Medo de amar você

Por tefyzz

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Após o falecimento de seu padrasto, Sofia e sua mãe não vê outra alternativa a não ser se mudar para outro es... Más

AVISOS
Personagens
Capítulo 1 - Luto
Capítulo 2 - Sorvete
Capítulo 3 - Faculdade
Capítulo 4 - Festa
Capítulo 5 - Verdade ou Desafio
Capítulo 6 - Padaria
Capítulo 7 - Trabalho
Capítulo 8 - Banheiro
Capítulo 9 - Pesadelo
Capítulo 10 - Lago
Capítulo 11 - Boate
Capítulo 12 - Quarto
Capítulo 13 - Tacos
Capítulo 14 - Bicicleta
Capítulo 15 - Lanchonete
Capítulo 16 - Piquenique
Capítulo 17 - Rave
Capítulo 18 - Amor
Capítulo 19 - Banho
Capítulo 20 - Aposta
Capítulo 21 - Dúvida
Capítulo 22 - Baile
Capítulo 23 - Flores
Capítulo 24 - Dallas
Capítulo 26 - Desespero
Capítulo 27 - Mentiras
Capítulo 28 - Revelações
Capítulo 29 - Banheira
Capítulo 30 - Verdade

Capítulo 25 - Desabafo

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Por tefyzz

Texas, Estados Unidos
17 de abril, 2023.

acordo com uma leve enxaqueca e percebo que Raul já havia acordado e estava me olhando.

— bom dia — sorrio.

— bom dia — ele sorri de volta.

me espreguiço na cama e me sento.

sinto suas mãos puxarem meu quadril me fazendo deitar novamente.

— vamos voltar a dormir — diz manhoso.

— precisamos ir, acordamos tarde e eu já perdi a faculdade hoje.

Raul faz uma cara atrevida.

— talvez porque estávamos às quatro da manhã na sala de box — sorri.

sinto minhas bochechas queimarem ao me lembrar da safadeza que fizemos.

— por sua causa — sorrio.

— eu não te forcei a nada — passa os dedos em meus cabelos.

— eu sei.

Raul molha os lábios.

— sem camisinha é bem melhor — confessa.

merda! tinha me esquecido desse detalhe.

— preciso comprar um anticoncepcional.

— almoçamos, e no caminho de ir embora passamos em uma farmácia.

— está bem — sorrio.

(...)

— tem certeza que já querem ir? — Lily pergunta.

estamos todos sentados na mesa almoçando.

— podem ficar o tempo que quiserem — Jack diz.

— muito obrigada mas não posso, preciso ir a faculdade — digo.

na mesa, Jack e Lily estão nas pontas, ao lado de Lily está David e a nossa frente está Vincent enquanto Raul está ao meu lado.

ele pousa sua mão sutilmente em minha coxa.

— entendo, mas quando quiserem voltar estaremos com as portas abertas — sorri.

tento sorrir de volta mas Raul me desconcentra apertando minha coxa.

— como vai na faculdade? — Jack pergunta ao Raul.

ele desliza sua mão para a lateral da minha coxa chegando próximo a virilha.

— está ótimo, semana passada tivemos um baile.

usando um shorts, Raul adentra sua mão por debaixo dele enquanto toca na minha intimidade sobre a calcinha.

— um baile? — Vincent diz — e como foi?

suspiro tentando comer sem que ninguém perceba mas seus dedos estão tirando minha concentração.

— foi bom — diz enquanto massageia minha intimidade.

— já fez muitas amizades, Sofia? — Lily pergunta.

— eu... — tento dizer mas Raul me interrompe colocando sua mão quente por debaixo da minha calcinha.

solto um murmúrio sem perceber ao sentir sua mão.

— sim? — Lily diz.

— já conheci algumas pessoas — engulo seco.

— ah, que bom — Lily sorri.

Raul adentra um dedo lentamente na minha entrada me fazendo suspirar.

— e você mora com sua mãe? — Jack pergunta.

— tio, não precisa interrogá-la — Raul diz.

enquanto estou me esforçando para manter naturalidade Raul parece nem se esforçar para se manter neutro.

forço um sorriso enquanto Raul tira e coloca seu dedo dentro de mim na sala de jantar e tento controlar meu prazer.

