O SUSSURRO DAS LETRAS

By Josygracy

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UMA COLETÂNEA DE CONTOS PARA ADULTOS E CRIANÇAS. CONTOS DE GÊNEROS VARIADOS: ROMANCE, AVENTURA, FANTASIA, ETC... More

1- A RAINHA DO NORTE
2- GHOULISH
3- REINO DE SORA

4- CONFISSÃO DE AMOR

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By Josygracy



CAPÍTULO 1

Uma adorável Italiana

Giulia Parisi era uma jovem encantadora, com um olhar profundo e risada cristalina. Seus longos cabelos ondulados, com tons dourados como a luz do sol, caíam delicadamente sobre os seus ombros. Seus olhos brilhavam como esmeraldas, refletindo sua personalidade radiante.

Quando Giulia chegou à pequena cidade de Canale di Tenno, na Itália, sua presença trouxe um brilho contagiante para o lugar. Os moradores, acostumados com a tranquilidade da vida cotidiana, não conseguiram resistir ao encanto da jovem romântica incurável.

A sua cidade de nascimento era pequena, de estilo medieval, com uma população de quase duzentas pessoas, onde a tradição camponesa e artesanal ainda estava profundamente enraizada.

Empoleirada em uma colina com vista para as águas azul-turquesa do Lago Tenno, esta pitoresca cidade, cheia de casas de pedra com telhado de madeira, onde ela havia passado sua infância, parecia ter parado no tempo.

A pequena cidade de Canale di Tenno estava acostumada com a tranquilidade de sua rotina diária. Os moradores, que se conheciam há anos, compartilhavam uma forte conexão com seu lar. Então, quando Giulia Parisi, havia partido para a Austrália durante sua adolescência, retornou à cidade após dez anos, aos seus vinte e quatro anos e sua chegada não passou despercebida.

Enquanto Giulia caminhava pelas ruas de paralelepípedos, as pessoas paravam para observá-la com curiosidade. A notícia de sua volta rapidamente se espalhou, e os moradores, intrigados e animados, começaram a compartilhar suas impressões e questionamentos entre si.

Giulia usava um vestido de estilo vintage, inspirado nas novelas românticas de época que tanto amava. Ela adorava a sensação do tecido macio acariciando sua pele e como os vestidos fluíam elegantemente ao seu redor, criando um ar de romance por onde passava.

Enquanto andava a passos lentos, ela olhava ao redor curiosa para ver o que mudara. Para os moradores, era como se um raio de luz tivesse iluminado todos os cantos daquele tranquilo lugar com a chegada daquela jovem bonita, cheirando a essência de jasmim.

—Você viu quem voltou? —Sussurrou Donatella para seu marido, Antonio, enquanto observavam Giulia caminhar graciosamente pela praça principal. —É a Giulia Parisi! Ela cresceu tão rápido, mal a reconheci.

A mulher, alta e loira, de olhos verdes maquiada como se estuvesse indo ao baile, olhou para o marido enquanto caminhava para a porta da loja para ver a jovem mais de perto.

Antonio, um coroa coçando a grande a barba, respondeu em um tom divertido:

—Lembro-me quando ela era apenas uma menina, sempre cheia de vida. Foi uma surpresa vê-la partir para a Austrália. Agora estou curioso para saber o que a trouxe de volta.

Enquanto isso, Lúcia, a dona da única loja de tecidos da cidade, uma senhora de cabelos grisalhos que estava sentada em um banco na frente do seu negócio, ouviu a conversa e se juntou a eles.

—Ah, Giulia. Sempre teve um espírito aventureiro. Lembro-me de quando ela costumava se esconder na minha loja, encantada com os tecidos e quando soube que eu gostava de ler romances de época, devorava-os quando ia em casa com a sua avó. Parece que ela ainda tem o mesmo estilo romântico.

—Sim, ela sempre foi uma sonhadora—concordou Donatella. —Ela certamente vai trazer um pouco de encanto para nossa cidade. Estou ansiosa para saber o que a fez retornar e como sua experiência na Austrália moldou sua personalidade.

Enquanto os moradores conversavam animadamente sobre a volta de Giulia Parisi, outros se aproximaram para se juntar à discussão. Alguns expressavam sua curiosidade sobre as aventuras que ela viveu durante sua estadia na Austrália, enquanto outros se perguntavam sobre o que a fez escolher Canale di Tenno como seu destino de retorno.

—Tenho certeza de que ela tem muitas histórias para contar —disse Marco, o padeiro local. —Austrália é um lugar tão distante e cheio de oportunidades. Fico imaginando o que aconteceu por lá. E acredito que ela tenha voltado devido aos avós. Sendo uma jovem que ficou órfã após o acidente dos pais, quem sabe sejam os avós maternos o motivo do seu retorno.

Ao mesmo tempo, o burburinho crescia em torno de Giulia, cada morador tinha suas próprias perguntas e suposições sobre sua volta.

A jovem romântica e sonhadora havia deixado uma marca em seus corações durante sua infância, e agora todos estavam ansiosos para descobrir como sua jornada na Austrália a havia moldado e o que a fazia chamar Canale di Tenno de lar novamente.


CAPÍTULO 2

Sentimento Complexo


Giulia era uma jovem que, em dias chuvosos, encontrava inspiração para suas próprias histórias românticas. Ela adorava se aconchegar em uma poltrona confortável, com uma xícara de chá quente em mãos, enquanto a chuva caía lá fora. Esses momentos a transportavam para um mundo de amores proibidos, bailes encantadores e finais felizes.

