Feliz dia da mulher pras minhas leitoras cheirosas. Cheguei tarde, mas cheguei. Espero que estejam preparades para o filme de ação que será esse capítulo hoje.
Não vou me estender muito. Me sigam no insta @autoralune e boa leitura!
#perfumedelobo
Combinamos que se o Jimin não voltasse logo, no dia seguinte iríamos até o prédio buscar ele e o Namjoon. A menos que eu sentisse através da marca que o meu amor corria algum perigo iminente. Nesse caso, eu iria até ele urgentemente, independente de qualquer plano.
Assim que chega a manhã, encontro-me mais uma vez aqui, no galpão onde os ômegas se refugiam, ouvindo o enfermeiro espalhafatoso agitar suas pulseiras enquanto gesticula durante a sua explicação.
Nos sentamos em um pequeno círculo perto da entrada, distante das outras pessoas, para não causar mais preocupação e revolta nelas. Durante esse tempo, tento tranquilizar os pais do Jimin por ligação, até que eu consiga trazê-lo de volta.
ㅡ Mas por que ele não nos ligou avisando que iria fazer esses exames? ㅡ O senhor Seungwo questiona, posso sentir a preocupação na sua voz.
ㅡ Ele não teve tempo de fazer isso, e agora deve estar sem bateria, mas vou buscar ele.
ㅡ Só vamos esperar até hoje, se ele não voltar, vamos acionar a polícia.
ㅡ A polícia está envolvida, senhor. Não tenho muito tempo pra explicar, mas lhe dou a minha palavra de que vou trazer o Jimin de volta.
ㅡ Vou confiar em você, filho. Me dê notícias assim que possível, até mais.
ㅡ Pode deixar.
Assim que encerro a ligação, volto a dar atenção ao que o enfermeiro fala.
ㅡ The doctor lobão não atende the celular, isso só me dá mais certeza de que eles estão na ala de especials experiments. No último andar do prédio.
ㅡ A Jennie se separou de vez do marido. ㅡ Jisoo se refere ao ministro da segurança, quando nos conta a novidade. ㅡ Acho que por isso ele está com mais ódio dos ômegas e betas, e está tentando nos atingir, levando o Jimin.
ㅡ Não parece que é pra nos atingir dessa vez. ㅡ Félix, sentado no chão, vagueia as íris vermelhas em algum ponto no piso. ㅡ Parece que ele já sabe que o Jimin tem algo de diferente e quer se beneficiar de alguma forma.
ㅡ Na moral, também acho. Vou mandar geral ajudar a gente nessa parada. ㅡ O líder marginal se prepara para fazer uma ligação, e pega o seu celular, mas o enfermeiro ergue um dedo e o move em negação.
ㅡ Quanto mais peoples forem, mais risco temos de ser pegos, understand?
ㅡ O Félix e eu podemos ficar a algumas quadras do instituto, só para o caso de vocês precisarem de alguma coisa. ㅡ Jisoo se dispõe, fico mais aliviado sabendo que alguém pode pedir socorro caso precisemos.
ㅡ Ok, guys. Então vamos de night, quando the prédio estiver vazio.
ㅡ Ah, saquei. Assim como fizemos no dia em que fomos pegar os equipamentos para o bonitinho fazer os antídotos. Tô ligado. ㅡ O ômega marginal relaxa no espaço do chão em que se senta.
ㅡ Mesmo assim precisamos ter cuidado. Lá vai ter seguranças mesmo de madrugada. ㅡ Taehyung nos lembra, preocupado.
ㅡ Vamos ter. De hoje a noite não passa. Se estão retendo o Jimin lá, não é porque querem fazer apenas exames para checar a saúde dele. ㅡ Enfatizo e todos concordam com acenos de cabeça.
ㅡ Good job, eu a de adorei the conversa, mas preciso ir para my house, porque ainda tenho plantão today. ㅡ Seokjin se levanta e limpa uma sujeira invisível da roupa, antes de dar tchau apenas com os dedos e caminhar em direção à sua bolsa no interior do galpão.
ㅡ E eu preciso pegar o bonitinho de alta. Ele disse que não precisava, mas o Amarok não me deixa parar de pensar que tem parada errada com ele, mermão.
ㅡ Também acho. Ontem ele estava muito amuado pra quem vai receber alta hoje. ㅡ Taehyung fala com o ômega, levantando-se do chão.
ㅡ Você não corre o risco de ser preso se for visto por aí? Por causa da manifestação ㅡ questiono o marginal, levantando-me também.
ㅡ Na real, enquanto o merda do presidente estiver sendo investigado a ordem é não prender ninguém, sacou? Terem levado o Jimin é outra parada, mas vou mandar o papo, mesmo aquele ministro cuzão, junto dos cães de guarda dele, não podem sair por aí prendendo ômegas.
ㅡ Só tem um problema. ㅡ Taehyung comprime os lábios e olha para mim. ㅡ A Jisoo e o Jin vão embora e eu não posso deixar o Félix ficar responsável sozinho pelos ômegas. Você pode levar o ogrinho no carro do Jimin?
ㅡ Sem chance, vai você. Prefiro até mesmo olhar um monte de ômegas com o Félix, do que aturar esse único ômega aqui. ㅡ Evito olhar para o marginal, a fim de não ver a reação dele.
ㅡ Os ômegas não querem ser olhados por você, professor. Sem ofensa. ㅡ Taehyung afirma, sem me encarar também, como se estivesse chateado.
Não era ele que odiava ômegas até um tempo desses?
As pessoas mudam, porque nem todos nascem perfeitos como eu, Jungkook.
ㅡ E você acha que eu quero que esse vacilão vá comigo, bonequinha de luxo?
ㅡ Só vão, por favor. Não temos tempo para perder com brigas. ㅡ Como se tivesse intimidade comigo, Taehyung me empurra na direção da porta, junto com o seu companheiro marginal.
🍂🍁🍂
Não pela minha vontade, caminho ao lado do líder ômega nos corredores do Hospital Geral de Daelim, até que ele encontre a enfermaria em que o Yoongi está.
ㅡ Vou esperar aqui fora. ㅡ Essa deve ser a primeira frase que destino a ele desde que saímos do galpão.
ㅡ Tranquilo.
Ele entra para a visita e eu me sento em uma cadeira da unidade de internação, cuja enfermaria já frequentei. É nesse lugar que penso mais forte no Jimin e me pergunto como ele está agora. Ankor se aflige em meu peito e não me deixa quieto até o momento que o ômega retorna.
ㅡ Ele não vai mais sair de alta hoje? ㅡ pergunto quando vejo o seu semblante derrotado, sem Yoongi ao seu lado.
ㅡ Pode voltar, valeu. Vou ficar aqui ㅡ responde, esquivando-se da minha pergunta.
ㅡ Porque ele não vai sair de alta?
