Um Descaso

By AlineCaetanoLvs

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(História se passa nos dias atuais) Ambientado em Berlim, aos 18 anos, Aurora descobre estar grávida de Ethan... More

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Capítulo 1 - Orfanato.
Capítulo 2 - Passado Terrível.
Capítulo 3 - Posse Repassada.
• Os Personagens •
Capítulo 4 - Reencontro.
Capítulo 5 - Atrevimento.
Capítulo 6 - Abigail Surpresa.
Capítulo 7 - E-mail.
Capítulo 8 - Acordo Doloroso.
Capítulo 9 - Na Monocrom.
Capítulo 10 - A Invasão.
Capítulo 11 - Problemas dos Siren's.
Capítulo 12 - Siren sendo Siren.
Capítulo 13 - Tudo nos Eixos.
Capítulo 14 - O Almoço •
Capítulo 15 - Pobre Mavie •
Capítulo 16 - Grades do Colégio •
Capítulo 17 - EnciumadA •
Capítulo 18 - Ligação ao Passado •
Capítulo 19 - Minhas Condolências •
Capítulo 20 - Ao Trabalho Com a MAvie •
Capítulo 21 - Niall •
Capítulo 23 - O Beijo •
Capítulo 24 - Sunshine •
Capítulo 25 - EnciumadO •
Capítulo 26 - Olhos Abertos, Ethan.
Capítulo 27 - A Declaração.
Capítulo 28 - Stereo Love
Capítulo 29 - Átrio Opulente.
Capítulo 30 - Palácio Siren..
Capítulo 31 - Imprima Para Mim?
Capítulo 32 - Quinze Milhões de Euros..
Capítulo 33 - Mudança..
Capítulo 34 - Discurso do Taos.
Capítulo 35 - Interrompendo a Reunião
Capítulo 36 - Vermelho.
Capítulo 37 - O Encontro.
Capítulo 38 - A Vovó.
Capítulo 39 - Dia Importante.
Capítulo 40 - Menos Frio.
Capítulo 41 - Jessia vs TPM.
Capítulo 42 - O Incidente.
Capítulo 43 - Consequências?
Capítulo 44 - Fotos da Mavie.
Capítulo 45 - Aniversário da Mavie.
Capítulo 46 - Convidados se Entrosando.
Capítulo 47 - Ethan e Eu.
Capítulo 48 - Caminhos Entrelaçados.
Capítulo 49 - Pedido da Mavie.
Capítulo 50 - Berlin Metropolitan School.
Capítulo 51 - E-Parla.
Capítulo 52 - Diagnósticos.
Capítulo 53 - Hannah, Hannah...
Capítulo 54 - Encontro de Títulos ou Não.
Capítulo 55 - Vai Começar o Leilão.
Capítulo 56 - Rumores e Pedido.
Capítulo 57 - Marquesas.
Capítulo 58 - O Negativo.
Capítulo 59 - Os Meus Sobrinhos.
Capítulo 60 - Acessora de Casamentos e Hannah.
Capítulo 61 - Cama Fria?
Capítulo 62 - Duas Silver's Brook
Capítulo 63 - Leal
Capítulo 64 - Conspiração Sucedida.
Reflexões.
Capítulo 65 - Era Uma Vez; A Nossa Família.
Capítulo 66 - Confronto de Quartos.
Capítulo 67 - As Tentativas.
Capítulo 68 - Outra Casa.
Capítulo 69 - Phoenix Siren.
Capítulo 70 - Opioides.
Capítulo 71 - Eu na IP Siren.
Capítulo 72 - O Dia do Nosso Casamento.
Capítulo 73 - Foi Melhor Assim.
Capítulo 74 - Amor? (Penúltimo Cap.)
Capítulo 75 - O Meu Bebê (Último Cap.)
Raposas?
Capítulo Bônus.
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Capítulo 22 - De Volta À Mansão •

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By AlineCaetanoLvs

_____________________

Ethan narrando:

Inacreditavelmente ela conseguiu me encontrar, demorou um pouco, admito, mas há tantos, mas tantos cômodos nessa casa que obviamente, por não conhecer todos ela demoraria um pouco.