Enquanto vivia na austrália, Giulia logo descobriu uma paixão adicional: sorvetes. Ela se deliciava com os sabores exóticos e refrescantes que a cidade oferecia, experimentando novas combinações de sorvetes a cada visita à sorveteria local. A doçura combinada com a sensação de estar ao ar livre, admirando a beleza da cidade, era um verdadeiro prazer para ela. Algo que agora sentiria falta.

O amor é muitas vezes um sentimento complexo, repleto de segredos e desejos não revelados.

No coração de Giulia, havia um segredo que ela guardava com ciúmes. Um amor intenso e silencioso que floresceu em seu coração desde o momento em que conheceu Luca De Luca, filho do dono do café local. Desde criança, quando ele tinha dez anos, Giulia e Luca compartilhavam uma conexão especial. Cada vez que ela ia visitar os avós — e isso acontecia uma vez ao mês — apesar de passar poucos dias com eles, a amizade com Luca foi o que a manteve ocupada quando sentia saudades dos pais.

Quando Giulia perdeu seus pais em um trágico acidente, ela se viu órfã, teve que deixar Veneza e foi morar com seus avós maternos na cidadezinha do interior. Foi nesse momento difícil que Luca se tornou seu ombro amigo, sempre presente para confortá-la e enxugar suas lágrimas.

Luca era um menino alto e magro, reservado e de olhar azul melancólico. Sua paixão pela música era evidente, e ele encantava a todos com sua habilidade de tocar instrumentos e compor melodias que transmitiam pura emoção.

Giulia, em sua própria melancolia, encontrava consolo na música que Luca criava, sentindo que suas composições conseguiam expressar os sentimentos que ela própria não conseguia colocar em palavras. Mas o que ninguém sabia é que essa paixão e melancolia também pertenciam à Giulia Parisi, ela só não sabia disso.

Em silêncio, Giulia nutria um amor profundo por Luca, observando-o com admiração. Ela se deliciava com as notas que ele tocava no café de seus pais, perdendo-se nas melodias que pareciam contar a história de seu coração. Cada vez que seus olhares se encontravam, havia uma centelha de conexão inexplicável, mas ambos permaneciam em silêncio, temendo o que poderia acontecer se suas verdadeiras emoções fossem reveladas.

Os moradores de Canale di Tenno, que testemunharam a amizade sincera entre Giulia e Luca, muitas vezes se perguntavam se havia algo a mais entre eles. Eles notavam os olhares cheios de significado, os momentos de cumplicidade em meio às conversas e a proximidade que transcendia a simples amizade. No entanto, Giulia e Luca mantinham seu segredo bem guardado, alimentando seus corações com um amor não declarado.

Apesar de sua profunda afeição por ele, Giulia nunca ousou confessar seus sentimentos. Ela temia que, se o fizesse, sua amizade com Luca se romperia e ele a veria apenas como uma amiga. Às vezes, enquanto trabalhava no café, ela o observava à distância enquanto ele tocava violão e cantava com tanta paixão. Mas toda vez que ela tentava dizer a ele o que sentia, as palavras ficavam presas em sua garganta, como se fossem para ficar lá para sempre.


CAPÍTULO 3

A Partida de Giulia

A notícia dada pelos avós maternos de que ela seria enviada para um internato na Austrália logo após a morte dos pais, atingiu-a como uma rajada de vento gelado. Ela se sentiu subitamente arrancada de sua cidade natal, de sua amizade com Luca e de seu amor não revelado. O desespero cresceu dentro dela, e ela implorou aos avós maternos para reconsiderarem sua decisão.

Sentados na sala de estar aconchegante, os avós de Giulia, Maria e Giovanni, olharam para ela com tristeza nos olhos. Sabiam que ela estava ferida e demonstrava o ódio que tinha por eles. Sabiam que essa partida seria difícil para sua querida neta, mas acreditavam que uma educação de qualidade seria benéfica para o seu futuro.

—Giulia, meu amor, você tem apenas quatorze anos, é uma adolescente forte, apesar de tudo o que aconteceu com os seus pais. Entendemos que essa mudança é difícil para você —disse a avó, segurando suas mãos com ternura. —Queremos o melhor para você, querida. Acreditamos que esse internato na Austrália proporcionará oportunidades incríveis. —A avó falava com voz embargada.

Giulia soluçou, as lágrimas rolando por seu rosto. Tentou retirar as mãos do calor que a avó transmitia, mas foi impedida.

—Mas e Luca? O que vai acontecer com a nossa amizade? E os nossos sentimentos? Como posso ir embora sem dizer a ele o que sinto?

A avó passou a mao sobre os cabelos dela carinhosamente.

—Voce o ama, nao é? Mas é só uma criança, querida. Pode ser que o que voce sente agora, nao tenha o mesmo efeito daqui a alguns anos.

O avo Giovanni suspirou e olhou para Giulia com gentileza.

—Querida, o amor é uma jornada complexa. Às vezes, precisamos fazer sacrifícios e tomar decisões difíceis. Se o que vocês têm é verdadeiro, o tempo e a distância não serão capazes de apagá-lo.

Giulia sentiu-se desamparada, a sensação de perda e coração partido envolvendo-a. Ela sabia que não tinha outra escolha senão partir. Sabia que o que eles estavam fazendo, era o melhor para ela.

