No One, But You

Autorstwa _llondongirl

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Voltar ao mundo real após três meses de cativeiro fez Tony Stark perceber muitas coisas. Uma delas, é que hav... Więcej

No
One
But
You

Prólogo

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Autorstwa _llondongirl

Olá!

Aqui estamos nós, novamente.

Essa semana eu decidi fazer uma maratona de HDF, graças a minha ansiedade. (Pois é galera, todo ansioso tem suas histórias conforto, e a minha é Tony e Pepper).

Acabei desbloqueando de novo a skin marvete que habita em mim, e agora estamos aqui.

Não será uma história muito grande, não é o objetivo.
É uma visão mais pessoal sobre a vida dos dois, e como lidaram com as divergências que não apareceram nas câmeras do MCU.

OBS: Alguns personagens são originais.

Agradeço muito a todos que chegaram até aqui!!

Amo vocês 🤍

Beijos, e boa leitura!

××××××××××××××××××××××××××××××××××××××××××××

Tony Stark nunca foi conhecido por sua discrição. Talvez seja por isso que seu desaparecimento repentino das midias tenha chamado tanta atenção.

Faziam mais ou menos dois meses que a internet não era bombardeada por informações da vida do bilionário, desde seu último ato, revelando a imprensa que ele era o homem de ferro.

Algumas aparições em certos eventos para manter a imagem. Porém, nenhuma declaração polêmica, nenhum contato com jornais, e, contradizendo toda sua reputação de playboy, nenhum caso de uma noite.

A única pessoa que continuava tendo acesso constante e ininterrupto ao homem, era Pepper Potts. Afinal de contas, ele sabia que ela estava certa, provavelmente não amarraria os sapatos sem ela. Na verdade, Tony já tinha entendido que não gostava de viver sem a presença de Pepper.

O fato para ele, era que, depois de três meses em cativeiro, e quase ser morto pela pessoa que deveria ser seu parceiro de negócios mais confiável, o bilionário tinha se cansado de reuniões de negócios, e coletivas de imprensa... e algumas outras percepções o fizeram perder o interesse em encontros com qualquer pessoa aleatória.

Ele estava decidido a se focar em seu novo objetivo, como herói, e deixar que Pepper conduzisse as Indústrias Stark, como sempre tinha feito.

Ele tinha algo para se preocupar além disso: o dispositivo envenenando seu corpo.

No momento em que trabalhava nesse problema, ela entrou na oficina.

- Você deveria avisar a senhorita Potts...

- Mute.

E foi assim que Jarvis foi silenciado.

- Eu não acredito que você... - Pepper irrompeu no local.

- Você parece nervosa.

- ...doou nossa coleção inteira de arte pros escoteiros da América!

Okay, Tony tinha que admitir que não sabia que doar aquela coleção deixaria Pepper tão brava. Isso rendeu para ele uma enorme discussão. Além da parte onde ela brigou com ele por não dar atenção a empresa, que estava uma bagunça, e não dar informações suficientes para que ela fizesse o trabalho.

O que rendeu uma grande troca de frases entre os dois que terminou com um Tony meio impaciente segurando ela pelos ombros e dizendo:

- Eu estou tentando fazer de você a CEO!

Ela paralisou por poucos segundos antes de se aproximar dele.

- Você andou bebendo?

- Clorofila.

Tony sabia que Pepper era a escolha óbvia. Sabia disso a um bom tempo. Ninguém, nem mesmo Stane, na época em que eram sócios, tinha tanto acesso ou conhecimento sobre o que o bilionário fazia ou deixava de fazer em sua empresa quanto ela.

Qualquer coisa que chegasse até ele, passava por ela primeiro. Após um tempo, ele já tinha se acostumado a apenas ouvir o que ela tinha a dizer, e a assinar os documentos. Ele poderia estar vendendo a própria alma neles e não saberia, mas não tinha problema, pois se Potts dizia que era confiável, então era confiável.

- Tony, tem certeza disso? Essa empresa é quem você é, e...

- E não tem ninguém que saiba quem eu sou melhor do que você. Eu não estava brincando Pepper, quando disse que não tenho ninguém além de você. É a única pessoa no mundo em quem posso confiar algo tão importante. É a única competente o suficiente. - ele entregou a taça nas mãos dela. - Sempre foi você.

