Dias em Barcelona

By imnot_she

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Cassie Harper nunca teve uma vida fácil, seu pai biológico foi morto, e sua mãe havia se casado com um agress... More

↬ Cast
↬ Dedicatória
↬ Prólogo
↬ Home
↬ Jason Lark é um babaca
↬ Eu odeio Cassie Harper
↬ Princesa
↬ Desejos
↬ I feel kinda free
↬ Irmandade
↬ First day
↬ Um coração com flecha?
↬ A new phase
↬ Revenge
↬ Tchau Tchau.
↬ Lá vamos nós de novo.
↬ Birthday trip
↬ Hit the road Jack
↬ Por amor?
↬ Minha Rapunzel.
↬ Voltando à sobreviver
↬ The devil is back
↬ Como tudo vai perfeitamente mal
↬ Você se arrepende?
↬ Um resgate para Rapunzel
↬ Meu (ex) inimigo
↬ Whisky
↬ Escolhas por ego
↬Luta é tática, e não altura.
↬Confessar meu amor por ti
↬ V + B
↬ Mais uma única vez.
↬ Ato II
↬ Delegada Harper
↬Ódio e amor andam lado a lado

↬ J & C

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By imnot_she

Mesmo que
não venha
mais
ninguém, ficamos
só eu e você
Fazemos
a festa, somos
do mundo, sempre
fomos bons
de conversar...
Mais ninguém-
Banda do mar

Nós queremos o que queremos. 

Típica frase de um personagem de uma série de livros de dark romance.

Mas eu queria Jason, e não queria enrolar nem mais um minuto.

Ninguém sabia o quão doloroso foi ficar oito anos sem vê-lo, e agora que sou quase delegada civil (quase por que ainda estou no período de supervisão) em Barcelona, posso me reaproximar dele, sem enrolações, sem orgulho, sem ego, só...amor.

Era o dia do casamento de Elena, e eu estava animada, meu vestido rosa já tinha chegado, e eu estava à caminho da casa de Violet e do meu irmão, para nos arrumarmos juntas.

Quando cheguei, sorri ao ver tudo que eles tinham construídos juntos, louco pensar que seu amor jovem pode ser o amor para o resto da vida, não?

A casa era imensa, tinha dois andares e um estilo old money impecável, toquei a campainha e assim que Violet atendeu, abriu um sorriso enorme e deu passagem para mim adentrar sua casa.

— Puta merda, Vi. Sua casa é linda! — falei, observando tudo ao redor.

Lâmpadas de cristal, sofás de couro, tapetes felpudos, cristaleiras, duas escadas laterais que levavam para o segundo andar...era impecável.

— Maninha! — Brian apareceu de repente, usando apenas suas bermudas casuais.

— Oi, maninho. Eu e Violet vamos nos arrumar, tá bom? — Avisei.

— Claro.

— Mas antes, eu queria e mostrar o quarto do bebê, Cass. — Vi me olhou com os olhos iluminados.

Subimos as escadas, e ela parou em frente de uma porta que a madeira era em relevo, e quando ela abriu, agarrei meu colar pendurado no pescoço, descrente que eu ia ser tia desse bebê.

Tinha um berço de madeira branca, com bichinhos de pelúcia de girafa e leão, ao lado uma cesta cheia de brinquedos infantis. Uma cômoda do lado oposto, onde do lado tinha uma poltrona bem confortávefl com apoio nos pés. O tapete listrado com bege e branco, e um papel de parede com desenhos de plantas na parede da porta.

— Violet... ficou... incrível! — Disse, engolindo o choro.

— Ficou, não é? — Ela disse se abraçando.

— Já tem ideia de nomes? Masculino e feminino. — Perguntei

— Bem, sim...se for menino pensamos em Colin, e se for menina pensamos em Raven. — Violet disse. — Fico nervosa em pensar que tem uma bebê dentro da minha barriga, Cass. É insano. — Ela sorriu.

— Um dia eu quero formar uma família tão bonita quanto a sua, Vi. Ter dois filhos e viver com o Whisky do meu lado. — Falei, deixando a imaginação falar mais alto.

— Você vai ter uma família assim, e vai ser com o Jason! — Ela estapeou meu braço.

— Ai, Violet. Eu sinceramente espero. Foda-se, neguei tanto tempo meus sentimentos por ele, fiquei com medo de amá-lo mas agora tudo isso me parece...besteira. Nós devíamos ter ficados juntos à muito tempo. 

— Deviam mesmo.

(...)