Com lágrimas nos olhos, ela agradeceu-lhes por todo o amor e cuidado que haviam dado a ela ao longo dos anos.

Ao dia siguinte se encontrou com Luca em seu lugar favorito. Sentados na ponte do lago, brincando com os pés decalços na água e com o sol se pondo no horizonte, Giulia e Luca trocaram olhares cheios de esperança e emoção. O coração de Giulia batia forte enquanto ela segurava as mãos dele, incapaz de conter a torrente de sentimentos que a invadia.

—Luca, eu não consigo imaginar um dia sem o seu café —disse ela, com a voz cheia de tristeza. —Mesmo que eu vá para a Austrália, nossa amizade continuará intacta, verdade? Prometa-me que estará aqui quando eu voltar. —Ela falou, sem coragem de olhar em seus olhos. Bateu o pé na água e os respingos alcançaram as pernas de ambos.

Lca tentou olhar para ela, mas Giulia continuava a olhar para a água. Ele tinha um sentimento e nostalgia invadindo seu coração. Ele apertou suas mãos suavemente e respondeu com convicção:

—Giulia, eu prometo que nunca vou esquecer você. Como isso poderia acontecer? Nossa amizade durará uma eternidade! Desde o momento que te conheci, quando vieste a esta pequena cidade com os seus pais, pela primeira vez, não nos separamos mais. Você era a única pessoa com quem poderia brigar que não guardaria rancor. — ele ficou em silencio e logo a empurrou.

Ela caiu na água fria e ele pulou também. Ficaram ali brincando na água como duas crianças perdidas em seus próprios pensamentos, mas aproveitando aquele momento.

Minutos depois, deitados na ponte, molhados, porém felizes, ele se volta para ela. Coloca a mão esquerda sobre o lado esquerdo da cabeça e apoia o cotovelo na madeira.

Ela continua na mesma posição, olhando para o céu onde o sol com todo o seu resplendor cai sobre ela.

—Não importa onde a vida nos leve, meu coração estará sempre... —Ele pigarreou e rapidamente continuou: —Bem, você já sabe. Um coração amigo sempre é verdadeiro. Quando se sentir sozinha, sabe que pode contar comigo. E o que quer que aconteça, nos encontraremos novamente.

"Cara, voce é um trouxa mesmo! Luca, você não tem mais dez anos, tens dezessete! É hora de crescer, não acha? Quando vais confessar que a ama? Quando confessará que nunca mais quer vê-la longe de ti?", ele pensava enquando se sentava de costas para ela. Tinha que esconder as suas emoçoes.

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Giulia, misturando-se às suas emoções. Derrepente se levanta e sai correndo. Luca vai atrás dela e a alcança, abrançando-a por detrás. Ela desejou que aquele momento pudesse durar para sempre. —Espero que seja feliz, que encontres alguém que te ame de verdade. E não esquece, mesmo que a distância nos separe, seu melhor amigo estará sempre te esperando.

Ele retirou os braços e deixou-os cair ao redor do corpo, e giulia ficou parada sem conseguir dar um passo.


CAPÍTULO 4

Somente amigos?


"Amiga? Sou só uma amiga para ele?", ela pensou furiosa, mas não iria demonstrar tais sentimentos.

Fingindo uma calma que não existia, ela se voltou para ele.

—Oh, está bem, amigo. Vou me lembrar do seu conselho. Encontrarei alguém com certeza. Obrigada—dizendo isso, deu a volta no corpo e a princípio começou a andar lentamente, porém aumentou os passos e logo estava correndo como se estivesse sendo perseguida.

Durante as próximas semanas, Giulia não teve coragem de falar com Luca até que chegou o dia da sua partida.

Ela o encontrou na cafeteria onde ele trabalhava. Quando ela colocou os pés na porta, seus olhares se encontraram, e ambos souberam que aquele seria um adeus temporário, mas incerto. Os sentimentos não expressos pesavam em seus corações, mas o medo de estragar a amizade que tanto valorizavam silenciava suas palavras.

Ela se sentou numa mesa, perto do balcão onde ele estava. Enquanto Luca atendia os poucos clientes, ela ficou a observá-lo.

Quando Giulia olha para a porta de entrada, vê entrando no estabelecimento a Donatella, a dona da loja de livros local. Ao ver Giulia ali, Donatella se aproximou, curiosa e fofoqueira, para saber o que estava acontecendo.

—Giulia, minha querida! O que você está fazendo aqui? Parece haver algo importante acontecendo. —Ela olha para Giulia fingindo desinteresse.

Todos na cidade sabiam que as noticias em primeira mão chegam e saíam da loja de livros. Ninguém se importava, até porque a cidade tinha menos de duzentos habitantes, seria impossível nao saber o que acontecia por ali.

—Donatella! É tão bom te ver. Na verdade, estou me despedindo de Luca. Viajarei para a Austrália e não sei quando retornarei. —Ela responde sorrindo. Bem, para que dizer isso, se você sabe, não é mesmo?

—Ah, entendo. —Ela respondeu fingindo não ter escutado a ultima frase —Austrália, que aventura maravilhosa! Você está prestes a embarcar em uma jornada incrível. Mas, me diga, como vocês se tornaram amigos? Sempre tive essa curiosidade.

Naqele momento Luca foi se aproximando.

Bom dia, Donatella. Giulia e eu nos tornamos amigos na infância.