- Eu não sei o que dizer.

Realmente não sabia. Ela fazia com que as coisas girassem naquela empresa a anos, tinha um emprego importante lá dentro, mas se tornar chefe de tudo, a substituta oficial de Anthony Stark era... era um novo nível.

- Apenas aceite. - ele bateu sua taça na dela. - Curta o momento, okay? - piscou para ela.

A discussão teve um final feliz, se encerrando com um brinde em champagne entre o dono e a nova CEO das Indústrias Stark.


Na empresa, no outro dia, Pepper ficou surpresa quando o chefe apareceu. Eles já haviam decidido que a mudança de comando ficaria entre eles apenas, até que tudo fosse estabelecido. Porém, ela ficou surpresa por ele ter dado as caras em público.

- Senhor Stark, bom dia.

- Bom dia, senhorita Potts. - ele sorriu.

Alguns outros funcionários, que estavam perto da ruiva, se afastaram para fazerem outras coisas, ou fingirem que faziam outra coisa enquanto prestavam atenção no chefe, isso sempre acontecia.

- Eu não sabia que viria aqui hoje.

- Eu estava esperando por você, mas Jarvis me disse que estava aqui.

- Precisa de algo, senhor Stark?

- Na verdade sim, uma reserva para dois para o almoço, em uma hora. Eu estarei na minha sala enquanto isso.

Tony saindo de casa, e almoçando com alguém? Talvez os dias reclusos tivessem acabado.

- Tudo bem, senhor Stark. Alguma preferência de restaurante?

- Pergunte ao Jarvis, ele vai sugerir. - disse como um conselho natural, e deu duas batidinhas no relógio digital que estava no pulso dela. O mesmo relógio que ele tinha entregado a ela alguns anos atrás.

Tony percebeu que ela pareceu meio desconcertada quando ele citou o AI, olhando para os lados como se se preocupasse com a ideia de ouvirem eles conversando.

- Eu não costumo usar Jarvis aqui, senhor Stark. - a voz dela diminuiu de volume gradativamente, e ele percebeu que ela limpou a garganta, como se estivesse um pouquinho nervosa.

- Por que não?

- Jarvis é seu assistente pessoal, programado para responder ao senhor. Todo mundo sabe disso.

- Ele responde a você. - disse Tony, com naturalidade. - Eu o autorizei a responder a você a anos. Para isso serve esse relógio no seu pulso, para facilitar o seu trabalho.

- Eu sei, mas como a maior parte do meu trabalho é feita diretamente da sua casa, eu prefiro que Jarvis me auxilie quando eu estiver lá... e...

- E?

- E é meio estranho conversar com uma voz digital no meio dos seus colegas de trabalho, especialmente quando ela foi feita para obedecer só ao seu chefe.

- Oh... - ele pareceu entender o problema. - Estou te deixando desconfortável de novo? Como no dia do baile? - dessa vez ele também abaixou o volume da voz. - Eu tenho que dizer, você continua cheirando bem e está bonita.

Pepper não conseguiu evitar um riso, devido a referência a noite da dança, depois se recompôs.

- Está tudo bem, senhor Stark. Nenhum desconforto.

- Não?

- Não.

- Tem certeza?

- Sim.

- Ótimo. Vamos almoçar?

- O que? Não.

- Jarvis, uma reserva para dois em um restaurante por favor. - ele elevou a voz novamente. - Eu estou com fome, e a senhorita Potts e eu temos negócios a tratar.

Ele disse a última parte sabendo que aquilo faria o coração de Pepper desacelerar um pouco. Não era uma anormalidade ela o acompanhar em almoços usados para discutir questões importantes. Era trabalho. As pessoas ali não se interessariam o suficiente para dizer algo.

Claro que ele não estava a convidando para trabalhar. Mas as outras pessoas do local não precisavam saber disso, especialmente se fosse fazer Pepper se sentir desconfortável.

Ela seria a chefe deles em breve, bom, tecnicamente já era, mas agora seria oficialmente a chefe do lugar inteiro. Não precisava de problemas pessoais lá dentro.

- Você é uma pessoa um tanto imprevisível, senhor Stark.

- Me acompanhe por favor, senhorita Potts. - ele indicou a porta, esperando que ela passasse para poder segui-la.


- O que exatamente temos para tratar hoje? - a ruiva questionou assim que se sentaram no restaurante.