Já estávamos devidamente vestidas, estávamos colocando nossos saltos e estaríamos prontas para descer.

Quando descemos, Brian olhou para sua esposa e sorriu, seus olhos brilharam e eu sabia que a mente dele estava em pane naquele momento.

Fomos para o salão onde seria o casamento, minha barriga roncou porque eu não tinha comido nada. Aquilo me fez lembrar o orfanato, e o quão infeliz eu fui lá dentro. Ao lembrar disso, um gosto amargo de repulsa surgiu na minha boca, eu odiava relembrar o passado.

Odiava lembrar que Grayson fazia parte dele, odiava lembrar que minha mãe nunca me amou, odiava lembrar que ninguém da minha família nunca quis me acolher, eu simplesmente odiava lembrar.

Cumprimentamos todos os nossos amigos, e a cerimônia não tinha previsão para começar, mas mesmo assim todos os convidados estavam em seus devidos assentos, conversando entre si antes da noiva entrar. Nick ainda não estava no altar, então não fazia ideia de quando começaria.

Senti movimentos atrás de mim, e sabia muito bem quem era, o típico perfume impossível de não lembrar, a fragrância marcante e forte, fazendo ele ser cheiroso com apenas uma borrifada.

— Rosa combina muito com você. — Jason disse. 

— Obrigada, Jay. — Zoei o apelido.

— Podemos conversar? 

— Agora? 

— Sim, a cerimônia não acontece até tocar a núpcia e a noiva entrar. — O loiro falou e eu assenti, seguindo-o quando o mesmo foi contornando entre a multidão.

— Pode falar. — Indiquei e ele limpou a garganta.

— Eu queria te explicar o porquê de...eu não ter ficado com você aquele dia em que brigamos. Vai parecer bem bobo, mas foda-se, o Jason do passado era meio idiota. — Jason riu, cruzou os braços delineados por tatuagens.

Lembrei daquela noite, quando ganhei do Myers, lutei contra aquele cara e tive uma crise de pânico péssima. Engoli em seco, não querendo ter lembrado.

— Prossegue.

— Meus pais estavam se separando,  Suzie mal conseguia dormir direito e eu ia para Madrid, não conseguia pensar em um futuro em que você não estivesse comigo. Por isso meu ego falou mais alto, eu queria você, mas não me sentia bom o suficiente para isso. — O rapaz falou, eu engoli em seco de novo, Jason me olhava, como se sentisse vergonha de si mesmo.

— Você podia ter me falado, sabe que eu não ligaria pra isso! Eu queria você e ponto, foda-se os problemas. — Falei, me exaltando um pouco. — Sabe o quanto foi horrível perceber que eu te amava e você não queria mais ficar comigo, seu idiota? — Sorri, sabendo que agora os dois queriam, feliz de mais por ser recíproco, mas ao mesmo tempo frustrada por demorar tanto.

— Olhar pra você é... aterrorizante. — Jason disse, tentei decifrar seu olhar, mas falhei, aquilo era bom ou ruim?

— O que? — Perguntei de cenho franzido.

— Eu olho pra você e eu penso que... eu te amo. E isso é aterrorizante por que eu penso o que eu faria por você. 

— Isso foi... perigosamente fofo. Pode fazer mais vezes. — Sibilei, dando meu maior sorriso.

— Eu não fiquei com ninguém. — Jason disse e eu virei pra ele de supetão, atordoada.

— O quê?!

— Isso mesmo, Cassie. Não fiquei com ninguém depois de você.

Abri a boca, em choque total.

Eu precisava beijá-lo, precisava saber que ele me amava, mas não agora, não aqui. Apenas abri meu maior sorriso e o abracei, o mais forte que pude, suas mãos em minha cintura, e a minha em seu pescoço.

— Eu também te amo. Meu Deus, eu acabei de confessar isso em voz alta?! — Ri com escárnio, descrente das minhas próprias atitudes.

Então me separei do abraço e segurei suas bochechas em minhas mãos, selei nossos lábios, uma, duas, três vezes seguidas.

Eu estava tão feliz que a qualquer momento eu poderia explodir.

Voltamos para a cerimônia de braços entrelaçados, meu irmão e Violet quando viram, sorriram, e Violet apontou para Jason com o olhar. Olhei para o loiro e vi que ele sorria, pro nada, um sorriso bobo e lindo de seus lábios, mordendo de leve o lábio inferior que tinha um pouco do meu batom vermelho.

Sorri, boba também. Como passei tanto tempo longe dele? Foram dias péssimos tentando encontrá-lo em outras pessoas.

