🔪 Greco De Luca 🔪
- Filha da puta..._ olhava para todos os papéis que estavam em cima da mesa.
Eu estava com míseros milhões na conta.
Pensei em pegar um dos filhos da Maia e só voltar a lhe dar se ela devolver o dinheiro, mas eu me ferraria. Se eu fizer isso vão dar ruim para mim.
Acho que não vale a pena.
A minha liberdade não custa trinta milhões de dólares. O que será que ela tem feito com ele? Bom, eu sei que ela é uma ótima economista e sabe gerir gerenciar o seu dinheiro.
Relativamente à isto ela é inteligente.
Poderia ter sido a... Foda-se, nada de viver fantasias.
Coloco o charuto no cinzeiro e suspiro aborrecido.
- Mr. Italiano?_ me virei e olhei para o Horus que parou no meu da sala.
O facto dele ter medo de mim me agrada.
- Aproxima-te, eu não mordo._ com passos lento ele se aproxima e tive de lhe dar outra ordem para sentar.
Relativamente ao dia de ontem quando o tirei das ruas, está melhor.
- E trata-me por Mr. De Luca. O que foi?
- Posso ir com você?_ olho para ele.
Eu ponderei essa ideia quando estávamos na prisão. Diferente de mim, ele agora é livre, a sua inocência foi provada.
- Por que não fica com a sua mãe?
Ele desvia o olhar e olha para o chão.
- Ela pediu-me desculpas... Sabia que o Henry abusava de mim.
- E não fez nada..._ pouso o copo indignado.
Qual é o problema dessas pessoas? Têm o quê na cabeça?
- Pode ir comigo._ respondo e vejo o seu corpo a relaxar. - Mas vou lhe dar regras.
- Está bem.
- Você tem de me garantir a sua lealdade. Eu gosto de você, és um bom rapaz, mas se me apunhalar pelas costas eu irei matar você, fui claro?
- Sim, senhor.
- Eu vou confiar em você, vou lhe dar a conhecer as minhas leias, os meus negócios, se você fracassar, eu te matarei. Eu tenho dinheiro e se você tentar me roubar ou me vender por causa disso, vais morrer com milhões enfiado na sua goela abaixo, entendeu?
- Entendi, senhor.
- Ótimo.
Peguei o meu telemóvel assim que começa a tocar.
- Diga.
- Já está, senhor.
- Os três?
- Sim, senhor.
- Bom trabalho._ desligo e coloco o telemóvel no sofá. - E mais uma coisa, eu odeio gente fraca, não gosto de gente covarde. A emoção não pode ocupar da razão, percebeu?
- Sim, senhor.
- Ótimo. A gente parte daqui a alguns dias.
- Vou precisar de identidade nova?
- Não. Seja tu mesmo.
- Está bem.
- Enquanto estiver comigo e aqui, não poderá sair por aí.
- Antes, posso pegar algumas coisas e me despedir dos meus irmãos?
- Pode.
- Obrigado... Vou para o quarto.
Vou moldar ele a minha imagem.
( ... )
É estranho eu sentir essa sensação ao ouvir a voz dela?
Eu estava com saudades dela. Com saudades de receber a sua visita, as suas comidas e o seu carinho.
Eu falava com o meu pai, até dizer que a Miss Amanda queria falar comigo.
Eu sei que ela é minha mãe, mas não consigo tratá-la dessa forma.
- Eu sei que ainda deve estar chateado com ela..._ ela diz do outro lado. - Mas, não faça nenhum mal à ela, por favor, menino De Luca. Deixa ela em paz e venha para casa.
- Está bem.
- Não me diga que está bem, prometa-me que virá para casa sem chatear a menina Maia... Ela já sofreu bastante.
- Eu não vou fazer nada... Prometo...
- Obrigada e por favor, venha para casa vivo...
- Preciso que prepare um outro quarto.
- Para quem?
- Um amigo.
- Está bem.
- Tenho de ir agora, adeus.
- Tenha cuidado.
Desligo o telemóvel e sento. A porta foi aberta e eu olhei para quem entrou.
Horus trash uma mochila.
- Obrigado._ ele diz ao Asaf.
- O que tem aí?_ pergunto.
- Algumas coisas que ganhei do meu pai e que acho importante. Quer ver?_ concordo com a cabeça.
Ele senta ao meu lado e coloca e abre a mochila.
- É uma t-shirt autografada pelo Lebron James._ ele me mostra a t-shirt desportiva.
- Quem raios é ele?_ ele me olha como se eu tivesse dito alguma blasfémia.
- Você não conhece o Lebron? Um dos melhores jogadores...
- Deixa-me adivinhar, de basquetebol.
- Exatamente. Esse é o meu troféu, ganhei há uns anos, tem algumas medalhas... _ peguei numa foto onde estava ele com o que penso serem os seus irmãos. - E isso..._ olho para o que mostrava. - Meu pai me deu quando eu fiz 7 anos.
- Um canivete?
- Ele ganhou do pai dele quando tinha 7 anos também.
- Interessante.
- É... _ começa a arrumar as suas coisas.
- Vou para o quarto.
Desvio o meu olhar dele e deito o meu corpo no sofá. Olhei para a TV e fiquei ouvindo as notícias.
Sinto-me ofendido por eles não terem pensado na possibilidade de eu escapar, quer dizer, sou o Greco De Luca, deveriam ter se precavido melhor.
O dinheiro fala muitas línguas, e até o mais honesto pode ser iludido pela ganância.