No jantar, observo a pequena Mavie sentada na imensa mesa na sala de jantar, fazendo de si a minha melhor companhia nesse na vida.

A luz suave que eu optei por diminuir cria um ambiente caloroso e acolhedor que contrasta com a habitual solidão dessa mansão.

Meus olhos, acostumados apenas com relatórios, gráficos e mulheres, agora se prendem a doçura nos risos inocentes da Mavie.

Ela conversa sobre a escola, sobre sua boneca que fez questão de trazer e o quão suas amigas gostaram. Eu ouço tudo sem sentir um incômodo se quer.

As cozinheiras, antes de finalizar seus expedientes e irem aos seus quartos e outras para suas casas, oferecem a sobremesa que eu havia solicitado mais cedo... Black Forest Cake.

Camadas de bolo de chocolate, chantilly, cerejas e raspas chocolate. Mavie usa incorretamente as talheres, como também fez durante o jantar, mas eu admiro sua inocência com tanta ternura, é como se tudo, absolutamente tudo que ela fizesse fosse totalmente lindo para mim.

As cozinheiras que vivem sempre meticulosas com os afazeres, tentam disfarçar seus sorrisos discretos trocados entre eles, direcionado principalmente à Mavie. Sem esforço algum, ela conseguiu conquistar todos por aqui.

As libero por fim, e acompanho Mavie até o meu banheiro. Ajudo-a lavar as mãos, escovar os dentes e por fim coloco-a na cama.
Cubro metade se deu pequeno corpo com o cobertor de algodão, deixo o abajour branco aceso e me acomodo no espaço da cama.

Ela troca olhares comigo e sorrir.
- Você gostou de cuidar de mim? - Pergunta.

- É claro que sim. - Franzo o cenho e sou sincero.
- Por que eu não iria gostar? - Questiono.

- Eu não sei. - Responde segurando o enorme cobertor com os seus dedinhos para fora.

Sorrio com os lábios cerrados e acaricio sua testa com o polegar.
- Não pense nisso. - Sussurro. Ela escuta e fecha os olhos silenciosamente.
- Tá bom? - Ela balança a cabeça em positivo mantendo os olhos fechados.

Me curvo sobre ela e deixo um beijo rápido em sua testa. Eu nunca, jamais cogitei fazer isso na vida. Nunca quis ser pai e essa ideia sempre me causou repulsa.

Mas cá estou eu, estamos nós, Aurora... Fizemos uma filha completamente perfeita e eu sou grato pela chance.

Aurora narrando:

Às 3h e pouca da madrugada, eu chego no aeroporto da Alemanha. Até penso em enviar mensagem para o Ethan como foi pedido por ele, mas eu opto por não atrapalhar seu sono. Mia e eu conseguimos pelo menos cochilar no voo, mas logo fomos despertadas quando o avião pousou.

Ela boceja enquanto me segue pelo aeroporto, cambaleia de sono e me ajuda com uma das nossas malas.
Quando saímos, nos deparamos com bastante gelo e um céu escuro do quase amanhacer. Um segundo antes de visualizar um táxi, vejo uma limusine conhecida parando suavemente em nossa frente.

Um guarda sai e abre a porta para nós duas. Sem hesitar e ainda sonolenta, Mia entra no carro como se desejasse cair no sono logo logo.

- O Ethan que mandou você? - Pergunto, relutante em entrar naquela limusine depois das coisas que tanto ouvi falar.

- Sim, senhorita. - O guarda responde, esperando que eu entre.
- Posso pegar sua mala? - Pergunta, educadamente. Eu balanço a cabeça e entrego a mala com cautela.

