YOUR NAME
Ao ver a cama vazia peguei um travesseiro e o abracei,me sentindo sonolenta.
Meus olhos passam pelo quarto que desconheço e logo caem sobre ele.
Hn está sentado na poltrona com seu notebook em seu colo. A sua atenção antes estava para o notebook, mas ao ouvir minha voz ele me encarou imediatamente.
— Não quis acordar você. — Falou tirando o notebook do colo e vindo na minha direção.
— Onde estamos? — Perguntei
Ele se aproximou e sentou na cama. Sua mão vai ao encontro da minha bochecha e começou carícia ela.
— Bolívia.
Arregalei os olhos.
— Você me trouxe dormindo! — Falei me levantando rapidamente da cama e me afastei dele.
— Precisava vir para preparar algumas coisas para a tradição. — Avisou — Você iria demorar muito para acordar, devido à agitação que você estava na madrugada.
Minhas bochechas começam a esquentar. Tenho certeza que estou vermelha.
Os lábios dele se curvaram num sorriso.
— Nessa madrugada descobri que me casei com uma gulosa. — Ele começou a vim na minha direção.
Me arrepiei por completo ao sentir o seu hálito quente na lateral do meu rosto.
— São os meus hormônios. — Me defendo cruzando os braços — E você não é muito diferente de mim.
Ele soltou uma risada e depositou um beijo no meu ombro.
— Trouxe as minhas maquiagens? — Perguntei ignorando os seus beijos quentes.
— Deveria? — Perguntou puxando a alça fina da minha camisola para baixo.
— Deveria! Como vou esconder os chupões que você me fez!? — Levei a minha mão para têmpora massageando o local.
— Você não vai esconder. — Disse com sua voz calma — Esses chupões, são as minhas marcas indicando que você é minha, amor.
Soltei uma risada nervosa.
— Está parecendo que eu fui atacada por um animal selvagem! — Digo irritada e o encaro.
— Você não estava reclamando na hora, muito ao contrário ainda queria mais. — Disse esboçando um sorriso pequeno.
— Fique quieto! — Falei pegando o travesseiro e jogando na sua cara — Saia daqui antes que eu cometa um assassinato com você!
— Querendo matar o pai do seu filho? — Perguntou se afastando.
Ele sabe que eu estou falando sério! Quando uma mulher está com raiva é capaz de tudo. Ele tem noção disso e quer ficar provocando a morte mesmo assim.
— Eu vou matar ele se não arranjar maquiagens para esconder esses… — Fiz uma pausa pensando na palavra certa para isso sem ser chupões.
— Esses o que, querida? — Perguntou intrigado — Dependendo da palavra que você usar eu irei fazer mais marcas em seu corpo.
Tentado… mas, ainda tem o casamento, é melhor eu evitar isso.
Bufei irritada e voltei a me deitar.
Canalha, idiota, filho da puta!
O silêncio reina novamente no quarto, o único som que tem é do teclado. Minutos se passaram e eu não consegui voltar a dormir, fiquei de um lado para o outro tentando dormir.
Ouço um suspiro e logo o barulho do notebook sendo fechado.
— Está sentindo algo? — Olhei para ele.
Me sentei na cama e mordi o lábio inferior, tentando evitar que as lágrimas descessem.
Ele rapidamente se levantou e veio na minha direção se sentando na cama e puxando o meu corpo para o seu colo.
— O que está sentindo? — Seu timbre entregou a sua preocupação. Alguns segundos se passaram até finalmente conseguir falar algo.
— Estou com fome.
O semblante que antes tinha preocupação foi substituído por alívio.
— Você ainda vai me fazer ter um ataque cardíaco. — Declarou depositando um beijo em minha têmpora.
— Quero batata frita. — Falei sentindo a primeira lágrima descer.
— Você falou que estava com fome.
— Acho que me enganei, eu estou com desejo.
Hn soltou um suspiro cansado.
— Apenas batata frita? — Perguntou me tirando do seu colo.
