Depois da discussão com Skyler e de ter perdido a cabeça, Sebastian seguiu até o aeroporto pegando um vôo direto para Los Angeles. Sua unica preocupação no momento era com Hope e como a vida sua filha iria mudar daqui pra frente.
Ele sabia que conseguiria lidar com a mídia como sempre fez durante todos esses anos se fosse preciso mas o que ele realmente temia tinha nome e sobrenome.
Apertando a campainha sem parar, Sebastian começou a bater na porta prestes a coloca-la a baixo se fosse preciso.
— Querido? O que aconteceu? — Georgeta perguntou assustada vendo Sebastian totalmente desorientado.
— Pai? — Hope parou de andar assim que o viu parado na porta.
— Graças a deus! — Sebastian não era do tipo religioso e muito menos acreditava nisso mas o alivio de ver a sua filha bem foi maior do que qualquer crença. — Você está bem?
— Por que eu não estaria? — Hope perguntou fazendo uma careta enquanto Sebastian a apertava em seus braços. — Ah, é por causa daquela foto?
— Você não precisa lidar com isso... Não precisa. — Sebastian tentou tranquiliza-la. — Eu vou resolver tudo.
— Eu acho que você é o único preocupado com isso. — Georgeta riu ao ver o sorriso amarelo de Hope.
— Todos da escola me mandaram mensagens. — Hope disse envergonhada. — Até o garoto que eu acho fofo da minha turma.
— O que? Que garoto? — Sebastian franziu o senho e sacudiu a cabeça. — Não, você não pode falar com ninguém sobre isso... São apenas boatos e ninguém vai confirmar isso.
— Sebastian, querido... — Georgeta passou a mão pelo ombro do filho tentando acalma-lo. — Acha mesmo que sair da cidade as pressas não vai levantar nenhuma suspeita? Se antes desconfiavam, todos agora tem a certeza.
— Eu vim de jatinho particular. — Sebastian respondeu. — Peguei emprestado do Ozzy Osbourne.
— Qual o problema? Todo mundo já sabe mesmo. — Hope deu de ombros sem se importar. — Eu não me ligo de aparecer em uma revista de fofoca com a Skyler e a gente até que ficou bem na foto.
— Você não faz ideia do que está falando. — Sebastian disse furioso. — Eu vou dar um jeito nisso e você não pode falar com ninguém. Nem seus amigos da escola nem com esse idiota da sua turma... E como assim você acha ele fofo?
— Sebastian! — Georgeta o repreendeu.
— Porra, está tudo desmoronando. — Sebastian passou as mãos pelos cabelos. — Eu sei, isso é irrelevante.
— Não é o fim do mundo. — Hope disse colocando as duas mãos na cintura. — E você está sendo um covarde se escondendo desse jeito.
— O que você disse pra mim? — Sebastian perguntou olhando feio para Hope. — Eu estou tentando te proteger, você não faz ideia do que vai acontecer daqui pra frente, você e a Skyler resolveram viver um conto de fadas enquanto eu estou aguentando toda a barra sozinho!
— Pai, você está fazendo uma tempestade em um copo de água. — Hope rolou os olhos. — É só uma foto.
— Eu não cruzei o país em um jatinho para ouvir seus desaforos. — Sebastian disse alterando o tom de voz. — Eu sou o seu pai e sei o que é melhor pra você.
— Se soubesse o que é melhor pra mim você me daria ouvidos!
— Inacreditável. — Sebastian bufou de raiva. — A Skyler fez sua cabeça contra mim? É isso?
— Não! Eu amo a vovó e eu amo a Jess mas eu vejo mais elas do que você. — Hope disse com a voz chorosa. — Agora que todo mundo sabe a verdade eu posso morar com você e eu não preciso mais ser um fardo...
— Você não é um fardo, querida. — Georgeta disse vendo sua neta com lágrimas nos olhos.
— Mas é assim que eu me sinto pulando de casa em casa. — Hope disse com os lábios trêmulos enquanto chorava. — Eu não sou boa o bastante pra você, pai?
— Do que está falando? Você é minha vida. — Sebastian respondeu sem hesitar. — Todos os sacrifícios que eu fiz foi por você e eu não me arrependo de nenhum deles porque sem você eu não seria ninguém... Só que essa merda explodiu e eu não tenho o menor controle do que vai acontecer daqui pra frente e eu não posso arriscar te perder.
— Eu não vou a lugar nenhum, pai. — Hope o abraçou com força. — Me desculpa.
— Eu vou dar um jeito nisso, eu prometo. — Sebastian deu um beijo no topo da cabeça de Hope. — Só faça o que eu te pedi.