ㅡ Não sei, a médica do plantão disse que ele não está comendo bagulho nenhum, e só vai dar alta se a glicemia dele normalizar.
ㅡ Por que ele não come? ㅡ De cenho franzido eu o questiono, já nem me importando quando o ômega se senta na cadeira ao meu lado, com o olhar vago, em qualquer ponto à sua frente.
ㅡ O Callum está lutando pra ficar bem, mas o bonitinho parece que desistiu, tá ligado? Ele pensa que é tarde demais, pra fazer toda essa parada de acordo dar certo. ㅡ Posso jurar que ele está prestes a chorar, sua voz soa embargada, quando apoia os cotovelos nos joelhos e passa as mãos pela cabeça abaixada. ㅡ Porra, eu só queria que ele se esforçasse um pouco.
Como não sei o que dizer e, surpreendentemente, me importo o suficiente para não falar algo que o desmotive, permaneço calado. O ômega, por sua vez, parece travar uma batalha consigo mesmo, cada vez que balança a cabeça para os lados, até que a ergue para me olhar.
ㅡ Talvez você... Eu estava pensando... e se... ㅡ De tão desajeitado, não entendo o que ele quer dizer.
ㅡ Fala logo de uma vez. ㅡ Suspiro entediado, olhando para frente.
Você precisa de um pouco mais da minha sensibilidade.
Claro, é terrivelmente sensível da parte desse lobo querer arrancar a cabeça das pessoas às vezes. É muita esquentação de cabeça.
ㅡ Você pode tentar convencer ele, na limpeza? ㅡ Parecendo ter um surto de coragem, o ômega pede.
ㅡ Quê? ㅡ De imediato viro o meu rosto em sua direção. ㅡ Yoongi e eu nunca nos demos bem. Certo que na última vez em que estive internado nós conversamos, mas não somos próximos.
ㅡ Tô ligado, mas você tem Vicissitude e vai tentar fazer o acordo de lealdade, não vai? Se ele souber que você vai tentar, pode querer fazer igual.
ㅡ Não sou um exemplo pra ele seguir, garanto isso.
ㅡ Pode não ser um exemplo, mas é alguém que entende toda essa merda que ele tá passando com a doença. Papo reto mesmo.
ㅡ E você está mesmo colocando o poder de convencer o seu amado nas mãos de um alfa mesquinho? Lembra que um dia você disse o quanto nós alfas merecíamos essa doença? ㅡ Dou um sorriso amargo com a lembrança das suas palavras maldosas. ㅡ Será que apenas alfas são mesmo orgulhosos? Você está aí, me pedindo pra falar com ele e até agora eu não ouvi um "por favor".
ㅡ O que você quer? Que eu me ajoelhe? Beleza, por quem eu amo, faço qualquer coisa.
ㅡ Não precisa se humilhar, só quero que admita que estava errado ㅡ exijo e, mesmo com a face endurecida, ele confirma com a cabeça.
ㅡ Tá certo. Eu confesso que estava errado, valeu? Existem alfas bons sim. Na real, sei que fui cuidado por alfas que fizeram de tudo pra que eu estivesse na firmeza, e recebi doação de órgãos de uma alfa. ㅡ Ele olha para o chão antes de completar. ㅡ Mesmo tendo muito alfa que faz merda, admito existem alfas bons. Sou arriado por dois, inclusive.
O silêncio que se segue após a sua confissão, é desconfortável. Não imaginei que ele diria tudo isso.
ㅡ É o suficiente. Volto daqui a alguns minutos ㅡ explico antes de me virar de costas.
ㅡ Você vai mesmo? ㅡ Assim que o ouço, olho por cima do ombro a tempo de ver a sua face surpresa.
ㅡ Ainda acho que não vai adiantar nada... mas vou.
🍂🍁🍂
Entrar na enfermaria em que Yoongi está, não é a parte difícil. Complicado mesmo é quando ele me vê e expressa estranheza por todos os seus poros. Enquanto caminho até o seu leito, percebo que ele já não usa máscara de oxigênio. Está pronto para sair de alta, a única barreira que ainda existe é a da sua mente.
ㅡ O que você está fazendo aqui? ㅡ ele pergunta, parece ter uma curiosidade genuína.
ㅡ Senti falta dos tempos de internação. ㅡ Yoongi parece sorrir apenas por educação e eu aproveito para me sentar na ponta do seu leito. ㅡ E você não ia sair de alta hoje?
ㅡ Já soube, né? Minha glicemia está ruim e eles não querem me dar um soro porque eu "estou bem" e consigo me alimentar sozinho. ㅡ Ele faz aspas com os dedos e revira os olhos. ㅡ Não sei como conseguem dizer isso de um alfa em estado terminal de Vicissitude quatro.
ㅡ Eu também estou no estágio final da doença e olha só pra mim, ainda quero viver ao lado do homem que eu amo, quero usufruir da bolsa de pós-graduação que ganhei para Ayslen, e acho até que eu quero ver um monte de ômegas livres também.
ㅡ Você quer bastante coisa.
ㅡ Você também pode querer. É só se esforçar um pouco. ㅡ Encolho os ombros como se fosse algo simples de fazer, sabendo que não é.
ㅡ Pode um alfa doente como eu prometer a lealdade a quem ama? Lealdade requer força, requer capacidade de proteger.
ㅡ Quando promete algo a alguém, você não pode ficar pensando em todas as chances que existem de a promessa falhar. Você promete e confia que vai cumprir.
ㅡ Eu sei, mas não paro de pensar que se esse acordo não der certo vou ser um peso pra eles dois. ㅡ Yoongi olha para a sua camisa verde de hospital, enquanto mexe na barra dela.
Seus cabelos exibem mechas verdes, iluminadas como uma aurora boreal. Sinto que o seu lobo está mais presente em sua vida do que quando o conheci há um tempo na casa do Jimin. Se houve essa abertura para a sua alma lupina se harmonizar com o seu lado humano, Yoongi pode contar com a força do seu lobo.
ㅡ Vai dar certo, mas não tenho uma prova concreta pra te dar, você vai ter que usar a fé.
ㅡ "A fé é a crença do que não vemos, mas esperamos", professor. Só que eu não consigo ter fé agora... ㅡ ele murmura.
ㅡ Então se agarre na fé que as pessoas que te amam têm. Quando eu deixei de acreditar, o Jimin foi a minha fé.
ㅡ Eu sei que o Hook e o Tigrão acreditam em mim.
ㅡ Você daria a sua vida por eles? ㅡ pergunto e de imediato ele me olha.
ㅡ Sem hesitar. ㅡ O brilho cor de café em seus olhos me passa certeza.
ㅡ Então você é leal a eles. Não é sobre o que você deveria ter pra dar, é sobre você dar tudo o que tem. Não precisa ter todos os recursos, faça o seu melhor com os recursos que estão disponíveis.
