Vou falar nada (não tenho o que falar) só uma boa leitura e obrigada aos que ainda não desistiram de mim! kkkkkkkkkkkkkkk
~º~
— Por que você está aqui?
— Por que você não foi para o café da manhã?
As perguntas realizadas simultaneamente deixaram os dois ainda mais desconfortáveis e envergonhados. Para Naruto, aquele momento era considerado seu primeiro encontro com o maior, já que ele não estava em seu estado mais racional quando o viu na faculdade e nem ao menos se lembrava de ter tido a oportunidade de ter uma conversa de verdade. Foi surreal para o menor perceber que suas dores no corpo sumiram instantaneamente apenas de sentir o cheiro de Itachi. Seu ômega ronronava intensamente dentro de sua mente, feliz por estar na presença de seu alfa.
— Não queria te deixar ainda mais desconfortável — ao ver que o ômega estava desfocado, Itachi decidiu tomar a iniciativa e responder a pergunta de Naruto primeiro, com o intuito de puxar o ômega de seus pensamentos — o simples pensamento de causar mais uma possível dor em você faz eu me sentir um lixo.
— Engraçado você não ter pensado nisso durante todos esses anos. Ou acha mesmo que eu não surtei com você longe de mim?
— Eu não pensei q-...
— Por favor, Itachi. Você não pensou o quê? Que me machucaria estar longe de você? Que meu lobo gritava em agonia por não saber se você estava bem ou até mesmo vivo? Você sabia que somente quando a tia Mikoto compartilhava com a gente alguma mensagem seca que você havia encaminhado dizendo que estava bem era o momento em que eu conseguia ter um pouco de paz? Mas ainda assim, a dor da sua ausência se tornava ainda mais intensa por saber notícias suas por outra pessoa e não por você mesmo... me diz, Itachi, o que você não pensou quando se tornou uma pessoa tão negligente e irresponsável com o seu companheiro? Com sua alma gêmea?
Após a explosão, Naruto passou a se sentir ainda mais indefeso e pequeno, a essa altura as lágrimas grossas e quentes já banhavam o rosto inchado e vermelho, lhe fazendo apresentar uma aparência ainda mais frágil do que realmente era. Estava tão magoado que nem mesmo notou que seus feromônios pareciam intensificar a cada segundo que se passava. Seus braços finos rodearam seu próprio corpo, tentando buscar de alguma forma um conforto e acalento.
O plano do ômega era apenas chegar, falar umas verdades para Itachi e voltar para a mansão com o maior. Não queria ter aquela conversa naquele momento, não quando sabia que sua saúde mental não estava firme e ele poderia desabar com qualquer fala de Itachi que fugia da conversa que havia planejado em sua cabeça.
— Eu nunca quis te causar dor, Naru... E eu entendo que esteja muito magoado e machucado, mas nada do que fiz foi com a intenção de te causar esses sentimentos — o lúpus se aproximou lentamente do corpo pequeno do loiro, pois tinha medo de que o mesmo se afastasse — eu não sabia o que fazer, você era uma criança e meu lobo te desejava, eu não sabia definir se aquele sentimento era um desejo carnal, eu não queria me permitir sentir isso com você, eu só queria fugir de tudo.
— Por favor, Itachi. Nossos lobos são completamente irresponsáveis, orgulhosos e teimosos... Mas repulsivos eu sei que não são. Seu lobo jamais te forçaria a me tomar de qualquer outra forma que não fosse fraternal. Não até o momento correto.
Após aquelas palavras deixarem sua boca, Naruto sente sua vista nublar ainda mais e permite que outra onda de lágrimas salgadas desça por suas bochechas. A tristeza agora era somada com a vergonha intensa, fazendo o pequeno ômega desejar desaparecer em um passe de mágica. Ao sentir uma mão em seu queixo, o primeiro instinto de Naruto foi estapeá-la, porém, desistiu assim que levantou a cabeça e olhou para as duas rubis que lhe encaravam como se fosse o ser mais importante do mundo.