Tentar achar alguém que se encaixasse à mim tanto quando ele se encaixava, tentando achar alguém que me compreendesse e que me desse frio na barriga. Mas nada foi significante, foram só beijos estúpidos para superá-lo, para eu amenizar meu cérebro de que eu ficaria bem sem ele, e eu não ficaria, percebi isso quando selei nossos lábios.

Percebi Nick entrar pela lateral, o terno branco bem passado, e o cabelo bem alinhado.

A marcha nupcial começou a tocar, ao som de violinos tocados perfeitamente pela orquestra, vi exatamente o momento que Elena entrou.

Depois que a vi, nossos momentos na adolescência vieram na cabeça. Quando matamos a aula de física, quando nos conhecemos, quando ela falou pela primeira vez de Nick, quando ela nos contou que o beijou pela primeira vez.

Ela o amava, e ele a amava, os dois em um amor e sentimento mútuo, o sentimento verdadeiro e limpo, sem dúvidas, apenas o amor genuíno.

Olhei para o meu irmão, seu queixo tremia e vi quando uma lágrima cristalina pingou de seu rosto, eu achava lindo os homens que amavam tanto suas mulheres ao ponto de chorarem no altar, sem ligar para que os convidados iam pensar, engolindo o ditado de que homens não choram.

Elena sorriu, os lábios rosados trêmulos, e suas bochechas enrubresceram além de seu blush. Ela estava deslumbrante, diferente de Violet, com um véu, Elena usava uma coroa cravejada de pedras brilhantes e delicadas.

O padre fez o famoso discurso, Nick e Elena não fizeram textos um para o outro, o que me supreendeu mas não me deixou menos encantada, tudo estava perfeito.

— Nicholas Miller, você aceita Elena Harrison como sua esposa? Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? — O celebrante perguntou e Nick assentiu sem esconder o sorriso vibrante.

— Elena Harrison, você aceita Nicholas Miller como seu marido? Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

— Sim!

— Eu os declaro, perante a cerimônia, marido e mulher! Pode beijar a noiva!

Elena deu seu melhor sorriso e seus lábios encontraram os de Nick.

Sorri, diante daquilo, sorri junto com todos.

(...)

Após algumas horas de festa, já eram quase nove horas, Brian e Violet já tinham ido em bora, mas eu, Riley, Jason, Tristan e Nolan permanecíamos firmes conversando enquanto os noivos dançavam na pista.

— Vou pra casa. — falei, em um bocejo.

— Por quê?! — Riley disse com a voz embargada.

— Estou com sono, e com dor nos pés, mas vamos marcar de sair! — falei, desafivelando meus saltos e puxando um pouco a barra do vestido.

Dei um beijo na bochecha de Nolan, e depois na de Riley e Tris, por fim na de Jason.

Me despedi dos noivos e fui até meu carro, jogando os sapatos no banco de trás.

Ouvi a porta do salão ser aberta e vi Jason correndo na minha direção.

— O que foi? — Perguntei, rindo ao vê-lo exasperado.

— Vou com você. — Ele falou e eu franzi o cenho.

— Pra minha casa?

— Não, pra minha. — Avisou e entrou no banco do passageiro.

— Onde você tá morando? — Perguntei

— Em um apartamento no centro, eu te mostro o caminho. — Jason falou e eu assenti.

Depois de uns 15 minutos, chegamos em frente ao seu prédio.

Era luxuoso, com janelões de vidro e uma estética super moderna.

— O que quer fazer? — Perguntei.

— Tenho um plano para hoje, e o que eu comprei para você está lá em casa.

— Comprou algo pra mim?

Sorri, meus olhos brilhando.

— Sim. Sinceramente eu te conheço muito bem e você vai gostar.

Entramos em seu apartamento. O loiro abriu a porta e observei seu apartamento. Suspirei com tamanha beleza.

Os janelões permitiam enxergar toda a cidade ao redor, e lá no fundo – não tão distante – dava pra ver o litoral.

Sorri instantaneamente, e ele acendeu as luzes.

— Esse apartamento é lindo de mais, Jason. — Sorri para ele.

O loiro apareceu com três sacolas na mão, e eu larguei a bolsa na bancada, querendo abrir as sacolas.

Quando abri o lacre adesivo da primeira, me deparei com uma calça jeans clara, onde ao invés de bolsos traseiros tinham estrelas vermelhas.

Era a minha cara. Parti para a segunda sacola, tirando o lacre adesivo e vendo um corset vermelho que combinava perfeitamente com as estrelas na calça jeans.

