O SUSSURRO DAS LETRAS

Bởi Josygracy

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UMA COLETÂNEA DE CONTOS PARA ADULTOS E CRIANÇAS. CONTOS DE GÊNEROS VARIADOS: ROMANCE, AVENTURA, FANTASIA, ETC... Xem Thêm

1- A RAINHA DO NORTE
3- REINO DE SORA
4- CONFISSÃO DE AMOR

2- GHOULISH

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Bởi Josygracy

*SINOPSE*

As sombras se estendiam sobre as ruas da cidade, envolvendo cada canto em um manto de inquietação. Os habitantes se trancavam em suas casas, evitando os perigos que espreitavam na escuridão. Pois todos conheciam a lenda da criatura que espreitava nos becos, esperando para devorar os incautos que se aventurassem fora.

Mas em meio a esse medo generalizado, erguia-se uma jovem de coragem indomável. Zara Guerra, guiada por uma determinação inabalável, entrou nos recessos da noite, pronta para enfrentar a criatura que aterrorizava sua cidade.

Com as palavras do velho vidente ecoando em sua mente, Zara se preparou para uma batalha que testaria não apenas suas habilidades, mas sua própria vontade de viver. Porque só ela poderia restaurar o equilíbrio e libertar a cidade do horror que a consumia.

Nas sombras, a abominação espreitava, sedenta de destruição. E Zara Guerra iria enfrentá-la, sem medo, pronta para arriscar tudo para salvar aqueles que amava.

Uma história de terror, suspense e esperança se desenrola nas ruas de uma cidade atormentada.

Zara conseguirá parar a criatura que ameaça mergulhar tudo na escuridão eterna?

"Ghoulish" é uma história de terror arrepiante que manterá os leitores à beira de seus assentos. A cada virada de página, o medo e o suspense tomarão conta de sua alma, enquanto Zara Guerra corre contra o tempo para salvar sua cidade da desgraça iminente.

Capítulo 1- A descoberta de Zara

Era uma vez, na tranquila cidade de Torrelavega, na província de Cantábria, na Espanha, uma noite tingida de escuridão e mistério. Era uma noite como qualquer outra, até que uma névoa densa com sombras espessas começou a envolver as ruas, mergulhando a cidade em um silêncio perturbador.

Zara Guerra, uma jovem corajosa e curiosa de dezenove anos, estava desfrutando de uma noite tranquila em sua casa quando ouviu um barulho estranho vindo de fora. Intrigada, ela decidiu investigar e saiu para a rua, sem imaginar os horrores que a aguardavam.

Zara tinha cabelos loiros claros como a luz do sol no início da manhã, comprimento até a cintura, e olhos verdes como o oceano que refletiam sua curiosidade e bravura. Apesar do terror que sentia, manteve-se ereta com os seus 1,70 metros de altura e a sua figura delgada más atlética, produto de horas de exercício e treinos do boxe. Embora a escuridão da noite dificultasse a visão clara, sua pele branca era perceptível, quase pálida pela emoção do momento. Suas feições finas mostravam uma determinação incomum em alguém de sua idade. Embora ela tremesse um pouco, suas mãos se fecharam em punhos prontos para enfrentar o que quer que a ameaçasse nas sombras. Sem dúvida, era uma jovem corajosa disposta a enfrentar os horrores da noite para desvendar o mistério.

Andando pelas ruas desertas, Zara Guerra notou que algo estava definitivamente errado. Os edifícios pareciam se contorcer, suas sombras se alongavam de forma sinistra e a névoa engrossava ainda mais, dificultando seus passos. No entanto, ele não se deixou intimidar e continuou seu caminho, movendo-se com cautela. De repente, um grito de Partir o coração quebrou o silêncio da noite. Zara correu para o local do grito e encontrou uma cena assustadora: ao luar, ela podia ver o corpo deitado no chão, com uma poça de sangue se formando abaixo. Suas roupas estavam rasgadas e havia marcas de garras profundas em sua pele.

O terror tomou conta dela, ela sentiu vontade de fugir, mas sua curiosidade e vontade de dar alguns socos em alguém a mantiveram de pé.