— não o leve a mal — Lily diz — ele só está curioso, não é amor?

— sim — volta a comer.

— eu... moro com a minha mãe — tento dizer.

todo o meu corpo se estremece ao seu toque. sinto arrepios em todo o meu corpo e a minha intimidade pulsa por ele.

Raul coloca mais um dedo dentro de mim e já não sei como respira. abaixo minha cabeça e mordo meu lábio inferior para conter os gemidos.

— você está bem querida? — Lily pergunta.

— e-estou sim — ergo a cabeça sorrindo forçadamente.

Raul me olha com os olhos possesso de luxúria, ele sabe que não consigo impedi-lo e esse garoto ama me provocar.

— tem certeza? — pergunta novamente.

— eu vou ao banheiro — me levanto rápida.

ajeito minha roupa e Raul disfarça enquanto começo a caminhar em direção ao banheiro.

subo as escadas com pressa e encontro o banheiro, entro e fecho a porta.

coloco minhas mãos na pia e abaixo a cabeça para recuperar o fôlego.

sem fôlego, é assim que Raul me deixa e não sei se eu amo ou odeio isso.

escuto alguém bater na porta e Raul entra.

— você ficou doido? — pergunto.

— você não gostou?

— e se estivessem visto?

— ainda não respondeu se gostou — sorri.

— Raul!

— desculpa — ele se aproxima e coloca as mãos no meu rosto — eu não consigo resistir estando perto de você, Sofzinha — me entrega um selinho demorado.

tento negar mas no fundo eu amo isso, amo suas provocações e quando fizemos coisas em lugares proibidos.

Raul deixou esse vício em mim.

— tudo bem, vamos voltar — digo calma.

(...)

após a desculpa da dor de barriga, tivemos uma longa despedida para ir embora mesmo ela insistindo muito para ficarmos. Lily é um amor de pessoa, eu gostei muito dela.

no caminho para casa, passamos em uma farmácia e pedimos um anticoncepcional,
a senhora que devia ter uns quarenta anos tentou disfarçar seu olhar de julgamento mas não foi muito boa nisso. ela me passou todas as descrições e tomei.

após um longo percurso de carro, já era final de tarde e finalmente chego em casa.

Raul abre a porta do carro para mim e antes de eu entrar para a casa, ele chama a minha atenção segurando minha mão e me dando um beijo.

— a oferta de você ficar lá em casa ainda está de pé. se precisar é só falar — diz.

sorrio sem dizer nada e entro em casa.

não encontro mamãe em casa e acho melhor assim, ela ficou muito estranha comigo desde que eu comecei a me envolver com o Raul.

cansada de uma longa viagem, tomo um banho, como algo do armário e me deito em minha cama.

(...)

Texas, Estados Unidos
18 de abril, 2023.

só percebo que caí no sono quando acordo ao som do alarme.

me levanto e não demoro muito para tomar banho e me arrumar.

passo na padaria Brown para comer e aguardo Heloísa na padaria.

chegamos na faculdade e o sinal toca para entrarmos na sala.

Raul ainda não chegou e percebo o olhar da Kiara sobre mim, confesso que tenho receio dela, seus olhos são como agulhas pontudas sobre mim.

sinceramente eu sinto dó da forma como ela faz de tudo para receber o mínimo de atenção do Raul. ela é loira dos olhos claros, tem um corpo com belas curvas, ela não é de ser recusada por qualquer um então, por que insiste tanto em alguém que não a retribui?

— iae, como foi? — Heloísa fala enquanto nos sentamos.

— o que?

Heloísa bufa como se eu estivesse falado a coisa mais idiota do mundo.

— a viagem com o Raul.

— ah — pego meu material — foi bom.

— bom? é só isso que você tem a me dizer, Sofia? — diz séria.

— o que mais você queira saber?

ela espreme os olhos e se aproxima do meu rosto.

— eu quero detalhes — diz baixo — eu sei que uma viagem com o Raul Miller não pode ser resumida em apenas "bom".

sem dúvidas isso era um fato, aconteceu muitas coisas em apenas dois dias, e muitas coisas boas. muito boas.