Sorri mais ainda, imaginando o quanto a combinação dos dois ficaria linda.

E então fui para a terceira sacola. E quando abri vi que era uma caixa de sapato. Abri cuidadosamente a caixa, e vi que era um coturno. O sapato quase idêntico ao que eu sempre usava nos meus 17 anos.

Soltei a caixa e abracei Jason, sabendo o preço emocional dele ter me dado um sapato idêntico ao meu antigo.

— Eu amei, amei, amei, amei! — Sorri em seu pescoço, ele se arrepiou com a minha respiração.

— Acha que só te dei uma roupa por dar? Não. Nós iremos sair. Quero te ver linda nessa roupa, Cass. — Jason disse em um tom de voz quase imperativo.

— Para onde vamos? — Perguntei animada.

— Surpresa! O banheiro é o primeiro à direita.

Sorri e fui saltitando até lá.

Tomei um banho sem lavar o cabelo, pois ele já estava pranchado.

Tirei a toalha do corpo e o analisei um pouco, todas as cicatrizes me fizeram engolir em seco. Só Deus sabe o que eu passei nessa vida, e Jason mal sabia o que tinha acontecido nesses oito anos.

Mas a pior de todas estava na costela, horizontalmente, ela tinha um relevo pavoroso, mas eu a cobri com uma tatuagem, com uma das minhas músicas favoritas.

A frase que estava marcada para sempre na minha cicatriz era "Vienna waits for you.", da música Vienna do Billy Joel.

No caso, a minha Vienna, era Barcelona, com meus pais, meus amigos, e todos que me amam.

Desviei o olhar daquela memória tenebrosa que ainda me deixava chateada, e vesti a calça, ficando feliz novamente.

Aprendi nesses anos que a vida vai te machucar, vai machucar muito, vai te fazer passar por coisas horríveis mas sempre vai ter um lado bom.

A calça ficou perfeita em mim, ficou bem adaptada às minhas coxas e à minha bunda, e eu fiquei extremamente bonita.

Vesti o corset vermelho, me lembrando que eu tinha um bem parecido na adolescência, só que agora eu tinha mais quadril, mais peito e mais cintura, então eu teria que ter comprado outro.

Mas ficou lindo, absolutamente impecável no meu corpo.

Vesti os coturnos, dando um sorriso bobo quando percebi que ele lembrou que era um sapato importante para mim, e eu tinha esquecido em Barcelona quando fui para Londres.

Saí do banheiro e Jason estava no sofá, mexendo no telefone.

Ele ergueu seu olhar pra mim, e foi como se tivesse entrado em transe, o celular caiu no carpete e eu sorri, amando vê-lo daquele jeito, bobo por mim, qualquer mulher ama ser bajulada.

— Meu Deus... — Ele abriu um sorriso canalha.

— O quê? — Perguntei.

— Você pode ser considerada a mulher mais bonita do planeta terra, Cassie Harper Miller. — Disse se levantando e vindo até mim. Ele selou nossos lábios e eu sorri.

— Pode me dizer para onde vamos?

Ele sorriu de canto, em negação e eu bufei, abaixando meus ombros.

Descemos para o lobby e ele me guiou para a garagem, eu sugeri que fossemos com o meu carro, mas ele disse que queria ir com o dele – e eu tinha quase certeza que era só para eu ter que voltar para buscar meu carro.

Jason tirou seu blazer, deixando-o no banco de trás, tirou sua gravata branca e colocou nos meus olhos, eu grunhi ao sentir meus cílios serem esmagados.

— Isso me deixa nervosa. — Confessei baixinho. — Sabia que quando você está sem ver a probabilidade do inimigo te apunhalar pelas costas é maior, não é?

— Ainda bem que não sou seu inimigo, e aposto que se fosse...mesmo com você vendada eu levaria uma cotovelada na costela. — O loiro riu, sua respiração em minha orelha enquanto ele dava um nó em sua gravata.

Me arrepiei, sentiria adrenalina como uma adolescente idiota. Mas eu gostava daquilo, de certa forma.

Sorri, e era impossível não fazer, já que ouvi o ronco da sua ferrari assim que ele ligou o automóvel, deu uma ré tão rápida que eu mal percebi, curvou e acelerou pelas ruas tão rápido que eu segurava forte ao lado do banco, cravando as unhas no couro.

Todos os meus pelos estavam arrepiados, o pipoco do motor me fazia ter calafrios no estômago, queria sentir toda aquela sensação que costumava sentir quando adolescente.