Zara olhou para trás, sentindo um nó se formar em sua garganta ao ver o corpo inerte deitado a seus pés. Ela engoliu saliva com dificuldade, lutando para manter a compostura enquanto a realidade do que acabara de testemunhar a atingia com força. Então, ele pegou um movimento nas sombras e seu olhar fixou-se na figura encapuzada, inclinada sobre a vítima. Um arrepio percorreu suas costas quando os olhos da criatura encontraram os seus, brilhando com um brilho sobrenatural e maligno.

"Não, não pode ser", pensou Zara, sentindo que o medo ameaçava paralisá-la.

Não foi capaz de ver o rosto do assassino devido à escuridão que o envolvia. A figura encapuzada ainda estava de pé ao lado do corpo, inclinada sobre ele. Embora ela não pudesse ver seu rosto sob o capuz, Zara sentiu seu olhar fixo nela. Seus olhos brilhavam com um brilho avermelhado sobrenatural, revelando olhos malévolos, gerando arrepios por todo o corpo. A pele da criatura tinha um tom acinzentado e parecia escamosa. Suas mãos se curvavam em garras afiadas, manchadas de sangue fresco.

Por um momento, Zara se viu imobilizada, incapaz de reagir. Tudo o que ela queria fazer era gritar, deixar sair o terror que a consumia.

- Eu tenho que pará-lo, ela disse a si mesma, cerrando os punhos com firmeza. - Não posso permitir que fujas.

Aquilo que julgara ser um simples Assassino agora revelava a sua verdadeira forma, levantou a cabeça e ergueu-se. Ele tinha quase dois metros de altura e sua figura musculosa era ameaçadora. Soltou um rugido gutural e depois um som parecido com uma risada sinistra que enviou arrepios por toda a espinha de Zara.

Ela deu alguns passos em direção ao assassino, mas ele ficou observando-a como se fosse sua próxima presa.

Naquele momento, o medo paralisou Zara. Tinha acreditado estar preparada para enfrentá-lo, mas agora se dava conta de que aquilo superava por muito suas capacidades. Eu não poderia vencer uma batalha corpo a corpo contra tal monstruosidade. Ela havia espancado alguns membros da máfia pelas ruas noturnas da cidade, mas isso a superava.

"Eu não posso ficar aqui", pensou Zara, sentindo o pânico tomar conta dela. "Eu tenho que fugir, voltar para casa e avisar os outros."

Ela deu uma última olhada no corpo deitado no chão, lamentando profundamente a perda daquela vida. Mas agora sua prioridade era salvar sua própria existência. Sem mais hesitação, Zara se virou e começou a correr pelos becos estreitos, implorando aos deuses que a escuridão da noite a escondesse da besta. A brisa fria batia em seu rosto enquanto seu coração batia descontrolado, a adrenalina bombeando em suas veias.

Sem mediar palavra, o gigante começou a persegui-la pelas ruas labirínticas da cidade. Zara correu desesperadamente, procurando voltar para casa, mas determinada a sobreviver. Zara conseguiria enganar a besta que a perseguia, ou cairia presa do horror que a aterrorizava? A escuridão parecia se espalhar como um manto ameaçador, pronto para devorar tudo em seu caminho.


Capítulo 2- Pesadelo sem fim

As ruas torciam-se e viravam em ângulos agudos, envoltas na escuridão da noite. Zara corria desesperadamente, ofegando enquanto os seus pés batiam nas pedras escorregadias. As ruelas estreitas pareciam emergir da escuridão para a tentar apanhar. Tropeçou num monte de entulho, mal conseguindo manter o equilíbrio. Olhou para os lados, aterrorizada com a possibilidade de o assassino a estar a alcançar.

Cada sombra parecia ganhar vida, perseguindo-a pelos cantos. Zara sentiu o medo paralisar-lhe todos os músculos, mas forçou-se a manter o ritmo, sabendo que a sua vida dependia disso.

Surgiu um beco sem saída à sua frente e ela praguejou baixinho. Teve de fazer uma curva apertada, atrasando a sua fuga. Os segundos pareciam arrastar-se, cada batida do seu coração ecoava nos seus ouvidos.