— Hope, porque você não sobe para lavar o rosto? — Georgeta sorriu para a neta limpando as lágrimas de suas bochechas. — O seu pai já vai te colocar pra dormir.
Assim que ficaram sozinhos, Georgeta fez sinal para que Sebastian a seguisse até a cozinha fechando a porta logo em seguida.
— Sabe o que vai acontecer agora, não é? — Georgeta disse em um tom sério.
— Sei. — Sebastian se sentou jogando a cabeça para trás bufando cansado.
— Como você deixou isso acontecer?
— Eu vacilei.
— Deixou essa mulher bagunçar a sua cabeça. — Georgeta disse se aproximando e puxando uma cadeira para se sentar. — A sua prioridade é sua família e não uma vagabunda qualquer.
— A Skyler não é como ela... — Sebastian disse olhando dentro dos olhos de Georgeta.
— Querido, você precisa colocar a cabeça no lugar. — Georgeta balançou a cabeça. — Você tem uma banda bem sucedida e ela faz o que da vida? Trabalha em uma revistinha?
— Eu não quero falar da Skyler. — Sebastian disse irritado. — Tenho coisas mais importantes para me preocupar.
— Sua filha quase se voltou contra você agora pouco e você não quer falar sobre isso?
— Eu sinto muito se não estou preocupado com os surtos de adolescente da Hope. — Sebastian alterou o tom de voz e logo em seguida respirou fundo para se controlar. — O que acha que vai acontecer quando a mãe dela bater na porta procurando por ela? O que eu vou dizer?
— Nada. — Georgeta respondeu séria. — Ela abriu mão da filha e agora não tem o menor direito sobre ela.
— Não é bem assim...
— Claro que é. — Georgeta segurou o rosto de Sebastian. — Olhe pra mim. Você não pode deixar aquela mulher tirar a sua filha, está me entendendo?
— E se a Hope me odiar quando descobrir a verdade?
— Ela não vai. — Georgeta disse com a voz firme. — Mas pra isso você precisa dar um jeito de tirar essa pedra do seu caminho.
Sebastian franziu o senho sem entender aonde sua mãe queria chegar.
— A sua namorada.
— A Skyler vai ficar na dela. — Sebastian respondeu. — E vai ser obrigada a fazer o que eu mandar quer ela goste ou não.
— Você não precisa fazer isso. — Georgeta passou a mão pelo rosto do filho. — Só termine de vez com essa mulher.
— Eu gosto da Skyler e isso... — Sebastian respirou fundo. — Vai se resolver, só por favor... Toma conta da Hope enquanto eu limpo essa bagunça.
— Está apaixonado por essa mulher? — Georgeta perguntou chocada. — Sebastian...
— Só faz o que eu pedi. — Sebastian segurou as duas mãos de sua mãe. — O jatinho está esperando por mim e eu preciso voltar antes que comecem a perguntar sobre o meu sumiço.
[...]
— Sinto muito. — Layla entregou um copo de água nas mãos de Skyler. — Então vocês terminaram?
— Eu só volto para aquela casa quando ele me pedir desculpas. — Skyler deu um gole na bebida. — E como eu sei que isso nunca vai acontecer, eu vou esperar o Kraig ser o intermediário e me implorar para voltar.
— Não seria mais fácil você só se livrar desse contrato? — Layla perguntou em um leve tom de preocupação. — Caí fora dessa. Você tem a prova que pode inocentar o Sebastian, é só vender e seguir com sua vida.
— Não é tão simples.
— Claro que é. — Layla arqueou a sobrancelha. — Liga pro Kraig, vende a foto e fica com a grana e sua liberdade.
— Eu não consigo. — Skyler respondeu cabisbaixa olhando para o copo em sua mão.
— Por que não?
— Porque eu estou apaixonada pelo Sebastian e só de pensar que isso poderia nos afastar eu sinto que... — Skyler respirou fundo tentando se acalmar. — Se ele souber que durante todo esse tempo eu tinha a prova para inocenta-lo, ele nunca vai me perdoar.
— Esse cara te machucou e você ainda tem coragem de dizer que está apaixonada por ele?
— Acha que eu quero sentir isso? — Skyler levantou do sofá caminhando de um lado para o outro. — Acha que não séria mais fácil se eu o odiasse?
— Ele não presta e você sabia disso e mesmo assim se envolveu com ele. — Layla começou a justificar. — Você só ia conseguir a cobertura no Upper East Side e cair fora, lembra?
— Eu sei disso. — Skyler fechou os olhos com força. — Eu sei de tudo isso mas eu comecei a me envolver demais e quando vi... Era tarde demais.