Senti uma mão pousar na minha perna, quase na região interna. O que não contribuía com meu foco, não me ajudava nadinha.

O carro freiou de uma vez de repente, meu corpo iria muito pra frente se Jason não tivesse colocado sua mão em minha frente, me segurando para trás.

— Ai meu Deus, o que foi isso? Quase sofremos um acidente? — Comecei a rir ao ouvir que ele também ria, como se estivesse brincando.

— Sinal vermelho. — O loiro disse, soltando uma risada gostosa. Então ele regulou a respiração para continuar dizendo. — Poderíamos morrer e você está se divertindo?

— Como se a morte nos impedisse de algo... quer dizer... olha como foi nossa adolescência! — Brinquei.

Depois seguiu acelerando com tudo até chegarmos ao tal destino.

Era audível os murmurinhos das pessoas, eu tinha certeza que não era um lugar privado.

Jason me guiou para fora do carro, abrindo a porta para mim e segurando minhas mãos firmemente.

Subimos alguns degraus e entramos em um lugar com muitas pessoas, eu sentia a presença delas e as ouvia também.

Ele veio para trás de mim e desamarrou o nó com calma, e quando tirou a gravata dos meus olhos, me deparei com o local: uma casa de shows.

Tinham várias mesas e garçons com gravatas borboletas, a iluminação era azul clara e Jason sorria, querendo conter a emoção que eu não sabia do porque vinha.

— Eu amei o restaurante...mas porque ainda tá sorrindo? — Perguntei, analisando o menino à minha frente.

— Porque você vai amar quando souber o que vai tocar hoje. — Jason sorriu mais intensamente ainda, com as pernas inquietas.

Passou apenas alguns instantes para a luz do palco se acender. E uma mulher loira de cabelos ondulados entrou no palco, com uma roupa...bem igual à de...

Não é possível.

Logo mais duas entraram, com roupas idênticas à da ondulada loira.

A batida que eu conhecia muito bem de Mamma Mia começou a tocar. Eu arregalei os olhos e tampei a boca olhando para Jason. Eu o amava tanto que era quase impossível não querer ficar perto dele.

Aquele restaurante me lembrava um que fui no ano anterior, assisti ao teatro de Mamma Mia, em um dos dias em que senti saudade do Jason. E eu achei que ficaria sozinha. Mas conheci Ella e Hannah, duas grandes amigas para toda a vida. Depois fomos à um restaurante temático de Mamma Mia, lembro como se fosse ontem o tanto que falei de Jason para elas, e como Ella conheceu o amor de sua vida.

Nem fodendo que ele me trouxe em uma casa de show que tocaria as músicas de Mamma Mia, né?

Várias pessoas estavam cantando enquanto eu estava ainda olhando para ele, paralisada enquanto meus olhos lacrimejavam.

Tocava Voule-Vouz, uma música alegre, mas naquele momento eu queria muito chorar.

Aquilo era a maior prova de amor que poderia ser feita para mim, eu amava muito aquele rapaz que mesmo depois de 8 anos sem me ver, sabia a droga do meu filme favorito.

Ele franziu o cenho, e se levantou, agachando ao meu lado.

— O que foi, Cass? — Perguntou, cuidadoso, enquanto afagava meu cabelo.

Eu praticamente voei em cima dele, dando um abraço apertado enquanto todos aplaudiam e gritavam.

— Essa foi a melhor surpresa do mundo. — Falei, fungando o nariz que insistia em escorrer.

— Faria isso um milhão de vezes para te ver feliz, amor. — Jason falou e eu dei um beijo em seus lábios.

Amor... soava bem em seus lábios.

Me sentei de novo, dessa vez limpando as lágrimas e começando a cantar intensamente todas as músicas, para completar ainda fazia as danças que eu já sabia de cor.

Inclusive, chorei de novo quando Jason me acompanhou e dançou "dancing queen" comigo.

A noite foi incrível, e a última música foi "Mamma Mia"

Mamma Mia! Here i go again, my, my, how can i resist?!

É, Mamma Mia! Como eu poderia resistir?

— Cassie Harper! Valoriza o Jason Lark que pagou para tudo isso funcionar depois de dar a ideia pro show! Ele tá mesmo apaixonado por você garota! Segue os conselhos da Donna em! — A cantora principal, a que interpretava a "Donna" disse no microfone.

Eu enrubresci, me sentindo envergonhada e incrível ao mesmo tempo.

