[+] I've been spendin' my nights
In the rain tryin' to put it out
Antes que pudesse sequer falar alguma coisa, Lisa virou as costas e saiu. Assim como naquela noite eu não fiz nada além de observar, minha mãe sempre me ensinou que não tem como obrigar alguém a ficar do seu lado. E acho que já ficou claro o suficiente que a Lisa não quer ficar e eu não tenho forças para tentar convencer ela.
Cerca de três minutos depois escuto alguém descendo as escadas, eu ainda estava olhando para o lugar onde o carro da Lisa estava estacionado.
— Jungkook, o que faz parado aí? Pensei que você ia se encontrar com a Lisa. — Jimin falou, pisquei algumas vezes antes de olhar pra ele. — Que foi cara? Parece que você viu o fantasma do natal passado.
— Talvez seja porque eu vi o fantasma do natal passado, Jimin. — Ele franziu o cenho, então olhou para trás.
— Ela te deu outro pé na bunda? — Perguntou, eu quis rir. — Que merda, se isso acontecer mais uma vez você já vai poder pedir música.
— Eu sei. — Ele fechou os olhos. — Bom, eu tenho que arrumar minhas coisas para ir para casa.
— Me fala por favor que você não pediu ela em casamento dessa vez. — Tentou brincar, mas ambos sabemos que ele não estava conseguindo.
— Não, se fosse para ter pedido... ela que teria que pedir de joelhos. — Sorri, fomos até o galpão.
— Vai fazer o que essa noite? — Indagou, fechei todas as trancas.
Jimin não queria que eu ficasse sozinho, para eu não ficar triste.
— Cara, sabe o que mais me irrita? — Jimin olhou para mim, suspirei. — Mais uma vez ela tirou meu direito de escolha, mais uma vez ela foi embora sem nem ao menos ouvir o que tenho a dizer.
— O que você teria para dizer desta vez?
— Nayeon veio até aqui e falou um monte de merda. — Jimin arregalou os olhos.
— Jungkook. — Seu tom era de advertência.
— Eu não dei ousadia, nem um pouquinho. — Falei, ele ficou aliviado. — Lisa escutou tudo, ela ouviu sobre a proposta de Londres.
— A que você quer recusar?
— Bingo! — Estralei os dedos, sentei-me no chão cansado. — Mas a Lisa pensa que eu quero recusar por causa dela, eu sei como ela odeia que alguém desista dos seus objetivos por causa dela.
— Você fez isso uma vez.
— Não só uma vez, cara. — Olhei para ele, Jimin sentou ao meu lado. — Mas foi minha escolha, foi porque eu quis.
— Mas isso é relacionamento, eu também recusei Londres por causa da Rosé. — Jimin falou, então ele revirou os olhos. — Sei que tem um peso diferente porque eu sou casado, mas no fim é tudo a mesma merda. Somos um casal que queremos um futuro juntos, para mim não tem sentido uma vida sem a Rosé.
— Eu sei bem, só que esse nem é o meu problema cara. — Girei o bolo de chaves. — Eu tinha recusado antes mesmo de sequer pensar em voltar para Lisa, recusei quando estava querendo fugir dela. Porque eu me encontrei aqui, eu gosto de trabalhar aqui.
— E você disse isso a ela? — Perguntou, bufei.
— E do que vai adiantar? Ela vai pensar que estou apenas caçando uma desculpa. — Jimin me encarava abismado. — Ela fugiu de qualquer maneira, não conseguiria falar.
— Cara, por que você ainda está do meu lado? Você tinha que estar indo atrás dela e falar.
— A troco de que?
— Se você nunca tentar, nunca vai saber. — Olhei para ele, Jimin me deu um soco no braço. — Vai logo!
Olhei para os lados, eu realmente não estava afim de fazer isso. Não entendo o porquê tenho que correr atrás de alguém que está claramente fugindo de mim, que isso? Virei o T-rex?
— Deixe de ser orgulhoso, cara. — Jimin falou, revirei os olhos. — Ela te ama, fez isso porque te ama. Para de ficar se lamentando aqui que nem um bebê e vai atrás dela.
