 'Não fale com os professores dessa maneira', nem 'Isso não é da sua conta'. Snape definitivamente estava se divertindo e o sorriso de Harry se alargou ainda mais.

Snape ergueu uma sobrancelha e disse:

— Você pode ir agora.

— Não se importe se eu for — cantarolou Harry, sem realmente pensar por que ele era tão brincalhão. Mas antes de abrir a porta, Snape o chamou novamente:

— Potter?

Harry se virou, sem saber o que esperava ou queria que Snape dissesse.

— Venha ao meu escritório às sete depois do jantar.

O coração de Harry começou a bater tão rápido que ele não pôde fazer nada além de olhar para o homem atrás da mesa. Sua mente foi a lugares onde nunca havia ido antes e ele não sabia no que focar primeiro.

— No sábado, pela sua detenção forjada. Veremos por quanto tempo precisarei de seus serviços. — Com essas palavras, ele acenou com a mão e voltou para as amostras, dispensando Harry como se a última meia hora nunca tivesse acontecido. Harry ficou com o rosto todo vermelho e saiu da sala de aula o mais apressadamente que pôde, sem realmente parecer estar correndo.

Ele não conseguia encarar ninguém no momento, então, uma vez no Hall de Entrada, ele decidiu sair, sentar-se à beira do lago e parar por um minuto para pensar. Ainda estava muito quente para setembro, então ele se deitou na grama e se concentrou na situação de Snape.

'...que porra?' A última vez que ele se comportou assim foi quando estava apaixonado por Cho. Ele balançou a cabeça firmemente para limpar esse pensamento. 'Eu não posso ter uma queda por ele!' Mas ele se livrou de Mills para não ser capaz de persuadir Snape a ir aonde aquele idiota planejava ir, e no final, quando Snape lhe disse para ir ao seu escritório, ele quis acreditar que... 'Isso o quê? Que ele iria me beijar? Porra!' Sua mente lhe forneceu uma imagem deles fazendo exatamente isso e houve um choque tão poderoso de eletricidade quente balançando seu corpo que ele jogou a cabeça para trás e gemeu, com força só por isso.

'Puta merda!' Ele arregalou os olhos e apenas olhou para o céu, imóvel. Ele tinha uma queda por Snape. Ele também queria beijá-lo. Porra. Seriamente. E fazer com ele o que dois caras fizeram juntos. Tinha que haver livros sobre isso. Ele se apoiou nos antebraços. Hermione, ela saberia onde conseguir esses livros e se era possível encomendá-los anonimamente. Se Harry Potter encomendasse um livro sobre sexo gay, a imprensa ficaria louca. Ele se encolheu. Não havia como ele ordenar isso em seu nome.

Ele se levantou e voltou para o castelo. Ele é tão gostoso. E poderoso. E essa atitude reservada, eu me pergunto como seria se ele deixasse isso de lado e fosse apenas ele mesmo. Qual seria o gosto de seus lábios sob os meus? Ele gemeria? Porra. Porra. Porra. Ele deixaria que eu o tocasse? Eu nunca vi ninguém tocá-lo antes. Ele congelou e começou a pensar em todos esses anos. Puxa vida, não me lembro de ninguém ter tocado nele casualmente, nem em qualquer outra pessoa. Será que ele tem algum amigo? Ele balançou a cabeça e começou a andar novamente. Esse pensamento o entristeceu. Talvez o Malfoy sênior? Ou talvez algumas mulheres, mas quem...

Merda. Ele é mesmo gay? Por que eu pensei que ele era gay? Era como se ele tivesse esquecido que Snape costumava sair com sua mãe. E se ele fosse, ele iria querer ficar comigo? Ele sabia que Snape nunca se apaixonaria por ninguém. Ele estaria procurando alguém que pudesse acompanhá-lo, que o estimulasse intelectualmente.

E você pensou que poderia ser você por quê? Merda. Ele nunca me consideraria, não é? O que eu faço? Ele parecia muito perdido naquele momento. Como se Snape estar em sua vida fosse a coisa mais lógica do mundo, mas ele sabia que isso nunca aconteceria.

Um passo de cada vez. Primeiro, livros. Vamos ver se é só Snape ou se são homens em geral. Ele tentou se imaginar beijando algum outro cara da escola, mas não conseguiu pensar em nenhum. Então ele tentou imaginar algum homem inexistente que ele pudesse beijar, mas esse homem logo se transformou em Snape. Droga, livros. Preciso de livros, inspiração e conhecimento. Então, ele tinha que descobrir se Snape era gay ou pelo menos bi. Em seguida, ele deveria fazer amizade com ele. Ou talvez tente fazer amizade com ele independentemente de sua sexualidade, para que ele possa tê-lo em sua vida, pelo menos como amigo. Talvez a paixão desaparecesse com o tempo e isso poderia ser apenas seus hormônios falando.

Ok, certo.

.

— Hermione, posso falar com você por um minuto? — Harry tentou encurralá-la sozinho, quando Ron finalmente disse que precisava usar o banheiro antes da próxima aula.

— Claro, Harry, o que há de errado?