— Você não tem ideia do quanto eu me arrependo de ter te deixado, Naruto. Eu era jovem, não conseguia lidar com todos meus sentimentos, ter uma alma gêmea na prática é completamente diferente dos livros que lemos na adolescência com a teoria. Eu sempre te senti próximo a mim, eu sempre senti que você era meu — Naruto abriu a boca para responder algo, mas no momento que viu Itachi se aproximar e encostar suas testas, ele parou. — Por favor, me deixe terminar...
Naruto não teve forças para se esquivar do toque e nem mesmo contestar o que o maior havia pedido. Seu corpo entrou em combustão quando a mão grande de Itachi rodeou sua cintura fina e a outra passou a acariciar sua nuca. Os dois ainda se encaravam, era impossível para ambos desviar o olhar.
— Fui um covarde durante todo esse tempo, não quis manter contato porque no meu inconsciente ainda existe o meu autojulgamento, me agarrei ao sonho bobo de servir ao país e me preparei para ele, era a única saída de te deixar longe de mim e ainda assim, poder te manter seguro. Quando pude compreender o que sentia por você e qual seria seu lugar em minha vida, fiquei assustado. Você era apenas uma criança inocente, eu me senti perverso. Meu maior desejo foi sempre ter você em segurança, como isso poderia acontecer com minha presença repugnante ao seu lado?
— Eu já disse que seu lobo não me via dessa forma — o sussurro dado pelo ômega só foi possível de ouvir por conta da alta audição que Itachi possuía.
— Eu sei, hoje eu sei disso. O que eu estou sentindo nesse momento não é nada parecido com o que eu sentia antes, ainda é um profundo amor e desejo, mas dessa vez existe algo carnal envolvendo tudo que é relacionado a você, seu cheiro está me deixando louco e estou me segurando para não deixar minhas presas saírem nesse exato momento e te marcar como meu — era possível para o ômega perceber a respiração ofegante que vinha do maior, e os olhos rubis pareciam ainda mais intensos. Itachi nunca o havia olhado desse jeito em toda sua vida — Eu te vi crescer, Naruto, você cresceu como um irmão caçula, até hoje deveria ser assim. Mas quanto mais os anos passavam, mais eu entendia que não podia fugir ou mudar a escolha do meu lobo. Ele escolheu você, sempre foi você e não poderia ser ninguém além de você.
O choro do ômega aumentou após as últimas palavras ditas pelo maior. Seu coração há muito quebrado parecia colar pedacinho por pedacinho lentamente. Mesmo sendo uma sensação boa, não era justo. Naruto ainda achava que Itachi não merecia seu perdão, não naquele momento. Ele ainda não havia entendido a gravidade do problema.
— Eu passei por tanta coisa...
— Eu sei...
— Eu me senti abandonado e tão solitário.
— Eu sei, sinto muito...
— Eu me senti sem valor...
Itachi não podia suportar mais a auto depreciação de seu ômega, o puxou para seu peito firme e o apertou com força, porém cuidando para não machucar a pessoa mais preciosa que tinha em sua vida. Quando sua família o havia contado o que Naruto passou se sentiu péssimo e muito culpado, mas ali, ouvindo as lamúrias do ser minúsculo que estava em seus braços, Itachi pode sentir o peso de suas ações irresponsáveis. Pois o sofrimento e a dor que ele passou não chegava aos pés do que o Namikaze tinha passado e atualmente ainda passava. Naruto estava uma bagunça. O alfa tentava manter o controle da situação, mas seu lobo interior tão culpado quanto ele parecia querer rasgar sua cabeça e poder arrancar toda a dor que aquele loiro estava sentindo.
— Não é justo, Itachi. Você prometeu falar comigo todos os dias, você prometeu não se ausentar por muito tempo, independente das suas responsabilidades. Mesmo me dando sua palavra, você não esteve comigo quando meu lobo se afundou, você não esteve comigo durante minhas crises e ataques de pânicos quase fatais — Naruto tinha uma voz rouca enquanto desabava nos braços do principal culpado de todas as suas dores — Você não me viu terminar a escola, você não esteve comigo quando decidi seguir os estudos em direito, você não me protegeu quando eu sofri bull-...
O ômega mordeu a língua para não falar mais do que devia. Sua humilhação em apresentar sua fragilidade já estava além do que desejou um dia. Nunca quis se mostrar esse ser frágil e chorão para ninguém, principalmente para Itachi. Porém lá estava ele, sem ter forças nem para afastar a muralha dura que era o corpo do Uchiha.