A jovem mulher conseguia sentir a presença da criatura, cada vez mais perto. A sua respiração tornou-se irregular enquanto corria pelas ruas sinuosas, rezando por um caminho de fuga.

A certa altura, quase caiu, escorregando ao dar passos incertos. As sapatilhas ficaram para trás e, só com as meias, chegou à casa a tremer da cabeça aos pés.

Quando Zara finalmente chegou no portao de casa, cambaleou para dentro, com as meias manchadas de lama e os olhos cheios de terror. Amaldiçoava-se a si própria por viver quase na periferia da cidade.

A mãe, ao vê-la naquele estado, suspirou e correu ao seu encontro.

Zara, minha filha, o que aconteceu? Estás ferida? A mulher examinou a filha com preocupação, reparando que ela tremia da cabeça aos pés. Olhou para o lado e entraram rapidamente em casa, fechando a porta com força.

Zara olhou para cima, os seus olhos refletindo uma mistura de pânico e determinação que enervou a mãe. Respirando fundo, ela disse:

_ Mãe, aconteceu uma coisa terrível..._ Fez uma pausa, lutando para encontrar as palavras e levando as mãos ao coração _ Vi um homem gigante.... Uma besta parecida com a história daquela criatura monstruosa que anda à espreita nas ruas.

A mãe empalideceu, tapando a boca com a mão num gesto de horror.

_ Não pode ser! _ la exclamou assutada.

Olhou para a filha dos pés a cabeza, virando-a completamente e olhando para toda as partes do seu corpo, à procura de feridas.

_ Como... como é que escapaste dele? _ a mae perguntou gaguejando.

_ Quase não consegui. _ Zara engoliu cem seco. Tive de correr por becos escuros e sinuosos. Era uma corrida desesperada pela minha vida. Se eu vivesse no centro, teria sido melhor, pois poderia chamar a polícia. Mas como vivia longe de lá, só me restava fugir para casa.

A mulher abraçou a filha com força, como que para a proteger do perigo que Zara acabara de enfrentar. Lágrimas de alívio e preocupação rolavam-lhe pelo rosto.

_ Graças aos deuses que estás a salvo, minha filha. Mas é um monstro... O que é que fazemos agora?

Zara separou-se do abraço e olhou para a mãe com uma determinação que a surpreendeu.

_ Mãe, tenho de parar esta criatura. Não posso permitir que ela continue a aterrorizar o nosso povo. Sabes que os homicídios têm aumentado ultimamente e, agora que vi o assassino, não posso deixar que ele o faça de novo.

A mãe olhou para ela com um misto de orgulho e medo, sabendo que a filha enfrentava um perigo mortal. Mas havia uma força nos olhos de Zara que ela não podia ignorar. Ela sabia que tinha nascido para algo grande, e a hora tinha chegado.

_ Então conta comigo, minha filha corajosa. Faremos o que for preciso para proteger a nossa cidade.

Zara não conseguia adormecer, com os olhos bem abertos enquanto a noite parecia não ter fim. De cada vez que fechava as pálpebras, o eco do rugido gutural e do riso sinistro da besta ecoava na sua mente, provocando arrepios por todo o seu corpo. Na escuridão do seu quarto, os mais pequenos sons assustavam-na. Os rangidos da madeira, o farfalhar do vento, tudo parecia ser uma ameaça à espreita nas sombras, pronta a tirar-lhe a vida.

Sempre que se aventurava a olhar pela janela, o pânico apoderava-se dela. Imaginava ver a figura enorme e disforme da criatura a rondar as ruas, perseguindo qualquer incauto que se atrevesse a sair de casa. Zara cerrava os punhos com força, tentando manter a determinação que a tinha levado a enfrentar a besta. Mas o medo era uma sombra constante, turvando a sua mente e fazendo-a duvidar da sua capacidade de derrotar tal abominação.

A cada ruído, a cada rangido, o seu coração saltava uma batida, à espera de ver o rosto monstruoso da criatura surgir da escuridão. Nem mesmo o amanhecer parecia trazer conforto, pois Zara sabia que a ameaça ainda estava à espreita, à espera do momento certo para atacar.

