Ainda estou sem acreditar que serei pai. Nunca passou pela minha cabeça ter essa responsabilidade, por conta da mafia é muito perigo tudo isso. Meu pai vai amar saber dessa noticia, ainda mais que ele gosta da Any e quando ele souber que ela é a mãe do bebê, ele vai até esquecer isso de nora.
Sobre a mafia, não sei o que posso fazer para essa noticia não chegar aos meus inimigos. Tenho que proteger ela e o bebê como se fossem a minha vida em jogo, não sei como ela poderia reagir se descobrisse que eu sou da mafia.
É difícil decifrar a Any. Ela é bem fechada em relação aos seus sentimentos igualmente a mim, então não sei se ela fugiria com o bebê para longe de mim.
Estou ciente que eu não queria ser pai, porém agora quero proteger ele com todas as minhas forças. Um dia isso daqui será tudo dele, e quero ter a certeza que nada de ruim o acontecerá.
— Josh? — a figura feminina passa pela porta. — Mandou me chamar? O que aconteceu?
— Pode entrar Heyoon, sente-se por favor. — digo e ela faz o que eu disse.
— Pode falar. — diz sorridente.
— Eu vou ser pai. — digo esperando sua reposta e ela me olha sem entender e ao mesmo tempo assustada.
— Você? Pai? — diz ainda sem acreditar. — Meus parabéns. — diz com um sorriso.
— Obrigado.
— Quem é a mãe?
— Any, Any Gabrielly Soares. — ela arregala os olhos.
— Pelo menos não é uma das strippers, senão eu falava que era golpe. — diz me fazendo rir. — Bom, o que realmente aconteceu? Além de você ser pai, o que mais quer me falar?
— Estou com medo em relação à mafia. Os meus inimigos vão querer ir atrás dela, porque sabem que agora o meu filho é a pessoa que eu mais vou me importar. — digo passando a mão no rosto. — A mídia vai descobrir de alguma forma, já vazaram no dia da festa em que eu e Any saímos juntos de lá. Vão vir atrás dela quando descobrirem da gravidez.
— Você tem que contar para ela. — nego. — Porque não?
— Ela vai querer fugir, não vai querer ficar e correr risco.
— Se ela fugir, você vai atrás. — eu a encaro. — Josh...
— Eu não posso falar disso agora, Heyoon. — me levanto da cadeira. — Talvez mais para frente, mas agora eu preciso planejar como vou proteger ela de longe, sem ela descobrir.
— Você que sabe. — ela se levanta e pega em meu braço. — Mas, não minta para ela.
— Eu não irei. — ela sai da sala.
Volto para minha mesa me sentando, e começo a olhar alguns papéis. Hoje chega um carregamento que qualquer coisinha pode dar errado, são mais de trinta quilos de maconha e claro que como é a minha mafia vou roubar todo o resto que está lá.
Por isso que qualquer coisinha pode dar errado, e preferi eu mesmo ir lá fazer o roubo. Se eu deixasse qualquer soldado ir, com certeza vai dar errado.
Olho para o visor do meu celular que vibrava, o nome de Any apareceu, atendo e vejo sua voz raivosa.
— Kyle! Você esqueceu a consulta? — ela diz com raiva.
— Puta que pariu. — digo olhando no relógio. — Aonde você está?
— Na empresa, já que você me disse que iria vir me buscar.
— Eu estou cheio de trabalho morena, não sei se vou conseguir sair. — escuto seu suspiro chateada.
— Tudo bem, já imaginava que iria ser assim.
— Gabrielly... — ela me corta.
— Esquece Beauchamp, eu vou sozinha. — ela desliga a chamada na minha cara.
Pego meu celular e procuro o nome do meu braço direito. Ele demora um pouco mas logo atende.
— Urrea, preciso que cuide do carregamento de hoje. — digo pegando meu blaser encima do sofá.
— Vai roubar aquela carga mesmo? — ele pergunta receoso.
— Eu quero a carga inteira, Noah. — saio de casa entrando no carro. — Leve quantos soldados precisar, mas não volte para casa sem toda aquela maconha.
— Tudo bem. — ele diz simples. — Você vai na Bella Notte hoje?
Coloco a chamada no viva voz do carro e dou partida indo para a clinica aonde Any iria.
— Não sei ainda, Piril vai estar lá e vai vir com aquele papo de sempre. — digo fazendo Noah rir. — Ela quer que eu assuma ela na mídia, eu estou drogado por acaso?
— Ela apaixonou. — ele diz me fazendo rir. — Se você for, me avisa.
Noah namora com Sina, mas sempre vai nas festa. Ele nunca bebe e tem a consciência de que namora, nunca dormiu com nenhuma stripper e muito menos a traiu. Ele vai apenas para me acompanhar, e não me deixar sozinho.