Bom…
— Já que você perguntou…
★
Me senti traída. Quando estava indo ver se Hn havia chegado com a minha comida me deparei com três seguranças e nenhum deles é o Breno ou o chato de Mikael.
Procurei pela casa toda e nada deles. Hn deve ter deixado eles na Itália.
Que droga! Como eu irei colocar o meu plano em ação sem o Breno?
Meus olhos caem sobre Hn que chegou com a minha comida.
— Você os deixou para trás! — Falei e o Hn ficou com semblante confuso. — Além de deixar as minhas maquiagens, também deixou os meus dois amigos.
— Eles tinham que resolver problemas pessoais. — Ele veio na minha direção e me entregou a minha comida — Principalmente o Mikael.
— Pelo menos ele está sendo um pai presente. — Falei tirando a sacola e abrindo a minha comida. — Qual é o assunto pessoal do Breno? Eu pensei que ele tinha família.
— Pensei que você soubesse. — Ele falou se sentando ao meu lado do sofá. — Breno tem família, Sn. Só que eles não aceitam a sexualidade dele.
O encarei com um ponto de interrogação estampado no meu rosto.
— Ele é gay, querida.
Pisquei algumas vezes em choque. Ele nunca pareceu ser, acho que não conheço muito bem o Breno.
— Gay? Você não me contou sobre isso. — Falei pegando a batata e levando a minha boca.
— Pensei que soubesse. — Disse dando de ombro. — Sobre o assunto pessoal dele e sobre um relacionamento. Ele não me deu detalhes.
Hn tombou a cabeça para trás.
— Relacionamento? — Perguntei curiosa — Romântico? Ou de parentescos?
Hn abre a boca para falar, porém é interrompido pelo imbecil de um dos meus seguranças.
— Senhor, a sua irmã está do lado de fora da mansão. — Informou.
Hn se levantou indo na direção da porta. Acho que Hn começou a proibir a presença dela nas mansões devido a sua última visita.
— Qual é o seu nome? — A pergunta saiu dos meus lábios amigavelmente.
— Meu nome? — Ele perguntou achando estranho. — A senhora pode ver na minha ficha. Com licença, senhora.
Soltei um suspiro irritada. Nada está saindo como eu planejei. Droga!
Como eu conseguirei fugir desses malditos cincos seguranças? Eles nem simpáticos são.
Pelo menos ainda tenho a arma de Mikael comigo e posso usar para ameaçá-los? Ou um boa noite cinderela?
Também como irei conseguir um boa noite cinderela?
Merda!
Parece até que Hn sabia que estava aprontando algo…
Soltei um suspiro.
Preciso conseguir ir pelo menos em duas corridas.
★
Dias depois;
Hn desapareceu da festa de casamento. Espero que ele não esteja fazendo nada de errado.
O casamento foi rápido e cheio de promessas de amor e etc. Fiquei enjoada com os noivos.
Ainda bem que Mikael não estava aqui, ou teria rolado tiros, lágrimas, tiros e mais lágrimas da parte dele.
Soltei um suspiro de cansaço. Não tenho nenhum conhecido aqui e os seguranças ignoram qualquer coisa que eu pergunte ou fale.
— Hoje terá aquela corrida! — Ouço um homem dizendo.
— Já já vai começar, mas acho que não vamos conseguir ver. — Uma outra voz masculina falou.
Me viro ao identificar de onde veio as vozes e vejo que são os meus seguranças.
Meus lábios se curvaram num sorriso. Acho que estou com sorte.
Me pus de pé e comecei a caminhar na direção da saída. Alguns segundos depois, ouço passos vindo de trás de mim e logo aparecem dois seguranças ao meu lado.
Soltei um suspiro e logo fingi um bocejo.
— Estou morta de cansaço, meninos. — Falei levando a minha mão para minha barriga — Mamãe já já vai dormir, meu anjo.
O segurança abriu a porta do carro para mim e logo entrei.