O corte seco e brusco de Naruto ativou um singelo alerta vermelho na mente de Itachi que tinha certeza do que seria comentado pelo menor. Não era o momento, mas ele não iria se esquecer disso.
— Eu não mereço estar ao seu lado.
— Você não deseja nossa ligação? — o ômega levantou a cabeça bruscamente para encarar o rosto de sua alma gêmea. A remota possibilidade de não ser desejado por seu companheiro fez as dores físicas que sentiu durante a maior parte de sua vida voltarem com força total. O fazendo choramingar.
Itachi se assustou quando sentiu o corpo do ômega desfalecer, mas sendo ágil do jeito que era, de imediato o sustenta de pé, impedindo o impacto doloroso do pequeno corpo com o chão.
— Por Deus... — o murmúrio agonizante que deixou a garganta de Itachi fez o menor o olhar assustado e para sua surpresa, havia um brilho de indignação nas írises ainda rubis do lúpus. — É claro que eu desejo, não somente ela como desejo você também e tudo que é relacionado a você. Não escutou nada do que eu te disse até agora?
Ao ouvir a resposta ríspida do alfa, Naruto inconscientemente formou um bico em seus lábios. Esse gesto somado aos olhos azuis brilhantes e chorosos foi o suficiente para arrebatar de vez o coração do pobre Uchiha.
— O que eu quero dizer é que eu não sou digno de ter você. E que você merece alguém muito melhor que eu — dessa vez Itachi utilizou uma voz mansa com o intuito de acalmar o ser mais precioso que já existiu e que agora se encontrava em seus braços. Ao ver que o ômega conseguia se manter em pé, o Uchiha decidiu retirar uma de suas mãos da cintura fina e levá-la até o rosto rechonchudo e molhado, acariciando as bochechas gordinhas delicadamente enquanto seus olhos brilhavam em adoração.
Naruto era o ser mais lindo do mundo.
— Mesmo assim, eu não consigo deixar de te desejar ao meu lado...
Uma lágrima fina escorreu pela bochecha e foi capturada pelos longos dedos de Itachi que a secou com carinho enquanto mantinha o olhar intenso nas duas safiras brilhantes à sua frente.
— Mesmo que eu saiba que você deveria ter muito mais do que eu posso te dar, ainda assim, eu não consigo te deixar ir.
— Itachi... — o loiro ofegou ao sentir a respiração de Itachi bater em seu pescoço. O Uchiha estava se aproximando lentamente, com medo do pequeno ômega fugir de seus braços protetores que o rodeavam como uma muralha.
— Mesmo sabendo o quão quebrado eu te deixei e me culpando e odiando por tudo que te fiz passar... Meu maior desejo ainda é deixar minha marca aqui... — os lábios finos de Itachi roçaram na pele amorenada entre o pescoço e a nuca do Namikaze. A cabeça cheia de fios loiros e arrepiados tombou para o lado com o intuito de permitir um acesso ainda mais fácil ao local.
— Itachi...
O gemido baixo e entregue que desprendeu da garganta de Naruto fez todos os pelos de Itachi se arrepiarem.
O cheiro do ômega se intensificou ainda mais, fazendo a mente do maior nublar.
O casal não notou o silêncio que havia não somente no cômodo, mas em suas próprias cabeças. Não notaram que aos poucos seus lobos antes inquietos tomavam o controle de suas ações, cada vez mais ansiando pelo momento em que sua conexão fosse estabelecida por completo. Almejando acima de tudo a marca de ligação de almas. Tão inerte estavam um no outro que durante poucos segundos não notaram a presença de seis pessoas adentrando o local com pressa e enchendo todo o ar com feromônios de preocupação.
Itachi foi o primeiro a desviar sua atenção de seu companheiro para as pessoas que ousavam interromper aquele momento. Sentir o cheiro de outros alfas adultos no mesmo ambiente em que estava seu ômega parecia ser uma afronta para seu lúpus. Seus olhos tão vermelhos quanto antes e seus dentes à mostra, destacando as presas ameaçadoras para quem ousou invadir aquele lugar. Porém, sua resposta corporal não conseguiu ser rápida o suficiente.
