Não Somos Irmãos

By Floor_de_luz

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Emma, aos 10 anos de idade, nutre sentimentos pelo filho da melhor amiga de sua mãe. Porém, o mesmo a rejeita... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capitulo 44
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50

Capítulo 45

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By Floor_de_luz

Alice tagarelava o bastante para eu manter a concentração na comida enquanto ouvia as suas falas. A mulher chegou a reclamar sobre o seu trabalho e uma variedade de outras coisas que infelizmente não dei conta de escutar.

Agarrei o guardanapo após terminar o jantar e indevidamente levantei o rosto, me deparando com um par de olhos baixos, que assim como os meus, pareciam não querer contato. Confesso que a pele do garoto fica extremamente encantadora em luzes amarelas. A cor atribui um tom reluzente e contorna as feições perfeitamente, como se estivesse construindo uma obra de arte.

Admirar aquela pele calorosa fez uma chama acender em algum lugar dentro de mim. E ela me queima por dentro. Desejando o toque de algo impossível. Querendo as mãos daquele idiota em partes íntimas demais do meu corpo. Por um instante eu entrei em ebulição.

Quando os olhares se erguem e se encontram com aqueles que observam seu semblante, revelam um sentimento indescritível. Seria uma fúria silenciosa, pronta para rugir como um trovão distante? Ou talvez uma tristeza profunda, oculta sob uma máscara de serenidade? Ou ainda seria um desejo ardente, pulsante como as chamas que dançam ao vento? Essa interseção de olhares é um universo de emoções.

De certa forma, a quietude de Dylan me inquietava, pois deixava em mim uma sensação de incerteza, sem saber seus pensamentos ou como vai agir. Embora não seja o centro do universo, ansiava por descobrir se ele estava disposto a avançar com nosso acordo ou se ainda se debatia com a insatisfação da derrota.

O garoto mordeu o garfo para retirar a carne, sem quebrar o contato visual, o que me causou um arrepio na espinha. Talvez a mente realmente queira uma distância entre nós, mas é inegável que o meu corpo quer o seu. Sexo casual, a frase ecoou no subconsciente novamente.

Louise pregou esse pensamento na minha cabeça que não consigo parar mais na possibilidade. Balanço levemente a cabeça, quebrando o contato com o garoto que faz o meu corpo tremer de desejo. Oh céus! Quando fiquei tão safada assim? Passo a mão na nuca, inquieta demais para o meu gosto.

A senhora Alice se levantou, e um som de arrasto de cadeira no chão pairou no cômodo. Em seguida, começou a juntar as louças da mesa, enquanto finalmente encerrava a conversa com a minha mãe. Nessa situação, me prontifiquei a ajudá-la, seria o mínimo a se fazer, desde que a boca mal abriu para falar, pois eu estava ocupada demais me esquivando do olhar de seu filho ou querendo a atenção dele. Agora eu estou presente em um campo de batalha, a de um lado está o desejo, pronto para atacar aqueles lábios à medida que desfruta daquele corpo atlético, no entanto, o adversário são as lembranças e as mágoas que prevalecem no peito como um câncer. O último exército deseja distância do garoto, e crava uma trincheira no coração para manter o impulso humano o mais longe possível das minhas ações.

E é por isso que o casual seria uma solução para os problemas. Seria igual a assinar um tratado de paz, o qual põe fim na guerra constante que ocorre dentro de mim. Satisfaria a quentura do corpo e manteria o rapaz longe dos sentimentos.

— Oh não, minha querida, deixe que eu lavo, você é visita — Alice chamou atenção quando puxei os pratos em direção ao meu tronco.

— Mas eu não me importo — neguei a cabeça várias vezes. E com o olhar do filho da mulher cravado em mim, as mãos ficaram um pouco trêmulas.

Se mantém em silêncio, porém, percebo que está se comunicando pelos olhos, mas não consigo detectar nenhuma mensagem. É muito enigmático.

— Eu ajudo ela, meu amor — minha mãe disse, retirando os pratos de mim.

— Está bem... — arrumo o cabelo, e nada de Dylan ter um pouco de senso e parar de me fitar. — Eu vou ao banheiro.

— Ah! Use algum lá de cima, o daqui de baixo está de reforma — a dona da casa avisou ao mesmo tempo que é acompanhada pela sua amiga até a cozinha.

Saí imediatamente do lugar e quando estava subindo as escadas, tirei um peso das minhas costas, por ter finalmente me livrado daquele par de olhos intensos.

Quando cheguei no andar de cima fui diretamente para a porta do quarto da Alice, só não contava que ele estivesse trancado. Droga! Droga! Droga!

Então, infelizmente, por causa de uma bexiga cheia, me viro e rodo a maçaneta do outro quarto, e dessa vez, obtenho sucesso.

Adentro o quarto, sem acender a luz, deixando apenas a iluminação das estrelas que atravessavam o vidro da janela sutilmente. Tudo estava em ordem, os livros formando uma pilha reta, as canetas juntas em um pote, o computador fechado e centrado na escrivaninha. Uma organizada impecável voava no quarto, porém, morria na sua cama, que se encontrava com as colchas amassadas. Caminhei um pouco adiante, mesmo sabendo que não seria adequado, e reparo em uma foto antiga nossa, do meu aniversário de quatorze anos. Aquele Dylan da foto era um doce, o que me lembrava bastante da infância, assim como todos os meus aniversários e os seus também. Creio que o garoto tem uma trégua consigo mesmo de deixar o Dylan criança viver em seu corpo por um dia pelo menos nessas datas.

Um sorriso aflorou no rosto quando reparei a minha felicidade naquela foto, mesmo que ela tenha sido desfeita no dia seguinte pela mesma pessoa que lhe criou.

Quase dou um pulo quando a porta que se encontrava entreaberta doa toda a passagem novamente. Então, o sorriso se desfaz lentamente à medida que Dylan se põe perante a mim.

— Está bisbilhotando? — questiona se aproximando da cama ao mesmo tempo que joga os lençóis em cima de alguma coisa, como se estivesse querendo esconder algo.

— Você guardou essa foto? — questiono, mostrando o pequeno papel.

— Eu guardo várias fotos, as dos campeonatos, viagens em família, passeios escolares...

Esse é um modo de dizer para eu não me sentir especial?

— Entendi... — balanço a cabeça positivamente, soltando um sorriso falso.

— Não ia ao banheiro? — levanta as sobrancelhas.

— Sim, eu estou indo — gesticulei em direção ao banheiro.

É estranho conversar com uma pessoa após ter tido algum tipo de briga com ela.
Qual é a sua Dylan?

****************
Aq está o cap, florzinhas. Bjsss, até a próxima!! Não esqueça de votar e comentar!!❤️☺️

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