— Erm... — agora que ele estava falando com ela, parecia mais difícil trazer o assunto à tona. Ele continuou olhando para a parede atrás dela tentando encontrar as palavras certas.

— Você pode me dizer qualquer coisa, você sabe disso, certo? — Ela pegou a mão dele e apertou para dar ênfase. Harry sorriu e um pouco da tensão deixou seu corpo.

— Sim, eu sei, é um pouco... estranho.

Ela estava sorrindo encorajadoramente para ele e esperando pacientemente que ele começasse a falar. Ele respirou fundo e disse:

— Há algo que eu gostaria de saber mais. Acho que isso me ajudaria a entender algumas coisas que estiveram em minha mente recentemente. O problema é que não posso simplesmente encomendar livros gays em meu nome, porque a imprensa me comeria vivo, então fiquei me perguntando se...

— Uau, espere, você acabou de dizer livros gays? — perguntou Hermione, olhos grandes como pires.

— Eu disse? — Harry ficou vermelho. Ele não queria que escorregasse daquele jeito. — Erm, eu suponho. Uh, você... uh... não se importa, não é? — ele perguntou apreensivo.

— Se me importo? Deus, não, é apenas uma pequena surpresa. Você sabe, Ginny, Cho. — Ela parou por um segundo e perguntou: — O que causou isso? Quer dizer, não estou perguntando se você tem certeza de que é gay, mas há alguém que fez você perceber isso, não é? — Ela era um pouco inteligente demais para o gosto de Harry.

— Por acaso, sim. Mas — ele disse apressadamente antes que ela pudesse abrir a boca, — ainda não estou pronto para te contar. — Ela assentiu, embora um pouco desapontada. — Você acha que Ron ficará bem com isso?

— Eu ficaria bem com o quê? — perguntou Ron com expectativa, aparecendo ao lado deles com um muffin que pegou do almoço e deu uma mordida. Harry e Hermione se entreolharam, mas antes que Hermione pudesse expressar sua opinião, a porta da sala se abriu e a professora fez sinal para que entrassem.

— Mais tarde — murmurou Hermione e todos foram para suas mesas.

.

Eles não tiveram muito tempo para conversar até o jantar, onde também não puderam tocar no assunto, pois não era um lugar para tal discussão. Porém, Ron tentou abordar o assunto algumas vezes, sem saber do assunto e a cada vez recebia uma resposta vaga e um deles mudava imediatamente o assunto da conversa.

Quando terminaram de comer (Hermione e Harry estavam esperando que Ron parasse de se encher de tudo que estava na mesa), Hermione disse:

— Vamos dar um passeio lá fora.

— Entããão, o que está acontecendo? — perguntou Ron assim que eles saíram do alcance de seus ouvidos. Harry olhou do chão, de Ron para Hermione, que assentiu com a cabeça, então ele olhou de volta para Ron, endireitou as costas e disse:

— Sou gay. Eu acho.

Ron ainda estava olhando para ele com expectativa. Quando Harry não continuou falando, Ron o cutucou,

— Ok, eee...?

Harry evitou ficar boquiaberto como um peixe.

— Er... e eu realmente não... você está bem com isso? Eu sendo gay?

— Por que eu não estaria? — perguntou Ron com naturalidade. Quando ele notou seus dois amigos olhando para ele, ele acrescentou: — Bem, quero dizer... você se lembra do meu irmão Charlie, certo? Ele nunca levou uma garota para casa. Um dia, minha mãe perguntou se ele era gay e que, se fosse, estava tudo bem e ele poderia levar seu namorado para casa. Acontece que Charlie só está interessado em seus dragões. Acho que mamãe ficou desapontada porque é preciso amor na vida, não é? Mas ela percebeu que ele não estava realmente sozinho e os dragões o faziam feliz, então ela parou de cutucar. O que estou tentando dizer é que, a menos que você goste do Malfoy, estamos bem — Ron piscou e riu, e Hermione o acompanhou. Harry tentou rir com eles, mas pareceu forçado e Hermione parou.

— O cara que fez você perceber é Malfoy? — ela perguntou. Ron parou de rir e agora foi a vez dele de parar de ficar boquiaberto.

— Não, claro que não, não seja estúpido, ele é um idiota — Harry revirou os olhos e Rony relaxou visivelmente. Hermione não foi tão facilmente convencida, entretanto.

— Harry — ela começou, mas ele a interrompeu.

— Não faça isso. Apenas... não faça isso.

— Eu não estou julgando, Harry. É só que — ​​ela estava tentando encontrar as palavras certas. — Você pode ter qualquer um. Não, não assim, desculpe — acrescentou ela apressadamente, quando ele respirou fundo e se preparou para defendê-lo. — Desculpe, o que estou tentando dizer, eu acho, é: o que o torna atraente para você? O que atrai você nele? — ela parecia genuinamente interessada.

Harry parou para considerar a pergunta dela por um minuto, mas foi Ron quem falou primeiro.