— bom... — finjo pensar.

por mais que ela seja minha melhor amiga, eu não poderia lhe contar todos os detalhes.

— a família dele é muito bacana, a comida da sua tia Lily é maravilhosa assim como sua casa, e ela tem dois filhos.

— ah, isso eu já sei.

como assim ela sabe?

— como sabe disso?

dããr, ela tem um canal de vlogs.

— oh! eu não sabia — abro a boca em surpresa.

por que ninguém me contou isso?

— a Lily Miller é uma grande influencer para as mulheres da idade dela e inspiração para as jovens que queiram se tornar igual ela um dia.

— caramba!

— garanto que sei muita coisa sobre ela! — se exibe e rimos.

humm, então você sabe que ela tem uma sala de box? — sorrio.

— o quê? ela tem uma sala de box?! — diz surpresa.

— tem sim — continuo a sorrir.

— isso deve ser coisa do Jack, você entrou nela?

— entrei sim.

não pude conter minha risadinha ao me lembrar.

— humm. que bom que se divertiu, Sof — sorri.

— sim, foi tudo maravilhoso entre mim e o Raul. ele está sendo perfeito comigo, está mais carinhoso e amo quando estamos juntos.

Heloísa me encara e sorri.

— oohh, olha pra você, está toda apaixonada — ri.

— o que? não estou não! — tento negar.

— está sim!

— não! — rimos.

— boa tarde — a voz do professor ressoa pela sala.

(...)

fomos para o intervalo pegar nossas comidas e nos sentar.

— Sof — Helô me chama enquanto nos sentamos.

— oi Helô.

— eu preciso conversar com você sobre uma coisa.

— claro, pode falar.

— é uma dúvida, nada demais.

— sim?

— tenho uma amiga que está namorando alguém e essa pessoa trata ela de forma especial e carinhosa mas as vezes fica estranho do nada e age de forma super seca.

— como assim?

— dá atenção e carinho, mas as vezes muda completamente como se fosse desconhecidos.

— ah, nossa, isso é bem chato. bem, eu diria que ou ele é bipolar ou tem alguma coisa rolando que ele não está contando.

— mas ele se justifica dizendo que é problemas com a família.

— e que problemas seriam esses?

— eu... não sei — ela suspira — mas... por mais que ela veja suas mentiras na sua frente, ela se nega a acreditar na verdade por medo de não se sentir amada.

Heloísa abaixou seu olhar com vergonha, como se tivesse acabado de fazer uma confissão.

— você... não está falando sobre uma amiga.

— é sobre o Jason... — seu tom parece desanimado.

— o que ele está fazendo?

— sabe, eu ainda não conheci a mãe dele mas as vezes eu penso se já não está na hora, então eu pergunto para ele e ele diz que ainda não é a hora certa e muda de assunto.

— isso é estranho.

— eu pensei que ele já me considerasse como sua namorada, mas parece que não. parece até que ele queira me esconder.

— isso não está certo Helô, se ele não te assume significa que ele quer outras.

— uma vez eu fui fazer uma surpresa no trabalho dele e não o encontrei, quando eu perguntei ele disse que estava ocupado.

— ocupado com o que?

— é isso que eu quero saber! ele parece esconder as coisas e eu tenho medo dele não ser a pessoa que ele mostrava ser, ou que eu esperava que fosse...

— Helô, esse é um assunto muito complicado, a base de um relacionamento é a confiança e se você não sente isso, há algo de errado.

— eu sei, eu... vou conversar com ele.

sorrimos e então entrego um abraço em Heloísa para confortá-la.

— vai ficar tudo bem — beijo sua bochecha — vou ao banheiro.

me levanto e subo as escadas em direção ao banheiro.

após usá-lo, vou em direção ao espelho e ajeito meu cabelo quando de repente Kiara surge ficando ao meu lado enquanto retoca seu batom vermelho.

ela parece me ignorar mas sua presença me incomoda.

— oi Sofia — sorri de forma estranha me olhando pelo espelho — está gostando da faculdade?

por que ela está falando comigo como se fossemos íntimas?

— estou — forço um mínimo sorriso pegando meu gloss do bolso.

— é claro que está — sorri maliciosamente — e o Raul?