- Nada. Vamos almoçar. - fez um gesto chamando o garçom.

- Mas eu achei que...

- Eu só queria que parasse de se preocupar tanto com as outras pessoas. - viu ela respirar fundo ao olhar para ele, como se pedisse desculpas. - Pep, querida, desse jeito vou achar que não gosta da minha presença.

- Não é isso, você entende. Só não quero que tenham uma impressão errada.

- De que somos amigos? De que você tem acesso a tudo que diz respeito a minha vida porque é competente e confio em você? Todas essas coisas são verdade.

- Eu entendo, Tony. - foi o que se limitou a dizer. - Obrigada. Mas você é você e...

- E você é a segunda pessoa mais influente nessa empresa. E em pouco tempo será a primeira, e eu vou ser irrelevante, você vai ver. - ele piscou divertidamente vendo ela rir de seu comentário, e fazer um movimento de negação com a cabeça. - Além do mais, você é minha assistente pessoal, passa o dia comigo, vive na minha casa... tenho certeza que seus colegas se acostumaram com isso.

- É. Bom, eu quase não vejo ninguém, pra falar a verdade. Você me mantem ocupada, senhor Stark.

- Isso é bom, odiaria pensar que estou desperdiçando suas habilidades. - ele levantou sua taça, que o garçom havia acabado de encher de vinho. - Só um almoço, okay? Sem trabalho pela próxima hora.

A ruiva apenas concordou, sorrindo. E pela próxima hora ela contou a Tony alguns detalhes de sua vida pessoal, só para descobrir que ele já sabia de todos esses detalhes. Aparentemente ela havia sido um dos alvos de Jarvis.

- Como é possível que sua memória seja tão seletiva? - ela questionou rindo, incrédula. - Mandou um presente de aniversário misterioso para o meu avô a cinco anos atrás, mas não consegue se lembrar a data do meu aniversário?

- Okay, pra ficar claro, não é memória seletiva. As vezes eu peço ao Jarvis que me mantenha atualizado sobre as coisas quando elas são importantes. Naquela época você comentou sobre seu avô estar doente, e eu sabia que ele era a única família que você tinha. Eu quis fazer um gesto legal, pra que você ficasse feliz. - Pepper olhou para ele fixamente enquanto ele dizia tudo aquilo. Ela parecia surpresa. - E eu sei a data do seu aniversário.

- A única vez em que falei com você sobre minha familia foi na entrevista de emprego, a uns dez anos atrás. - ela refletiu. - E você se lembrou disso?

- Como eu disse, eu peço ao Jarvis que me mantenha atualizado sobre as coisas que considero que podem ser importantes. 

- Tony?

- Sim?

- Obrigada.

O homem olhou para ela, entendendo o quão real era aquele agradecimento. Ela estava com aquela expressão, a mesma que ele havia visto em seu rosto quando eles dançaram no baile, quando ele pediu que ela instalasse o novo reator Arc em seu peito, e quando ela tentou se demitir pois estava com medo de assistir ele se matar.

O que ela diria agora, se soubesse que ele estava morrendo?

Se soubesse que o reator que o estava matendo vivo, também estava tirando sua vida aos poucos.

Talvez Jarvis estivesse certo, talvez ele devesse contar a Pepper sobre o paladium. Até mesmo o AI entendia o relacionamento dos dois melhor do que ele.

- Pep, nós passamos por algumas confusões no ano passado, não é?

- Você quer dizer, a parte de ter me feito roubar dados, ser perseguida pelo Stane usando uma armadura de ferro gigante, ou eu ter tido que explodir um prédio com você dentro? - ela perguntou sarcástica e divertudamente.

- An... tudo junto, eu acho. - Tony deu de ombros, tentando não rir. - Foi uma emoção não foi?

- Com certeza... tirando a parte em que realmente achei que você ia morrer.

- Hum. Realmente ia se demitir?

- Eu pensei nisso seriamente. - ela disse, tentando parecer convincente. 

- E ia fazer o que? Trabalhar pra uma das outras empresas que viviam tentando te roubar de mim?

Ela olhou pra ele com as sombracelhas arqueadas, e ele percebeu quando sua garganta se mexeu. A ruiva fazia isso quando estava nervosa.

- Como sabe disso?

