Stop Calling Me Your Bunny

By junwuateu

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[📝] Onde no final de semana antes da volta às aulas, Billy Loomis resolveu ir para um bar e acabou levando u... More

he's not gay. he has a girlfriend!
little girl.
beach bunny
the last kiss
a man without love
lights, camera, action!
we can't be friends
if you like me, takes me on.

the night we met

409 37 74
By junwuateu

take me back
to the night
we met.

Fevereiro de 1999.
- Stu Macher -
Dois dias antes da volta às aulas.

Naquela noite, eu conheci Billy. Nenhum outro erro me assombrou tanto quanto esse. Ele pode parecer só um garotinho problemático com cara de rabugento e provavelmente com leves inclinações à sociopatia grave, mas era muito mais do que isso. E eu também não tinha ideia do que estava por vir quando resolvi lhe cumprimentar.

Eu tinha tido um dia cansativo andando de skate com uns amigos num barranco de dois quilometros, meus joelhos estavam ralados e minhas mãos machucadas. Mesmo que eu tenha os limpado, não tinha nenhum remédio em casa pra dor ou qualquer coisa do tipo, não tinha nem mesmo para quem pedir emprestado até porque quem caralhos toma um remédio pra dor se machucou os joelhos? Eu não. Mas como um pretexto, fui a um bar naquela noite na intenção de curtir ao máximo os poucos dias que ainda me restavam antes das aulas começarem.

É estranho dizer isso quando eu mesmo já havia terminado o ensino médio a quase três anos, mas por algum motivo parece que meus pais cansaram de terem notícias minhas o tempo todo durante meus anos sabáticos; um apelido fofo para um longo período de desemprego e vagabundagem. Eu não fazia nada, o que era uma maravilha. Nada de responsável, no caso, porque toda festa em Woodsboro e nas redondezas eu estava presente! Não tinha nada melhor do que uma cervejinha gelada pra começar a semana.

Depois de ter levado um ultimato dos meus pais, me mudei pra Los Angeles para estudar cinema numa universidade próxima a Hollywood. Mas não era como se muita coisa houvesse mudado, quer dizer, eu tinha um apartamento próprio minúsculo em Beverly Hills e precisava aproveitar meus últimos dois dias antes de ser amarrado nas rédeas de um sistema corrupto.

Então estava ali, num bar aparentemente hétero que tocava muito Britney Spears e Madonna. Futuramente, viria a tocar Lady Gaga. Não contente com a música que eu obviamente curtia, pelo fato de não ter noção alguma de como as pessoas reagiriam a ver um homem como eu, com aspectos homossexuais e com muita falta do que fazer, dançando Oops I Did It Again, resolvi ficar como espectador.

Mas isso não me impedia de flertar com alguém, e meus olhos logo se encontraram com os dele. Billy. Uma beleza natural, não aristocrática ou robusta demais para frequentar um lugar como aquele, seus olhos eram castanhos e muito marcantes, seus fios morenos caíam sob sua testa levemente bronzeada de forma graciosa, como se tivesse os arrumado com cuidado antes de sair de casa, mesmo que aparentemente não ligasse.

Eu me perguntei o quê estaria fazendo ali, mas quando me aproximei, a resposta ficou clara.

Com passos descontraídos, me dirigi até seu lado no balcão onde pedi um Blood Mary para mim. A mesma bebida que a dele.

- E aí. - Olhei ele, me sentando num daqueles bancos altos e avermelhados que remetiam às boates de luxo (cabarés, diga-se de passagem) dos anos oitenta. Uma estética brega que eu achava divertidíssima. Aquele tom de vermelho carmesim como o sangue falso utilizado em Suspíria, era tão anos oitenta quanto patins, a cor roxa e faixas na cabeça.

Ele, pouco interessado, olhou para a própria bebida antes de murmurar um "Oi." e erguer o rosto para terminar o drink.

- Quero mais um. - O rapaz falou ao bartender.

- Por minha conta! - Exigi, atraindo os lindos olhos castanhos dele pra mim. Dessa vez, com o cenho franzido como quem dissesse "Não se atreva".

- Eu posso pagar pela minha bebida.

- Sei que pode.

- Então pare.

- O quê?

- Pare de fazer isso. Tentar pagar pela minha bebida.