— Tudo bem, eu sei que ele é charmoso e deve ter uma lábia muito boa mas isso... — Layla disse preocupada. — Isso é demais.
— Eu sei que ele tem muitos defeitos mas ele tem qualidades também.
— Tipo quais?
— Eu nunca me senti tão amada por alguém antes, ele sempre me protege e faz eu me sentir segura... Só que depois de hoje eu não sei. — Skyler deu uma risada nervosa. — Eu não sou idiota, eu sei do histórico dele mas eu realmente acho que ele sente o mesmo por mim.
— Está tentando justificar o injustificável.
— Espera, deixa eu terminar de falar. — Skyler viu o momento que Layla cruzou os braços. — Eu convivi com o Sebastian durante todos esses meses e eu vi um lado dele que talvez ninguém nunca tenha visto. Eu senti a vulnerabilidade, um carinho e cuidado que eu nunca senti antes na minha vida nem mesmo da minha família.
— Você está cega porque está apaixonada por ele.
— Eu sei que eu tenho que me afastar e por isso eu saí da minha cobertura no Upper East Side. — Skyler rolou os olhos. — Estou de volta a minha vida de suburbana no Brooklyn.
— Como é que é?
— Eu vou passar alguns dias aqui até eu resolver o que vou fazer da vida. — Skyler disse esticando os pés sobre o sofá.
— Não dá. — Layla negou com a cabeça. — Eu vou viajar a trabalho por duas semanas.
— Perfeito, eu rego suas plantas e levo o Bruce pra passear. — Skyler disse chamando a atenção do cachorro que levantou a cabeça. — Eu sei que você estava com saudades de mim.
— Eu não tenho plantas.
— Mas você tem o Bruce. — Skyler chamou novamente o nome do cachorro que em resposta latiu animado. — Viu só? Ele quer que eu fique.
— Tudo bem mas me prometa uma coisa. — Layla disse se sentando ao lado de Skyler.
— Prometo o que você quiser.
— Se estiver pensando em se vingar ou fazer alguma besteira, por favor não faça. — Layla a abraçou apoiando a cabeça no ombro de Skyler.
— Eu preciso resolver a burrada que eu fiz.
— O que? — Layla fez uma careta. — Você não está se culpando pelo o que o Sebastian fez, está?
— Claro que não. — Skyler sacudiu a cabeça. — Ele foi um escroto e um babaca de merda!
— Então do que está falando?
— Do Stacee por não ter me ajudado quando eu precisei. — Skyler deu um sorrisinho. — E da vagabunda da Lexi por que eu preciso dar um jeito de provar ela armou tudo isso.
— Ou seja você vai se meter em problemas.
— As vezes você precisa ter um pouco mais de fé em mim, sabia? — Skyler riu ao ver Layla a fuzilando com os olhos.
— Eu tenho mas eu ainda me preocupo. — Layla segurou os dois braços de Skyler. — Você pode acabar se dando mal nessa historia.
— Já estou acostumada a desistir fácil do amor mas dessa vez eu vou lutar por ele.
— Só cuidado para não lutar sozinha.
— Eu sei que no fundo ele também gosta de mim. — Skyler deu um sorriso fraco. — Ou pelo menos eu espero que sim.
[...]
O cheiro do café da manhã estava por todo o apartamento, Sebastian tinha comprado um banquete completo no restaurante da esquina com bacon, ovos, panquecas, waffles e até mesmo uma torta de maça. Essa era a sua tentativa de se desculpar por ter extrapolado da noite passada.
Seu maior medo havia se concretizado e agora o mundo sabia sobre sua filha e ele só queria culpar alguém pela angustia que estava sentido e Skyler acabou tocando em um ponto sensivel para ele.
A mãe de Hope.
A mulher que estava morta para ele.
— O café está na mesa. — Sebastian parou de frente a porta do quarto de Skyler.
Ele esperou receber algum xingamento ou que ela saísse do quarto gritando mas nada aconteceu.
Abrindo a porta do quarto Sebastian pode ver a cama em perfeito estado indicando que Skyler não havia dormido em casa e ao entrar dentro do closet ele pode ver um pequeno buraco no meio de suas roupas indicando que ela tinha partido.
— Ótimo. — Sebastian bateu a porta com força atrás de si.
Skyler havia ido embora sem dizer nada, fez as malas e sumiu sem nem ao menos dar uma satisfação.
Abrindo a porta da geladeira, ele pegou a garrafa de leite dando um gole enquanto encarava a mesa pronta com todo aquele café da manhã.
Seu pedido de desculpas estava ali pronto e ele teria que jogar tudo dentro do lixo.
O interfone tocou e Sebastian largou a caixa de leite de qualquer jeito na bancada correndo para atender.