Dois pares de braços firmes separaram seu corpo grande e robusto do corpo pequeno de Naruto.
A consequência não poderia ser outra...
Seu lúpus tomou o controle por completo e rugiu. Tão alto e ameaçador que a vibração reverberou pelo lugar causando estremecimento em todos os presentes.
Haviam tocado em seu companheiro.
O separaram de sua alma gêmea.
— Itachi, calma... — não importava quem era, ia pagar. Iam todos pagar por terem tirado seu ômega de seus braços. — Porra, tire ele daqui agora, Menma.
— Eu vou matar vocês!!! — o grito do Uchiha bradou pelo lugar. — Para onde estão levando o meu ômega?
O atual capitão da polícia se debatia nos braços fortes que o seguravam, sua ira estava no ápice. Ao encontrar uma brecha de seu até então inimigo, seu punho se fechou e sem pensar ou se preparar... Itachi atacou.
Seu punho foi segurado por outra pessoa.
— Não me faça devolver na mesma moeda, garoto — Fugaku ameaçou enquanto se juntava a Minato na missão de segurar o filho mais velho.
Não era possível identificar qual cheiro estava mais intenso naquele ambiente. Os feromônios de ódio vindo de Itachi, os de preocupação vindo de Fugaku e Minato ou os de medo vindo de Sasuke que apenas olhava para o irmão mais velho sem acreditar no que via. Nunca tinha visto Itachi sem controle e completamente à beira da insanidade. Era assustador aquela nova personalidade que via em sua frente.
Porém, havia outro cheiro.
E esse cheiro foi responsável por manter o casal outrora hipnotizado um pelo outro.
Um ômega havia entrado no cio.
— Kisame, confira se Menma e Konohamaru já conseguiram retirar o Naruto daqui em segurança.
— Sim, senhor — acenou positivamente em resposta a ordem recebida por Minato e correu para longe. O alfa que até o momento permanecia na porta do cômodo com certo receio de não saber de que modo poderia ajudar naquela situação apenas se agarrou a aquela oportunidade de poder fugir do descontrole de um lúpus.
Mesmo permanecendo em um estado completamente insano, o lobo de Itachi pode entender aquelas palavras. Estavam levando seu companheiro para longe dele. Ao se debater com ainda mais força nos braços daqueles que via como adversários, mantendo em sua mente caótica apenas a necessidade de se ver solto, o primogênito dos Uchihas só pode se surpreender com a falta de ar que sentiu subitamente em seu diafragma.
Havia levado um soco.
— Sasuke?!
— Ele precisa acordar — o jovem Uchiha respondeu ao grito dos dois adultos com o semblante neutro. Era hora de deixar o choque para depois e focar em trazer seu irmão mais velho para a consciência.
Quando Naruto resolveu ir atrás de Itachi, seus feromônios estavam sob controle e seu ômega interior, apesar de agitado para ver o companheiro, parecia estável. Porém, apenas por se aproximar das dependências da mansão Uchiha e sentir o cheiro forte de Itachi, o lobo interior do ômega acabou cedendo ao descontrole, causando assim o desencadear de seu cio.
Kisame foi rápido em contatar a família ao mínimo sinal de perigo. Sabia de toda a história dos dois garotos e entendia o quão grave seria para ambos se passassem por aquele período precocemente.
Afinal, ainda não tinham se resolvido.
Eles nem mesmo haviam notado em qual situação estavam. Conseguiram manter a sanidade na maior parte da conversa, mas a cada passo que Itachi dava em direção ao ômega, menor era o controle que ambos tinham com seus lobos.
Por muito pouco as famílias Uchihas e Namikaze não viveram um colapso.
Foram necessários mais dois impactos do punho fechado de Sasuke contra a barriga de Itachi para que ele parasse de se debater nos braços de Fugaku e Minato. O caçula dos Uchihas estava preparando mais uma sequência de bons murros que dessa vez iria direcionar ao rosto do irmão, porém uma voz rouca o impediu de continuar a ação.
— Eu não posso aparecer na delegacia com um hematoma no rosto, Sasuke.