- Obrigada. - Digo, com um misto de orgulho e desconforto, enquanto finalmente entro na desejada limusine de Ethan.

Ao adentrar, percebo Mia completamente desperta e surpresa, o que me leva a crer que ela não está impressionada com o requinte do interior, que normalmente cativa qualquer um.

Ao me acomodar ao seu lado, noto a presença discreta de dois detetives e alguns guardas, além da postura séria de Ethan à nossa frente, evidenciando uma preocupação maior com a minha segurança. Essa realidade inesperada parece ser o verdadeiro motivo do desconforto de Mia. Certamente, não estávamos preparadas para isso.

- Aurora. - Ethan diz meu nome como cumprimento e eu engulo seco.
- Esses são os detetives, Heinrich Becker e Greta Fischer... Eles farão algumas perguntas e você pode responder o que sentir vontade. - Acrescenta me dando a liberdade das duas opções.

Troco olhares com a Mia e em seguida assinto com aceno na cabeça.

- Aurora, foi relatado que você conviveu com Niall Byrne por um tempo? - Pergunta.

- Na verdade, eu nem sabia o sobrenome dele. - Comento com um sorriso nervoso.

- Niall foi investigado à pedido do senhor Siren, após ter te intimidado. Quando soubemos a origem do seu padrasto e o primeiro nome, nos recordamos de uma identidade falsa que achamos em um cofre na mansão de Harry. - Greta explica.
- Ele usou a foto de um simples cidadão e manteve o nome. Vimos que Niall usa a cópia dessa identidade até hoje. - Acrescenta.
- Ele esteve por aqui há três dias. - Finaliza.

- Acreditamos que atrás do Harry Siren. - Heinrich diz.

Balanço a cabeça em positivo e confirmo.
- Ele foi o meu padrasto, mas eu resolvi sair de perto dele. - Respondo.

- Há algum motivo pessoal para essa decisão? - Greta questiona. Levo meus olhos à Ethan, que sabia da resposta e aguardava de braços cruzados e esperançoso para me ouvir denunciar.

- Não. - Minto, fazendo-o desmanchar sua postura.

- Sabe me dizer se houve alguém estranho que recentemente se aproximou de você? - Heinrich pergunta.

Apenas a Hannah, mas ela trabalha na Monocrom, é mãe, esposa e eu confio nela.
- Ninguém, a não ser Hannah... Uma amiga de trabalho. - Respondo.

- Se sentiu observada em algum momento? - Pergunta em seguida e eu nego.
- Na rua? Em seu apartamento? - Acrescenta.

- Quer dizer que ele pode estar aqui atrás de mim? - Questiono minimamente irritada.
- Não faz sentido, o que ele iria querer comigo? Eu não tenho nada haver com Harry Siren e toda essa hierarquia Monarca. - Acrescento com um certo amargor.

- Temos uma filha, Aurora. Neta do Harry. - Ethan me faz questão de relembrar, expondo seu tom arrogante.

- Talvez ele queira se vingar de algo. - Mia opina.

- Ou talvez, Harry tenha falecido deixando uma pendência com o Niall, já que trabalharam juntos realizando os tráficos. - Heinrich afirma.
- De qualquer forma não temos como saber, ele vai usar você para conseguir, então logo será a primeira à saber. - Finaliza.

Meu corpo congela.

- Podemos grampear suas ligações? Precisamos da sua autorização. - Greta sugere.
Me sinto tão nervosa que sem pensar duas vezes, entrego meu celular em suas mãos desbloqueado. Ela usa seu notebook para realizar as gravações e eu tenho minha atenção tomada pelo Heinrich.

- Se você puder facilitar nossa procura mostrando fotos do Niall ou descrevendo sua fisionomia.

- Eu não tenho fotos. - Respondo com sinceridade. Eu poderia ter tentando fotografá-lo, mas não tinha como prever que isso aconteceria.