—Ah, claro. Eu nao vivia aqui antes. Mais que adorável! É tão bom ver amizades que duram tanto tempo. —E votando-se para Giulia perguntou: —E agora, Giulia, o que a levou a escolher a Austrália como seu destino?

Ela ficou em silencio por um momento. Olhou para Luca que fez um gesto negativo com a cabeça. Depois de um momento pensativa, decidiu reponder.

—Bem, Donatella, creio que esta é uma resposta que todos querem saber, não é verdade? Hum... quando aconteceu a morte dos meus pais, meus avós decidiram que eu precisava estudar fora do país. —Ela fez uma pausa —Além do mais, sempre tive essa vontade de explorar o mundo, conhecer novas culturas e ampliar meus horizontes. A Austrália pareceu o lugar perfeito para isso e também, havia uma oportunidade de estudo que não pude resistir. _ esta última parte era mentira, mas não queria dizer para aquela senhora mixeriqueira.

—Que fascinante! Tenho certeza de que você vai aproveitar cada momento lá. E você, Luca, como se sente em relação à partida de Giulia? Como ela disse, vocês são amigos desde a infancia.

—Sim, é certo. Como Giulia disse, somos amigos desde então. Será difícil estar longe, já que esta é a primeira vez que isso acontece, Donatella. A ideia de ficar longe da minha melhor amiga por tanto tempo é desafiadora. Mas eu a apoio totalmente em sua jornada e acredito que ela brilhará na Austrália. —Ele diz sorrindo, mas seus olhos revelam uma tristeza que faz o coração dela apertar.

—Vocês dois são tão jovens e cheios de sonhos. É inspirador vê-los seguindo seus caminhos individuais. Tenho certeza de que, mesmo com a distância, sua amizade permanecerá forte.

—Obrigada, Donatella. —Suas palavras significam muito para nós.

— Fico feliz em ouvir isso. As amizades verdadeiras resistem ao teste do tempo e da distância. Vocês dois serão exemplos disso. Nunca se esqueçam de valorizar e nutrir essa conexão especial que têm. E quem sabe, por que o destino os uniu em um laço inquebrável? — Ela piscou para eles, rindo bem alto. E se foi até o balcão comprar seu café.

Ele se aproximou de Giulia e sentou-se de frente.

—Amiga, vou sentir tanto a sua falta—sussurrou Giulia, com lágrimas que teimvam em escorrer pelo seu rosto.

Luca segurou suas mãos com firmeza, lutando contra a tristeza em seus olhos.


CAPÍTULO 5

Recordaçoes


—Eu também vou sentir a sua falta, Giulia. Você sempre foi alguém que esteve os meus piores momentos. —Ele disse forçando um sorriso. —Se lembra de quando tive o meu violão pela primeira vez?

Ela balançou a cabeça concordando.

—Eu não conseguia aprender e por mais que eu tentasse, as cordas não me davam aquilo que eu necessitava. Até que quando te conheci, você apaixonou-se pelo instrumento e aquele brilho nos seus olhos fez-me lutar pelo que eu mais queria.

Eles ficaram em silêncio. Naquele momento mais clientes chegaram para tomar o café da manha e ele teve que sair para atender, não antes de falar-lhe algo:

—Não saia daqui antes de me despedir como se deve. —sorrindo, ele correu até o balcão.

Donatela, que agora deixa o balcão, se aproxima novamente de Giulia, que está a espera de Luca. Ela lembra a Giulia dos pais falecidos. Esse momento é particularmente difícil para Giulia, por reavivar memórias dolorosas da sua infância, algo que ela não queria lembrar antes da viagem.

"Filha da mãe!", ela pensa enraivecida, mudando completamente o seu semblante.

—Giulia, disseram-me que os seus pais eram pessoas muito carinhas. Soube que eram pessoas maravilhosas, cheias de amor e sabedoria. Sinto muito pela perda que você teve que enfrentar sendo tão jovem.

Giulia sente um mal-estar e um aperto no coração ao ser confrontada com essa lembrança dolorosa. As feridas ainda não cicatrizaram completamente, e a ausência dos seus pais é uma dor constante na sua vida. Fazia apenas alguns meses desde a perda dos seus maiores tesouros.

—Donatella, obrigada por suas palavras gentis. —Ela queria gritar para que a estúpida mulher se calasse, mas não poderia fazer isso na frente de todos —A perda dos meus pais foi uma das coisas mais difíceis que já enfrentei. Ainda dói muito, mesmo depois deste tempo. —A voz começou a ficar embargada —mas tento honrar a memória deles vivendo uma vida plena e seguindo o sonho que tinham para mim.

—Compreendo, Giulia. Perder os pais é uma dor indescritível. Mas lembre-se de que eles estão sempre com você, no seu coração. Eles estarão tão orgulhosos de quem você se tornará e das escolhas corajosas que estás fazendo.

Giulia sente uma mistura de tristeza e dor, misturada a gratidão ao ouvir as palavras reconfortantes daquela mulher. Ela sabe que, apesar da dor, precisa encontrar forças para seguir e enfrentar os desafios da vida, pelos avós.

—Você está certa, Donatella. Os meus pais sempre foram uma fonte de inspiração para mim, e sei que eles estarão ao meu lado, torcendo por mim. Acho forças neles para seguir em frente, mesmo nos momentos mais difíceis. —Ela diz com uma lágrima caindo dos olhos.

