A Boneca ~ CAMREN

By Jauregui_008

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Uma babá cubana-mexicana é surpreendida ao descobrir que a criança de sua nova família inglês é na verdade um... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31

Capítulo 10

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By Jauregui_008

Cativeiro

Narrador| Point of View

Camila sentia-se sufocada no sótão escuro e empoeirado que se tornará seu novo lar. O cheiro de mofo e madeira velha impregnava o ar, e ela podia sentir a poeira se acumulando em seus pulmões a cada respiração.

Os móveis velhos e quebrados ao seu redor eram testemunhas silenciosas de seu cativeiro. As paredes de madeira rangiam e gemiam sob o peso do tempo, ecoando os gritos abafados de Camila.

No início, a solidão e o medo eram seus maiores inimigos. Ela mal conseguia dormir, atormentada por pesadelos e pela incerteza do que lhe esperava no futuro. Mas aos poucos, Camila se viu se adaptando à sua nova realidade.

Ela aprendeu a contar os dias marcando as horas que passavam lentamente. Descobriu como se alimentar com a pouca comida que lhe era deixada, e encontrou conforto nas poucas coisas que tinha consigo.

Embora o isolamento e a escuridão ainda a assombrassem, Camila descobriu uma força interior que nem ela sabia que possuía. Ela resistia, teimosa, recusando-se a ceder ao desespero. E, assim, mesmo no meio da escuridão e da opressão, Camila encontrou uma pequena luz de esperança a guiá-la em seu caminho.

Em uma noite qualquer, ao abrir os olhos, constatou os verdes lhe observando, na mesma posição de bruços ao seu lado naquele chão. O ato foi suficiente para fazê-la se assustar e gritar causando espanto na própria Lauren. As duas mulheres se afastam um pouco, a distância é respeitosa e Camila se mantém encolhida na escuridão.

Ela não queria assustá-la ainda mais, desceu as escadas do sótão mas deixou naquele chão uma nova bandeja de refeição.

Os dias de cativeiro de Camila com Lauren eram ainda mais angustiantes e perturbadores. A presença silenciosa e perturbadora de Lauren no sótão a deixava constantemente em estado de alerta e medo.

Quando Lauren entrava no sótão, o silêncio tomava conta do ambiente. Camila podia sentir seu olhar penetrante sobre si, observando cada movimento, sem dizer uma palavra. O peso dessa presença silenciosa era quase palpável, deixando Camila com arrepios e o coração acelerado.

Às vezes, Lauren se aproximava devagar, sem fazer nenhum ruído, aumentando ainda mais a sensação de opressão e medo. Seus olhos escuros e misteriosos pareciam atravessar a alma de Camila, fazendo-a questionar o que ela era capaz de fazer.

A falta de comunicação de Lauren aterrorizava Camila ainda mais. Ela se perguntava constantemente sobre as intenções da sua captora, o que estava planejando e por que a observava em silêncio. A incerteza e a sensação de impotência a consumiam, tornando cada dia de cativeiro ainda mais insuportável.

Mesmo diante do desconforto e do medo que Lauren lhe causava, Camila sabia que precisava permanecer forte e encontrar uma maneira de sobreviver a essa situação. Ela sabia que a única forma de escapar daquela prisão era manter-se vigilante e continuar resistindo, mesmo que isso significasse enfrentar os olhos assustadores e o silêncio perturbador de Lauren.

~~ & ~~


Lauren estava ciente de que sua presença silenciosa e perturbadora causava medo e desconforto em Camila. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de se aproximar da mulher sem assustá-la, com o objetivo de conquistar sua confiança e fazer com que gostasse dela.

Com essa ideia em mente, Lauren começou a refletir sobre como poderia se mostrar mais amigável e menos intimidadora. Ela decidiu tentar abordar Camila com mais delicadeza, evitando os olhares penetrantes e os movimentos bruscos que a deixavam apreensiva.

Em vez disso, Lauren escolheu ser mais gentil e atenciosa. Ela buscava oportunidades para se aproximar de Camila de maneira suave, talvez trazendo-lhe mais comida ou água, ou simplesmente sentando-se ao seu lado no sótão em silêncio novamente, sem qualquer intenção ameaçadora.

Lauren também tentou sorrir mais frequentemente, transmitindo uma sensação de tranquilidade e simpatia. Mas descartou a ideia porque teria que tirar a máscara e não estava preparada para ser vista dessa forma.

Ela queria que Camila visse que, apesar das circunstâncias desconfortáveis em que se encontravam, ela não representava uma ameaça constante e que poderia ser alguém em quem confiar.

Aos poucos, com paciência e persistência, Lauren esperava que sua abordagem mais amigável e cuidadosa começasse a surtir efeito em Camila. Ela desejava ardentemente que a mulher gostasse dela, para que pudessem estabelecer uma relação mais harmoniosa e, quem sabe, algo mais íntimo.

No silêncio da noite a escada baixou e ela subiu novamente com cautela para poder visualizar os ataques frenéticos de Camila antes que acontecessem, mas desta vez a mulher parecia cansada de lutar e estava sentada em um canto com a cabeça voltada para a parede.

Não é à toa que você tem medo de mim.

Hoje vou usar uma abordagem diferente.

Tudo certo. Vou tentar.

Não seja estranha. Não seja estranha.

Camila não havia tentado empurrar o seu corpo para alcançar as escadas, mas mesmo que ela não estivesse disposta a lutar no momento ela sempre se manteve alerta e em sua mão havia um objeto, não era pontiagudo, mas aos poucos Camila foi lixando a ponta daquele pedaço de madeira para transformá-lo em uma arma.

- O que você está fazendo?.- disse Camila. Ela viu Lauren virar as costas para vasculhar uma das caixas embaladas, tirou um pano grande e sacudiu a poeira. - Por favor, deixe-me só.