- Que todos os meus rivais queriam minha assistente? Você é uma das pessoas mais competentes do mundo corporativo Pep, eu já esperava por isso. - ele deu de ombros, servindo outra taça a ela. - Eu posso perguntar, por que nunca aceitou? Eram propostas ótimas.

- O salário não era tão bom. - deu de ombros.

Tony riu.

- Sério? Bom saber que valorizamos os funcionários.

- Pois é. - ela riu da brincadeira também. Então sua expressão se suavizou um pouco e ela olhou pra ele. - E eu não estava brincando quando disse que você era tudo que eu tinha também. - Tony parou para prestar completa atenção a ela. - Dez anos são muita coisa, e você pode ser difícil, mas é o único amigo que eu tenho... é tudo que eu tenho.

- Eu sinto muito Pep.

- Por que?

- Uma pessoa como você não devia ser sozinha.

- A, mas eu não sou. - ela balançou a cabeça. - Afinal de contas, meu chefe ainda está vivo. - brincou, dando uma risada e tomando mais um pouco de seu vinho.

E o plano de contar a ela sobre o paladium foi embora.

Como poderia dizer a Pepper que estava morrendo quando ela tinha acabado de ser tão sincera em dizer que ele era a única pessoa que havia sobrado em sua vida?

Tony se lembrava do quão abatida ela havia ficado, cinco anos antes, com a morte do avô. A única família viva que ela tinha.

E agora o que ele devia fazer, contar a ela que estava batendo as botas também?

- Tem razão. - ele disse, pegando a própria taça. - Seu chefe está bem vivo, e pretende permanecer assim por um bom tempo.

- A meu Deus!

- Wow!

Tony e Pepper, assustados, gritaram ao mesmo tempo quando Happy foi esparramado no chão do ringue pela mulher ruiva que tinha acabado de entrar.

- Eu escorreguei. - o segurança disse.

- Aham, pra mim pareceu com nocaute. - Tony disse.

Natalie desceu do ringue, pegou a pasta e abriu onde as folhas deveriam ser assinadas.

As digitais dele no papel passavam oficialmente a liderança da empresa para Virgínia "Pepper" Potts, a nova CEO.

E depois de ver o quão rápido a pequena Natalie Rushman detonou Happy no ringue, ele sabia quem seria sua nova assistente.

Isso, e bom, o fato de Pepper não parecer aprova-la como para o trabalho. O comentário dela sobre ele poder ser processado por encarar a mulher do jurídico fez Tony se questionar. Seria muito errado querer que a desaprovação de Pepper em relação a Natalie fosse, pelo menos um pouco, por ciúme?

Bom, ele ia descobrir de um jeito ou de outro.

A corrida em Mônaco tinha ido muito bem. Pelo menos até o esquisitão com chicotes elétricos aparecer.

Quando Happy e Pepper apareceram no meio da pista de corrida, Tony descobriu que, na vida, se você é problemático, precisa ter amigos mais problemáticos ainda.

- Estava tentando acertar eu ou ele? - o bilionário questionou, com seu sarcasmo habitual.

A loira se esforçava para recuperar o fôlego no banco de trás.

- Ele.

- Você ficou louco!? - uma Pepper completamente desesperada gritou.

- Falha de segurança...

- Entra no carro agora!

- Eu fui atacado!

Ele não podia culpa-la. Quase ser morto por um maníaco não era o que ele tinha em mente para a primeira viagem deles com ela no cargo de diretora.

Era pra ser uma viagem tranquila, onde ela seria introduzida a todo mundo. Ao invés disso, eles apareceriam nos jornais como o trio que quase morreu numa corrida em Mônaco.

Pelo menos agora as pessoas saberiam que Pepper realmente sempre esteve ao lado dele em todos os momentos, incluindo nos que incluíam risco de morte.

Ela parecia gostar de gritar com ele em todos esses momentos também.

Quando vestiu a armadura, a primeira coisa que fez foi chutar o carro para bem longe, garantindo que Happy e Pepper conseguiriam sair da pista.

Ele sabia que tinha que se desculpar com ela.

Sua última aparição como Homem de Ferro havia rendido uma bagunça.

Tony achou que ficar sozinho e bêbado em sua oficina renderia menos caos que uma festa de aniversário... e errou.