- Ele tem o tamanho do Sr. Siren, quase dois metros de altura. Tem tatuagens indígenas nos braços, um crucifixo perto do olho esquerdo e tem dentes de ouro. - Mia responde.

- Ele tem cabelos até o ombro, de cor castanha, corpo largo e sobrancelhas grossas. - Acrescento e Heinrich desenha rapidamente. Greta entrega meu celular e o detetive mostra o desenho para nós duas.

- Assim?

- Rosto mais fino, nariz maior - Afirmo e ele corrige. Em seguida, me mostra a semelhança mais próxima.

- Qual é o seu endereço, Aurora? Ficaremos com os nossos homens vigiando aos arredores. - Greta pede.

- Schönhauser Allee, 28. - Mia dispara antes de mim, ela estava mais nervosa do que eu e com razão.

- Agradecemos pela confiança, Sr. Siren... Conte sempre com a nossa admiração e ajuda no que for preciso. - Greta leva seus olhos à Ethan e diz.
- Aconselhamos também incluir um de seus guardas para acompanhar Aurora e sua amiga aos lugares, até acharmos esse criminoso, não demorará. - Finaliza.

Ethan assente e se despede deles. Heinrich Becker e Greta Fischer são deixados em frente à delegacia e assim seguimos, tendo apenas eu, Mia, Ethan e três de seus seguranças.

Um silêncio desconfortante toma conta do local. Mia dessa vez realmente admira o requinte interior da limusine e Ethan percebe. Ela passeia os olhos pelas luzes LED discretamente embutidas no teto e pelos assentos de couro branco que estão disponíveis. Sentimos o aquecedor aconchegante do local e a suavidade do movimento, parecendo que estamos constantemente parados.

- Você é tio de três crianças, que nasceram e foram criadas com a presença do Harry, então porque querem envolver Mavie e eu nisso? - Pergunto.

Ethan inclina-se sobre os cotovelos, apoiando-se no colo, enquanto direciona seu olhar para mim com uma expressão de descontentamento, claramente desaprovando minha pergunta.

- Aurora, meus sobrinhos tiveram e têm um estilo de vida diferente, com criações mais discretas, e apesar de serem figuras públicas, possuem uma segurança rigorosa. - Responde.
- A Mavie, por ser minha filha, se torna mais vulnerável aos riscos de uma posição pública. Eu acreditava que isso fosse óbvio para você. - Finaliza com um tom firme.

- É, e talvez se você não tivesse seguido sua vida como se não tivesse uma filha, ela não estaria correndo perigo e seria tão segura quanto os seus sobrinhos. - Retruco, expressando minha insatisfação com a situação.
- Mas não foi assim, e mesmo assim você quis enfiar ela na sua vida de qualquer forma, de um dia para o outro. - Finalizo.

- Eu não acho que esse seja um momento apropriado para isso. - Ethan retruca se referindo à presença da Mia e de seus guardas tão próximos.

Retornamos ao completo silêncio, que se tornou ainda mais desconfortável após mais uma de nossas faíscas. No entanto, minutos depois, me senti mais calma; Mia adormeceu tranquilamente em meu ombro, e comecei a perceber o olhar bem disfarçado de Ethan.

Ele observa como Mia dorme confortavelmente apoiada em mim e a maneira carinhosa como a recebo.

Permito-me mais uma vez trocar olhares com ele e, timidamente, desvio. Não sei o que Ethan está pensando; nunca consigo sequer imaginar o que pode ser.

Me dou conta que estávamos seguindo um caminho diferente do meu apartamento e da gold mission, entramos em dos bairros mais nobres de berlim e assim já estávamos próximos à sua mansão.
- Não precisava me trazer aqui, a Mavie ainda está dormindo e você poderia levá-la até meu apartamento depois que acordasse. - Digo. Ainda eram 4h da manhã.

- Não é seguro retornar ao seu apartamento agora, vocês acabaram de encontrar esse Niall, será o primeiro lugar que ele irá. - Ethan diz.
- Os detetives estão por lá e vocês duas vão poder descansar aqui em segurança e quando acordarem decidiremos. - Finaliza.