Ficou acordada toda a noite, incapaz de encontrar paz ou descanso. De cada vez que fechava os olhos, o riso sinistro da besta voltava para a assombrar, lembrando-a de que o perigo ainda não tinha passado.

Quanto tempo mais poderia Zara aguentar no meio deste pesadelo sem fim, e teria ela a coragem e a força para enfrentar a criatura mais uma vez quando a oportunidade se apresentasse?

Capítulo 3 - A velha vidente

Zara acordou numa cidade envolta num silêncio sinistro. O ar parecia pesado, como se carregasse o peso de segredos demasiado sinistros para serem compreendidos. Foi então que ela notou as mudanças subtis no ambiente que a rodeava. As sombras dançavam com malevolência e os sussurros ecoavam pelas ruelas estreitas. Algo estava errado.

Atormentada por um medo inexplicável, ela embarcou numa busca para descobrir a verdade por trás dessa atmosfera sinistra. Mergulhou em textos antigos, à procura de pistas que pudessem esclarecer a escuridão que envolvera a sua cidade outrora vibrante.

Nas profundezas da antiga biblioteca de Menéndez Pelayo, nascido em Santander, Zara deparou-se, após longas horas, com um manuscrito há muito esquecido. As suas páginas estavam amareladas pela passagem do tempo, e as suas palavras pareciam pulsar com uma energia de outro mundo. Falava de um ritual, uma cerimónia proibida que prometia um poder inimaginável àqueles que se atrevessem a realizá-la.

Com o passar dos dias, à medida que decifrava as passagens enigmáticas, uma sensação de fascínio e pavor apoderou-se dela. Apercebeu-se que este ritual tinha tido lugar na sua própria cidade e que tinha sido responsável pelo despertar de uma criatura de um horror indescritível.

"Será que o que eu vi não era humano, mas uma criatura, como dizem os livros?", pensou, sentindo os pêlos do braço arrepiarem-se.

O coração desta jovem mulher acelerou quando se aventurou no coração da cidade, onde o ritual tinha tido lugar. As ruas, outrora familiares, pareciam agora retorcidas e distorcidas, como se fossem um reflexo da força malévola que tinha sido libertada.

Sombras pairavam ameaçadoras e símbolos estranhos adornavam as paredes de várias casas nos becos. Zara conseguia sentir a presença da criatura cada vez mais forte a cada passo que dava. Determinada a pôr fim a este pesadelo, preparou-se mentalmente para a batalha que se avizinhava.

Para compreender o ritual e as suas origens, procurou a orientação de um velho sábio que vivia escondido no cimo dos picos da Europa, mais precisamente na cidade vizinha de Santander. Zara pôs-se a caminho e, ao fim de algumas horas, estava diante da humilde cabana, reunindo coragem para enfrentar o misterioso velho vidente que não via há anos. Embora o edifício estivesse em ruínas, uma aura de poder e conhecimento parecia emanar dele.

Respirando fundo, Zara bateu à porta. Um longo silêncio respondeu, até que finalmente uma voz rouca e antiga foi ouvida de dentro:

_ Eu estava à tua espera, jovem Zara.

Ela ficou imóvel, sem emitir qualquer som supresa porque o velho sabia o seu nome. Naquele momento, foi como se o vento parasse, congelando aquele olhar de um homem de grande sabedoria.

_ Entra, tenho estado à tua espera. _ acrescentou o velho, sentindo uma aura diferente na joven visitante.

Surpreendida, Zara abriu a porta e entrou na luz ténue da cabana. O velho sentou-se no chão, rodeado de livros antigos e estranhos talismãs. Os seus olhos penetrantes pareciam ver através dela.

_ O que é que queres saber, minha filha? _ perguntou o velho, com uma voz que soava a sabedoria para além dos anos.

Zara aproximou-se do velho, com o olhar cheio de determinação e curiosidade.