Yoongi abaixa a cabeça e concorda com tudo o que eu lhe disse.
ㅡ Então... vai usar os recursos que você ainda tem?
ㅡ Vou.
ㅡ Então, aceite a sopa terrivelmente insossa desse hospital, pra que a enfermeira venha verificar a sua glicemia depois, e você saia de alta. Se possível faça isso antes que aquele ômega lá fora comece a chorar.
A forma diferenciada como você se importa agora com as pessoas, me dá orgulho, Jungkook. A Azura e a Lalisa também estariam.
Gosto de pensar que sim também.
🍂🍁🍂
Quando me vê caminhando ao lado do Yoongi, Hoseok não parece surpreso, apenas feliz. Ele se aproxima o suficiente do alfa e o beija na testa, enquanto suspira no que parece ser alívio.
E, quando chegamos no estacionamento, espero o marginal acomodar Yoongi no banco de trás, antes de me sentar no banco do motorista e vê-lo se sentar no assento do carona. Antes de dar partida, porém, eu pergunto baixo:
ㅡ Como tinha certeza de que eu iria conseguir convencer ele?
ㅡ Não tinha, só decidi apostar em você. ㅡ A resposta vem, neutra, eu diria até despreocupada. Ela faz algo em meu interior aquecer. Não é corriqueiro alguém que me detesta apostar em mim. ㅡ Valeu por ter ido lá, na limpeza.
ㅡ Ah, você sabe agradecer? ㅡ Arqueio as sobrancelhas.
ㅡ Não fode. ㅡ Sua resposta mal humorada me diverte, mas quando percebo que estou sorrindo, pigarreio e começo a dirigir.
Deixo o Yoongi na casa dele e fico feliz em saber que a sua mãe preparou tudo para a volta do filho, até a refeição.
ㅡ Obrigada por terem trazido o meu filho. Fiquei com ele durante a internação, mas hoje não pude faltar ao trabalho.
ㅡ Tá tranquilo, tia, a gente entende.
ㅡ Precisamos voltar, mas se precisar é só nos chamar ㅡ garanto.
ㅡ Obrigado, ogrinho e professor Jungkook. ㅡ Yoongi sorri para nós, enquanto a sua mãe conduz o seu corpo ainda frágil para o interior da casa.
Eu mesmo fecho a porta e desço os pequenos degraus com pressa, antes que o vizinho do Yoongi ㅡ meu sogro ㅡ me veja e eu tenha que dar mais explicações.
Voltamos ao carro, porém, assim que dou partida, quase provoco um acidente ao me surpreender com uma ligação do Namjoon. Atendo e ponho no viva-voz, para que o marginal também ouça.
ㅡ Jungkook...
ㅡ Oi, onde vocês estão agora? Como o Jimin está?
ㅡ Não tenho muito tempo, peguei o meu celular escondido, mas já tenho que voltar, então escute com atenção ㅡ ele fala baixo, e rápido, prendendo a minha atenção. ㅡ Tive que fazer um teste no Jimin com uma amostra de DNA e descobriram que o gene dele é altamente dominante.
ㅡ O que você quer dizer com isso?
ㅡ Ainda não sabem que ele é um Kappa, mas já sabem que ele é diferente, e se cruzar com alfas fortes, as chances de o Jimin gerar filhotes únicos para o governo são altas.
ㅡ Não... ㅡ É a única palavra que consigo balbuciar.
Vou arrancar a cabeça de todos eles.
Quanto mais Ankor se enfurece, mais a minha cabeça dói e os meus músculos enrijecem. Olho para as veias das minhas mãos e elas passam de um tom roxo para preto. Respiro fundo, pedindo silenciosamente que o meu lobo se acalme, ou vamos morrer aqui.
ㅡ Eles estão desconfiando de mim, vocês precisam agir logo. ㅡ Namjoon fala cada vez mais baixo.
ㅡ Mesmo no cio, o moleque não vai deixar tocarem nele. ㅡ O ômega marginal afirma ao meu lado.
ㅡ Não temos tanta certeza disso, o cio deixa um híbrido muito vulnerável. E, ainda que ele resista, tem muitos alfas aqui, o Jimin é forte, mas não invencível.
ㅡ Não vou esperar mais um segundo, vou tirar o Jimin daí. ㅡ Alongo o meu pescoço para o lado, tentando me livrar da sensação de pressão na cabeça e no corpo.
Sinto um filete de sangue escorrendo em meu nariz, está se tornando recorrente. Limpo com o meu antebraço coberto pela manga preta da minha camisa, e foco em continuar ouvindo o Namjoon.
ㅡ Eu cobri o Jimin com o meu cheiro, por enquanto os alfas não sabem que ele está entrando no cio, mas logo vão descobrir, então fale com o Seokjin que ele vai saber o que fazer.
Namjoon não espera uma resposta, logo desliga. Espero que não esteja em apuros.
ㅡ Que parada errada mermão. Vamos logo pra casa do Jin, rala peito.
🍂🍁🍂
Seokjin não parece surpreso quando chegamos em sua casa e contamos o que Namjoon disse.
ㅡ Se não podemos esperar até the night, plano B então. O first passo é pegarmos one inibidor de feromônios para eu aderir no alfinha fake e ele não chamar mais atention, ok, honeys? Vamos entrar no laboratório de experiments, encontrar the alfinha fake e the doctor lobão, sair pela saída dos funcionários, e "run", que significa "correr".
Não sei como entendi tudo com essa mistura de idiomas.
ㅡ E como vamos fazer isso sem sermos barrados? Você mesmo disse que o Instituto Alfa é super vigiado ㅡ questiono, sentado ao lado do marginal, no sofá de couro do enfermeiro.
ㅡ You não vão fazer nada. The funcionários do instituto é que vão. ㅡ Com um sorriso travesso, ele estende um uniforme de segurança, um jaleco, e duas máscaras para nós. ㅡ Look de hoje: Agentes Secretos, a de adoro!
ㅡ Esse uniforme não vai caber em mim, nem fodendo, tá ligado? ㅡ Quando o marginal estica o fardamento preto, faço o mesmo com o jaleco que tenho em mãos.
ㅡ Vai yes. ㅡ O enfermeiro joga um objeto tão rápido para mim, que mal consigo pegar. ㅡ Teacher, este será your crachá.
ㅡ Benedito? ㅡ De cenho franzido eu leio o que pelo visto será o meu nome agora.
ㅡ Melhor do que nothing. ㅡ Ele chuta as botas vermelhas cintilantes dos pés, e se agacha para calçar um par de tênis ridiculamente brancos, com os cadarços roxos. ㅡ Preciso estar lá antes de vocês, honeys. Então façam tudo certinho. Hook, passe essência de alfa no seu body todo, e teacher, ponha logo essa máscara, please.
À contragosto, experimento se a máscara cobre todo o meu rosto para que o enfermeiro confira. Ele deve estar se achando por mandar em mim.