Mia ainda dorme, quase que com os lábios entre abertos, mas pelo menos sem roncar.

Admiro o final da rua sendo preenchida por um enorme e dourado portão com detalhes de ferro, bem distante das outras casas.

À medida que os portões dourados se abrem, revela-se um caminho de jardim meticulosamente desenhado, ladeado por arbustos alinhados e ornamentado com as últimas flores do inverno, desafiando a frieza da estação.

Tem tanto tempo que não venho aqui, quando estava grávida eu mal passava do portão dourado. Me sentia um bicho deslocado.

A limusine desliza suavemente pelos caminhos de pedra, guiada por um dos guardas da mansão.

O bosque à frente permanece majestoso, coberto por uma fina camada de neve que realça a beleza do labirinto de arbustos e das flores que resistiam ao frio, proporcionando uma visão encantadora.

Ao parar diante do imponente edifício, os seguranças abrem as portas da limusine, revelando a elegância de sua mansão.

Ao cruzar a imponente porta, o hall exibe um lustre deslumbrante que reflete no piso de mármore polido.

As paredes brancas, combinadas com a iluminação suave, criam uma atmosfera acolhedora e moderna. Os cômodos espaçosos apresentam móveis elegantes em tons de cinza e preto.

A sala de estar exibe uma lareira linear embutida de cor cinza escura, tendo uma parte da parede substituída pelo painel de vidro retráteis que se conecta com a vista panorâmica e exuberante de fora.

Tudo continua exatamente como sempre esteve desde a última vez que entrei aqui, tudo exatamente tão luxuoso.

Me recordo da cozinha aos detalhes mesmo sem precisar entrar, já que era o local que eu mais ficava. Era equipada com eletrodomésticos de última geração, possuia uma ilha central de mármore escura, proporcionando um espaço funcional e esteticamente agradável.

Sem falar de seus aposentos, que infelizmente muitos me viram sendo levada na época. Ostentava um closet espaçoso e um banheiro revestido com mármore italiano, apresentando uma jacuzzi autônoma e um chuveiro com controle digital.

É o mais lindo, comparado aos belos quartos de hóspedes que também incorporam toques de luxo desde a cabeceira estofadas até às varandas privativas de cada quarto.

- Puxa... - Mia sussurra. Temos nossa distração tomada com a presença de um mordomo. Ele oferece taças e trás junto consigo um vinho.

Sorrio amigavelmente e respondo... - Não, obrigada.
Eu mal o reconheço, me fazendo acreditar que Ethan já havia substituído a maioria de seus funcionários até hoje.

- Gostariam de um suco? Querem comer algo? - Pergunta em seguida e mais uma vez eu nego, por pura timidez.

- Um suco, por favor. - Mia assente e ele se retira gentilmente.

- Vocês duas não vão comer nada? - Ethan questiona quebrando seu constante silêncio.

- É uma honra ser recebida em sua casa, Sr. Siren, mas no momento eu me sinto sem fome. - Mia explica educadamente. Nós lanchamos dentro do avião, acredito que ela realmente não esteja com fome, mas também tenho certeza que a timidez facilitou isso.

- Tudo bem. De qualquer forma, fiquem a vontade. - Ethan aceita a resposta, mesmo que contra a sua vontade.
- Há quartos disponíveis para que vocês descansem. - Afirma e no mesmo momento uma mulher uniformizada de preto nos entrega duas chaves, provavelmente de dois quartos

- Bem... - Mia pensa.
- Eu gostaria de tomar um banho. - Completa. Ethan direciona um sinal para a governanta uniformizada, e ela leva Mia ao seu quarto.

Ethan e eu acabamos ficando sozinhos. Parado em minha frente, ele me analisa dos pés a cabeça e direciona sua mão em direção ao sofá. Sem dizer nada, obedeço e me acomodo. Ethan suspira fundo e senta no outro sofá, pouca distância de mim.