— Skyler? — Sebastian chamou ansioso.
— Bom dia, Sr. Stan. — O porteiro parecia sem jeito. — O seu empresário está aqui embaixo.
Fechando os olhos com força e apoiando a cabeça na parede, Sebastian se sentiu frustrado por ter criado uma expectativa irreal.
— Pode mandar subir. — Sebastian apoiou o telefone no gancho e foi até a porta destrancando para que Kraig pudesse entrar.
Ainda segurando a caixa de leite, Sebastian deu mais um gole na bebida fazendo uma careta. Ele nem queria beber aquilo e só estava fazendo isso porque sabia que era uma das coisas que Skyler mais odiava.
— Por favor, sem sermão. — Sebastian deu as costas indo até a cozinha guardar o leite de volta na geladeira.
— Eu vim saber como você está. — Kraig disse chamando a atenção de Sebastian. — E como a Hope está lidando com isso.
— A Hope está com minha mãe em Los Angeles. — Sebastian respondeu se apoiando na bancada e cruzando os braços. — E ela está adorando essa situação.
— Então não é tão ruim quanto eu pensei.
— Você está calmo assim porque já deve ter tido uma daquelas suas reuniões chatas com o pessoal das relações publicas. — Sebastian disse rolando os olhos sem paciência.
— Sabe como isso pode ser bom pra sua imagem, não é? — Kraig sorriu. — Se conseguimos contornar a situação e...
— Eu não vou usar a Hope pra isso. — Sebastian manteve sua voz firme. — Eu já falei que quero ela longe dessa loucura.
— Eu sei mas... — Kraig não conseguiu terminar de falar quando foi interrompido.
— Eu já disse que não.
— Já parou para pensar no que ela quer?
— Ela tem 14 anos. — Sebastian riu debochado. — Eu sou o responsável legal por ela e eu não vou deixar minha filha ser um produto para ser usado desse jeito.
— Você tem todo o direito de se sentir assim. — Kraig tentou ponderar as palavras ao ver o olhar mortal de Sebastian sobre ele. — Mas você poderia ser um pouco mais flexível.
— Tudo bem, eu vou te dar duas opções. — Sebastian forçou um sorriso. — Ou você nega esses rumores ou você está demitido.
Kraig tirou o sorriso do rosto.
— Fui flexível o bastante pra você?
— Meu trabalho é pensar no que é melhor pra você e pra sua banda. — Kraig disse arrancando uma risada debochada de Sebastian. — Você é cabeça dura demais e precisa começar a ouvir a opinião dos outros.
— Me chupa e vai se foder! — Sebastian xingou sem paciência.
— Cade a Skyler? Você sempre escuta ela. — Kraig perguntou e Sebastian deu de ombros.
— Eu não sei.
— Como assim não sabe?
— Ela pegou as coisas e foi embora. — Sebastian se sentou na mesa pegando uma maça e dando uma mordida sem se importar com Kraig que a esse ponto estava começando a tremer de nervoso.
— Embora? Da cobertura que ela lutou pra conseguir? — Kraig perguntou desconfiado. — O que você fez?
— Nada.
— Claro que não fez nada. — Kraig riu debochado. — Sebastian, se você tocou naquela garota eu juro que...
— A gente teve uma discussão ontem a noite. — Sebastian disse olhando para Kraig. — Satisfeito? Eu gritei, passei dos limites e ela foi embora.
— Em um momento tão crucial como esse, sua cabeça de vento não pensou que o melhor era manter a Skyler por perto?
— Foi graças a ela que toda essa confusão começou. — Sebastian se alterou nervoso. — Eu avisei o que iria acontecer se ela continuasse encontrando com a Hope.
— Sem essa Sebastian. — Kraig rolou os olhos. — Você sabia que as duas tomavam café toda tarde e não fez nada a respeito.
— Mas eu avisei...
— Com uma fala mansa e abraços e beijinhos? — Kraig perguntou gesticulando. — Faça-me o favor.
— Agora eu sou o culpado?
— Quero que você se coloque no seu lugar. — Kraig respondeu irritado. — Os dois erraram e você está puto com a Skyler por uma coisa que era inevitável de acontecer.
— A Skyler não é a mãe da Hope para dizer o que é melhor ou não pra ela. — Sebastian disse trincando a mandíbula irritado.
— E você já perguntou pra mãe da Hope o que ela acha disso? — Sebastian sentiu o sangue ferver ao ouvir Kraig dizer aquilo.
— Ela morreu.
— Não morreu não.
— Morreu pra mim. — Sebastian respondeu debochado. — E eu imagino que tenha sido você quem contou a Skyler porque ela parecia saber demais sobre isso.