Seguindo o conselho de Natalie de fazer o que quisesse... ele decidiu voar toda a cidade, e acabou quase sendo arrancado da armadura por um protótipo da própria oficina. O que não rendeu boas notícias.

E agora era Pepper que estava lidando com as consequências, sendo escrachada no jornal como "a assistente que virou CEO para limpar a bagunça do chefe".

Ele sabia que estava encrencado quando viu o quão brava ela estava.

E o presente não ajudou.

- Você me comprou morangos?

- Hurrum.

- Sabia que só existe uma coisa no mundo todo a que eu sou alerg...

- Alérgica a morangos, é, eu sabia. - ele afastou a caixa de perto dela.

A ruiva o olhava com uma expressão incrivelmente fria.

- Vamos lá Pepper, é um progresso, eu sabia que existia uma relação entre você e morangos.

- Tony, você tem que ir embora.

- Mas eu preciso que você me escute.

- Eu estou tentando gerir uma companhia Tony! Tem ideia de como é isso? E estou sendo massacrada por não conseguir reverter os problemas que você criou, porque não consegue ficar quieto!

- Eu sei, eu sei... é justo, você está brava, e eu mereço. Mas eu estou tentando. O que eu fiz ontem a noite foi inconsciente.

- É o que acontece quando se ingere tanto álcool.

- Não, não Pep.

- Tony, eu preciso que você...

- Eu preciso de você também, é isso que estou tentando dizer.

- ...saia.

Tony olhou para ela, ainda séria, e engoliu em seco.

Ela estava salvando a pele dele e sendo odiada por um mundo inteiro por isso, e Tony estava se odiando por fazer parecer que ele não se importava.

Morangos? Sério, seu idiota! É por isso que não devia fazer essas coisas sem perguntar a Jarvis primeiro.

Pepper saiu da sala, e apesar de ter achado que não conseguiria se manter calado, ele foi capaz de não entregar o disfarce de Natalie, que, a propósito, era uma agente da SHIELD.

Tony sabia que tinha que resolver isso.

A CEO por outro lado, apesar de ter conseguido se manter estável na sala, pediu a Happy que esperasse no carro enquanto ela ia ao banheiro.

A primeira coisa que fez foi jogar a bolsa em cima da pia enquanto se debruçava sobre o balcão.

Por que tinha que ser tão difícil? Ela estava acostumada a fazer aquele trabalho por anos. A única diferença era que agora era o nome dela que aparecia nos documentos.

Mas ter a midia te desqualificando em menos de uma semana era bem, bem desanimador.

E Tony... por que ele tinha que ser tão difícil?

E por que tanta ênfase em dizer que precisava dela? Em que sentido ele disse aquilo? Justo agora, quando tudo parecia estar desmoronando.

Mas tudo parecia estar desmoronando para ele também, e ela não entendia o porquê. Mesmo que estivesse morrendo de raiva dele, não conseguia evitar a vontade de querer voltar até aquela sala e bater nele com uma lista telefônica até ele dizer por que precisava dela, e por que estava sendo tão inconsequente.

Ele estava morrendo.

Então esse era o problema?

- Como assim você "ia me contar"? Você estava mesmo morrendo? 

- Eu estava esperando o momento certo...

- Não pensou em me dizer?

- Você não me deu a chance...

- Não acredito que não ia me contar que estava morrendo.

- Eu ia te fazer um omelete, e te contar!

Natasha, que estava cansada de passear pelas duas telas como se estivesse assistindo uma partida de ping pong, cortou os dois.

- Hey, guardem pra lua de mel, okay? Tony, você tem visitas.

Do outro lado da tela, Pepper sentiu seu rosto esquentar. Será mesmo que até a assistente, ou agente, seja lá o que Natalie fosse, havia notado em tão pouco tempo que eles discutiam como um casal?

- Nós poderíamos estar em Venance agora. - Tony disse.

- Ah, por favor. - ela não pode evitar uma resposta irônica.

O que apenas serviu para reforçar o ponto de Natasha.

Enquanto Tony cuidava dos seus problemas, Pepper chamou a segurança para garantir que Hammer fosse dali direto para a prisão, e que todas as pessoas no local saíssem de lá em segurança. Tony estava fazendo a parte dele, ela tinha que fazer a dela.

O bilionário achou que tudo estava acabado quando finalmente venceram o homem maluco com a armadura elétrica.