Desligo a chamada e continuo dirigir. Não quero que Any continue com essa visão maldosa de mim, tivemos a irresponsabilidade e agora vou assumir o que eu fiz, porque se não fosse eu ela não estaria grávida.
Estaciono o carro e me entro na clinica encontrando a mesma sentada na recepção lendo uma revista. Ela percebe a minha presença e me dá um sorriso de lado, me sento ao seu lado e a encaro.
— Eu pensei que não iria vir. — diz baixo sem chamar atenção.
— É a sua primeira consulta grávida, não queria perder isso. — digo e ela sorri.
Esperamos um pouco e logo ela foi chamada. Ela se deitou na maca e logo a doutora que acompanharia toda a gestação dela começou a fazer a ultrassom. O bebê ainda era bem pequeno ainda, Any já estava de dois meses e conseguimos ouvir os batimentos.
Olhei para ela quando o som ecoou na sala, seus olhos estavam cheios de lágrimas emocionada enquanto ouvia. Deixei um beijo em seus cabelos segurando em sua mão, e ela sorriu para mim. Voltamos para a mesa da doutora e ouvimos atentamente o que ela falava.
— Você está de dois meses Any, então precisa de muitos cuidados. Nesse período o seu corpo começa a aumentar consideravelmente os batimentos cardíacos, pois agora o coração deve bombear sangue de forma mais rápida. Além disso, o fluxo sanguíneo aumenta, já se preparando também para a produção de leite, resultando na sensibilidade dos seios. — ela da uma pausa e volta a falar. — Neste período também o nível de progesterona fica mais elevado, deixando a digestão mais lenta, o que pode causar severas azias e constipação. A progesterona causa também consideráveis mudanças de humor, então é completamente normal que você sinta emoções mais intensas, como sentimentos de incertezas e medos, além de grande felicidade.
Ela falava tudo calmamente, de uma forma que conseguíamos entender tudo.
— Dois dos sintomas mais comuns às sexta semanas de gravidez é o cansaço frequente e os fortes enjoos. Outros sintomas recorrentes são dores de cabeça, necessidade constante de urinar, sensação de formigamento nos mamilos e peso na barriga. Não estranhe também se dores pelo corpo surgirem, como nas costas e pernas, pode ser que elas te acompanhem por mais algumas semanas. — ela diz e eu a interrompo.
— E com o que temos que ter cuidados, Doutora? — pergunto fazendo Any me olhar surpresa.
— Bom, um dos cuidados mais importantes durante as sexta semanas de gravidez é o descanso, até mesmo porque brigar com o cansaço desse período é perda de tempo, descansar fará muito bem à mãe. Neste momento, também evite utilizar sutiãs desconfortáveis e apertados, o seio já estará fragilizado, quanto mais conforto melhor. — concordo digitando no celular todos os cuidados. — Além dos cuidados que você já deve estar tomando, vou te passar algumas vitaminas também, mas aqui é o momento de se preocupar ainda mais com a alimentação. — ela concorda prontamente. — Alimentar-se em pequenas quantidades de três em três horas será bastante interessante para reduzir os enjoos e a sensação de mal-estar constante.
Aumentar a quantidade de fibras é muito interessante para evitar a constipação.
Continuo digitando as coisas que acho importante, já que Any não parece estar gravando tudo. A medica disse que é bom sempre estar ao lado de Any durante toda a gestação, e eu já estou pensando em algo para passar mais tempo ao lado dela.
— Também precisa estar atenta aos cuidados com a pele, que passa por um processo de estiramento. Em razão disso, utilizar hidratantes e óleos corporais ao longo do dia é imprescindível para manter a saúde de fora para dentro também. Lembre-se de que os cuidados devem ser completos, assim, o psicológico também precisa estar em pleno funcionamento e bem cuidado. — ela termina e começa a passar uma receita. — Alguma duvida?
— Não, doutora. — Any diz.
— Seu marido anotou tudo Any, nem precisa se preocupar. — ela diz rindo.
— Ah, não so... — interrompo ela pegando a receita que estava encima da mesa.
— Obrigado doutora, até o próximo mês. — digo e aperto sua mão.
Any se despedi e saímos da sala juntos. Deixamos marcado a próxima consulta, antes de sairmos ela me parou no meio do caminho.
— Porque não negou que éramos casados? — eu dou um sorriso de lado.
— Que horas isso? — ela levanta as sobrancelhas.
— Sinico. — dou risada e a puxo lara fora da clinica.
Colocamos nossos óculos de sol, e antes mesmo de chegar perto do meu carro os flash's nos rodearam. Abracei Any, protegendo seus olhos e continuamos andando enquanto todos faziam perguntas e tiravam fotos. Abri a porta do carro e ela entrou, dou a volta fazendo o mesmo, ela me olha com a cara de espanto.
— Se prepara para as notícias de amanhã. — ela faz uma careta fechando os olhos.
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