— Eu não falei nada. — Kraig se sentiu ofendido. — Foi ela quem me disse que já sabia de tudo.
— Ela te manipulou e você caiu feito um patinho. — Sebastian riu. — Pensei que fosse mais inteligente que isso.
— Você é um ingrato. — Kraig exclamou perdendo a cabeça. — Depois de tudo o que eu fiz e continuo fazendo por você...
— Eu te pago pra isso.
— Mas nós somos amigos. — Kraig deu uma pausa ao ver Sebastian engolir suas palavras. — Eu estou te dando um conselho de amigo e não de empresario.
Sebastian sabia que tinha extrapolado mas seu orgulho o impedia de admitir isso.
— Se continuar com essa sua atitude vai acabar sozinho. — Kraig deu um passo em direção a Sebastian. — E se eu fosse você começaria me desculpando com a Skyler.
— Eu não tive culpa disso.
— Não importa. — Kraig riu debochado. — Você nunca vai encontrar uma mulher como ela na sua vida. Não deixe que seu orgulho atrapalhe a sua vida.
— Amanhã a gente tem ensaio... — Sebastian coçou a nuca sem jeito. — Você pode ligar pra ela? Pedindo para ela ir?
— E porque você mesmo não faz isso? — Kraig perguntou e Sebastian ficou em silêncio. — Ta legal, deixa comigo.
O seu celular que estava no bolso começou a vibrar indicando que havia recebido uma mensagem e ele se apressou para ver quem era imaginando que poderia ser Skyler mas era apenas uma mensagem qualquer de Chace.
"Eu vi os sites de fofoca e você precisa sair para beber. Já chamei os rapazes, chegamos antes do Happy Hour".
[...]
Balançando a perna ansiosa, Skyler decidiu dar uma olhada nas redes sociais enquanto esperava naquela sala enorme.
O primeiro perfil que ela abriu foi o de Sebastian e não havia nenhuma publicação em seu stories ou em marcações, em seguida ela fez o mesmo com todos os rapazes da banda e para a sua surpresa apenas Stacee havia postado um video curto onde dava para ver as bebidas na mesa e uma mulher sentada no colo de Sebastian.
— Desgraçado. — Skyler xingou apertando o celular na mão.
Sua raiva era tão grande que ela se segurou para não arremessar o celular pela janela. Era frustrante ser a única que parecia estar sofrendo com aquela separação já que Sebastian não se importava de tê-la longe.
— Skyler? — Joe tomou um susto ao vê-la sentada na recepção. — Ah, não! Você de novo?
— Não precisa fazer essa cara. — Skyler se levantou entrando na sala dele sem nem ao menos esperar por um convite. — Pode pelo menos finja que não odeia minha presença.
— Eu não me importo com sua presença. — Joe bateu a porta atrás de si. — Me importo com as consequências dela.
— Está me julgando mal. — Skyler fez biquinho. — Eu só vim até aqui uma vez para pedir um favor.
— Tá legal... E o que você veio fazer aqui hoje?
— Pedir um favor. — Skyler respondeu vendo-o revirar os olhos. — Só me escute tá legal?
— Eu vou chamar a segurança. — Joe foi até a mesa pegando o telefone do gancho mas antes que ele pudesse ligar para alguém Skyler o puxou da tomada.
— Prometo que não é nada perigoso. — Skyler balançou o fio do telefone na mão. — Só um pouco ilegal.
— Não vou me meter nas suas trambicagens.
— Eu sei que você faz esse tipo de serviço para o meu pai. — Skyler ergueu as mãos ao ver Joe em silêncio. — Dessa vez eu não estou gravando.
— Não faço ideia do que está falando.
— Preciso que localize uma pessoa. — Skyler meneou a cabeça. — Um fotografo na verdade.
— Você não vai desistir, não é? — Joe perguntou e Skyler deu um sorrisinho.
— Não mesmo.
— O que sabe sobre esse fotografo? — Joe puxou a cadeira para se sentar em frente ao computador.
— Ele é freelancer. — Skyler se aproximou da mesa onde Joe começava a digitar. — Enviou as fotos para a TMZ ontem.
— Suas fotos com aquela adolescente? — Joe perguntou ainda ocupado olhando para o monitor. — Ela é mesmo filha do seu namorado?
— Eu só preciso saber quem tirou as fotos. — Skyler evitou responder a pergunta. — O nome ou qualquer informação sobre ele.
— Já pensou em ligar para o representante legal da TMZ?
— Já. — Skyler mordeu o lábio inferior ansiosa ao ver Joe escrever tão rápido. — Eles tem uma cláusula de confidencialidade. Por isso eu vim até aqui.