ㅡ Perfect! ㅡ Ele se ergue, antes de dar uma palma alta que espanta o marginal ao meu lado. ㅡ A máscara cobre toda your feiura.
Como esse ômega ousa chamar o alfa lúpus mais temido nos quatro cantos da terra de feio? Nenhuma versão minha é feia. Nem se eu tentasse muito.
ㅡ Ok, agora i vou na frente e, daqui a meia hour, apareçam no Instituto Alfa, de mãos dadas como os friends que são.
ㅡ Se liga, porra, sai fora.
ㅡ Xingamentos são indícios de descontrole e mente fraca, sabia disso, marginal?
ㅡ Não disse? Os melhores the bests, mais que amigos; friends.
🍂🍁🍂
É estranho manter uma conversa casual com o líder da gangue dos Renegados. Se não fosse parte do plano, essa cena jamais estaria acontecendo aqui na recepção do Instituto Alfa. Enquanto fingimos interagir perto da máquina de café, observamos como todos que passam pela recepção precisam se identificar com um crachá.
Aguardamos alguns minutos até que a cena que mais nos interessa, começa a se desenrolar na nossa frente. A recepcionista recebe uma ligação e franze o cenho em confusão, enquanto pede para a pessoa do outro lado da linha manter a calma. Pouco tempo depois ela nos olha e chama a nossa atenção.
ㅡ Vocês são Benedito e Alan?
ㅡ Sim, algum problema? ㅡ indago cheio de falsa confusão, mas logo caminho em sua direção, ao tempo que o marginal segue ao meu encalço.
ㅡ O enfermeiro da Ala de Vicissitude disse que tem um paciente precisando de contenção urgente e que vocês devem subir.
ㅡ Porra... ㅡ Olho para Hoseok, repreendendo-o pelo linguajar. ㅡ Foi mal, eu quis dizer, droga, ainda estamos no nosso intervalo.
ㅡ Eu sei, mas parece ser meio urgente.
ㅡ É melhor nos apressarmos, então ㅡ comento e, em seguida, já tento passar pelo espaço na lateral do balcão, pronto para seguir até o elevador.
ㅡ Espera... vocês podem mostrar as suas identidades?
ㅡ Estamos com os crachás. ㅡ O líder marginal aponta para as nossas identificações.
ㅡ Entendo, mas é uma nova ordem do ministro da segurança, implantada hoje, para redobrar a segurança no prédio. ㅡ Ela contrai as sobrancelhas, parece sem jeito.
Mostrar identidades não estava no roteiro.
ㅡ É que... elas ficaram lá em cima, não saímos do Instituto, viemos só tomar um café. ㅡ Tento soar natural, mas minhas mãos já começam a suar.
ㅡ É o novo protocolo, senhor. Sinto muito.
ㅡ Beleza, mas se a ligação foi urgente não sei se vamos ter tempo de ir buscar sem que algo de ruim aconteça. ㅡ Hoseok curva os cantos dos lábios para baixo e projeta os ombros para frente, soando indiferente. ㅡ E aí a culpa vai ser sua.
ㅡ Não, não, não... imagina. ㅡ A recepcionista sorri sem graça. ㅡ É uma situação emergencial, podem ir.
ㅡ Tranquilo, vambora.
Passamos pela recepção, concluindo assim a primeira etapa do plano: entrar no Instituto e conseguir subir. Enquanto toco no diamante amarelo por dentro do jaleco que visto, tenho a sensação de que estou um pouco mais perto da minha estrelinha.
Pegamos o elevador e conseguimos passar ilesos pelos primeiros andares. Até que quando chegamos ao andar em que o Seokjin está, e tentamos passar pela porta vai e vem, quatro seguranças armados vêm nos recepcionar.
ㅡ Identificação, por gentileza. ㅡ O mais alto deles ordena.
ㅡ Todo andar que pararmos temos que mostrar? ㅡ questiono irritado.
ㅡ Ordens do ministro da segurança, senhor.
ㅡ Viemos ajudar numa emergência. ㅡ Hoseok quase rosna.
ㅡ Então é melhor se apressarem em mostrar a identificação, senhores.
Enquanto encaramos os guardas, ouço passos apressados em nossa direção. É Seokjin que se aproxima de nós, com uma expressão de alívio que convence até a mim.
ㅡ Oh, my God, ainda bem que vocês chegaram! ㅡ fala conosco, mas logo se vira para o cara à minha frente e põe uma mão em seu ombro, enquanto a outra desliza sobre o peito dele. ㅡ Hyuk, darling, pode deixar esses dois comigo.
ㅡ Oi... ㅡ O tom do segurança se torna manso quando fala com o ômega. ㅡ É que eles não mostraram as identificações.
ㅡ It's ok. Fui eu quem chamei eles. ㅡ O enfermeiro fala da forma mais doce e traiçoeira que já ouvi até agora. ㅡ Não acredita em mim, honey?
ㅡ Claro que eu acredito.
ㅡ Chefe... ㅡ Outro segurança chama a atenção do cara, mas parece que ele é o líder da operação nesse andar. É o que entendo quando vejo a sua expressão repreendendo o outro.
ㅡ Calado ㅡ ordena ao seu colega e recebe um sorriso do Seokjin, como recompensa. ㅡ Podem passar.
ㅡ You are o maior, baby. ㅡ O ômega ainda desliza a mão no peito do alfa enquanto Hoseok e eu nos apressamos pelo corredor.
ㅡ Achei que você estivesse saindo com o doutor Kim Namjoon. ㅡ Olho para trás e vejo o segurança com cara de bobo.
ㅡ Deus me free. Aquele alfa is muito bruto para um ômega delicado como eu, darling. ㅡ O enfermeiro olha de soslaio para ver se já estamos entrando em sua sala.
ㅡ Concordo, por que não aceita os meus convites pra sair, então? Posso te tratar com a delicadeza que você merece. ㅡ Reviro os olhos, ouvindo o homem, ao tempo em que abro a porta da sala. Antes de fechar, porém, ainda consigo escutar a resposta do enfermeiro.
ㅡ Tenho certeza que yes. Quem sabe algum day desses.
Sento-me na primeira cadeira que vejo e afasto a máscara para enfim respirar, vendo Hoseok fazer o mesmo. Seokjin entra na sala logo atrás de nós e tranca a porta. Sua postura muda totalmente, ele parece preocupado enquanto foca em procurar algo em uma gaveta.
ㅡ Teacher, isso vai ajudar a disfarçar the cheiro do alfinha fake. ㅡ Mostra um adesivo branco e retangular, em seguida, guarda no bolso do próprio jaleco.
ㅡ Sim.
ㅡ Agora vamos para the ala de especials experiments. Tenham cuidado, understand?
ㅡ "Um destem" sim, tá suave.
