✓ HEARTBREAKER ¹ | SEBASTIAN...

By tomcruisre

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Sebastian Stan é o baterista de uma banda famosa e está vivendo com todo o glamour e prestígio de um verdadei... More

Personagens & Avisos
Soundtrack & Avisos
00. Prólogo
01. A vadia da Rolling Stones
02. Primeiro escândalo
03. Tudo o que poderia dar errado
04. O contrato
05. Aparição Pública
06. Upper East Side
07. Tequila e limão
08. Lençol de seda
09. Jantar a dois
10. Caixa de veludo
11. O equivoco
12. Preço da liberdade
13. Estúdio de gravação
14. Mais uma casualidade
15. Topless & TMZ
16. Massagem relaxante
17. O acidente de Skyler
18. A maldição
19. Lavagem a seco
20. Olho por olho
21. Noite de jogos
22. No limite
23. O álibi perfeito
24. Artigo da cosmopolitan
25. Escolha errada
26. Revelações
27. Um lugar chamado notthing hill
28. Como conquistar uma mulher
29. O depoimento
30. Dupla traição
31. Inimigo do meu inimigo
32. Envelope de fotos
33. Good morning america
34. Novas suspeitas
35. Feliz aniversário
36. Voyeur
37. Cottage grove - parte I
38. Cottage grove - parte II
39. Momento em família
40. Dia de SPA
41. Sorvete de baunilha e escândalo
42. Ação de graças
43. O primeiro corte é o mais profundo
44. O dia seguinte
45. Arma de choque
46. Pedido de desculpas
48. Acerto de contas
49. Primeiro encontro
50. Ouroboros
51. Contagem regressiva
52. Um pequeno favor
53. Negocio Arriscado
54. Desastre de natal - Parte 1
55. Desastre de natal - Parte 2
56. A verdade nua e crua
57. Mais um beijo
58. O ultimo suspiro
Livro 2 & Agradecimentos

47. O peso do passado

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By tomcruisre

— Eu acho que precisamos conversar.

— Sobe ai. — Sebastian guardou o celular dentro da jaqueta e olhou para os lados para se certificar que ninguém estava olhado.

A mulher de longos cabelos loiros não hesitou em subir na garupa abraçando a cintura de Sebastian que arrancou com a moto cortando alguns carros na rua para chegar a avenida principal.

Seu coração batia rápido em seu peito e ele temia que a mulher atrás dele pudesse sentir o quão nervoso ele estava com a presença dela.

Dando a volta em uma pracinha vazia, Sebastian parou a moto atrás de uma árvore grande que impedia qualquer um de ver os dois ali.

— O que veio fazer aqui? — Sebastian perguntou sem enrolação descendo da moto e desligando os faróis.

— Foi você quem me trouxe para o meio do nada.

— Corta essa, Lola. — Sebastian alterou o tom de voz. — Sem joguinhos.

— Não é óbvio? — Lola permaneceu séria. — Eu vim ver minha filha.

— Está chapada?

— Eu a vi foto dela na revista. — Lola disse sentindo sua voz falhar. — Não tente me enrolar.

— Você não viu nada. — Sebastian estava começando a soar frio de nervoso. — Então dê meia volta e suma daqui.

— Aquela mulher na foto com ela é sua namorada. — Lola riu ao ver Sebastian perder a cabeça. — Eu te conheço e sei quando está mentindo.

— Eu não estou mentindo.

— A minha filha está viva, não é? — Lola perguntou com lagrimas nos olhos. — E pelas minhas contas ela deve ter 14 anos e a menina da foto...

— A menina da foto não é sua filha. — Sebastian rangeu os dentes. — Você a matou quando resolveu se drogar grávida, esqueceu?

— Está mentindo. — Lola passou a mão pelo rosto limpando as lágrimas. — Quando eu a vi a menina naquela foto eu senti algo que eu não sei explicar... Eu sei que é ela e você não pode mentir pra mim!

— Vai embora, eu estou te avisando. — Sebastian ameaçou sentindo toda sua racionalidade ir embora enquanto Lola chorava na sua frente.