- É só uma bebida. - Assegurei, quase inseguro do rumo que a conversa estava levando.

- Pare de insistir, portanto.

Abri um sorriso.

- Eu não vou parar.

Seus olhos fitaram meu sorriso. Quase tive certeza de que ele era um odontologista pelo tanto de tempo que ficara encarando meus dentes.

Ou meus lábios, agora fiquei confuso.

- Você é irritante.

- Muita gente me diz isso.

- Bom, é porque elas estão certas.

- Você também não é nada fácil.

- Só não quero que um cara qualquer pague bebida pra mim num bar.

- Por que não?

- Porque não..? Você é esquisito.

- Que curioso.

- Uhm?

- A maioria dos caras com quem eu flerto normalmente aceitam as bebidas que eu pago.

Os olhos do rapaz se ergueram até meus olhos, cada vez parecendo querer mais arrancar a minha língua fora com as próprias unhas e quebrar todos os meus dentes numa distribuição parcial de socos pelo meu rosto por causa do meu sorriso crescente.

Eu acho que ele tá na minha.

- Não tô na sua. - Ele assegurou.

- O quê?

- Eu não gosto de homens.

- Tá de sacanagem, com essa cara e esse jeitinho todo?

Franzira o cenho e me olhou com um sorriso confuso.

- Tá dizendo que eu tenho cara de viado?

- Tô.

- Você é muito cara de pau mesmo.. - A canhota pesada do rapaz puxou minha camisa laranja entreaberta por cima da minha regata, me trazendo para perto de si que logo dera as costas. Passara a me puxar até a parede escura e pouco iluminada que dava ao corredor do banheiro masculino, onde fizera minhas costas colidir com a superfície e me surpreender com seus lábios selados aos meus.

Sua destra graciosamente descansava sobre minha bochecha enquanto utilizava a anhota de apoio na parede atras de mim. Quando dirigi minhas mãos à sua cintura na intenção de retribuir não só o selar como aproximar mais os nossos corpos, Billy pareceu recuar. Ele recuou de um modo com que eu não conseguisse voltar aos seus lábios até que o próprio desejasse. Frustrado, Stu ergueu o olhar como quem procurasse respostas sobre o que fazer.

- Eu não sou viado. - Falava baixo pela proximidade.

- Não é pouco. - Falei, num tom divertido pra tentar aliviar o clima.

Como uma bandeira branca que se erguia no mastro pelo país mais forte no meio de uma guerra, Billy abriu um sorriso envergonhado enquanto mordia o próprio inferior, desviando o olhar. Não que Billy fosse mais forte fisicamente, ou não como se eu houvesse parado pra reparar nos seus músculos semi definidos que marcavam levemente sua camiseta branca que utilizara naquela noite.. Tinha certeza que poderia me nocautear se fosse dez centímetros mais alto. Daquele tamanho, ele só conseguiria morder a minha canela como um cãozinho raivoso num pátio enorme do México. Ou não, que exagero, ele tinha força o suficiente para me dar alguns golpes. Sua mão era pesada e grande, pude sentir quando a descansara na minha bochecha; graciosa, mas nem um pouco sútil.

Eu sorri de volta e o olhei, procurando por contato visual, minhas mãos encostaram em seus cotovelos. As mãos do rapaz, agora, descansavam de forma instintiva em meu peito. Ele ergueu o rosto e ainda enquanto mordia o lábio inferior, depositei um selar no canto de seus lábios. Sua canhota voltou à minha bochecha, parecia menos envergonhado de me beijar do que anteriormente. Eu retribuí ao beijo, deixando minhas mãos em suas costas dessa vez. Enquanto fluía, o moreno distribuía leves mordidas pelo meu lábio. Até que começaram a ficar realmente fortes a ponto de sentir gosto de sangue na minha boca, quando o ritmo do beijo já estava bem mais quente e de um jeito natural, talvez por instinto ou prática, minha destra procurava a barra da sua camiseta para adentrar por baixo, assim, explorar seu abdômen.

Mas aconteceu de novo.

Ele recuou.

Que porra! O que esse cara tem? Não sabe beijar?

Bem, na verdade sabe e muito bem...