O enfermeiro nos guia por uma saída do outro lado da sala, para que não precisemos passar pelos guardas outra vez. Ainda usando os nossos disfarces, subimos até o último andar do prédio, onde sei que Jimin está. Pode ser devido a marca, mas já consigo sentir o seu aroma.
ㅡ Attention agora. ㅡ O enfermeiro nos para assim que saímos do elevador e nos deparamos com um corredor longo. ㅡ Na entrada do laboratório em que the alfinha fake está is cheio de seguranças, mas no início do corredor daquele andar, tem apenas one policial. É ele quem libera the cartões de acesso apenas para funcionários autorizados.
ㅡ Então vá na frente ㅡ sugiro a Seokjin e os dois me olham confusos. ㅡ Se por algum motivo o Hoseok e eu formos barrados ainda na entrada, vamos ter você lá dentro pra dar continuidade ao plan.
ㅡ Ele tá certo, mermão. Se a merda feder e você estiver com a gente, vai ser considerado cúmplice e aí a missão já era.
ㅡ Yes que quer dizer, sim.
Esperamos cerca de dez minutos depois que o enfermeiro passa pela porta vai e vem, para ir ao laboratório de experimentos especiais. Sinto uma agonia crescente no peito e, apesar de já presumir o motivo, tenho certeza quando ouço o Ankor.
Ele está sentindo dor. Precisamos ir logo.
Apresso os meus passos, torcendo que por um milagre não sejamos barrados, mas o policial da entrada surge em nosso caminho, abrindo a porta da primeira sala do corredor.
ㅡ Olá, senhores. Por favor, me acompanhem. ㅡ O alfa gesticula para o interior da sala e, depois de trocar um olhar demorado com o Hoseok, entramos. ㅡ Só preciso fazer uma rápida identificação, o enfermeiro avisou que vocês viriam, mas sabe como é, não podemos confiar cem por cento em ômegas.
A sala parece um escritório. Enquanto o cara pega uma prancheta em uma gaveta, Hoseok franze o cenho, encarando-o. Embora esse pareça ser o seu jeito, dessa vez é como se ele estivesse reconhecendo-o. Repreendo ele com o olhar, para que disfarce, mas quando o alfa volta a nos encarar, também parece reconhecer o líder marginal.
ㅡ Retirem as máscaras ㅡ ordena, e não nos resta outra opção que não seja obedecer.
O problema é que quando tiramos as máscaras, minhas suspeitas se confirmam.
ㅡ Achou que eu tinha morrido, né, porra? ㅡ Hoseok contrai o rosto em desprezo, jogando para o alto o nosso disfarce. ㅡ Você se empenhou, com o tanto que me bateu e bateu nos meus parceiros, era pra ter sido o meu fim mesmo, se eu não tivesse sido ajudado.
ㅡ Deve ter havido algum engano. ㅡ Tento desfazer a situação que se desenrola, mas nenhum dos dois me olha.
ㅡ Não adianta, professor. Esse merda já me reconheceu desde que eu entrei aqui. Foi ele quem quase me matou no evento das Nacionais. ㅡ O ômega respira rápido, enchendo-se de fúria. ㅡ Foi ele que tirou a vida de um dos meus parceiros, tá ligado? E eu tava torcendo tanto pra te encontrar nessa vida.
O alfa parece se sentir encurralado e faz o que eu temia, saca uma arma e aponta para nós.
ㅡ Eu estava apenas fazendo o meu trabalho. ㅡ Se defende, ao tempo em que aponta a pistola para o marginal. ㅡ Mas se eu não te mandei para o inferno antes, posso mandar agora.
ㅡ Calma... ㅡ peço, de mãos erguidas, enquanto tento me aproximar do policial. ㅡ Eu sei que o meu colega aqui é esquentado, mas não precisamos chegar a esse extremo.
Desconfiado, o policial aponta a arma para mim, dessa vez.
ㅡ Só se garante armado, né, seu porra? ㅡ O marginal quase me faz ter um ataque cardíaco por desafiar um alfa armado assim.
Sendo tomado pela raiva, o policial volta a direcionar sua pistola ao Hoseok.
ㅡ Repete, escória ômega.
Dou mais mais alguns passos até o policial e, quando estou perto o suficiente, aproveito que ele não está mais prestando atenção em mim, para tentar desarmá-lo. Como estou fora da mira da pistola, eu golpeio o pulso do policial com o meu antebraço e ele larga a arma. No instante em que ela cai no chão, Hoseok age rápido e a pega, ao tempo em que eu torço o braço do alfa e chuto a parte interna dos seus joelhos, levando-o ao chão.
Tudo acontece rápido demais, quando percebo, ômega já está com a pistola apontada para o cara. Ele não parece satisfeito, em vê-lo desarmado, sua postura inteira parece de quem quer matar o homem.
ㅡ Tá ligado nas voltas que a terra plana dá, vacilão? Agora vai pagar pela vida do Ninja com a sua própria vida.
ㅡ Eu tenho família... ㅡ O Alfa, agora murmura indefeso, ajoelhando-se.
ㅡ Mas pensou em quantas famílias de ômegas você já destruiu, hein? ㅡ Ele aproxima a arma da testa do alfa. ㅡ Pensou na vida do Ninja, se ele tinha família, ou não?
ㅡ Essa arma não tem silenciador, se atirar vai chamar a atenção de todos pra onde nós estamos. ㅡ Lembro-o, tentando manter a calma na minha voz. ㅡ A sua vingança é mais importante do que tirar o Jimin daqui?
Com o queixo tremendo e o olhar cheio de ódio, ele parece hesitar quando me ouve, embora não mude de postura.
ㅡ A gente pode só amordaçar ele e pegar os cartões de entrada liberada. ㅡ Aponto para a gaveta que o policial mexia anteriormente. ㅡ Quando alguém vier fazer o resgate, já vamos estar longe daqui.
Posso desarmá-lo assim como fiz com o policial, que tem mais treinamento do que ele. Foi uma das coisas que a minha irmã me ensinou. Contudo, pela primeira vez, vou arriscar e confiar que ele fará a coisa certa.
ㅡ Você decide. ㅡ É a minha posição final.
Parece que as minhas táticas de convencimento não surtem efeito. É o que penso quando mesmo assim o ômega encosta a ponta do cano da pistola na testa do policial. Entretanto, para a minha surpresa, ele apenas dá uma coronhada na cabeça do cara, que faz ele apagar instantaneamente.
ㅡ Não sou tão ruim quanto você pensa, mauricinho. ㅡ E diz ao se virar para mim.
ㅡ Não me chama assim, eu tenho nome. ㅡ resmungo no momento em que dou a volta na mesa da sala para pegar os cartões de acesso e procurar algo que sirva como mordaça. Encontro apenas uma gravata perdida em uma gaveta. ㅡ Anda logo, me ajuda a colocar esse cara naquela cadeira e tapar a boca dele.