— Qual o nome dela?

— Eu estou falando sério, Lola. — Sebastian se segurou para não perder a cabeça. — Vá embora, não tem nada para você aqui.

— Pela sua cara eu já sei a verdade. — Lola espremeu os lábios tentando controlar as lágrimas. — Como pode fazer isso comigo? Como pode mentir desse jeito?

— Como eu pude? — Sebastian agarrou o braço dela com firmeza enquanto cuspia as palavras em seu rosto. — Acha que eu deixaria uma viciada como você na vida dela depois do que fez?

— Você não tinha o direito de tira-la de mim!

— Eu deveria ter te denunciado quando tive a chance mas eu pensei que acabaria morta com uma seringa enfiada no braço ou engasgada com o próprio vomito. — Sebastian sentiu as mãos de Lola o empurrarem para longe. — Mas vaso ruim não quebra.

— Desde aquele dia eu estou limpa. — Lola disse engolindo o nó em sua garganta. — Passei todos esses anos me culpando pela morte da minha filha quando foi você o responsável por tira-la de mim!

— Cala essa sua boca. Acha que eu tenho pena de você? Eu teria feito tudo de novo. — Sebastian deu as costas para subir na moto e ir embora. — Você não tem nem o direito de olhar pra Hope.

— Hope? Esse é o nome dela?

Ao ouvir aquele nome saindo da boca de Lola, Sebastian agarrou o rosto dela apontando o dedo em direção ao seu rosto.

— Escuta aqui, sua vagabunda viciada... — Sebastian ameaçou. — Se chegar perto da minha filha eu acabo com você.

— Quer mesmo falar sobre direitos? — Lola gritou irritada. — Você é um merda e não tem o menor direito sobre ela.

— Não fui eu quem tentei mata-la quando estava grávida de 6 meses. — Sebastian esbravejou perdendo totalmente cabeça. — Pelo contrário, fui eu quem tive que vê-la passar por todas aquelas cirurgias já que ela não conseguia respirar porque a mãe drogada dela achou que séria uma boa ideia injetar metanfetamina, fui eu quem ouvi os médicos falarem que ela não iria sobreviver, fui eu quem a protegi quando você tentou mata-la. 

— Eu tinha um problemas mas agora eu estou limpa.

— Isso muda alguma coisa? — Sebastian riu de forma sarcástica. — A Hope é minha filha e eu sei o que é melhor pra ela.

— A menina não é sua.

Sebastian parou de andar como se tivesse acabado de levar um choque com aquela informação.

— Eu menti porque precisava da grana depois que meu pai morreu. — Lola disse passando a mão no rosto limpando as lágrimas. — Ela não é sua filha e você não tem o menor direito sobre ela.

— Está mentindo porque é isso que você faz, não é? — Sebastian puxou a bolsa da mão de Lola despejando todos os objetos no chão. — Aposto que se eu procurar eu encontro uma seringa ou um saquinho escondido aqui.

— Eu já falei que estou limpa. — Lola disse ao ver Sebastian jogar sua bolsa no chão totalmente furioso. — E você não é o pai dela.

— Cala essa boca. — Sebastian sentiu seu corpo inteiro tremer de raiva. — Eu estou te avisando se você chegar perto dela...

— Eu vou atrás dos meus direitos se você não facilitar as coisas. — Lola disse vendo Sebastian furioso. — Você a tirou de mim.

— Quanto você quer pra ir embora e esquecer isso? — Sebastian perguntou debochado. — Por que com você sempre foi sobre dinheiro, não é?

— Em outro momento eu aceitaria isso sem pestanejar mas eu quero recuperar o tempo perdido. — Lola parecia estar falando a verdade mas Sebastian a conhecia bem demais. — O que disse a ela sobre mim?

— Disse a verdade. — Sebastian deu um sorriso fraco. — Que a mãe era um drogada que escolheu a droga ao invés da filha.

— Isso não é verdade e você sabe...

— Você está morta pra ela e vai continuar assim. — Sebastian viu Lola engolir seco irritada.