— o que tem ele? — franzi a sombrancelha.

— está gostando dele? — seu tom é rígido e  continua a passar seu batom.

— olha Kiara — suspiro — eu sei que você ainda gosta dele mas eu peço para que você nos deixe em paz.

ela para de passar seu batom e solta uma enorme gargalhada como se eu estivesse contando alguma piada.

— sabe, eu achava que você fosse burra — sorri — mas agora eu tenho certeza.

— do que você está falando?

— se você acha que o Raul é seu — ela se aproxima e aponta — você está muito enganada, ele me ama e você não passa de uma distração.

agora sou eu que caio na gargalhada

— como você tem tanta certeza disso?

— você verá.

Kiara sorri e sai do banheiro.

como algum ser humano pode gostar de um ser tão amargurado que nem ela.

ainda no banheiro fico sem entender e então o sinal toca para voltarmos a sala.

(...)

após uma longa manhã na faculdade, já havia retornado para a casa e pedi uma comida pelo celular para almoçar.

um tempo se passa e ouço um barulho na casa de Matheus.

vou até a minha janela e observo que ele está saindo de casa.

eu não falei com ele depois do baile, e ainda me lembro de suas últimas palavras.

"eu tenho que aceitar que você ama ele"

ele não mentiu.

sinto que eu o magoei, eu não queria que fosse dessa forma, Matheus é um garoto muito gentil e educado, ele sempre me tratou com respeito e a forma como ele me olha é tão bonito, é como se eu fosse uma obra de arte.

infelizmente eu não o amo, não posso retribuir seus sentimentos mas eu preciso falar com ele, não posso ignorá-lo para sempre sem terminar a nossa conversa.

desço as escadas com pressa antes que ele se vá e abro o portão encontrando o garoto de cabelos castanhos saindo de casa.

— Matheus — o chamo calma.

ele se vira e olha para mim sem nenhuma expressão, sinto falta do seu sorriso quando ele me olhava.

— oi — diz seco.

mordo meu lábio inferior nervosa e me aproximo.

— eu... preciso falar com você.

— não temos nada para conversar Sofia, você já esclareceu tudo.

— eu sei mas, não queria que ficasse daquela forma, eu gosto de você mas...

— eu já entendi — me interrompe — você ama ele.

o olho sem reação tentando pensar no que responder.

— é... verdade — admito abaixando meu olhar.

— você está comentendo um erro.

— por que? pelo o que ele fez com a Emily? isso foi a um ano atrás.

— é, mas ele pode fazer isso denovo.

— você está falando isso pelo oque ele fez com a sua irmã ou porque eu amo ele e não você? — ergo a sombrancelha.

Matheus abre a boca sem reação e percebo que fui cruel com as palavras.

— Matheus... — me aproximo — me desculpa, eu não quis dizer...

— não, tá tudo bem — nega com a cabeça — isso é verdade.

— eu não devia...

— Sofia, você já fez sua escolha, eu preciso aceitar.

abro e fecho a boca algumas vezes pensando no que dizer mas ele se afasta e começa a caminhar saindo dali.

me sinto péssima por magoá-lo, mas não posso mandar em meu coração.

(...)

o dia se passou rápido enquanto lia um livro, ouço mamãe chegar do trabalho mas não me esforço em vê-la.

eu me sinto mal por estarmos nessa relação, mas mamãe me magoa muito por não me deixar tomar minhas próprias atitudes e seguir meu coração.

pouco tempo depois ouço bater em minha porta.

— pode entrar — digo.

mamãe surge do outro lado mais séria do que nunca.

— como foi o final de semana com a Heloísa? — diz rígida na porta.

— foi bom — me sento na cama.

ela solta uma risada amarga enquanto me encara.

— oque é engraçado porque eu liguei para a mãe da Heloísa perguntando como você estava já que a minha filha não fala comigo e ela me diz que não sabe de você e que a Heloísa não foi pra lugar nenhum com você — sua expressão parece estar quase a cuspir fogo.

— mãe — suspiro — eu...

— então sugeri que você estava com aquele garoto até ter certeza ao ver isso no lixo do banheiro.

ela levanta sua mão e mostra a caixa do anticoncepcional que eu comprei.

merda!