— De quem você está falando? Você contou a ela, mas não a mim? — ele estava mais confuso do que magoado. — É alguém por quem eu iria pirar? Não acho que haja mais ninguém além de Malfoy que me obrigaria a fazer isso, Harry.

— Sim, bem, isso não importa de qualquer maneira — disse Harry mal-humorado. — Ele não gosta de mim e eu nem sei se ele é gay. Não há nenhuma maneira no inferno que ele consideraria ficar comigo.

— Então... ele é da Sonserina? — perguntou Ron como se Harry não tivesse dito nada. Ele assentiu. — Eu poderia citar todos os nomes dos Sonserinos, mas por que você simplesmente não me diz? Não pode ser pior que Snape. — Ron brincou.

Harry apenas fechou os olhos e olhou para todos os lados, menos para seu melhor amigo.

— Não — disse Ron, mas ele parecia meio divertido e meio atordoado. — Você gosta de Snape? Realmente? — Ele estava apenas sorrindo então. — Isso é uma loucura. Mas sim, ele é gay.

Agora foi a vez de Harry e Hermione parecerem chocados.

— O que? Oh. Fred e George. Eles tentaram pregar uma peça nos professores. Quando estavam em Hogsmeade durante um dos finais de semana, os professores foram ao Três Vassouras. Acho que Aberforth estava reformando naquela época. O lugar não ficou muito diferente depois disso, então ninguém sabe ao certo o que ele realmente estava fazendo, mas, de qualquer forma, McGonagall, Snape, Flitwick e o professor de DCAT da época, não me lembro o nome, estavam bebendo em uma das mesas e os gêmeos não conseguiram pensar em nada melhor do que contratar prostitutas para seduzi-los. — Ron fez uma pausa para respirar. Hermione parecia escandalizada e Harry ouvia com muita atenção.

— Elas não estavam vestidas como prostitutas, é claro, mas como clientes comuns. Além disso, não me pergunte como eles conseguiram o dinheiro para isso. De qualquer forma, elas disseram que um rapaz foi atrás de McGonagall quando ela se levantou para ir ao bar pagar os pedidos antes de sair. Na verdade, ela se lembrava dele dos tempos de escola e perguntou se ele ainda estava tendo problemas com transfigurações e para cumprimentar seus pais. Depois disso, ele não conseguiu mais. — Ron deu uma risadinha e continuou a narrar.

— Flitwick supostamente saiu com a anã. Aparentemente, também há anões entre as prostitutas e os gêmeos me disseram que perguntaram se o cliente a queria como fetiche. — Ron estremeceu.

— O professor de DCAT era uma vadia, não precisou de muita incitação e convidou aquela pessoa para tomar um drink no bar. Por que uma vadia, você pergunta? — ele dirigiu essa pergunta para Hermione, que provavelmente estava prestes a argumentar que alguém não precisa ser uma vadia para convidar um estranho para um drink. — Disseram que ele começou a apalpá-la assim que pediram as bebidas.

— E Snape? — perguntou Harry. Por que Ron não poderia começar com ele, ele não tinha ideia.

— Paciência, meu amigo. Eu tive que examiná-los primeiro, porque se você ouvisse com atenção, perceberia que eles deixaram Snape sentado sozinho à mesa. A mulher que contrataram veio sentar-se ao lado dele. Eles trocaram algumas palavras e logo a mulher se levantou e foi até os gêmeos e disse-lhes para esclarecerem os fatos da próxima vez, porque esse cara estava rebatendo pelo outro time.

— Você percebe que ele só poderia ter dito isso para se livrar dela, certo? — afirmou Hermione.

— Isso é o que eles pensaram. Então eles enviaram um cara.

— Eles pensaram que Snape poderia ser gay? — perguntou Harry.

— Não, Madame Hooch deveria se juntar a eles, mas não o fez, então eles o usaram, considerando que estavam pagando por ele de qualquer maneira.

— Então o que aconteceu? — perguntaram Harry e Hermione em uníssono.

— Snape saiu com o cara menos de dois minutos depois — finalizou Ron triunfantemente.

Por um lado, Harry ficou desapontado porque Snape simplesmente se levantou e saiu com algum cara qualquer, mas por outro lado feliz porque uma pergunta foi respondida.

— Então voltando para você, senhor — disse Hermione virando-se para Harry. — O que você acha tão atraente nele?

Harry considerou sua resposta por um momento antes de responder:

— Há algo nele que me atrai. Pode ser o proverbial fruto proibido, ou pode ser meu complexo de salvador que precisa vê-lo feliz. Eu realmente acredito que posso fazê-lo feliz e se ele me desse uma chance, eu provaria isso a ele. — Harry parou por um momento e continuou: — Ele é tão forte. — Até ele mesmo podia ouvir a admiração em sua voz.

Ele olhou para seus dois amigos.

— Quanto ele deu de si mesmo para vencermos a guerra. A tensão da espionagem. Ter que conversar com pessoas que ele detestava e não se entregar. Não quero nem saber o que ele fez em troca das informações sobre Voldemort. Ele é simplesmente... forte.

Ron assentiu e Hermione sorriu para ele.

— Eu entendo o que você quer dizer.

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