_ Por favor, nobre mestre, preciso de compreender as origens e o significado deste ritual. _ Ela estendeu alguns papéis velhos e amarelados guardados na sua mochila_ odeis esclarecer-me sobre a sua história e propósito?

O velho clarividente, com saber e mistério, apresenta-se como uma aparição que reflecte no seu olhar penetrante os anos de conhecimento acumulado. O seu rosto está enrugado e sulcado pelas linhas do tempo, testemunho das experiências e visões que testemunhou ao longo dos anos. Os seus olhos, profundos e brilhantes, parecem conter um universo de segredos. Transmite uma sabedoria antiga e uma compreensão sobrenatural das forças que governam o mundo.

O cabelo do velho vidente é largo e platinado, fluindo em cascatas de fios brilhantes. Uma barba espessa e bem cuidada estende-se do queixo e mistura-se com o cabelo, conferindo-lhe um ar de autoridade e respeito. Cada fio de cabelo parece ter a sua própria história, representando as visões e os conhecimentos que o velho adquiriu no fim da sua vida. Usa vestes vermelho-escuras, que parecem ter sido tecidas por fios do próprio destino. Os patronos intrincados na tela são símbolos de tradições e rituais antigos, cada um com o seu próprio significado místico. Um colar de contas de madeira pende do pescoço da artista, representando a ligação da velhice aos elementos da natureza e a sua capacidade de canalizar energias superiores.

Em voz baixa, o sábio revelou a história antiga do ritual e as terríveis consequências da sua realização. As lendas falavam de uma criatura nascida das profundezas da escuridão, destinada a causar estragos no mundo se não fosse detida a tempo.

Na sua presença, Zara podia sentir uma aura de tranquilidade e serenidade, mas também tem um poder latente que transcende o físico. O velho vidente encarna a essência do conhecimento antigo e foi o guia espiritual, para partilhar o seu conhecimento com aqueles que procuram respostas.

_ Este ritual tem as suas raízes nos tempos mais antigos da nossa terra, quando os espíritos da natureza e os deuses caminhavam entre nós. É um legado de uma época em que o véu entre os mundos era mais fino e os humanos podiam ligar-se às forças cósmicas.

Zara olhou para ele sem entender muito bem o que tudo aquilo significava, mas permaneceu atenta.

Ele fez uma pausa, o seu olhar tornou-se mais intenso.

_ Este ritual em particular invoca os antigos guardiões, aqueles que zelam pelo equilíbrio do universo. Eles apenas observam de longe o que o escolhido pode fazer, sem intervir. O seu poder é tanto perigoso como benéfico, dependendo da intenção e do coração de quem o executa.

Antes de Zara se ir embora, o velho entregou-lhe uma espada ancestral e um talismã.

_ Usa as armas que tens nas mãos com sabedoria. Foste escolhido para restabelecer o equilíbrio.


Capítulo 4 - A escolhida

A determinação ardia no coração desta corajosa moça quando regressava a casa, mais profundamente no submundo da cidade de Santander. Ela não permitiria que a escuridão consumisse tudo o que amava. Os seus passos ecoavam pelos becos escuros e tortuosos enquanto ela se preparava mentalmente para o confronto que se avizinhava.

Zara respirou fundo enquanto se aprofundava no escuro labirinto de becos. As palavras da velha vidente encheram-lhe a mente, impregnando o seu coração com uma determinação de aço.

"Lembra-te, jovem Zara, o poder que enfrentas é antigo e perigoso. Mas tu foste escolhida para restaurar o equilíbrio. Usa sabiamente as armas que coloquei nas tuas mãos."

Agarrando com força o talismã que o ancião lhe dera, Zara sentiu uma energia cósmica fluir através dela. Os seus passos tornaram-se mais firmes

Embora o medo ameaçasse paralisá-la, Zara manteve a sua determinação. Lembrou-se das palavras do velho vidente, que lhe tinha dito que ela era a escolhida para desfazer o ritual e devolver a criatura à sua prisão, bem como para entregar armas poderosas. A cada passo, a sua confiança aumentava, alimentada pela certeza de que estava no caminho certo.