Após conseguirmos esconder o homem desacordado dentro da sua própria sala, trancamos ela pelo lado de fora e seguimos pelo corredor.
ㅡ Como tinha tanta certeza que eu não ia pôr tudo a perder, atirando naquele merda? ㅡ Hoseok questiona baixo, caminhando ao meu lado. Sem lhe olhar, uso as palavras que ele me disse quando visitamos o Yoongi.
ㅡ Não tinha, só decidi apostar em você.
ㅡ Fé em Deus... ㅡ Consigo ouvir o seu riso entre as palavras pronunciadas.
Ele não é tão insuportável assim, confesse, Jungkook.
Uma outra hora.
Não demora muito e já estamos diante da entrada que me separa do amor da minha vida.
ㅡ Boa tarde, senhores. Qual o motivo da visita? ㅡ Uma alfa, que parece ser a líder da equipe de segurança máxima desse andar, pergunta.
ㅡ Vim ver o paciente daqui e o segurança do meu setor veio apenas me acompanhar, já que vocês não podem abandonar seu posto ㅡ afirmo, quando na verdade não tinha disfarce de médico para nós dois.
ㅡ Não fazia ideia de que esse rapaz é perigoso assim, a ponto de o médico precisar de segurança. Apesar de comentar seria, ela expressa genuina curiosidade. ㅡ Cartões de identificação, por favor.
ㅡ Pode crer que ele é, muito, muito perigoso mesmo. ㅡ Hoseok aproveita para tomar a atenção dela enquanto eu entrego os cartões, morrendo de medo de precisar de algum carimbo do segurança apagado na entrada do setor. A alfa mal olha para eles, intrigada. ㅡ Você não ficou sabendo que ele ateou fogo em um policial lá no evento das Nacionais?
ㅡ Minha nossa... ㅡ ela comenta, devolvendo-nos os cartões mal examinados. ㅡ Podem entrar.
ㅡ Valeu.
Meu estômago despenca quando as portas se abrem e eu vejo o Jimin deitado de lado em uma maca, monitorizado e vestido apenas com uma túnica curta e branca, como se fosse um experimento.
ㅡ Você veio... ㅡ Com o olhar surpreso ele sussurra quando me aproximo e toco em sua face.
ㅡ Mas é claro. Eu te amo, estrelinha, nunca deixaria você aqui. ㅡ Inclino o rosto mais um pouco e beijo a sua boca. Um toque rápido, mas cheio de saudade. ㅡ Vou te tirar daqui.
ㅡ Você veio com o Hook?
ㅡ Pois é... ㅡ Dou um meio sorriso com a ironia do destino.
ㅡ Você está mudando mesmo, o meu lobo confia mais em você a cada dia ㅡ afirma quando o ajudo a se sentar na maca e a tirar os eletrodos por dentro da sua túnica.
Percebo algumas caretas de dor, mas ele não comenta sobre isso e não acho que temos muito tempo para conversar.
ㅡ E aí, moleque, como você tá? ㅡ Hoseok pergunta a ele.
ㅡ Com fome, frio, dor, mas feliz por ir embora. Obrigado por ter vindo, Hook, significa muito pra mim.
ㅡ Tranquilo. ㅡ O marginal coça a nuca, sem jeito.
Tomo um momento para observar o ambiente ao meu redor. É tudo muito branco, cheio de monitores e instrumentos laboratoriais que eu não conheço. Ouço o som de uma porta atrás de um biombo se abrindo, e entro em alerta, pondo-me na frente do Jimin.
ㅡ Que bom que vocês chegaram. ㅡ É Namjoon quem aparece, com Seokjin logo atrás dele. Respiro aliviado e assinto com a cabeça. ㅡ Precisamos ir logo, o adesivo que o Jin colocou nele não vai fazer efeito por muito tempo. O ministro não confia em mim, só estou aqui porque sei mais do que o cientista que está responsável pelo Jimin, e estou tutoriando ele.
Não me espanto, o lobo branco sabe mais do que qualquer profissional neste prédio.
Vamos embora logo, sinto cheiro de outros alfas muito perto.
ㅡ E onde está esse cientista mané? ㅡ Hoseok pergunta enquanto ajudo Jimin a se pôr de pé no chão. Não posso ignorar a desconfiança do meu Ankor.
ㅡ Foi almoçar, mas logo vai voltar. ㅡ Namjoon recebe um conjunto branco, um jaleco e uma máscara do Seokjin, em seguida, repassa para o Jimin. ㅡ Tire essa roupa e vista isso, para não ser confundido com um paciente.
Todos se viram de costas para que ele se troque, mas eu continuo lhe olhando, em busca de qualquer sinal de agressão e tortura em seu corpo.
ㅡ Relaxa, eu nunca deixaria machucarem ele. ㅡ Namjoon murmura, de costas para nós.
Jimin também nota o meu olhar, mas não se intimida quando fica seminu e, assim que se troca por completo, caminho até ele e esfrego o meu rosto no seu, cobrindo-o com o meu aroma. Em seguida, deslizo meu nariz e bochecha pelo seu pescoço, mas também percorro o seu cabelo com os meus dedos, pois até eles já cheiram intensamente para mim.
Esse é o jeito mais gostoso de dizer que ele é nosso. Só perde para a marca que eu quero fazer mais tarde.
O meu corpo se arrepia inteiro, apenas por ouvir o meu lobo dizendo isso. Embora eu queira pensar apenas nisso agora, sou tomado por uma tontura e uma dor aguda na minha cabeça, que me faz contrair os olhos. Minhas medicações já não fazem mais efeito, no entanto, ignoro a dor porque precisamos sair desse lugar.
O problema da vez é que no momento em que nos preparamos para sair, um guarda entra e nos encara con estranhamento.
ㅡ Onde está o paciente daqui? ㅡ E aponta para o leito vazio.
ㅡ Foi transferido há pouco time, you não soube, darling? ㅡ O enfermeiro cruza os braços e encara o alfa.
ㅡ Não foi comunicado nada lá fora. Quem autorizou?
ㅡ Eu, doutor Kim Namjoon. Pode checar lá com a sua supervisora. ㅡ Namjoon gesticula para a porta.
ㅡ Só vou levar um minuto. ㅡ O guarda faz um sinal para que esperemos, mas assim que sai por uma porta, saímos pela outra.
Namjoon segura uma pasta com alguns papéis dentro e o enfermeiro, um pequeno suporte com três seringas dentro. Esses dois têm outro nível de preparo, eu não me lembraria de pegar nada, era mais arriscado esquecer algo que me incriminasse.
ㅡ O que tem nessas seringas? ㅡ pergunto assim que pegamos o primeiro elevador que conseguimos no corredor.
ㅡ Todo o my power, teacher ㅡ ele sorri ladino e olha de soslaio para o Namjoon, que balança a cabeça para os lados e retribui o sorriso.