— Merda... — Joe xingou baixinho ainda digitando.
— Encontrou?
– Quase. — Joe olhou para Skyler. — Me dê mais dez minutos.
Aquele tempo passou quase como uma eternidade e Skyler andava de um lado para o outro batendo seus saltos contra o piso de madeira.
— Encontrei. — Joe disse chamando a atenção de Skyler. — Mas você não vai gostar disso.
— O que?
— Ele mora no Queens. — Joe respondeu estreitando os olhos. — De aluguel e trabalha como fotogrado em tempo integral.
— Então ele é desempregado? — Skyler perguntou mordendo o lábio inferior pensativa. — Interessante.
— É autônomo.
— Trabalha perseguindo celebridades. — Skyler riu debochada. — É desempregado. O que mais sabe sobre ele?
— A família mora em Chicago e ele se mudou a pouco tempo para Nova Iorque com a namorada... — Joe estava concentrado lendo a ficha dele.
— O que foi?
— Ficha da polícia. — Joe se recostou na cadeira. — Foi enquadrado por porte ilegal de drogas com algumas prostitutas.
— Quando foi isso?
— Qual das vezes você quer saber? — Joe perguntou e Skyler se segurou para não pular de felicidade. — Era disso que precisava?
— Sim. — Skyler se inclinou sobre a mesa. — E o endereço dele.
Ao sair do escritório de Joe apressada, Skyler acabou trombando com um homem que se assustou ao vê-la ali.
— O que está fazendo aqui? — Simon perguntou com uma ruga na testa.
— Sou eu quem deveria te fazer essa pergunta. — Skyler jogou o cabelo por cima do ombro. — O que faz aqui?
— Eu trabalho aqui. — Simon cruzou os braços. — Sua vez.
— Foi rebaixado a assistente de um detetive particular?
— Quer mesmo testar minha paciência? — Simon perguntou de forma intimidadora mas Skyler riu achando graça.
— Está me ameaçando? Por que eu posso ir correndo contar para o papai... — Skyler provocou vendo Simon morder a própria língua para não xinga-la.
— O que veio fazer aqui?
— Entregar um recado do papai para o Joe. — Skyler mentiu apenas para provoca-lo. — Acho que eu virei mesmo a filha favorita dele.
— Você está adorando isso, não é? — Simon esticou a mão para tocar no cabelo de Skyler mas ela foi mais rápida dando um tapa nele. — Mas você deveria estar preocupada com o seu namorado que está agora mesmo se esfregando em uma piranha qualquer.
— Como vai o Max?
— Você não sabe onde seu namorado está? — Simon tirou o celular do bolso do paletó. — Adicionei um alerta ao nome do seu namorado.
— Meio desesperado da sua parte.
— Que nada. — Simon riu debochado. — Preciso saber tudo sobre o meu inimigo antes de enfrenta-lo no tribunal.
— Do que está falando?
— Você não sabia porque é muito recente. — Simon riu debochado. — Mas eu me juntei ao time de advogados que está defendendo a Stella no caso de agressão sexual do pervertido do seu namorado.
— E sem o papai você é quem? — Skyler fez biquinho. — Um pobre coitado que comprou o diploma porque não conseguiu passar no exame de admissão.
Skyler deu uma piscadela.
— Eu sei do seu segredinho sujo. — Skyler ameaçou. — Então não tente me ferrar.
— Eu te mato antes de você conseguir abrir essa sua boca.
— Estou pensando em ficar e tomar um cafézinho. — Skyler olhou ao redor vendo o hall vazio. — É a você quem eu tenho que pedir?
— Estou trabalhando, Skyler. — Simon fechou a cara passando a mão pelo terno. — Me deixe em paz.
Ao entrar dentro do carro, Skyler tirou o celular de dentro da bolsa e pesquisou o nome de Sebastian na aba de pesquisa.
Os rumores de uma possível crise no relacionamento dos dois já estava rolando em todas as redes sociais e os rumores ficaram ainda mais fortes pela foto da mulher sentada no colo dele naquela boate que ficava no centro de Nova Iorque.
Discando o número da melhor amiga, Skyler segurou firme no volante esperando a chamada ser atendida.
— Eu sou uma idiota! — Skyler exclamou com a voz carregada de ódio.
— O que aconteceu?
— Enquanto eu estou aqui tentando resolver as coisas aquele cretino do Sebastian está curtindo a noite em uma boate. — Skyler passou a mão pelos cabelos. — Como eu sou idiota.
— Entendi, esse é seu primeiro surto de ciúmes. — Layla disse devagar. — Quer meu conselho? Finja que isso não te afetou e vai pra casa.