Chegou à sua cidade e começou a treinar boxe com mais afinco. Se ela queria bater com força naquele gigante, teria de ser tão forte como ele.

***

Num certo dia, Zara saiu de casa numa noite escura com um céu ameaçador de tempestade, caminhando por becos sombrios e passagens abandonadas. As paredes estavam cobertas de graffitis sinistros, símbolos macabros que pareciam sussurrar promessas de poder e destruição. A atmosfera tornava-se mais densa à medida que ela avançava, como se a própria escuridão a agravasse.

Ela seguiu rumo ao sul, de camino iluminando, mas seguindo o rasto. Cada vez mais, sentia a presença da criatura a pairar nas sombras. O seu coração batia com intensidade, numa mistura de medo e excitação. Ela estava determinada a ir até ao fim.

A cada passo que dava, lembrava-se dos outros assassínios causados pela criatura gigante. As suas pernas pareciam enfraquecer, o seu coração batia forte e ela pestanejou algumas vezes.

O momento tinha chegado. Zara ficou cara a cara com a criatura das trevas. Era uma abominação retorcida, uma manifestação do mal que desafiava toda a lógica e compreensão. Os seus olhos brilhavam com um fogo malévolo e as suas garras afiadas lembravam o seu poder destrutivo, recordando-a da primeira vez que se tinham encontrado.

Ela armou-se de coragem e usou as armas que tinha preparado para esta batalha. Nas suas mãos segurava uma espada antiga, imbuída da luz sagrada de antigos rituais de proteção. A arma vibrava nas suas mãos, ansiosa por enfrentar o monstro que ameaçava a sua cidade. Esta espada era uma arma poderosa, capaz de canalizar a energia espiritual e repelir as forças das trevas. Cada vez que ela acendia a espada, esta emanava uma luz brilhante e purificadora, capaz de enfraquecer a criatura e de a defender dos seus ataques.

Para além da espada, transportava também um punhal de prata abençoado. A prata era conhecida pelas suas propriedades de repelir criaturas sobrenaturais, e o punhal era uma arma afiada e ágil que permitia movimentos rápidos e precisos. Uma arma para os momentos mais íntimos. Embora não fosse tão poderosa como a espada, a adaga era uma escolha fiável para ataques rápidos e furtivos.

Essas armas eram o resultado de meses de treinamento e preparação de Zara. Ela tinha estudado os textos e rituais antigos, procurando as ferramentas certas para enfrentar a criatura. Cada arma representava uma ligação ao mundo espiritual e a proteção ancestral que a apoiava na sua missão.

Com a espada e o punhal nas mãos, ela sentia-se fortalecida e pronta para enfrentar qualquer desafio que surgisse no seu caminho. Eram o seu escudo contra as forças das trevas e um lembrete constante da sua determinação em proteger a sua cidade e aqueles que a amavam.

De repente, um grito agudo quebrou o silêncio, fazendo eriçar os pêlos da sua nuca. Zara preparou-se, empunhando as estranhas armas que possuía, apertadas com força nas suas mãos.

Ao dobrar uma esquina, ficou cara a cara com o ser abominável. Olhou para cima e sentiu o medo tentar paralisá-la, mas obrigou-se a manter-se firme.

_ Pára, criatura do inferno! _ gritou ela, levantando o talismã. _ O teu reinado de terror chegou ao fim!

Zara agarrou a espada com força, a sua lâmina brilhava com uma luz etérea, não tão forte como ela esperava. A cada golpe, a lâmina cortava o ar com um assobio, procurando encontrar o seu alvo nas sombras retorcidas da criatura.

_ Tu nunca poderás me deter, sua mortal insignificante! _ rugiu a besta, atacando com um golpe que Zara mal conseguiu evitar.

O confronto foi feroz.

_ Estás enganado, monstro, _ respondeu ela, com a voz cheia de convicção. _ Fui escolhida para restaurar o equilíbrio, e nada deterá minha mão.

Zara girou sobre seu calcanhar, esquivando-se de uma saraivada de golpes. Ela contra-atacou com uma série de golpes rápidos e precisos, procurando encontrar os pontos vulneráveis do oponente.