Donatella coloca a mão no ombro de Giulia, transmitindo conforto e empatia.

—Você é uma jovem incrível, corajosa e resiliente. Tenho certeza de que, onde quer que os seus pais estejam, estão extremamente orgulhosos de você. Eles deixaram um legado de amor e sabedoria que vive em ti. E desculpe-me por trazer este assunto tão delicado num momento decisivo para você. —Ela disse demonstrando estar verdadeiramente arrependida.

Giulia finalmente sorri, olhando-lhe e apreciando as palavras amorosas. Ainda não havia deixado de odiá-la por isso, mas foi bom tê-la escutado, assim nunca esqueceria o porquê de estar viva.

"Sei que eles me amaram incondicionalmente."

Enquanto Giulia absorve as palavras confortantes de Donatella, Luca se aproxima uma vez mais, desta vez, ele levanta e abraçam-se, mantendo os seus segredos trancados nos seus corações. Sem que as palavras fossem ditas, prometeram reciprocamente que, um dia, se encontrariam novamente, sem saber quando ou como isso aconteceria.

No momento em que Giulia embarcava no avião em direção à Austrália, as suas lágrimas misturavam-se ao medo do desconhecido e à esperança de um reencontro. Ela sabia que tinha um longo caminho pela frente, mas o amor por Luca permaneceria como uma chama eterna dentro dela.



CAPÍTULO 6

O reencontro Adiado


Giulia estava finalmente de volta à sua cidade natal após tantos anos de ausência. A expectativa de reencontrar Luca era avassaladora, mas, para sua decepção, soube que ele estava fora da cidade no exato dia de sua chegada. A avó Maria foi a primeira a dar-lhe essa notícia quando ela colocou os pés em casa, porque não tive coragem de passar pela cafeteria.

—Querida Giulia, bem-vinda de volta! —Exclamou a avó, abraçando-a com carinho. —Sentimos tanto a sua falta. Como foi a viagem?

Giulia sorriu, tentando esconder sua decepção.

—A viagem foi longa, mas estou feliz por estar de volta em Canale di Tenno, com vocês.

Giovanni, o avô, também se aproximou e abraçou Giulia.

—É bom tê-la de volta, minha querida. —ele disse pegando as malas da neta e levando-as até seu quarto, depois voltou para a sala —Como estão as coisas na Austrália? Conte-nos tudo.

Sentados na sala de estar aconchegante, Giulia compartilhou histórias de sua experiência no internato, tentando distrair-se da ausência de Luca. Ela falou sobre os amigos que fez, as aulas interessantes e as aventuras que viveu.

Maria, a avó, olhou para Giulia com ternura. —Fico feliz em ouvir que você teve uma experiência enriquecedora na Austrália, minha querida. Mas agora você voltou, e a cidade está animada para vê-la novamente.

Giulia assentiu.

—Vovó, vovô, desculpe por não ter falado mais vezes e mantido muito contato com vocês. —Ela disse olhando de um para o outro enquanto falava. —Queria manter o foco nos estudos, e por isso o contato foi bem breve. Poderia ter voltado após ter concluído, mas decidi estudar gastronomia porque queria montar meu próprio restaurante aqui.

Eles se levantaram e a abraçaram.

—Entendo querida. Você tinha todo o direito de tomar esta decisão. O dinheiro dos estudos era seu por direito, e ficamos felizes que tenha utilizado com sabedoria—disse a avó beijando cabeça da neta —só de saber que estava bem, foi o suficiente para mim.

Ela não pôde deixar de perguntar sobre Luca.

—E como está Luca? Eu estava ansiosa para vê-lo quando cheguei, mas não tive coragem.

Maria suspirou e olhou para Giovanni.

—Querida, infelizmente, Luca teve que fazer uma viagem de última hora. Ele recebeu uma oportunidade única relacionada à sua música e não pôde recusar. Veio a nossa cidade um olheiro e fez uma proposta para ele modelar, como não era o que ele queria, disseram que tentaria colocá-lo em contato com um empresário da música, não sei o nome dele. Bem, ele conseguiu o que queria e viajou. Ele deve voltar em algumas semanas.

O avô olhou curiosamente para a neta.

—Vocês não mantinham contato?

Ela moveu a cabeça negativamente. Não pode cumprir com a promessa de se falarem.

Giulia sentiu um misto de alívio por saber que Luca estava bem, mas também uma ponta de tristeza por ter que esperar mais tempo para vê-lo.

—Entendo. Espero que ele esteja bem e que tenha sucesso em sua viagem.

Giovanni colocou a mão sobre a de Giulia, transmitindo conforto.

—Tenha paciência, minha querida. O tempo voa, e logo vocês terão a chance de se reencontrar. Enquanto isso, aproveite sua estadia aqui, reencontre os amigos e se reconecte com a cidade que tanto ama. Depois de dez anos, temos novos moradores.

—Sim, agora temos exatamente duzentos moradores na cidade. —A avó disse sorrindo para ela que sorriu de volta.

—Vocês têm razão. Aproveitarei cada momento aqui e aguardar o retorno de Luca com ansiedade.

Nos dias seguintes, Giulia se dedicou a reconstruir suas conexões com a cidade e os companheiros que deixou para trás. Ela visitou os locais favoritos de sua infância, reencontrou pessoas queridas e mergulhou na vida nada movimentada e encantadora de Canale di Tenno.