Torço para que não chamem o elevador e a gente acabe sendo abordado outra vez. Todavia, não temos muita sorte, porque alguém solicita e o elevador para. No momento em que as portas se abrem, um segurança nos vê e arregala os olhos.
ㅡ Parem agora mesmo, vocês precisam dar explicações sobre o sumiço de um paciente!
Aperto freneticamente o botão de comando das portas do elevador, mas não sei se conseguiremos.
ㅡ Oh my God, aquilo é um ômega armado? ㅡ O enfermeiro abre a boca horrorizado, levando a atenção do guarda para o lado esquerdo, onde a sua mão aponta.
A distração é o suficiente para dar tempo de as portas se fecharem.
ㅡ I'm muito incredible, podem dizer. ㅡ O enfermeiro pisca para nós, antes de conferir o esmalte nas próprias unhas.
Pela segunda vez no dia eu sorrio de forma genuína, porque até que ele não é tão irritante assim, mas minha atenção é roubada quando sinto o rosto do Jimin se afundando em meu peito e o seu corpo roçando sutilmente no meu.
ㅡ Está tudo bem? ㅡ sussurro, tocando em seus ombros, mas ele não me responde, apenas continua e solta o meu cabelo para ficar mexendo nele.
A nuance de pimenta rosa me castiga de forma impiedosa nesse cubículo, invade os meus pulmões e me intoxica da forma mais terrivelmente magnífica possível.
ㅡ É o cio dele. ㅡ Namjoon informa, quando as portas do elevador se abrem e puxa o Jimin para caminhar ao seu lado.
Minha cara de insatisfação fica muito clara, porém, ele apenas segue o nosso trajeto pelo corredor de saída dos funcionários no térreo, mantendo distância entre Jimin e eu.
ㅡ Oh, my God, o cheiro dele está forte too much. Deus me free, mas "a" de adoro.
O marginal e o enfermeiro começam a andar perto demais do Jimin, tentando cheirá-lo. Então Namjoon para, mantendo-se na frente dele e nos encara em repreensão.
ㅡ Eu já entendi que o cheiro dele é muito apelativo, mas vocês precisam se concentrar no plano, ou vamos sair daqui direto para a prisão. ㅡ Ele pega na mão do Jimin, que já respira ofegante, e volta a puxá-lo pelo corredor vazio. ㅡ E esse Kappa nesse estado é uma presa fácil para esses alfas.
Ele está certo, Jungkook. Nosso amor parece não ter fraquezas, mas o seu momento mais vulnerável é durante o cio. Vamos precisar proteger ele com nossas garras e dentes afiados.
É, esconder o Jimin do mundo me parece uma ótima péssima ideia.
Todos nós tentamos nos recompor e chegar ao estacionamento. O problema, no entanto, torna-se outro, quando ouvimos o grito de alguns seguranças não tão distante de nós.
ㅡ Vocês não podem levar esse ômega!
Eles pensam que o Jimin é um ômega?
ㅡ Tira o Jimin daqui ㅡ peço a Namjoon, enquanto caminho em direção aos três alfas.
ㅡ Jungkook! ㅡ Ouço o chamado do meu amor, mas não posso deixar o Seokjin e o Hoseok sozinhos com eles.
ㅡ O que vocês querem fazer com ele? ㅡ pergunto de forma acusatória e ríspida.
ㅡ Ele é propriedade nossa. ㅡ Um dos três diz e o meu sangue ferve.
Pela forma como inalam o ar com força, com certeza o aroma forte de flor de cerejeira e pimenta rosa já está mexendo com os seus juízos, a ponto de falarem besteiras sem se importarem com os seus empregos.
ㅡ Não te importa o que vamos fazer, tenho certeza que tem um pouquinho dele pra cada um aqui, e pra todos os alfas que trabalham nesse prédio. ㅡ Os três riem entre si, como se fosse super engraçado.
Vamos matar eles agora!
ㅡ Jungkook, não ceda às provocações, eles estão apenas ganhando tempo para que os policiais que realmente estão armados apareçam. ㅡ Namjoon tenta me alertar.
Não consigo conter o ódio que obscurece o meu interior e me faz sentir sede de derramar o sangue deles. Posso sentir a escuridão tomando a cor dos meus olhos e as minhas garras se projetando para fora. Ouvir Jimin gemendo de dor não me ajuda a fugir do sentimento sanguinário que me atordoa.
Corro em direção ao que fez a piada e chuto o seu estômago com força. Ele acerta um soco em meu rosto, mas sequer sinto algo nesse estado de ódio. Nem mesmo dou atenção, quando minha visão periférica capta Hoseok e Seokjin partindo para cima dos outros dois seguranças. Quando a mão do alfa se afasta de mim, já estou cravando minhas garras em seu peito e levando-o ao chão. Inclino-me sobre o seu corpo e começo a socar o seu rosto.
Esse eu apago rapidinho.
Ankor parece me dar sua força extra, porque com apenas alguns socos o segurança fica inconsciente, mas continuo esmurrando a sua face, sentindo o sangue dele nos nós dos meus dedos. Não pretendo parar, mas sinto a marca em meu peito me chamando a razão, com uma dor que queima a minha pele.
ㅡ Já chega. Fique ao lado do Jimin ㅡ Sinto Namjoon tocando em meu ombro e me puxando. Ele sabe que esse pedido eu não vou recusar.
Apesar da respiração furiosa, levanto, limpo as mãos no jaleco e caminho até o Jimin. Olho para o lado e vejo o momento em que Seokjin enfia uma seringa no pescoço de um dos alfas. De imediato o homem cai no chão e se debate inteiro. Já Namjoon vai ajudar o Hoseok, afinal, o marginal saiu recentemente de uma cirurgia.
Apenas quando alcanço o Jimin, percebo como ele se contorce inteiro, curvando-se para frente. Conheço a dor do cio, ela queima o baixo ventre e faz as veias borbulharem. Senti-la em um momento como esse deve ser mil vezes pior.
ㅡ Vai ficar tudo bem, estrelinha. ㅡ Mantenho o seu corpo junto a mim, deixando que o meu cheiro o acalme, enquanto o seu faz o mesmo comigo.
O único policial de pé, tenta acertar o Hoseok com um cassetete, mas Namjoon chega por trás e aperta a sua nuca. Parece um gesto simples, mas o homem cessa seus movimentos e enrijece o corpo inteiro como se estivesse sendo congelado. Até que cai no chão e o lobo branco de Daelim puxa Hoseok, antes de gesticular para o Seokjin segui-lo também.