A lâmina mergulhou na carne retorcida da criatura, provocando gritos de dor e fúria. Mas a besta recuperou rapidamente, lançando-se de novo ao ataque com maior ferocidade.

Zara sentia o suor a escorrer-lhe pela testa, o manto a esvoaçar à sua volta enquanto se movia com agilidade. A sua armadura leve permitia-lhe uma maior mobilidade, embora não a protegesse totalmente dos ataques da criatura.

Zara esquivou-se dos ataques da criatura com agilidade, graça e precisão, aproveitando todas as oportunidades para contra-atacar. A espada cortava o ar com precisão, deixando um rasto de luz no ar. À medida que a batalha avançava, ela sentia que tinha determinação e coragem para se tornar mais forte. Ela canalizou seus instintos e habilidades, aproveitando sua conexão com o mundo espiritual para aumentar sua força. Cada movimento era uma dança letal, uma coreografia de vida e morte.

A criatura uivava com fúria, tentando desesperadamente derrubá-la, mas ela mantinha-se firme, com uma força inabalável.

A criatura, na sua ânsia de mata-la, desencadeou uma série de ataques ferozes e desordenados. As suas principais armas eram a sua força sobrenatural e a sua capacidade de manipular as sombras à vontade.

A criatura pretendia matar Zara com as suas garras cónicas e retorcidas. As suas mãos eram letais, capazes de rasgar a carne e causar feridas mortais. Os ataques da criatura eram rápidos e ferozes, obrigando Zara a mover-se com a máxima agilidade para evitar ser atingida pelas suas garras afiadas. Apesar da sua determinação, sentia o cansaço começar a fazer-se sentir.

A noite estava fria e húmida, com a névoa a envolver tudo num manto de sombras. Sempre que Zara se aproximava demasiado, a fera atacava furiosamente, procurando rasgar a sua carne. E foi assim que recebeu alguns golpes que fizeram a sua carne ferver de dor.

Um golpe conseguiu atingi-la, rasgando a sua armadura leve e abrindo um corte profundo no seu braço. Zara soltou um grito de dor, mas recusou-se a recuar. Pressionando a ferida com a mão, continuou a avançar, com a espada a brilhar com uma luz sobrenatural.

_ Renda-se, insignificante, mortal! - a criatura rugiu, seus olhos brilhando com uma malícia desumana. _ Você não pode me vencer!

Zara cerrou os dentes, ignorando o ardor de sua ferida.

- Nunca vou desistir, demonio infernal. Você vai pagar por seus crimes e deixar esta cidade para sempre.

Concentrando-se, Zara procurou dentro de si a força que o ancião lhe havia falado. Eu podia sentir a energia cósmica fluir através dela, enchendo-a de determinação inabalável.

Assim como Zara acreditava ter a vantagem, A criatura soltou um rugido ensurdecedor e expeliu uma espessa névoa tóxica que se espalhou rapidamente ao seu redor. Ela sentiu o veneno do ar penetrar em seus pulmões, enfraquecendo seu corpo. Seus movimentos ficaram mais lentos e desajeitados, recebendo cortes nos braços e pernas, enquanto lutava para manter o foco.

- Ha, humana estúpida! _ A criatura pairava sobre ela, sua voz destilando malícia. _ Você acha que pode me vencer com suas tentativas patéticas? _ Respira o veneno que te matará!

Era a arma letal que tinha preparado para seus inimigos no último instante de sua batalha.

Zara tossiu com força, a queimação em sua garganta quase insuportável. Ela caiu no chão quase sem conseguir respirar, mas começou a rastejar e com a ajuda da espada foi se levantando pouco a pouco. Mas, apesar da dor, ele se recusou a desistir. Lembrando os ensinamentos do ancião, ele se concentrou em canalizar a energia cósmica através de seu corpo.

Com um esforço sobre-humano, ela levantou sua espada e brandiu-a para a nuvem tóxica. Uma onda de energia pura disparou, dissipando a névoa e criando uma clareira ao redor de Zara.

- Impossível! _ A criatura rugiu, recuando diante do poder da jovem.