CAPÍTULO 7

O Retorno Triunfante


Enquanto isso, em algum lugar distante, Luca embarcava em sua jornada musical. Ele sentia a falta de Giulia em seu coração, mas sabia que precisava aproveitar essa oportunidade para crescer e se desenvolver como músico. Ele prometeu a si que, quando voltasse, revelaria seus verdadeiros sentimentos.

Luca decidiu explorar diferentes cidades e participar de festivais de música para expandir seus horizontes e compartilhar sua paixão pela música com o mundo. Aquele menino que começara a tocar no café da pequena cidade, voaria mais alto até grandes metrópoles.

A primeira cidade que Luca visitou foi Roma, a capital da Itália. Lá, ele teve a chance de se apresentar em pequenos bares e clubes, compartilhando sua música com os moradores locais e turistas. Sua energia contagiante e talento musical cativaram o público, e ele começou a ganhar reconhecimento como um músico promissor.

Em seguida, Luca seguiu para Florença, uma cidade conhecida por sua rica história artística. Ele participou do renomado Festival de Música de Florença, onde teve a oportunidade de se apresentar ao lado de músicos talentosos de todo o país.

Sua atuação impressionante e seu estilo único chamaram a atenção dos críticos e do público, fazendo com que ele se destacasse como uma das revelações do festival.

Mas aquele era só o começo. Ele também visitou Milão, uma cidade que respira moda e música. Lá, ele teve a chance de se apresentar em alguns dos clubes mais badalados da cidade, compartilhando sua música romântica com uma audiência diversificada e apaixonada. Sua presença carismática no palco e sua habilidade de criar uma conexão emocional com o público fizeram dele um dos artistas mais comentados da cena musical de Milão.

Naqueles nove anos de giro pelo país, ele percebeu haver alcançado tudo o que havia desejado, menos algo, e com um grande vazio no coração que nada nem ninguém conseguia preencher, planejou o seu retorno à casa.


***

Enquanto Giulia se adaptava à vida de volta à cidade e aguardava o retorno de Luca, ela encontrava conforto nos abraços calorosos de seus avós e no apoio que recebia dos moradores que a acolheram bem. Enquanto o destino brincava com o tempo de seu reencontro, Giulia nutria a esperança de que, no final, poderiam ficar juntos como um casal apaixonados.

Após uma semana de espera ansiosa, Luca retornou finalmente a Canale di Tenno. Ele trouxe consigo troféus e prêmios que conquistou durante sua viagem relacionada à música. Seu coração ansiava por um momento de descanso e um bom café na cafeteria de seu pai, um lugar onde ele sempre encontrava paz e inspiração. E naquele dia, a cafeteria foi fechada para o público.

Ao chegar em casa, Luca foi recebido com abraços calorosos de seus pais, Marco e Isabella. Eles estavam orgulhosos de suas realizações e felizes por tê-lo de volta em casa.

—Meu filho, estamos tão felizes em vê-lo novamente! —Disse Marco, o pai, envolvendo Luca em um abraço apertado. —Conte-nos tudo sobre sua viagem, todas as conquistas que você alcançou.

Luca sorriu, sentindo-se amado e apoiado.

—Pai, mãe, a viagem foi incrível! Conheci músicos talentosos, participei de competições e até ganhei alguns prêmios. Mas agora, tudo o que quero é um momento tranquilo na cafeteria de vocês, tomando um bom café. Já estava com saudades do melhor café do mundo.

Isabella sorriu e acariciou o rosto de Luca com carinho.

—Você sempre foi apaixonado por música, meu querido. Estamos tão felizes que você teve a oportunidade de seguir seus sonhos. Vamos para a cafeteria agora mesmo.

A cafeteria dos pais de Luca era um lugar acolhedor e aconchegante. Minutos depois, o aroma do café fresco preenchia o ar, e o som suave de música ambiente criava uma atmosfera relaxante. Luca sentou-se em sua cadeira favorita, deixando o cansaço da viagem se dissipar.

Seu pai se aproximou e colocou uma xícara de café fumegante à sua frente.

—Aqui está, meu filho. Um café especial, feito com amor.

Luca sorriu e segurou a xícara olhando para o líquido preto. O primeiro gole trouxe um conforto tão familiar, como se estivesse voltando para casa. Enquanto saboreava o café, ele compartilhou mais histórias de suas experiências musicais, das pessoas incríveis que conheceu e das emoções que sentiu ao se apresentar no palco pela primeira vez.

Marco e Isabella ouviam com admiração, orgulhosos do filho que haviam criado. Eles sempre apoiaram sua paixão pela música e agora viam os frutos desse amor e dedicação.

—Luca, meu filho, você tem um talento brilhante—disse Isabella, com lágrimas de alegria nos olhos. —Estamos muito orgulhosos de você e de todas as conquistas que alcançou.

Marco assentiu, acrescentando.

—Nunca duvidamos de seu talento, filho. Continue seguindo seu caminho na música, e saiba que sempre estaremos aqui, apoiando você.

Luca sentiu-se abençoado por ter pais tão compreensivos e amorosos. Ele sabia que, com seu retorno à cidade, também teria a oportunidade de reencontrar os amigos e os avós de Giulia para saber notícias dela. O amor que sentia por ela se fortaleceu durante sua ausência.

Enquanto tomava seu café na cafeteria, Luca imaginava o reencontro com ela quando estivesse de volta ou teria que viajar até a austrália para vê-la. Ele esperava que, ao compartilhar suas conquistas e seus sentimentos, eles pudessem finalmente construir um futuro juntos, deixando para trás os segredos e as incertezas do passado.