Cuidadosamente ela se aproximou para colocá-lo no corpo trêmulo de Camila. Que imediatamente franziram a testa diante do ato espontâneo, geralmente os sequestradores não eram tão delicados com suas vítimas.

- Porque eu? Por que você me escolheu?

-....Não...você não deve chorar.

Ela sabia falar. Camila já tinha ouvido isso. Mas Lauren tinha um bloqueio quando estava presente com outras pessoas. Ela queria ser comunicativo como Austin para poder fazê-la sorrir ou rir.

Entre as caixas também havia discos de vinil, especialidade de seu avô, ele colecionava e trazia os melhores para poder curtir o som com a família. Tinha um toque jazzístico e Lauren gostava de óperas porque com o tempo a avó passou o mesmo gosto para a neta.

Mas. O Sr.Jauregui também gostava de country e tem alguns bons discos que talvez Camila pudesse curtir e esquecer um pouco a situação tensa. Ela continuou limpando a poeira do disco, colocando-o e aproximando-se novamente, sentando-se na frente de Camila mas respeitando a distância entre seus corpos.

- Você está segura... eu mantenho você segura.

Camila sentiu uma mistura de confusão e curiosidade. Ela não podia negar que a música tocando no disco de vinil era realmente relaxante, e a atitude de Lauren parecia tão diferente do que ela esperava de uma sequestradora. Será que Lauren estava tentando estabelecer uma conexão com ela? Ou estava apenas tentando distraí-la antes de fazer algo ruim?

Enquanto esses pensamentos giravam em sua mente, Camila observou atentamente Lauren. Ela parecia imersa na música, com os olhos fechados e um leve balanço de cabeça. Era quase como se ela estivesse em seu próprio mundo, longe da realidade sombria do sequestro.

Por um momento, Camila se permitiu relaxar também. Ela fechou os olhos e se concentrou na música suave que fluía do toca-discos. Era reconfortante e tranquilizante, e por um instante, Camila poderia esquecer toda a confusão e medo que a rodeava.

Quando a música chegou ao fim, Camila abriu os olhos para encontrar Lauren olhando para ela com uma expressão suave. Era como se houvesse uma nova compreensão entre elas, uma conexão que transcendia a situação perigosa em que se encontravam.

- Espero que tenha gostado da música. disse Lauren, surpreendendo Camila com sua gentileza.

Camila assentiu, incapaz de encontrar as palavras para expressar o que estava sentindo naquele momento. Ela ainda estava com medo, é claro, mas havia algo mais agora - uma faísca de esperança, talvez, de que talvez, apenas talvez, a situação pudesse ser resolvida sem mais violência.

E assim, com essa nova sensação de calma e nova conexão entre elas, Camila decidiu que era hora de começar a descobrir as verdadeiras intenções de Lauren - e talvez, quem sabe, até mesmo tentar uma fuga. Mas por enquanto, ela estava grata por esse momento de alívio, mesmo que fosse breve.

~~ & ~~

Lauren estava deitada em sua cama, mergulhada em um sono agitado. Em seus sonhos, ela se viu brincando alegremente em um parque com uma criança de infância, Emily Grifes. As duas compartilhavam risadas e segredos, aproveitando a inocência e a felicidade da infância.

No entanto, de repente, a atmosfera do sonho mudou. Lauren viu Emily desaparecer diante de seus olhos, sem deixar rastro. Ela gritou pelo nome da menina, tentando encontrá-la desesperadamente, mas Emily parecia ter se dissolvido no ar.

A sensação de desespero e impotência tomou conta de Lauren, enquanto ela tentava desvendar o mistério do desaparecimento de Emily. Ela revirou cada canto de sua memória, mas não conseguia encontrar nenhuma pista sobre o que aconteceu com aquela menina.

Subitamente, Lauren acordou, seu coração disparando e a respiração acelerada. Ela olhou em volta, a realidade da escuridão do quarto contrastando com a luminosidade do sonho. O rosto de Emily Grifes ainda ecoava em sua mente, mas a memória se dissipou lentamente, deixando-a com uma sensação de vazio e perplexidade.

Lauren sabia que aquele sonho era apenas um reflexo de sua angústia e da incerteza que a assombrava desde o desaparecimento de Emily. A menina da infância que ela tanto interagia continuava sendo um mistério não resolvido em sua vida, uma lacuna na sua história que a assombrava silenciosamente.

Com um suspiro pesado, Lauren tentou afastar os pensamentos sombrios e se concentrar no presente. Ela sabia que precisava lidar com seu passado antes que pudesse seguir em frente, mas agora não era hora de mexer em antigas lembranças. A vida continuava, e Lauren tinha que enfrentar o dia que se iniciava, deixando Emily Grifes descansar em sua memória, esperando por respostas que talvez nunca viessem.

E de repente, o som da campainha começou a tocar e a mulher, ainda deitada na cama, olhou em direção à porta do quarto, rapidamente se afastou dos lençóis e pegou uma ferramenta ao lado da cômoda para descer e espiar quem estava na porta de entrada.

- Olá!

Um homem de estatura mediana e gordinho olhava pelas janelas com cortinas escuras e fechadas, e pelas frestas das janelas ela podia ver o caminhão estacionado na entrada.

E novamente as coisas estavam ficando fora de controle, a única coisa que mantinha sua sanidade em equilíbrio era saber que talvez Camila ainda pudesse estar dormindo, e talvez ela não notasse nenhum movimento vindo de baixo, Lauren poderia resolver isso sem suspeitas, sem deixar pistas, sem fazer barulho ou tentar outra alternativa.

Tudo a partir daquele momento dependeria apenas de como as coisas aconteceriam.

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