— mãe, deixa eu explicar...

— explicar o que? — ela se aproxima — que você saiu de casa sem a minha autorização, mentindo para onde iria e ainda perdeu a virgindade com um garoto que você mal conhece?

— mãe, não foi de repente, a gente...

— se ama? — me interrompe — faça mil favor.

— eu transei com ele sim, tá legal? — me levanto — e não mãe, não é o fim do mundo transar com alguém que não vou passar o resto da minha vida junto! — me exalto.

— acontece que esse garoto está fazendo mal a você. você nunca tinha matado aula, fugido de casa e mentindo para a sua mãe, está agindo como uma adolescente de 13 anos!

— acontece que eu não tenho mais 13 anos, eu sei me cuidar! — rebati.

— tomando anticoncepcional? — ela ri amarga — você é muito imatura, não sabe do que está falando.

— pelo menos não foi eu que engravidei com 17 anos! — cuspo as palavras.

um ardor surge na lateral do meu rosto junto de um estralo, ponho a mão no lugar e percebo que minha mãe acaba de me dar um tapa.

sua expressão de raiva muda para uma de mágoa e a observo sem falar nada.

— filha... — põe a mão na boca.

— o Raul não está me fazendo mal, pelo contrário, a única pessoa que está me fazendo mal é você! — meus olhos enchem de lágrima — só depois que eu conheci ele que eu me senti viva como antes da morte do Beijamin!

mamãe está prestes a chorar e coloca a mão na boca. sem reação, ela sai do meu quarto sem dizer mais nada.

uma lágrima é derramada pelo meu rosto em seguida de várias que molha meu rosto.

me sento na cama novamente colocando as mãos em meu rosto soluçando pelo choro.

o tapa não só doeu superficialmente como machucou-me por dentro.

imediatamente pego meu celular e ligo para o Raul que no segundo toque a chamada é atendida.

Sofia?

— oi, vem me buscar por favor - digo aos soluços de choro.

oque está acontecendo? você está bem?

— eu... preciso de você agora — seguro meu choro.

chego em 5 minutos.

desligo a chamada e arrumo minhas roupas na minha mochila.

(...)

desço o vidro do carro sentindo o vento bater em meu rosto, as luzes, automóveis e casas passando em alta velocidade é como uma distração dos meus turbilhoes de pensamentos.

o céu está em seu tom mais escuro por estar ficando tarde.

quando vi seu carro parado em frente a minha casa desci as escadas com pressa sem me importar se devia satisfações ou não para a minha mãe, a mulher que me agrediu.

eu só queria que isso tivesse sido um pesadelo.

assim que eu o vi, lhe dei um abraço sem dizer nada, ele me perguntou oque aconteceu mas eu não queria falar e ele respeitou isso.

Raul pousou sua mão em minha coxa nua ao shorts moletom e a acaricia afim de me confortar, e realmente estava me ajudando.

seus dedos que acariciava minha coxa de forma delicada era meu conforto em saber que eu podia contar com ele a qualquer momento, ele mostrava preocupação comigo.

Raul para seu carro e percebo que chegamos em sua casa, ele abre a minha porta e pega minha mochila.

entrando em sua enorme casa, reparo em como as cores de sua casa são apenas branco e cinza remetendo a uma triste solidão.

fomos até seu quarto e me sento em sua cama, enquanto ele guarda minha mochila.

— está com fome? — Raul pergunta.

assenti com a cabeça.

— vou pegar algo para você — sai.

suspiro aliviada por estar longe de casa e olho em volta do quarto do Raul.

observo seu notebook na cômoda e então me levanto para pegá-lo e me sento novamente.

está desbloqueado e então vejo seu bloco de nota, o mesmo que ele não me deixou ver uma vez.

clico nele e observo algumas anotações básicas como treino, lista de compras e tarefas.

percebo uma pasta escrito SR e ao clicar pede uma senha. mas que droga, o que ele tem nessa nota?

— eu trouxe sanduíche de presunto e queijo já que uma vez já vi você comendo — Raul surge e imediatamente fecho o notebook.

— obrigada — sorrio disfarçando.

Raul para de caminhar e me encara estranhando.