Sua TV de quase noventa polegadas, sempre vivia desligada pelo que me lembro bem, mas apesar disso, nunca havia uma poeira sequer nela.
- Tudo continua do mesmo jeito. - Comento.

- Bem, há uma piscina atrás agora, mas pouco usada. - Ethan responde. Só pela Jasmine, eu imagino, logo a verei perambulando por aí.

- A Mavie dormiu bem? - Pergunto.

- Tentei dar o máximo da minha atenção, ela ficou cansada de brincar e dormiu bem rápido. - Responde.

- Ela brincou do que aqui? - Pergunto descontraída.

- Pique-esconde. - Responde.
- Comigo. - Finaliza.

- Com você?! - Elevo minhas sobrancelhas e gargalho, fazendo com que milagrosamente Ethan risse também.

- Pois é. - Responde com humor. Bem, vejo que ele realmente quer isso, ser o pai que ele deveria ter sido há 6 anos.
Logo o assunto morre e seu lindo sorriso que durou pouquíssimos segundos também.

- Você pode vir aqui sempre que quiser, trazer a Mavie, buscá-la. É bem vinda sempre, Aurora. Meus funcionários já estão avisados. - Diz.

As coisas realmente mudam, eu fui tantas vezes expulsa daqui que me sinto mal de estar aqui.
- Eu acho que serial ideal você ir até ela ou trazê-la sozinho se for o caso. - Retruco calmamente.
- Não me sinto bem por aqui. - Sou sincera e ele retrai os ombros.
- E eu também não quero confundir a sua esposa, Jasmine. - Finalizo.

Ethan balança a cabeça em negativo e solta...
- Não há nada que traga a Jasmine até aqui, porque nós não somos mais casados.

Aperto meus dentes e cerro disfarçadamente minhas mãos. Por que ele me deu essa informação? Por que está me olhando desse jeito?!

- Vou insistir que você apareça mais vezes, eu faço questão. - Finaliza. Nervosa e fraca para retrucar qualquer coisa, eu apenas assinto.

Passeio meus olhos pelo piso de mármore enquanto brinco com os meus próprios dedos, Ethan ainda me observava, talvez acabei deixando exposto minha timidez.
- É... - Penso no que dizer.
- Eu agradeço por ter se preocupado comigo e com a Mia. - Acrescento.

Ele sorrir gentilmente e borboletas no meu estômago começam a dançar.
- Claro que eu ficaria preocupado, você é a mãe da minha filha, essa Mia é muito importante para você, e nós dois somos amigos. - Sua resposta desmancha minhas borboletas.

Ele quer ser meu amigo. Óbvio. Quer dizer, eu não estou surpresa, é ótimo que sejamos amigos, afinal não poderia passar disso.
Julgo meu lado iludido mais uma vez e assinto.
- Sim, nós somos. - Afirmo sorrindo amigavelmente. Não há motivos nesse mundo que me faça amá-lo, nada nele me proporcionou alegria e mal nos conhecemos. Isso que eu levo em mim é só uma fantasia idiota de uma família que eu desejo para a Mavie, família que eu nunca tive e que ela passará a ter só agora.

Eu não o amo e um dia vou superar isso. É o que eu digo para mim mesma todos os dias.

- Peço desculpas pela forma que tratei você na limusine. - Ethan pede e eu balanço a cabeça em positivo.
- Espero que juntos nós possamos ser bons pais para a Mavie, mesmo que eu não saiba muito bem por onde começar. - Acrescenta.

Sorrio e franzo cenho achando estranho seu comentário...
- Pode usar em base os seus pais. - Digo.

Ele balança a cabeça em negativo e deixa um curto sorriso sarcástico. Seus braços fortes são cruzados e seu olhar é direcionado ao seu próprio colo.
- O que foi? - Questiono sem entender sua ação.