— Estou falando sério, Sebastian. — Lola deu um passo em sua direção. — Se você sumiu com ela de novo, eu juro por Deus...

— Quem está falando sério sou eu. — Sebastian riu debochado. — Acha que pode vir até aqui depois de todos esses anos para exigir alguma coisa? Você não tem noção do que eu passei...

— Eu também passei por momentos dificeis. — Lola deu uma longa pausa. — Acha que foi fácil me internar naquela clinica de reabilitação e entender que eu tinha um problema? Foi o luto de ter pedido minha filha que me deu forças para continuar.

— Essa sua força deveria ter vindo quando ela ainda dependia de você pra sobreviver. — Sebastian respondeu. — É fácil demais aparecer agora depois de 14 anos dizendo que se arrependeu e quer mudar. Eu tentei te ajudar de todas as formas possíveis, paguei sua reabilitação, um lugar para você ficar e mesmo assim não foi o bastante.

— Aquele período foi muito difícil pra mim. — Lola respondeu. — Eu era jovem e estupida.

— Eu também era e mesmo assim fui responsável. — Sebastian deu uma risada sarcástica. — Acha que foi difícil pra você desintoxicar? Ficar limpa? Difícil foi te encontrar em um banheiro sujo com uma seringa no braço sangrando enquanto eu só conseguia pensar na minha filha.

— Eu sinto muito mas eu não lembro de nada daquele dia...

— Como poderia? Você encheu o rabo de meta. — Sebastian debochou. — Quer meu conselho? Vai embora. A vida da Hope é muito melhor sem você e ela odiaria saber que a mãe dela é esse monte de lixo.

— Será que você poderia parar de me atacar por cinco minutos? — Lola disse irritada. — Estou tentando ter uma conversa civilizada.

— Está achando ruim porque estou te chamando de vagabunda drogada? — Sebastian gargalhou. — Mas é isso que você é.

— E você é um merda que está criando a filha de outro. — Lola deu um passo para trás quando Sebastian ergueu a mão em um ato de fúria para acerta-la mas ele parou no meio do caminho.

— Se aparecer de novo na minha frente eu te mato.  — Sebastian olhou dentro dos olhos assustados de Lola. — E eu nunca falei tão sério em toda a minha vida.

[...]

O dia amanheceu nublado e Skyler estava se sentindo muito melhor, exceto pelos seus espirros que continuavam frequentes e sua voz rouca. Sua chefe havia lhe dado o resto da semana de folga e uma cesta de frutas que foi entregue pessoalmente para ela.

— Bom... — Skyler espirrou assim que atravessou a porta do saguão do prédio que morava com Sebastian. — Dia.

— Bom dia, Senhorita Martell... Seja bem vinda de volta!

— Obrigada. — Skyler agradeceu seguindo até o elevador de seu apartamento.

Ao entrar no elevador, Skyler apertou no botão da cobertura e se virou em direção ao espelho bagunçando um pouco os cabelos.

— Não se preocupe, Bruce. — Skyler segurou o yorkishire em frente ao rosto. — Você vai adorar aqui porque é grande, limpo e organizado... Tem até um gramado para você brincar.

Tirando as chaves do bolso e destrancando a porta, Skyler tomou um susto ao ver todo o apartamento todo revirado e destruído. A mesa da sala estava quebrada com vidro espalhado por todo o lugar, os quadros caídos pelo chão, a televisão com um buraco no meio depois de um vaso de cerâmica ter sido arremessado contra ela.

— Mas que porra? — Skyler estava completamente em choque vendo seu apartamento daquele jeito e por um breve momento ela pensou que alguém tivesse invadido o lugar para roubar alguma coisa mas ao ver a bateria de Sebastian intacta ela relaxou e bufou de raiva ao imaginar quem tinha sido o responsável.

Trancando Bruce em seu banheiro, Skyler seguiu até o quarto de Sebastian vendo-o deitado em sua cama dormindo com uma garrafa de bebida na mão.