CAPÍTULO 8

Confissão de amor


As estações mudaram e, com elas, a paisagem da cidade se transformou em uma tela de cores vivas que refletiam a beleza e a tristeza daquele amor inconfessado. Numa tarde de outono, quando as folhas das árvores douradas caíam no chão, giulia decidiu fazer um passeio até o lago.

Ela relembrou do dia que se conheceram, ali junto a ponte debaixo da sombra de um velho carvalho, o lugar onde tantas vezes haviam compartilhado risadas e confidências. Seu coração batia forte, mas ela não podia mais adiar a confissão. Teria que faze-lo quando o viss novamente. Esperar a volta dele daquela viagem estava sendo torturante para aquele coraçao apaixonado.

O reencontro entre Luca e Giulia foi emocionante e cheio de nostalgia. Eles se encontraram na ponte onde costumavam se divertir juntos na água quando eram adolescentes. Ao ver Giulia depois de dez anos, Luca ficou momentaneamente sem palavras. Ele estava feliz por revê-la e relembrar os momentos especiais que passaram juntos.

Era um dia de sol, o clima estava fresco, a brisa balançava as folhas das árvores e se ouvia o canto de alguns pássaros ao longe. Giulia estava vestida de forma romântica, como sempre gostou. Ela usava um vestido esvoaçante com estampas florais e detalhes delicados. Seus cabelos estavam soltos e levemente ondulados, complementando seu visual encantador.

Luca, por outro lado, estava vestido de forma mais casual. Ele optou por uma camiseta simples e jeans confortáveis. Seu estilo descontraído refletia sua personalidade descontraída e despretensiosa.

No momento do reencontro, Luca olhou nos olhos de Giulia, um sorriso tímido nos lábios, e disse:

—Giulia, é incrível te ver novamente depois de tanto tempo. — deu um forte abraço e logo se afastou —Sinto falta dos momentos que passamos juntos aqui nesta ponte, das risadas e da nossa amizade. Como tudo mudou desde então... —completou olhando a ponte de madeira que continuava igual aquela época e um sorriso se formou em seus lindos labios.

Giulia, com um brilho nos olhos e surpresa por ve-lo ali, respondeu gaguejando.

—Luca.. vo.. você também esteve sempre presente em minha memória. As lembranças que temos juntos são preciosas para mim. Sinto falta dos nossos sonhos adolescentes e das aventuras que compartilhamos. —disse dando alguna passos pela ponte e caminhou até o final dela. —É bom estar aqui com você novamente. —ela gritou fazendo-se ouvir, já que ele tinha permanecido no mesmo lugar apenas observando-a distanciar-se.

Criava coragem para perguntar se ela tinha alguém, mas nao saiu nenhuma palavra de sua boa.

Ambos sentiram uma mistura de nostalgia e emoção ao relembrar o passado. Elesqueriam saber sobre os sentimentos um do outro, ao invés disso, eles preferiram desfrutar da companhia, aproveitando o momento de reencontro e a sensação de paz que a presença do outro proporcionava.

Ele caminhou até ela. Então, após um instante de silêncio, Giulia decidiu quebrar o gelo.

—Luca, eu preciso te perguntar... Você tem alguém especial em sua vida agora?

—Sim, Giulia, eu tenho alguém especial... Mas não posso dizer agora. —Luca sorri enigmaticamente.

Giulia olha para Luca, curiosa.

—Não pode me dizer? Que mistério é esse? Por que você está me deixando curiosa assim?—Ela perguntou zangada e fez muxoxo com os lábios.

—Queria criar um suspense, não queria revelar agora... Não até o momento certo. —Ele disse se aproximando lentamente.

—Luca, você está me deixando intrigada. Quem é essa pessoa? Por que não me conta logo? —Giulia disse franzindo a testa e cruzando os braços.

—Sabia que você fica uma gata quando está zangada? —Ele disse rindo. Mas os seus olhos revelam a paixão que havia naquelas palavras.

—Eu aqui, falando de algo sério, e você com brincadeira. —Ela falou começando a dar a volta para sair da ponte.

Ele segurou no antebraço dela, detendo-a.

—Giulia, não posso revelar agora. É algo que eu queria te dizer pessoalmente. —Luca disse com um olhar cativante, mas ela não o via porque estava de costas para ele.

Intrigada e curiosa, Giulia sentiu uma mistura de sentimentos desencontrados; ciúmes, raiva, decepção, amor. Mas antes que pudesse processar completamente a situação, ela esticou o braço, desvencilhando-se e decidiu sair rapidamente dali, quase correndo. Luca, percebendo sua reação e não querendo deixar as coisas sem esclarecimento, a alcançou e a abraçou por trás, apertando-a pela cintura com carinho.

Ela ficou ali, imóvel, com o coração acelerado como um piloto de fórmula um. Queria dizer não para ele, mas o calor da sua respiração no pescoço dela, fez as suas barreiras caírem.

Com a voz suave e emocionada, Luca sussurrou ao ouvido de Giulia:

—Giulia, a pessoa especial em minha vida é você. Todos esses anos, meu coração nunca deixou de te pertencer. Eu ainda me lembro dos nossos momentos juntos durante a infância, e percebi que não quero mais ficar sem você. Eu me torturava sem notícias suas e não aguento mais um dia sem olhar para seus lindos olhos e ouvir a sua cálida voz.