Até que a notícia de que todas aquelas armaduras eram bombas o atingiu em cheio.

Elas exolodiriam em todos os lugares dentro de segundos.

- Pepper!

Quando ela não respondeu, ele saiu voando o mais rápido que podia de volta ao local do evento.

Ver o homem dizendo "Você perdeu" fez o coração dele gelar.

Se Pepper saisse dessa machucada, então ele realmente teria perdido.

Ele agarrou o corpo dela e voou para cima poucos segundos antes da bomba explodir.

Quando pousaram em um terraço, ela se soltou dele desesperadamente, gritando. Tony arrancou a máscara e jogou no chão.

- Chega! Chega... eu não aguento mais! - ela teve um surto.

- Você não aguenta? Olha pra mim.

- Meu corpo não é mais capaz de aguentar todo esse estresse... eu... nunca sei quando você vai se matar, ou arruinar a empresa. Eu não aguento mais. Eu me demito.

Ele olhou pra ela, suspirando.

- Se demite?

- Sim.

- É justo. - ela ficou surpresa por ele não argumentar. - É justo. Você cuidou muito bem de mim por tanto tempo... Você merece mais do que tudo isso que aconteceu Pep.

- Obrigada por entender. - suspirou aliviada.

A cada frase dita os dois estavam mais próximos.

- Hurrum.

- Eu vou cuidar de tudo, eu prometo.

- Vai ser estranho, a transição, você só ficou uma semana no cargo.

- Mas com você são tipo, anos de cão. - ela reclamou. - É tipo uma corrida presiden...

E antes que pudesse pensar em outra coisa, Tony puxou o corpo dela para mais perto, acabando com o espaço entre eles, e finalmente a beijando, como queria ter feito a tempos.

Pepper passou a mão por seu rosto, e a repousou na armadura.

Ela tinha um beijo tão doce e suave quanto parecia ser. Tão doce, suave e delicado quanto ela era. Tony entendeu que nunca mais queria beijar outra pessoa que não fosse Pepper Potts.

- Estranho?

- Não, não foi estranho. - ela disse.

- Okay. Então...

Quando se beijaram de novo, Rhodes interrompeu.

- Eu achei estranho.

Os dois se separaram no susto.

- Vocês pareciam dois esquilos brigando por uma uva.

Pepper estava com vergonha. Ela estava gostando de não pensar em nada por alguns segundos. E de finalmente expor seus sentimentos por Tony Stark.

- Eu me demiti, então... - ela tentou se explicar.

Tony apenas passou o braço pela cintura dela e a puxou para perto.

- É, não precisa fazer isso, eu ouvi tudo.

- Da pra sair daqui? - Tony pediu.

- Eu cheguei primeiro. Arrumem um telhado pra vocês. - O amigo rebateu. - Além do mais, meu carro explodir, vou pegar a armadura emprestada por um tempo.

- Não vai rolar.

- Não foi uma pergunta. - Ele avisou, abaixando a máscara.

Assim que Rhodes saiu voando, Tony se virou para Pepper de novo. Sem mais distrações, ele só queria prestar atenção nela.

- Então, e se eu decidir não aceitar sua demissão, como vamos fazer?

Ela não pode evitar rir.

- Vamos ter que dar um jeito nisso.

- Não posso viver sem você Pep. Sinto muito ter demorado tanto a te dizer isso, e ter te feito passar pelo inferno essa semana...

- Tudo bem. - ela colocou as mãos sobre o rosto dele novamente, o acalmando. - Tudo bem. Que tal isso? Vamos sair do telhado, e ir para casa. Você vai tomar um banho, eu vou pegar um kit de primeiros socorros para todos esses ferimentos... e então, nós vamos conversar sobre tudo que aconteceu na última semana, okay?

- Okay. Okay, pode ser. Eu gostei da ideia. 

- Okay.

- Sobre o banho...

- Pode parar por ai. - ela o cortou, sabendo que algum comentário viria.

Tony riu. Depois a beijou novamente. E enquanto ela estava distraída, ele a segurou e saiu voando.

E ele a levou pra casa. Finalmente, os dois estavam juntos. E Tony, mesmo estando completamente quebrado, cortado, e vivendo uma pós quase-morte, percebeu que nunca antes havia se sentido tão em casa.

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