Todos se levantaram de suas mesas para aplaudir e eu aproveitei para beijá-lo com toda a intensidade que tive durante a noite, não ligando para as pessoas ao redor.

— Essa foi uma das melhores noites da minha vida. — Falei, sorrindo.

— A única que será melhor será a do nosso casamento.

— Estou esperando seu pedido.

Sorri ladina para ele, e sua resposta foi arquear a sobrancelha.

— Você esqueceu o carro lá em casa.

— Eu sabia que você ia dizer isso.

Eu sorri divertida.

(...)

Entramos no elevador, em direção ao seu apartamento, e eu sabia bem o que ele queria.

Jason me pegou no colo, sorrindo querendo exibir seus belos dentes. Entramos em seu apartamento e ele correu comigo em seus braços, me jogando em cima da sua cama macia.

O loiro subiu por cima de mim, tracejando um caminho de beijos desde o meu pescoço até meus lábios. Eu havia sentido muito a falta dele.

Seu cheiro gostoso entrou nas minhas narinas, me fazendo sorrir durante o beijo. Jason afastou meu cabelo do rosto e começou a tirar os sapatos.

Desabotoei sua camisa branca bem passada e contemplei a visão. Depois de 8 anos sem vê-lo sem camisa era uma visão bem nobre.

Trocamos as posições e dessa vez eu que estava em cima dele, nos beijávamos misturando vários sentimentos, mas os mais fortes eram saudade, amor e desejo.

Separamos ofegantes e Jason abriu meu corset, me deixando apenas com meu sutiã – que na verdade nem era grande coisa, não era muito propício para a situação – e voltamos a nos beijar.

O loiro desabotoou meu jeans, tirando-o e jogando do outro lado do quarto.

Dessa vez, Jason beijou meu pescoço, tantas e tantas vezes que eu gostava dessa sensação e queria que ela não parasse.

Mas ao mesmo tempo, queria me aninhar à ele, descansar em seus braços por que depois de tanto tempo consegui finalmente voltar pra casa da forma mais perfeita o possível.

— Senti tanto a sua falta. — Murmurei, beijando sua bochecha, praticamente montada nele.

— Eu senti mais. — Jason disse, me dando mais um beijo, dessa vez na minha madíbula.

Suas mãos passeavam pelo meu corpo livremente, de maneira gostosa, eu queria ficar com ele para sempre. Pra sempre.

— Me sinto muito segura perto de você.— Falei, sorrindo para ele, em um tom brincalhão. — Estou orgulhosa de você, sabe... de quem se tornou.

— Jesus Cristo... você quer me matar, não é? — O loiro falou lambendo os lábios inferiores antes de me puxar de novo, afundando suas mãos em meu couro cabeludo, puxando meu cabelo de leve.

Saí de cima dele e tirei sua calça de alfaiataria preta, o deixando só de boxer, enxergando mais tatuagens ainda. Percebi que talvez o hobbie dele fosse fazer tatuagens, eram tantas que eu mal podia contar.

Jason segurou minha cintura e a apertou de leve, descendo sua mão para minha bunda e apertando tão forte que parecia que queria me segurar para sempre, como se o momento fosse irreal, surreal.

Depois de alguns segundos ele estava em cima de mim novamente, meu corpo inteiro vibrava e o quarto parecia quente, o mundo parecia parar por nós, o tempo congelado pelo nosso momento.

Todo e qualquer momento com ele se tornava especial, e eu amava nossa conexão. Jason beijou minha barriga, subindo uma trilha de beijos enquanto se apoiava em cima de mim, as mãos venosas o deixando mais atraente ainda.

Ele se sentou, encostado na cabeceira, e eu o escalei, sentando por cima dele e segurando seu rosto nas minhas mãos, dando um selinho demorado.

— Hoje eu serei inteira sua, Jason. — Falei, vi o loiro à minha frente sorrir.

Meu Deus ele parecia um sonho de tão bonito.

— E hoje eu serei inteiro seu, Cassie Harper. — Jason falou antes de tomar meus lábios, ele segurou a alça do meu sutiã e desceu lentamente pelos meus ombros.

— Eu te amo. — Disse, o olhando hipnotizada.

— Eu também te amo. — Jason respondeu, sorrindo intensamente para mim.

Cassie Harper adolescente, acreditaria que no futuro teria vontade de casar com seu inimigo arrogante e babaca?

Continua....

Não me matem por ter parado ai, não sou nada boa nisso.

Aiaiaiai

Gostaram desse cap? Ele ta mais longooo

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