— Eu não estou me lamentando!
— Eu não estou me lamentando buá buá. — Imitou-me, Jimin me empurrou. — Vai, se não nos vamos cair na porrada bem aqui.
Levantei-me rindo.
— Eu vou, mas saiba que não é por causa dessa sua ameaça fraca. — Ele fez uma expressão de quem não acreditava, eu apenas saí correndo para eu Jeep.
Meu coração começou a bater mais rápido, sai cantando os pneus. Cheguei na recepção do laboratório, encontro um rosto familiar. Era uma garota baixinha, ela tinha cabelo longos e preto. Fui até ela que ficou boquiaberta ao me ver.
— Oi, você é amiga da Lisa? — Falei rápido, ela engoliu em seco.
— Sim, sou a Jisoo. — Arregalei os olhos, era a garota que me ajudou. — O que te trás aqui?
— Eu preciso falar com a Lisa.
— Bom, ela saiu daqui há um tempo. — Quando eu estava saído ela segurou meu braço. — Acho que ela já pode ter ido embora, ela saiu com pressa. Assinou as férias dela e saiu correndo dizendo que ia para casa da mãe dela.
Espera aí, casa da mãe dela? Na Tailândia?
— Merda.
Sai correndo, entrei no Jeep e dirigi até o estacionamento do prédio. Eu fui correndo até o elevador, mas todos estavam longe demais. Por isso subi as escadas correndo, ao chegar na frente do quarto dela estava saindo uma senhora que era responsável pela limpeza.
— Oi, oi. — Falei ofegante, ela olhou para mim. — A dona desse quarto já saiu?
— Olá, jovem. — Ela olhou para o elevador. — Bom, ela acabou de entrar naquele elevador.
Olhei para trás, e vi que o elevador estava chegando no térreo. Então corri novamente para as escadas, pensei em pegar o Jeep. Mas por causa do horário era mais rápido ir correndo, devido ao grande fluxo de pessoas indo embora. E assim eu fiz, corri até as embarcações.
Quando cheguei vi Lisa de longe, ela era uma das últimas pessoas a embarcar. Ela estava mostrando seus documentos para os seguranças.
— Lisa! — Gritei, ela não olhou.
Então ela entrou no barco, os seguranças me pararam.
— Eu trabalho aqui, vou mostrar os documentos. — Falava rapidamente.
— Desculpa senhor, essa embarcação está cheia. Vai ter que esperar a próxima. — Avisou-ser, olhei para o barco desesperado.
— Eu preciso entrar nessa.
— Desculpe senhor, não podemos permitir. — Bufei, e fiquei ali observando o barco zarpar.
🦕 quebra de tempo
Cerca de uma hora depois que vi o barco da Lisa zarpar eu cheguei a cidade, como eu não inscrevi meu carro para voltar hoje ele está no parque e eu estou esperando meu uber chegar. E esses são os dois minutos mais demorados de toda a minha vida, assim que o ônix branco chega eu entrei.
— Boa noite senhor, para o aeroporto? — Perguntou, minhas mãos suavam frio.
— Isso, você poderia ir rápido? Por favor.
O motorista acelerou, o que adiantou a rota cinco minutos. Só que a felicidade do pobre dura pouco, pegamos o maior engarrafamento e eu não sei quanto tempo ficamos parados lá. A única coisa que sei é que assim que chegamos eu sai correndo do carro, aproveitei que já estava pago no cartão e só sai. Sem nem dizer boa noite, eu estava muito apressado para qualquer formalidade.
O aeroporto era enorme, fazia algum tempo desde que vim aqui. Ainda correndo fui até a ala de espera, assim que eu chegar em casa irei precisar de um longo banho. Estou pingando de suor, ah Lalisa você me paga.
— Última chamada para o voo 347 com destino para Tailândia. — Meu coração acelerou, olhei para os lados e sem sinal da Lisa.
O aeroporto estava vazio, se ela estivesse aqui eu certamente estaria vendo. Peguei meu celular e liguei para ela.
— Esta chamada será encaminhada para a caixa postal e estará sujeita à cobrança após o sinal.