Encostei a minha cabeça no vidro e fechei os olhos. Durante o percurso fui com os olhos fechados, fingindo que estava dormindo e ele nem notaram já que estavam ocupados me dando informações de onde vai acontecer a corrida.
Se HN descobre adeus corridas e adeus liberdade. Tirando que ele iria fazer da minha vida um inferno e tenho três opções do que iria acontecer.
A primeira, seria eu ser morta depois de matar ele.
A segunda, seria eu ser presa por matar ele.
A terceira, seria eu ser internada no hospício por matar o meu marido ou por está louca.
Nenhuma dessas três são boas.
— Senhora? — Abri os olhos devagar e vejo o rosto do segurança. — Chegamos.
Balancei a cabeça saindo do carro.
Já tenho um plano formado, só tem um erro.
— O meu marido? — Perguntei para o segurança com os cabelos morenos.
— Ele está ocupado, senhora.
— Ele irá demorar?
— Provavelmente sim senhora.
Deus, sou eu de novo…
Ao chegar em casa, estranhei o silêncio que reinava na casa. Isso não é o normal dela.
Olhei o relógio e vi que era meia noite. Me direcionei na direção da cozinha e não a encontrei.
Sempre a essa hora ela vem na cozinha comer algo com a desculpa que está sem sono ou com desejo.
Antes de sair da cozinha ouço uns barulhos estranhos. Peguei a minha arma e a destravei.
Porra!
Meu corpo ficou tenso ao pensar que alguém invadiu a minha casa e fez algo com a minha mulher.
Me aproximei devagar e sorrateiramente do local que vem o barulho.
Os barulhos estão vindo da despensa de alimentos. Ao chegar mais perto ouço resmungos?
Abri a porta rapidamente e…
— Que merda é essa?! — Perguntei sem entender o porquê que os seguranças estão amarrados e com fitas na boca
Dos cinco seguranças, somente dois estão acordados. Me aproximei de um e tirei a fita da boca.
— Cadê a minha mulher? — Questionei sempre paciência.
— Não sabemos. — O homem falou com a voz trêmula — Ela acabou colocando algum remédio nas bebidas e apagamos.
— De novo. — Murmurei massageando a minha têmpora.
Acho que minha esposa tem fetiche em dopar os seguranças.
Saí da despensa de alimentos e me direcionei ao meu escritório.
Liguei o notebook que está demorando horas para reiniciar. Eu sabia que ela estava aprontando algo. Conheço a minha esposa e ela querer vir assim do nada para Bolívia não era nada bom.
Franzi o cenho ao ver onde ela está. Talvez eu esteja enganado…
Peguei o notebook e fui onde estão aqueles patetas.
— Reconhece esse endereço? — Perguntei mostrando o endereço no notebook para o segurança que está sem a fita.
Os olhos dele se arregalaram.
— Sim, é o local onde vai ter a tão corrida que esperamos há meses. — Ele disse empolgado olhando para tela e ao olhar para a minha cara ele mudou o semblante para sério. — Porém, essa corrida não foi informada para muitas pessoas.
— Como ela soube dessa corrida? — Questionei intrigado com isso.
Por isso ela acabou com a greve de sexo. Já que o motivo por ter iniciado já estaria resolvido, pelo menos aqui na Bolívia estaria resolvido.
O segurança olhou para o outro e logo me olharam. Vejo eles engolirem a seco.
O medo está estampado em seus rostos.
— Estou esperando uma porra de uma resposta! Como diabos a minha esposa soube dessa corrida?
— S-senhor, não sabemos. — A voz do segurança saiu trêmula, enquanto o outro me olha apavorado.
— Certeza? — Perguntei colocando o meu notebook em cima de algum móvel. — Talvez eu consiga fazer vocês saberem de onde a minha esposa descobriu sobre essa corrida.
Ouço um barulho estranho e ao identificar de onde veio, vejo uma poça de água vindo do segurança.
Com certeza não é água.
Sem ser esse, qual capítulo vocês querem na próxima semana? 🙂