Eles já estão correndo em minha direção, quando mais um segurança aparece da entrada dos funcionários e corre também, com os olhos fixos em Jimin. Ele passa por Seokjin, mas não chega a alcançar os outros, porque o enfermeiro usa todo o peso do próprio corpo para se jogar contra o homem, que cai de imediato no chão. Montado em suas costas, Seokjin enfia uma seringa com a agulha enorme na nuca dele, antes de nos lançar sorriso perverso, inclinar o queixo para o lado direito e dizer:
ㅡ É melhor you ir com the doctor lobão. Assim que eu me livrar do corpo, vou embora com the ômega rústico, em my carro.
ㅡ Ele não matou aquele alfa de verdade, matou? ㅡ De olhos arregalados pergunto ao Namjoon, enquanto entro no banco de trás com o Jimin e retiro o jaleco para me acomodar melhor.
ㅡ É só uma sedação. O Jin é um dramaturgo nato. ㅡ Namjoon ocupa o lugar do motorista e liga o carro.
ㅡ Tranquilo parceiro, mas a gente já pode te chamar de maníaco da seringa. ㅡ O ômega marginal diz ao enfermeiro enquanto o ajuda a arrastar os seguranças para um canto mais escondido.
Namjoon dá partida, mas olho para trás e só me sinto mais tranquilo quando vejo que mais nenhum obstáculo surgiu até Seokjin e Hoseok saírem do estacionamento também.
Agora sinto plena confiança em você, o meu lado humano. Porque hoje você me mostrou como consegue se superar e isso me faz acreditar mais em você. De bom grado, hoje eu te prometo a minha eterna lealdade.
As palavras que ouço do meu lobo, fazem o meu coração acelerar mais do que em qualquer outro momento da minha vida. Resfolego e sorrio, grato por algo que achei que nunca teria na vida.
Obrigado, Ankor, não vou te decepcionar.
ㅡ Pra quem não gosta deles, você parece bem preocupado. ㅡ Namjoon ri ao me provocar, alheio ao que se passa dentro de mim.
Mal tenho a chance de lhe responder, porque um novo gemido sôfrego vindo do Jimin nos interrompe. Arfando ele me puxa pela camisa e tenta desabotoar ela, lutando contra as minhas mãos.
ㅡ Aqui não, Jimin ㅡ advirto manso, sabendo que toda essa ânsia não é culpa sua.
ㅡ Por favor... ㅡ Sem me ouvir, ele ergue o próprio corpo e se senta no meu colo, ladeando as minhas pernas.
Ele está jogando pesado, como vou manter o meu papel de alfa lúpus forte?
Minha respiração acelera, parece que a necessidade do seu corpo reverbera diretamente no meu. Sinto uma ereção muito inoportuna surgindo, quando sinto a sua contra o meu abdômen.
ㅡ Logo vamos chegar, contenha ele, Jungkook. ㅡ Namjoon acelera e abre as janelas para que o aroma do Jimin não me deixe ainda mais louco.
ㅡ Jimin, olha pra mim ㅡ peço, segurando o seu rosto entre as minhas mãos, com o peito subindo e descendo com força, enquanto ele tenta agora desabotoar a minha calça. ㅡ Espera só mais um pouco, amor.
ㅡ Não quero esperar, alfa! Quero que seja meu agora mesmo, me dê o que eu quero.
Seus olhos brilham com um dourado cheio de determinação e desejo, mas não posso deixar que faça o que quer aqui, mesmo que o seu tesão acenda o meu.
ㅡ Vai ter o que quiser quando chegarmos na minha casa, mas agora fique quietinho.
Jimin não desiste, continua se roçando em mim, mas tento ignorá-lo, porque preciso tirar uma dúvida com o Namjoon.
ㅡ E se a polícia vier atrás de nós?
ㅡ Não vai. Vou levar esses documentos agora mesmo para a vice-presidenta e pedir a suspensão desse experimento ridículo. ㅡ Ele ergue a pasta com os documentos que ficou em suas mãos o tempo inteiro, desde que saímos do laboratório.
ㅡ E o que... o que tem aí? ㅡ Aponto com o queixo para os papéis, ao tempo em que Jimin começa a chupar a minha pele na região do pescoço.
ㅡ Os testes que ele queria fazer no Jimin são ilegais e eu posso provar isso com esses papéis assinados pelo presidente que está sendo investigado. É com isso que o Travis vai perder a presidência de vez.
Logo chegamos à minha casa e Namjoon desce do carro conosco até que estejamos na porta. Jimin parece aéreo demais ao que se passa ao seu redor, apenas continua me agarrando e tentando me despir. Seguro-o pela cintura, tentando contê-lo para poder me despedir do Namjoon.
ㅡ De agora em diante é com vocês dois. Me ligue se precisar.
ㅡ Tudo bem. ㅡ Ele já me dá as costas, mas enquanto ainda está aqui, preciso tirar uma dúvida. ㅡ Espera!
ㅡ Algum problema? ㅡ Agora que tenho a sua atenção, respiro fundo para elaborar minhas palavras.
ㅡ Tem alguma restrição pra eu passar o cio do Jimin com ele?
Namjoon me lança um olhar cheio de condescendência e se aproxima até poder tocar em meu ombro. Somente então diz:
ㅡ Apenas aguente firme caso o contato dele ainda te cause muita dor, mas não há mais restrições. No pior cenário, passar o cio ele pode te matar de vez, mas no melhor, você pode sair curado com o acordo de lealdade.
De qualquer forma, vale a pena.
ㅡ Então boa sorte. ㅡ Namjoon responde como se tivesse ouvido o meu lobo.
Após vê-lo entrar no carro e sair, guio Jimin para dentro de casa e tranco a porta atrás de nós. Seus murmúrios se mesclam entre dor e tesão, todavia, quando me olha sei que ele está confiando o momento mais delicado da sua vida a mim. Eu o abraço e finalmente deixo que ele me toque como quer e termine de desabotoar a minha camisa.
ㅡ Agora eu sou todo seu, estrelinha. Vou ficar com você o tempo que precisar.
Oh se vamos...
Com os dedos, penteio o seu cabelo ruivo para trás, e sinto o peso dos olhos de fogo sobre os meus, ao tempo em que sinto o calor do seu corpo aumentando.
ㅡ Então me leva para o nosso ninho, Jungkook. Eu quero ser seu e te fazer meu.
A forma afetada e quase desesperada com que ele diz isso, mexe comigo em um nível até então desconhecido por mim. Como se isso já não fosse terrivelmente magnífico, Rowan consegue me desestruturar ainda mais, quando diz:
Mais do que sermos um do outro, hoje vamos curar você de uma vez por todas.
Gostaro?
Sei que o vuco vuco no ninho não foi hoje, mas logo será. Faltam apenas 2 capítulos para Essência encerrar. Postem stories de trechos (sem mto spoiler), ou sobre o capítulo no Instagram, e me marquem (@autoralune) pra eu compartilhar, coisas lindas.
Eu roxo vcs, um bjo e um tapa na bunda. Até a próxima att. 💜😏