Giulia ficou surpresa e, ao mesmo tempo, emocionada com as palavras de Luca. Ela se virou nos braços dele, revelando um sorriso brilhante e um olhar repleto de afeto. Enterrou o rosto naquele peito viril e ficou ali sentindo a doce fragrância que exalava do homem que ela amava.

—Luca, também há algo que preciso te dizer— ela começou, com as mãos tremendo levemente.—É que... desde que vim para esta cidade pela primeira vez, desde que te conheci, sinto algo muito especial por você. Desde o momento em que nos encontramos pela primeira vez, meu coração se encheu de vida. Era algo além de uma simples amizade. Percebi que cada momento que passava contigo era único e não conseguia parar de pensar em nós dois juntos. —ela não podia continuar falando porque as lágrimas começaram a cair. Enquanto isso, ele as beijava com carinho. —Eu te amo, eu te amo, e não posso mais continuar escondendo isso.

Naquele momento, ela soube que seu amor não confessado havia encontrado seu caminho para a luz. Os dois permaneceram se olhando apaixonadamente, deixando fluir suas emoções e se entendendo sem palavras, enquanto um novo capítulo de sua história de amor começava a ser escrita.

Luca olhou para ela com surpresa em seus olhos, e por um instante, ele pareceu ficar sem palavras. Mas, um sorriso caloroso se abriu em seu rosto e então tomou as mãos de Giulia beijando-as.

—Giulia Parisi, meu amor, você não sabe quanto tempo esperei para ouvir essas palavras e o quanto elas significam para mim —Luca disse suavemente. —Sempre tive medo de estragar nossa amizade. No entanto, não posso negar o meu amor por você. Você nunca estará sozinha. Estarei sempre contigo, não importa o que aconteça.

Eles se abraçaram ainda mais fortemente, sentindo a felicidade e a plenitude desse momento tão esperado.

Ele se afastou um momento contemplando-a, logo tomou o rosto dela entre suas mãos e foi beijando desde a nuca até chegar aos lábios rosados que destilavam o mais puro mel.

A princípio ele apenas roçou os seus lábios nos dela, mas de repente com uma ânsia, os dois mergulharam num beijo sofrego e ardente. Giulia sentia os dedos dele enroscado em seus cabelos e aquela posição a fez arquear o corpo contra ele apertando os seios no peito másculo. Um desejo incontrolável por aquele homem acendeu uma chama dentro dela, despertando-a para algo nunca experimentado.

As bocas se encontravam seladas em uma confissão de amor eterno. E naquela noite, naquela mesma ponte, diante da árvore que os uniu, se entregaram ao amor, sem reservas. O brilho do por do sol banhava os corpos desnudos e as estrelas que surgiram no cair da noite foram testemunhas de duas almas que se uniam num laço inquebrantável.


Giulia Parisi escreveu em seu blog Confissões de uma apaixonada pela vida:

O amor é um sentimento complexo e pessoal, e a como se expressa pode variar de pessoa para pessoa. Em muitos casos, as pessoas sentem a necessidade de confessar seu amor à pessoa por quem estão interessadas, seja porque desejam expressar seus sentimentos abertamente, buscar reciprocidade ou simplesmente compartilhar sua vulnerabilidade emocional.

A confissão de amor pode ser um momento significativo em um relacionamento, ao envolver revelar seus sentimentos mais profundos e abrir-se para a possibilidade de ser aceito ou rejeitado. Algumas pessoas acham libertador e recompensador expressar seu amor dessa maneira, pois isso permite que sejam autênticos e sinceros. No entanto, nem todos sentem a necessidade de confessar explicitamente seu amor. Alguns podem optar por demonstrar seu afeto por meio de ações e gestos, acreditando que palavras não são necessárias para transmitir o que sentem. Além disso, existem situações em que as circunstâncias ou o medo da rejeição podem fazer com que uma pessoa decida manter seus sentimentos em segredo.

Em última análise, a decisão de confessar ou não o amor depende de cada indivíduo e da dinâmica particular da relação.

Algumas pessoas — como eu — podem preferir manter seus sentimentos privados, enquanto outras encontram alívio e crescimento pessoal ao expressá-los abertamente. O mais importante é que haja uma comunicação clara e honesta entre os envolvidos, para que se entendam e tomem decisões certas sobre seu relacionamento.

Também quero compartilhar aqui as canções escritas pelo amor da minha vida, exclusivamente para mim. Músicas que o mundo ainda não conhece e que vocês queridos leitores a terão em primeira não. No final, deixarei o link de acesso ao Spotify.

E se você estiver se perguntando se ele abandonou a carreira de músico, posso te afirmar que estamos tentando entrar em um acordo—mesmo que ele não tenha rejeitado—para mim seria um desperdício de talento, mas quero respeitar a decisão que ele tomar, porque para isso decidi amá-lo.


CONFISSÃO DE AMOR

© Josy Gracy

Imagem da capa ©: Bing Ia

Design da capa: Josy Gracy

1ª edição

© Registrado em Safe Creative

Todos os direitos reservados para publicação em qualquer idioma.

Escrito em 2023 em São Paulo – Brasil

Publicado em 2024 na Espanha

AS MÚSICAS DO LIVRO ESTARAO BREVEMENTE NO SPOTIFY E COMPARTILHAREI O LINK AQUI NESTE APARTADO

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