— Acorda. — Skyler disse dando um tapinha leve no rosto dele que resmungou virando para o outro lado.

Revirando o bolso de sua calça, Skyler encontrou o recibo de um posto de gasolina e algumas notas de 100 reais além de um maço de cigarros.

Nada incomum.

Puxando o lençol para cobrir o corpo dele, o celular que estava na beirada caiu no chão e sem pensar duas vezes ela o pegou destravando com facilidade.

Antes de sair do quarto ela sentiu seu nariz coçar e se segurou para não espirrar até sair dali mas antes que conseguisse alcançar a maçaneta ela espirrou fazendo Sebastian revirar na cama, mas pelo visto passar a noite bebendo destruindo o apartamento foi o bastante para acabar com ele.

Nem um terremoto seria capaz de acorda-lo naquele momento.

A proteção de tela do seu celular era uma foto de Skyler e Hope no piquenique de aniversário e ela não fazia ideia disso.

Por um segundo ela pensou em desistir de revirar o celular dele e arrumar o que podia daquele apartamento para que quando ele acordasse ouvisse poucas e boas dela mas a notificação da mensagem de Hope chegou seguida de outra e outra.

"Por que você não me responde?"

"Eu quero voltar pra casa."

"Por favor me atende"

Logo embaixo havia uma mensagem não lida de sua mãe.

"Se essa mulher se aproximar da minha neta o colégio interno na suíça vai ser a unica solução ."

As ultimas mensagens que ele tinha escrito pareciam confusas demais e até desconexas. Provavelmente por culpa do álcool.

E mais abaixo havia uma mensagem que ele havia enviado a Chace.

"Ela voltou".

— Já chega. — Skyler deu um passo em direção a cozinha e tropeçou no vaso de plantas que estava caído a impedindo de passar. — Ah não, meu lírio.

Antes de sair Skyler deixou uma vasilha e água e comida para Bruce já que ela não fazia ideia de quanto tempo iria demorar para arrancar a informação que queria de Chace afinal ele era o amigo mais leal de Sebastian e o único que poderia lhe dar a informação que queria.

Dando duas batidinhas na porta, Skyler fechou o casaco no corpo sentindo uma onda de frio que a fez ranger os dentes. Talvez fosse o termostato do lugar que estava quebrado ou talvez fosse uma febre dando as caras novamente mas ela não iria voltar para casa sem a informação que a fez cruzar a cidade.

Chace arregalou os olhos ao ver Skyler parada em frente a sua porta.

— O Sebastian não está aqui. — Chace ameaçou fechar a porta mas Skyler a empurrou entrando no cômodo vendo uma mulher nua deitada em sua cama.

— Ei, você... — Skyler apanhou o vestido que estava jogado no chão. — Anda levanta.

— Meu deus quem é essa? — A mulher acordou assustada quando Skyler a puxando pelo braço.

— A namorada do meu melhor amigo. — Chace respondeu pegando a garrafa de água na geladeira e dando um gole como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

— Está transando com a namorada do seu melhor amigo?

— Quer que eu te tire daqui a ponta pés? — Skyler ameaçou sem paciência vendo-a se vestir as pressas.

— Meus sapatos. — A mulher deu um passo para voltar mas Skyler a impediu.

— São bregas e você não precisa deles. — Skyler a empurrou para fora do quarto batendo a porta logo em seguida.

— Nossa, você facilitou muito a minha vida. — Chace disse chocado. — Evitou aquela conversa constrangedora onde eu digo que o problema sou eu e não ela.

Skyler se virou para Chace lhe lançando um olhar mortal.

— Quanto você quer para aparecer aqui toda manhã e expulsar as mulheres do meu quarto?

— Que tal ser um ser humano decente uma vez na vida? — Skyler perguntou cruzando os braços.

— Não está mais aqui quem falou. — Chace ergueu os dois braços em forma de rendição. — O Sebastian não está aqui como você pode ver... Então você já pode ir.

— Eu não vim aqui por causa disso.

— Nada disso... — Chace negou com a cabeça. — Não quero participar desse retângulo amoroso.