~°~
— E agora Naruto permanece dopado de supressores e Itachi precisou adiar o início da nova rotina como capitão porque não consegue se concentrar em outra coisa que não seja o cio do ômega dele. Minha mãe e a Tia Kushina estão se dividindo para cuidar não somente de Naruto como de Konohamaru que está passando por algumas crises de ansiedade, ele é só um garoto, acho que ver o irmão daquele jeito e não fazer nada foi um choque... Menma parece outra pessoa, tentei fazer ele sair um pouco de casa para tentar ocupar a mente com outra coisa, mas ele se recusa a deixar os irmãos e nossas mães. Meu pai e tio Minato tiveram que deixar a empresa nas mãos dos diretores para cuidar de Itachi que está parecendo um zumbi. E eu... — um nó parecia estar entalado em sua garganta. — Sou um completo inútil.
— Amor...
— Não, Gaara. Você não entende... Eu estou fugindo de todos porque sinto que vou colapsar e acabar sendo mais um peso. Meus pais e tios estão sobrecarregados, meus irmãos estão sofrendo e eu não consigo apoiá-los porque eu também não estou bem e não quero ser um fraco na frente deles... — os olhos negros permaneciam fechados devido a vergonha de parecer tão patético na frente do namorado.
A cabeça repleta de fios escuros e escorridos estava pousada nas coxas fartas do Sabaku que permanecia sentado em sua cama enquanto acariciava carinhosamente o rosto do outro lúpus. Gaara morava sozinho, então era normal que Sasuke sempre estivesse em sua casa.
Após o episódio com o irmão no dia anterior, Sasuke ainda tentou prestar apoio em alguma ponta, porém, se percebeu com as mãos trêmulas e uma súbita falta de ar por apenas se aproximar de qualquer um de sua família.
O caçula dos Uchihas não pensou duas vezes e correu para a casa do agora namorado em busca de refúgio.
Com exceção de Menma, Gaara era a pessoa mais confiável para momentos sensíveis como o que estava vivendo agora.
— Escute, Sasuke... Eu não consigo imaginar o que você está sentindo nesse momento, pois nunca passei por situações como essas em minha família. Mas nada do que aconteceu ou está acontecendo é culpa sua. Estamos falando de almas gêmeas ligadas desde o nascimento que permaneceram afastadas por anos e que agora com o reencontro estão à beira da loucura... Você não pode controlar isso. A situação que seus irmãos estão passando não é algo comum, é claro que nem você e nem sua família estavam preparados para lidar com tudo isso.
— Mas ainda assim eu pod-...
— Cale a boca, sim? — após interromper a fala do Uchiha, Gaara pousou seu dedo indicador nos lábios macios que tanto amava e incentivou o namorado a olhar para seu rosto. — Você não é culpado de nada.
O Sabaku tocou gentilmente o topo da cabeça que estava apoiada em suas pernas e indicou suavemente que Sasuke se levantasse e se sentasse em sua frente, fazendo com que um pudesse olhar para o outro.
Sasuke sentiu seu coração falhar uma batida quando mirou as duas esmeraldas presentes no rosto pálido do namorado. Havia tanto amor, cuidado e ternura transbordando dos olhos de Gaara que por uma pequena fração de segundos Sasuke se perguntou se era merecedor de todos aqueles sentimentos presentes naquele olhar.
— Você não é um peso, muito menos um inútil — as mãos quentes do ruivo pousaram no rosto do homem à sua frente. Um sorriso sincero se abriu instantaneamente em seus lábios ao ver que Sasuke o encarava com igual intensidade. — E você pode ser indefeso... — um pequeno selar foi depositado na testa do Uchiha que continuava olhando cada movimento realizado pelo outro lúpus. Seus olhos negros marejaram quando viu os braços abertos em um convite. — Bem aqui.
Um sorriso pequeno e amoroso brotou dos lábios finos de Gaara ao sentir o corpo de Sasuke se jogar contra o seu. O ruivo apenas beijou o topo da cabeça do Uchiha e se acomodou confortavelmente na cama de casal, mantendo o namorado em seu peito e rodeado por seus braços.
— Me deixa cuidar de você, amor.