— Não é ciúmes. É só que eu estou me sentindo...
— Traída? —
— Eu estou magoada pelo o que aconteceu. — Skyler soltou um suspiro. — Minha vontade é de ir até lá e fazer um escândalo mas ao mesmo tempo eu não quero vê-lo agora. Ontem eu vi um lado dele que eu não conhecia e eu não sei como vou lidar com isso...
— Por isso você precisa se afastar.
— Eu não posso. — Skyler apoiou os dois braços no volante e abaixou a cabeça. — Amanhã antes de ir ao trabalho eu preciso acompanhar o Sebastian na gravadora.
— Aquele empresário mala sem alça está te obrigando?
— É. — Skyler respondeu. — Falei que chegaria atrasada e entraria logo depois da banda.
— Se precisar de qualquer coisa é só me ligar.
— E o que vai fazer por mim a distância?
— Dar apoio moral.
[...]
Era o segundo baseado que Sebastian tinha fumado naquela noite e mesmo assim ele não conseguia relaxar.
— Que cara é essa? — Chace perguntou e Sebastian fez sinal com a cabeça para que os dois tivessem uma conversa a sós. — Com licença garotas.
Indo para um canto mais afastado, Chace abriu os braços indignado.
— Qual foi? Tem duas gostosas dando em cima de você. — Chace disse apontando para as mulheres que estavam sentadas a mesa.
— Eu sei.
— Entendi agora além de apaixonado você também é fiel? — Chace perguntou debochado. — Ou será que a abstinência está me enlouquecendo?
— Eu estou chapado e você está me deixando confuso. — Sebastian disse sacudindo a cabeça. — Não é nada disso. É só que eu não posso trair a Skyler enquanto eu não resolver toda essa situação situação envolvendo a Hope.
— Isso é fidelidade, meu amigo.
— Eu acho que fumei demais. — Sebastian piscou algumas vezes tentando manter seus olhos focados no melhor amigo. — Você acha que eu deveria pedir desculpas?
— Relaxa. — Chace negou com a cabeça fazendo sinal para o barman trazer duas cervejas. — Seja lá o que você tenha feito, amanhã ela esquece e volta pra casa.
— Eu estou chapado. — Sebastian pegou a garrafa dando um gole na bebida. — Eu não deveria ouvir seus conselhos.
Antes que Chace pudesse responder, Stacee apareceu no meio dos dois envolvendo o braço ao redor do pescoço deles.
— O que vocês dois estão fazendo aqui deixando as convidadas esperando? — Stacee perguntou desconfiado.
— Estou sem cabeça pra festejar. — Sebastian respondeu sem animação.
— Sinto muito pelo o que aconteceu. — Stacee deu um sorriso fraco. — É difícil quando invadem nossa vida pessoal desse jeito e eu imagino que você tem uma boa razão para ter escondido sua filha por tanto tempo.
— Ele está assim por causa da Skyler. — Chace disse dando um gole na bebida. — Parece que ela deu um pé na bunda dele.
— Vocês terminaram? — Stacee perguntou fingindo surpresa mas era óbvio que ele esperava por isso.
— Para a sua sorte não. — Sebastian disse debochado. — Não precisa fingir que não sabe do que eu estou falando.
— Eles brigaram e ela saiu de casa. — Chace deu de ombros. — O clima está tenso entre os dois.
— Você quer calar essa boca? — Sebastian perguntou irritado olhando para Chace.
— Esse é mais um motivo para você curtir a noite. — Stacee disse animado apontando para a mesa onde havia 5 garotas sentadas. — E ainda pode escolher quem você quiser. Um cardápio variado.
— Se eu não te conhecesse diria que está tentando me jogar para cima dela ou melhor... — Sebastian fechou a cara. — Que está tentando destruir o meu relacionamento com a Skyler.
— Vocês já terminaram.
— Cala boca, Chace.
A sobriedade tinha lhe acertado um tapa certeiro quando a adrenalina subiu em suas veias e agora ele parecia mais lúcido do que nunca.
— Eu só estou tentando ser legal. — Stacee levantou as duas mãos. — Não quero que passe a noite com esse baixo astral.
— Foi o que eu disse.
— Vou pra casa. — Sebastian deu o ultimo gole na cerveja. — Beber sozinho.
— Nada disso... Sabe o que precisa? — Stacee foi até o bar arrastando Sebastian junto. — De uma bebida mais forte.
— Qual o seu interesse na Skyler? — Sebastian perguntou assim que o lugar esvaziou. — Está tentando comer ela a ponto de me ferrar?
— A maconha está te deixando agressivo. — Chace tentou intervir antes que o clima ficasse tenso.