— Re-o que? — Skyler piscou algumas vezes chocada.

— Eu, você, o Sebastian e o Stacee. — Chace disse a pegando de surpresa. — Não faz essa cara, todo mundo sabe que o Stacee é louco por você.

— Estou começando a perder a função do meu cérebro conversando com você.

— Será que você poderia parar de me ofender? — Chace perguntou irritado. — Eu não sou o Sebastian que fica excitado com os seus desaforos.

— Eu estou vendo. — Skyler disse olhando para o meio das pernas de Chace que usava apenas uma cueca box.

— Quer dar uma olhada para ter certeza? — Chace perguntou com um sorriso malicioso fazendo Skyler rolar os olhos.

— O Sebastian destruiu o meu apartamento ontem a noite.

— Aposto que foi o jeito que ele encontrou para comemorar as indicações ao VMA. — Chace deu de ombros sem dar importância. — Já que ele não podia comemorar com a gente na nossa festinha cheia de strippers.

— Ele te mandou uma mensagem mas você provavelmente não viu porque estava transando com uma mulher com pessimo gosto para sapatos. — Skyler debochou mas Chace se segurou para não rir.

— Até porque com certeza eu ia perder meu tempo olhando para os sapatos dela. — Chace disse baixinho rindo do próprio comentário até que Skyler jogou o celular de Sebastian em sua direção. — O que é isso?

— Eu quero que você me responda. — Skyler disse séria. — Quem é "ela"?

— Se está pensando que o Sebastian está te traindo pode ficar tranquila. — Chace riu achando graça. — É mais fácil ele fazer um voto de castidade.

— Eu sei que ele não está me traindo. — Skyler respondeu debochada. — Ele tem amor ao amiguinho dele.

— Não faço ideia de quem ele esteja falando. — Chace se apoiou na bancada. — Pode ser qualquer coisa.

— Ele mandou uma mensagem para a mãe falando sobre essa mulher ficar longe da Hope. — Skyler permaneceu com a voz firme. — Imagino que saiba alguma coisa sobre isso já que vocês são como tico e teco.

Skyler virou o rosto e espirrou perdendo totalmente sua postura.

— Quer um lencinho? — Chace perguntou debochado.

— Eu não atravessei a cidade para você me oferecer um lencinho. — Skyler fungou torcendo o nariz para espantar a vontade de espirrar. — Quero uma resposta.

— Eu realmente não sei nada sobre mulher nenhuma.

Skyler deu a volta na olha da cozinha e começou a revirar os armários abrindo as gavetas.

— O que está fazendo? — Chace perguntou confuso até que ela se virou segurando uma faca pontiaguda.

— Achei. — Skyler riu vendo seu reflexo na lâmina.

— Você não acha que vou abrir o bico porque está me ameaçando com uma faca, acha? — Chace perguntou debochado até que Skyler fincou a faca onde sua mão estava apoiada bem entre os seus dedos. — Está maluca porra?

— Na proxima eu arranco o seu dedo. — Skyler ameaçou. — Ainda acha que eu estou brincando?

— Você é completamente maluca. — Chace disse assustado dando alguns passos para trás a medida que Skyler se aproximava com a faca apontada para ele.

— Quer testar o limite da minha insanidade?

— É sobre a Lola. A mãe da Hope. — Chace engoliu seco ao sentir a lamina contra o seu peito. — Ela provavelmente apareceu depois que a notícia se espalhou.

— Tem certeza?

— Tenho. — Chace engoliu seco. — O Sebastian estava preocupado que ela pudesse aparecer depois que descobrisse que a Hope estava viva.

— Viva? — Skyler arregalou os olhos assustada.

— Olha, eu não quero me meter nessa história. — Chace riu de nervoso. — Eu nem deveria ter te contado isso.

— Você vai contar tudo o que eu quero saber ou eu corto fora cada membro do seu corpo... Começando por esse. — Skyler apontou a faca para o meio das pernas de Chace que caiu sentado na cama.

— Skyler... — Chace engoliu seco.

— Anda!