— o que você estava fazendo? — ele deixa a bandeja com o sanduíche na cômoda — estava mexendo no meu notebook?

— meu celular descarregou então fui ver a hora.

Raul parece que não engoliu oque eu disse e pega o notebook da cama.

— eu vou acreditar, agora coma.

— você trouxe suco?

— não — ele coça o cabelo — você quer?

— sim, por favor — sorrio.

— está bem — suspira.

ao sair do quarto, pego seu notebook novamente e tento decifrar sua senha daquela nota.

tentei seu nome, não foi, sua data de aniversário, não foi, o nome do seu cachorro, não foi.

mas que droga, eu preciso saber o que ele escreve nessa pasta.

— pronto madame — ele surge.

fecho novamente o notebook e disfarço sorrindo.

— tá legal, me dá esse notebook — ele estende a mão.

— mas por que?

— você está querendo mexer nas minhas coisas.

— está escondendo algo?

— não, eu só não quero criança bagunçando nele — implica e pega o notebook — agora vai comer.

reviro os olhos e me levanto para pegar o sanduíche e me sentar na cama novamente.

— humm, está muito bom — digo.

— obrigado — Raul se senta enquanto me observa a comer — agora você quer me contar oque aconteceu?

me desanimo ao me lembrar da briga e do tapa da minha mãe que por alguns segundos eu havia me esquecido.

— briguei com a minha mãe — digo e bebo o suco.

— denovo?

— não. dessa vez foi pior, não foi apenas uma discussão.

— qual foi o motivo da briga?

eu quero e ao mesmo tempo não quero dizer isso.

— você — suspiro.

— eu? — ele aponta para si incrédulo.

— ela viu o anticoncepcional no banheiro.

— droga — ele suspira — e você falou oque?

— que eu sei me proteger e que não é um fim do mundo eu transar com alguém que talvez eu não passe o resto da vida junto — continuo a comer.

Raul me observa a comer por alguns segundos.

— você acha que não?

— o que? — pergunto.

— que passaríamos o resto da vida juntos — diz neutro mas com uma certa curiosidade em minha resposta.

solto uma curta risada.

— é meio difícil.

— por que?

— porque ainda temos muito tempo pela frente e não sabemos oque vai acontecer.

— mas ainda temos o agora, e é isso que eu quero.

— passar o resto da vida comigo?

— sim.

meu coração erra uma batida e posso sentir as borboletas em meu estômago dançarem feito loucas.

— você quer?

— o quê?

— passar o resto da vida comigo.

droga... mas é claro que eu quero, eu quero isso mais que tudo.

— sim — me observa.

ficamos em silêncio por alguns segundos e Raul se aproxima me dando um selinho demorado.

— eu não quero que sua mãe me enxergue como uma má influência para você, se for preciso, eu me afasto até ela enxergar o contrário.

— não — nego com a cabeça — eu não quero que você se afaste — acaricio sua mão em meu rosto.

— mas eu não quero que sua mãe me veja como uma ameaça.

— de um jeito ou de outro ela vai ter que aceitar, ela tem que entender que eu estou feliz com você e nada vai mudar isso.

Raul sorri e posso ver seus olhos verdes floresta brilharem, toda a energia ruim que eu estava sentindo em casa se foi e só sinto paz e calmaria nesse exato momento.

ficamos em silêncio apenas nos olhando e nossos olhos parecem conversar por si, sua presença me traz conforto e ligar para ele foi a primeira coisa que eu pensei naquela briga com minha mãe.

Raul não me julga, ele sempre está quando eu preciso, sua presença é meu porto seguro, meu lar de paz, de felicidade e de amor. ao contrário da Sofia de um tempo atrás que se sentia nervosa, agora eu só sinto paz estando com ele, e é assim que eu quero estar, quero ficar com ele pelo resto da minha vida.

se for preciso enfrentar minha mãe para ficarmos juntos eu a enfrento. assim como a Kiara e a todos que tentar nos separar.

hummm esse capítulo delicinha

oque acharam besties?? se gostarem, não se esqueçam de votar!

ig: @autora.tefyzz

(estou meio inativa por mas logo irei retornar) amo vcs 💗

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