Zara respirou fundo, mas em seu olhar ardia uma determinação inabalável.

_ Seus truques sujos não funcionarão comigo, praga do inferno. É hora de você pagar por seus pecados! - gritou com força correndo em direção ao inimigo, deu um salto para o alto e desceu girando como um redemoinho com sua espada empunhada em sua direção. E o feriu profundamente no lado e com a adaga deu vários golpes nas pernas. Sendo um gigante, era impossível para ela ganhar apenas com as forças humanas.

O inimigo caiu gemendo e soltando uivos de dor, e quando Zara correu uma vez para ele para deferir o golpe final, ele começou a ver várias sombras e movimentos. Era uma das armas que a criatura usava segundo os rituais escuros. Essa era sua capacidade de invocar sombras em movimento. Ele criou ilusões e projeções sombrias, confundindo Zara e dificultando sua visão. Essas sombras se moviam de forma imprevisível, atacando-a de diferentes ângulos e dificultando a defesa dela.

Zara parou por um momento, cansada, ferida e magoada. Ela fechou os olhos, lembrando-se do que sabia sobre o seu inimigo.

Apesar de conseguir aguentar os golpes e feri-la, a criatura curava-se rapidamente, regenerando os tecidos danificados. Essas armas e habilidades da criatura eram o produto dos rituais sombrios que haviam sido expelidos para libertá-la de sua prisão. Alimentava-se da escuridão e tinha adquirido poderes sinistros ao longo dos anos, o que a tornava uma adversária formidável para Zara.

_ É isto! A luz forte é tudo o que preciso. _ Disse Zara numa voz muito baixa.

Ela apercebeu-se de que a sua única esperança era combater esta escuridão com luz. As palavras do velho vidente ecoaram na sua mente:

"Use sabiamente as armas que coloquei nas suas mãos."

Concentrada, Zara ergueu o talismã que o velho lhe tinha dado, concentrando toda a sua energia em canalizar a luz através dele. Nesse momento, a lua, lá no alto, começou a cobrir a terra com a sua luz, tocando completamente o talismã. Um brilho dourado começou a emanar do amuleto, intensificando-se a cada segundo que passava enquanto ela pairava no ar.

_ Não! Impossível! _ rugiu o gigante, recuando perante o brilho que o consumia. _ Maldito sejas, humano!

Zara avançou com determinação, envolvendo a besta numa auréola de pura luz. A criatura uivou de dor quando a energia cósmica a rasgou, queimando a sua carne contorcida.

O cheiro de carne podre e assada encheu o ar.

_ Volta para a tua prisão eterna, demônio das trevas! _ gritou Zara, a sua voz ressoando de forma diferente com o poder do talismã.

A besta contorcia-se e convulsionava-se, incapaz de suportar a intensidade da luz. Gradualmente, a sua forma foi-se desvanecendo, até que finalmente desapareceu num clarão ofuscante, deixando apenas cinzas negras que foram apanhadas por Zara, enfiando-as na parte metálica do punhal.

As nuvens negras começaram a desaparecer, o céu tornou-se mais claro, e um feixe de luz mágica começou a cobrir toda a cidade como um muro protetor.

Um silêncio profundo caiu sobre os becos e ruelas. Zara cambaleou, mas levantou-se, exausta, e vitoriosa. A ameaça tinha sido afastada e o equilíbrio restabelecido.

Os habitantes de Torrelavega nunca esqueceriam a noite macabra de terror que viveram durante tanto tempo.

Zara Guerra tornou-se uma figura querida e respeitada na cidade, e o seu legado como heroína permaneceu no coração das pessoas durante muito tempo. Ela tinha cumprido a sua missão.

A cidade estava novamente segura, graças à sua coragem e determinação. Mas ela sabia que a sua luta não tinha terminado. Ainda havia desafios a enfrentar e segredos a descobrir.

Fim.


Todos os direitos reservados © Josy Gracy

© de imagem da capa: Canva

Reservados todos os direitos de publicaçao em qualquer idioma.

Escrito no Brasil- 2023 para o 9º concurso e literatura no México 

Publicado em 2024 -Espanha


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