— O nome dela é Lola, ela era filha de nosso antigo empresário. — Chace falou tão rápido que Skyler demorou alguns segundos para entender.

— Era? — Skyler perguntou desconfiada.

— O cara morreu logo depois que fechamos contrato e ficamos com o Kraig. — Chace deu de ombros. — O que foi uma sorte já que logo depois a empresa faliu.

— Está fugindo do assunto.

— A Lola trabalhava na agencia do pai dela e conhecia muita gente. — Chace continuou contando a história. — Sempre trombávamos com ela pelos corredores mas a filha do chefe era intocável e ninguém ousava olhar demais.

— Exceto o Sebastian... — Skyler disse sem animação.

— Os dois começaram a sair escondidos depois dos ensaios da banda, a gente dava cobertura porque não queríamos perder o contrato. — Chace riu achando graça. — Estávamos começando a carreira a gente tinha que andar na linha ou acabaríamos na rua.

— Então eles se apaixonaram?

— Sei lá. — Chace negou com a cabeça. — Porque você não pergunta essas coisas para o Sebastian?

— Por que eu estou perguntando a você. — Skyler apontou a faca em direção ao rosto de Chace e em seguida tampou o rosto com o braço espirrando.

— Tem certeza que não quer um lencinho? — Chace perguntou recebendo um olhar mortal de Skyler. — Era dificil dizer se eles tavam apaixonados ou não porque sempre viviam chapados.

— Difícil acreditar.

— Ele mudou muito depois que a Hope nasceu. — Chace deu uma pausa antes de continuar. — Ele passou por uma barra sozinho.

— Mas por que ele passou por isso tudo sozinho se a Lola estava viva? Porque mentiu?

— Porque a Lola tentou matar a Hope quando ela tinha uns 6 meses. — Chace respondeu de uma vez deixando Skyler tonta com aquela informação. — Injetou tanta droga que quase sofreu um aborto. É um milagre a Hope estar viva e foi por isso que o Sebastian mentiu porque queria protege-la.

— Isso foi... — Skyler balançou a faca na frente do rosto levando as duas mãos até a cabeça.

— Você quer abaixar essa coisa? — Chace perguntou preocupada.

— E agora ela está na cidade por minha culpa. — Skyler concluiu. — Merda...

— Mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer.

— Mas porque essa mulher não procurou a filha antes? Por que justo agora?

— Porque o Sebastian mentiu para ela também. — Chace se afastou de Skyler com medo da faca que ela ainda segurava.

— Está me dizendo que o Sebastian sequestrou a Hope? — Skyler perguntou chocada.

— Ele não sequestrou ninguém a filha também é dele.

— De acordo com a lei isso é sequestro. — Skyler começou a andar de um lado para o outro. — Merda, isso é muito ruim.

— Relaxa, você está fazendo uma tempestade em um copo de água.

— Estou? — Skyler riu debochada. — O Sebastian em poucos meses vai ao tribunal se defender da acusação de estupro... Você lembra dela, não é? O que você acha que o jurí vai pensar de um cara que sequestrou a própria filha?

— Eu não pensei nisso.

— Claro que não pensou. — Skyler balançou a cabeça sem paciência. — Você vai atrás do Kraig e eu vou acordar o Sebastian antes de...

Skyler espirrou soltando um gritinho em frustração.

— Tudo bem?

— Eu estou bem. — Skyler bufou de raiva. — Só faz o que eu te pedi.

[...]

Sentado no que restou do sofá, Sebastian tragava o cigarro encarando o teto na sua frente. Tudo o que ele queria era voltar no tempo e impedir que Lexi entrasse na sua vida e de ter escutado a Hope sobre morar em Nova Iorque mas apesar desse arrependimento ele era grato pelos momentos felizes que tinha passado com ela nesses poucos meses.

Tinha assistido sua apresentação na escola, comemorado seu aniversário com um piquenique ao qual nunca tinha feito na vida e ensinado ela a nadar.

Essas memoriais tinham sido muito significativas para ele mas agora não tinha mais volta e ele poderia perde-la a qualquer momento.