— Sebastian, melhor você ir pra casa.
— Não sei do que está falando. — Stacee deu de ombros. — Eu só acho que você deveria cuidar melhor da sua namorada. Sei lá, alguém pode estar louco para entrar debaixo da saia dela.
Sebastian empurrou Stacee pelos ombros fazendo-o recuar e quase cair derrubando as bebidas que estavam na mesa proxima a ele.
— Se olhar de novo pra ela você é um homem morto.
— Se acalma. — Chace o segurou para que não partisse para cima de Stacee.
— Eu estou calmo! — Sebastian tentou empurrar Chace mas Keller o segurava assim como um dos seguranças. — Você tem sorte.
— Por que está tão nervoso? — Stacee deu uma risadinha. — Não confia no seu taco?
— Se olhar pra Skyler ou se quer pensar nela você é um homem morto. — Sebastian ameaçou a pleno pulmões. — E você sabe que eu cumpro as minhas promessas.
— Está me ameaçando na frente de todas essas pessoas?
— Está se acovardando por causa de uma ameaça? — Sebastian debochou enquanto era arrastado pelos amigos para um lugar mais afastado da boate.
— Não caia nas provocações do Stacee. — Keller disse soltando o braço devagar de Sebastian. — Você está caindo na pilha dele.
— Aquele desgraçado vai ter o que merece. — Sebastian se virou para o amigo. — Ele acha mesmo que pode falar desse jeito da minha namorada? Talvez quando eu castrar esse filha da puta ele pense duas vezes antes de falar o nome dela.
— Você está nervosinho demais. — Keller olhou para Chace que estava de braços cruzados. — Se está tão desconfiado da fidelidade da sua namorada talvez devesse dar um jeito dela andar no eixo.
— Cala boca! — Sebastian rosnou de raiva.
— Acho melhor você não dar pitaco ou ele pode acabar te mordendo. — Chace alertou Kraig. — Ele fumou muita maconha.
— Se acalma antes que isso acabe em confusão e o Kraig acabe com a gente. — Keller negou com a cabeça. — Eu só quero uma noite de paz.
— Eu fico de olho nele. — Chace acompanhou Keller até a porta a fechando logo em seguida. — E então?
— O que?
— Vai me contar o que te deixou assim? — Chace perguntou olhando bem para o rosto de Sebastian atrás de uma explicação. — Porque você está esquisito desde que chegou.
— Ele quer trepar com a Skyler.
— E você disse que isso não era um problema porque ela estava com você. — Chace abriu os braços confuso. — Qual foi?
— Eu acho que é o fim da linha. — Sebastian respondeu abaixando a cabeça. — Acho que ela terminou comigo... Ela pegou as coisas e foi embora.
— Isso é estranho porque o Kraig mandou mensagem confirmando a presença dela no estúdio amanhã.
— É mais complicado do que isso.
— Essa mulher te deu um chá e agora você não consegue pensar em mais nada? — Chace riu ao ver a cara de Sebastian. — Você está ferrado.
— E agora teve esse lance com a Hope que eu preciso resolver e a culpa é toda dela. — Sebastian jogou a cabeça para trás.
— Você sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer. — Chace deu de ombros. — Só estava adiando o inevitável.
— A Skyler ignorou minhas ordens e passou por cima de mim e olha a merda que aconteceu.
— Por isso ela terminou com você? — Chace perguntou e Sebastian balançou a cabeça concordando. — E porque você está aqui e não lá dentro aproveitando sua solteirice?
— Porque eu sinto falta da vadia. — Sebastian apertou a têmpora.
— Essa poderia ser o nome da nossa próxima música. — Chace disse pensativo e ao cruzar seu olhar com o de Sebastian os dois caíram na risada. — O que? Ganharíamos muitos prêmios.
— Eu só vou conseguir relaxar quando resolver essa merda envolvendo o nome da Hope.
— Pensa bem. — Chace continuou. — A Hope faria muitos amigos sendo filha de uma estrela de rock.
— Se o Kraig não conseguir resolver essa merda eu vou mandar a Hope para um colégio interno na suíça.
— Você não está falando sério. — Chace tirou o sorriso do rosto. — Ela te odiaria.
— Pode até ser. — Sebastian respondeu. — Mas ao menos ela estaria segura.
NOTAS!!!!
Muita coisa aconteceu nesse capitulo né? O que será que o Sebastian está escondendo???? Alguém tem alguma teoria? E em breve teremos a Skyler pisando um pouquinho no Sebastian pq ele merece né? Sem pedido de desculpas sem volta para casa!!!
Feliz páscoa para vocês meus leitores queridos e muito obrigada por acompanharem a história 🩷