A semana parecia se arrastar quando Sasuke finalmente cedeu aos pedidos insistentes do namorado para que fossem para a faculdade. Gaara não queria forçá-lo a uma situação desconfortável, porém, ainda tinham responsabilidades e eram os únicos que poderiam contatar os mentores da universidade e atualizá-los da situação em que os gêmeos estavam e o porquê de estarem ausentes.
— Tira esse bico da cara, amor.
— Eu não quero ir.
— Mas já entendemos que é necessário, meu bem.
— Então eu posso ligar para eles...
— Se fosse para comunicar por telefone, seus pais ou tios já tinham feito. É um assunto delicado, precisa ser falado pessoalmente e ainda assim, sem muitos detalhes.
— E você não pode ir sozinho e falar com os velhos?
— Sério, Sasuke? É sua família!
— É quase sua também.
— Ah é? E desde quando sua família passou a ser quase minha também?
— Desde que eu tive que falar de você e do nosso namoro para todos durante um café da manhã em família.
— Ah, entendi — o ruivo permaneceu em frente ao grande espelho que havia em seu quarto. Estava concentrado em sua tarefa de colocar todos os botões da camisa branca que vestia em suas respectivas casas. Foram necessários quinze segundos para que o Sabaku realmente entendesse a resposta do namorado. Seu corpo se virou em 180 graus rapidamente e passou a encarar o outro integrante de seu quarto com os olhos esbugalhados. — P-pera... Como assim!?
— Como assim o que?
— Você sabe do que eu estou falando, para de se fazer de besta e desembucha — Gaara sentia suas bochechas queimarem de vergonha, estava completamente desacreditado, mas o sorriso provocador do namorado lhe dava certeza de que aquilo realmente havia acontecido. — Como assim você teve que contar sobre nós, Sasuke!?
— Eles viram minha aliança, questionaram se eu estava namorando um ômega ou um beta... Meus pais se juntaram ao tio Minato e a tia Kushina para falar sobre netos e que eu não deveria te engravidar e para que aquele assunto acabasse, eu disse que você era um lúpus, que estávamos juntos há bastante tempo e que assumimos nosso relacionamento agora e dep-...
Gaara arqueou uma sobrancelha em questionamento ao ver o Uchiha se auto interromper. Sentiu uma súbita vontade de fugir do país ao ver as bochechas alheias também rosadas. O que diabos tinha acontecido para deixar aquele homem que estava em sua frente constrangido? Sasuke era um completo sem vergonha.
— Meu Deus, Sasuke.
— E foi isso.
— Não, não foi só isso. Me conta tudo... E como você resolveu comentar isso comigo só agora e completamente do nada!?
— Eu esqueci, amor.
— Um caralho que esqueceu.
— ...
— Não vai falar nada?
— ...
— Por que você também está envergonhado!?
— Porque eles são completamente pervertidos.
— Ah, é mesmo? Então parece que você puxou muita coisa de sua família — Gaara já estava impaciente com aquele diálogo que não parecia levar a lugar nenhum. — Chega de enrolação, fala logo o que mais rolou nesse "café da manhã em família".
— ... — Sasuke refletiu por poucos segundos se realmente deveria contar ao namorado que as agora sogras dele estavam curiosas sobre a vida sexual deles e acabaram entrando em uma discussão de quem era o passivo e ativo entre os dois... E que para piorar, um dos sogros afirmou em alto e bom tom que eles eram relativos. No fim, o Uchiha chegou à conclusão de que nada seria pior do que aquela situação. — Bom, resumindo o papo, todos sabem que eu te como e te dou.
— O QUE?
~º~
Será que se eu botar a fotinha dos meus filhos aqui vocês me odeiam menos?
Esses são os outros dois amores da minha vida. Luffy (branco e areia) nosso primogênito e o Chopper (chocolate).
Com duas fãs fedidas de One Piece, o nome dos nossos filhos não poderiam ser diferentes, né?
Além disso, após dois aninhos de namoro, Jé e eu noivamos há exato 1 mês ❤ enfim pedi a mão da minha princesa em casamento.
Esse capítulo foi betado pela mozão. Obrigada @saturnscks amo você!
Tenho 25% do próximo capítulo pronto, espero conseguir compartilhar logo com vocês!
Até a próxima!❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