A porta se abriu e Sebastian nem se quer olhou em direção a Skyler.

— Eu vou pagar por tudo isso. — Sebastian levou o cigarro até a boca. — Ou se preferir podemos reformar.

— Acho que precisamos conversar.

— Precisamos mesmo? — Sebastian apertou a têmpora. — Estou com uma ressaca daquelas.

— Você destruiu o meu apartamento em um ataque de raiva. — Skyler olhou ao redor. — Claro que precisamos conversar.

— Você não vai mesmo deixar isso pra lá, não é? — Sebastian bufou irritado.

— Toma. — Skyler estendeu o celular em direção a Sebastian que ficou estático. — Eu sei que a mãe da Hope está na cidade... Na verdade eu sei de tudo.

— E mais uma vez você meteu seu nariz onde não foi chamada.

— Se você for babaca comigo eu não vou aceitar as suas desculpas nem se você escalar o predio burj khalifa por mim. — Skyler se referiu ao prédio mais alto do mundo para enfatizar sua raiva. — Eu quero te ajudar.

— Me ajudar com o que? — Sebastian tragou o cigarro. — A merda toda já foi jogada no ventilador.

— Sebastian... — Skyler se ajoelhou de frente a ele. — Você e a Hope são tudo o que me resta agora. Você prometeu que me protegeria até o seu ultimo suspiro, então me deixa fazer o mesmo por você.

— Não dá. — Sebastian tinha a voz tremula se segurando para não chorar. — Eu não posso fazer nada.

— Do que está falando? Essa mulher não vai tirar a Hope de você se é isso que está pensando.

— Nem se ela não for minha filha? — Sebastian perguntou vendo a expressão de Skyler mudar. — As coisas ficariam complicadas pra caralho muito rápido... A Lola me falou que a Hope não é minha filha e se isso for verdade eu perco qualquer direito sobre ela, não é? Eu não entendo de lei mas sei o bastante.

— Essa mulher quer entrar na sua cabeça. — Skyler viu os olhos de Sebastian marejados. — Não deixa ela te afetar desse jeito.

— E se a Hope realmente não for minha? — Sebastian perguntou tragando o cigarro e jogando a bituca no chão quando se levantou. — E se eu não for o pai dela?

— Isso séria um problema? — Skyler perguntou vendo-o se virar confuso.

— Como assim?

— Você a amaria menos por isso? — Skyler perguntou fazendo Sebastian negar com a cabeça.

— Porra, não! Claro que não. — Respondeu sem pensar duas vezes. — Mas ela me odiaria. Me odiaria por ter tirado a chance dela de ter uma mãe... Você a conhece tão bem quanto eu, no momento que ela descobrir a verdade vai me deixar e eu vou morrer se isso aconteceu.

— Olha pra mim. — Skyler segurou com força o rosto de Sebastian. — Ela nunca vai descobrir porque eu não vou deixar.

— Obrigada pelo apoio mas eu já sei o que fazer. — Sebastian tirou as mãos de Skyler do seu rosto.  — Eu vou mandar a Hope para um colégio interno.

— O que!? Essa é sua solução? — Skyler perguntou horrorizada. — A ideia da sua mãe é pessima e eu consigo listar inúmeros motivos pra isso.

— Eu estudei em colégio militar e fiquei bem.

— Então você prefere ficar longe da Hope? — Skyler perguntou chocada. — Manda-la para o outro lado do continente?

— Ao menos ela vai estar comigo.

— Por favor, me deixe resolver isso. — Skyler engoliu seco. — Eu consegui despistar a mídia, não foi? Eu cuido dessa mulher.

— Isso não vai dar certo. — Sebastian riu.

— Só me dê alguns dias.

NOTAS!!!

Eu só ia postar esse capitulo proxima semana mas os comentarios de vcs me deixaram tão ansiosa que eu não consegui me segurar kkkkkkkkkkkk Espero que vocês estejam gostando porque boatos que a Skyler e a Lola vão se "amar" qnd se conhecerem RSRSRSRS

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