Porém, era a primeira vez de Billy com um rapaz. Estava falando a verdade, não era viado. Nunca havia beijado outro homem, julgara que talvez por causa do Bloody Mary que bebera estivesse se permitindo tanta liberdade assim, quando na verdade até namorada tinha. Não havia muita disputa de ética e moral na sua cabeça, fazia o que achava certo. Ou o que tinha vontade. Não ligou para os sentimentos de Sidney Prescott enquanto beijava aquele rapaz aleatório na boate. Ou melhor, nem mesmo ligou para sua namorada quando fora a boate, mesmo que a princípio fosse só pra ver gente.

O motivo da pausa daquele beijo, também fora algo que não pensou em Sidney a primeiro momento. Nem ao segundo ou ao terceito. Seus olhos eram de Stu, sua atenção estava completamente nele. Aquele cara alto com um sorriso irritante e braços compridos, com olhos cor-de-mar na praia. O que nos leva ao principal:

- Eu tenho uma casa de praia no leste ds cidade. - Billy falou. - Talvez você possa ir comigo, Looney Toones.

Eu abri um sorriso. Ele só podia estar brincando, né?

- Tá zoando comigo?

- O quê? - Me fitou. - Tá com medo que eu te sequestre pra roubar teus órgãos?

Cruzei meus braços e mantive meu sorriso.

- Você não seria capaz.

- Ah! Pois fique sabendo que eu faria igual Norman Bates.

- Seduziria uma bela garota loira e frágil para seu motel, onde a mataria enquanto estivesse tomando banho e esconderia seu corpo depois disso? - Sugeri.

- Não.. Eu seduziria você. - Ele mordia o lábio inferior.

- E ia me matar também?

- Uhm, quem sabe. - Dera de ombros.

Meu sorriso ficou maior diante de seu descaso.

- Bem, eu vou com você então.

- Você quer morrer, garoto?

- "Garoto"? Você nem sabe o meu nome e vai me levar pra sua casa? - Questionei, lhe encarando de volta.

- Você vai ir pra minha casa e também não sabe meu nome.

- E qual o seu nome então?

- Billy.

- Billy?

- É.

- Parece nome de cachorro... - Murmurei.

- Tá dizendo que eu sou um cachorro?

- Hum? Não! Quer dizer, você bem podia ser o meu cachorrinho de estimação ~~

O olhar do menor se nublou.

- Eu vou cortar essa tua língua, idiota.

- Você tá tentando flertar comigo? - Provoquei, sem ter noção do perigo.

- Vamos ver se eu ainda vou estar flertando contigo quando estiver com o rosto todo roxo e sem dentes nessa boca! - Ele segurou o meu braço como quem me ameaçasse.

- Se eu estivesse sem dentes, como ia me beijar?

Franzira o cenho quando eu lhe questionei, num tom brincalhão e travesso ao mesmo tempo.

- Qual é o seu nome?

- Stuart Macher, Sr. Billy.

- Loomis. - Completara.

Eu franzi meu cenho.

- Como em Psicose, "Sam Loomis".

- É. Bom, "Stu" Macher. - Enfatizara as aspas com os dedos indicadores e médios. - Vai querer ir pra minha casa ou não?

- Só se você me der um beijo. - Provoquei novamente.

Loomis, então, entreabrira os lábios com surpresa ao meu pedido.

- Certo.. - Suspirava, depois de alguns segundos pensando a respeito, ele segurou meus ombros e selou os lábios aos meus com força, como quem quisesse que aquilo logo acabasse... Talvez Billy não fosse o melhor em tomar iniciativas sob pressão.

Quando se afastara, dei um sorriso largo.

- Eu vou contigo, mas só se você prometer que vai vender meus órgãos. - Falei, indo atrás de si até onde tinha mais movimento.

O rapaz revirou os olhos e negou com a cabeça enquanto sorria. Pus a mão no meu bolso e paguei nossas bebidas ao bartender, mesmo que não tivéssemos as bebido.

Eu não lhe temia, parecia idiota, mas Billy não soava como um cara ruim. Apesar do papo estranho e olhar levemente suspeito, eu conseguia me virar sozinho e estava muito mais interessado no quê ele podia me mostrar do que se eu estava ou não em perigo. Era óbvio que eu não estava, afinal.

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