- Pretendo ser melhor. - Ele apenas diz, sem muitos detalhes.

- Bom... - Limpo a garganta.
- Eu não tive nenhum exemplo, nem bom e nem ruim, justamente porque eles não cuidaram de mim. Mas, eu acho que a Mavie me ver como uma boa figura materna. - Completo.

- Você não é uma figura, é a mãe dela. - Retruca convicto, me corrigindo.
- E a Mavie ama você incondicionalmente. - Acrescenta e meu coração se desmancha.
- Eu sinto muito pelos seus pais. - Completa.

- E eu sinto muito pelos seus, independente do que tenha acontecido. - Digo também, chamando mais uma vez sua atenção.

Mais uma troca de olhar é feita por alguns segundos e novamente me sinto tão desconfortavelmente tímida que foco em meu colo.

O mordomo passa com uma certa distância pela sala de estar em que estávamos, ele levava o suco da Mia em uma bandeja e em seguida caminha em direção ao elevador. Sua presença chama nossa atenção e então o clima acaba.

- Posso ver a Mavie? Sei que ela está dormindo, mas eu gostaria de vê-la. - Peço e ele assente.

Ethan se levanta e me aguarda fazer o mesmo, assim nós caminhamos em direção ao elevador e aguardamos o retorno dele.
Segundos depois, o mordomo provavelmente chega até a Mia, então o elevador desce. E assim Ethan oferece de forma cavalheira um espaço para que eu entrasse primeiro.

Ethan clica o botão do número "3", e assim as portas se fecham.

Retro on:

Sem supervisão da minha tutora, dessa vez fui solicitada para arrumar o quarto de Ethan em sua ausência.

Após trocar seus forros de cama, substituir novos produtos de banho e limpar o chão, passo alguns minutos admirando sua foto quando era mais novo. É a única fotografia da casa, onde tem eles e os seus irmãos.

Desde pequeno, Ethan se vestia com ternos escuros e sobretudos longos, não havia muita inocência em seu olhar, apenas um gênio arrogante. Passeio meus olhos pela cama arrumada, tendo a certeza que quando ele retornar da IP Siren, me pedirá para passar a noite aqui, com ele. Eu nunca me senti assim.

Recolho o esfregão e saio do quarto. Meus cabelos estavam presos em um grande coque, mas uma das madeixas insistiam em cair sobre o meu rosto, então coloco-o atrás da orelha. Minha testa soa, na verdade meu corpo inteiramente está suado. Fiz muito esforço e eu não sabia como ligar seu ar condicionado.

Entro no elevador e desço até o primeiro andar. As portas se abrem e me presenteiam com a presença de Ethan. Ele vestia um terno azul escuro, seu rosto já apresentava um pouco de barba desde a última vez que retirou e sua expressão séria muda ao me ver.
- Oi. - Respondo com humor. Desvio o olhar enquanto seguro meu riso e passo ao seu lado para prosseguir até a cozinha. Mas Ethan segura firme meu antebraço e me puxa cuidadosamente de volta para o elevador.

Ele pausa o elevador com um brusco soco e foca em mim como um cachorro faminto. Ethan me pressiona contra a parede do e encosta nossos narizes.
- Eu preciso voltar. - Sussurro em seu rosto.
- Estão esperando por mim. - Acrescento negando, mas demonstrando na expressão o quão eu quero.

- Seu chefe não vai brigar com você. - Sussurra sarcasticamente.

Nossos lábios se encostam e fogem repetidamente enquanto trocamos ofegantes respirações.

- Eu estou suada. - Reclamo mais uma vez negando.
- Outra hora. - Sugiro e ele não afasta seus punhos da parede.

- Quero você assim. - Responde.

Bruscamente, Ethan segura meu pescoço e puxa meu rosto até o dele. Nossos lábios se encontram com intensidade, um toque suave que Ethan rapidamente acelera. Sinto sua língua quente invadindo minha boca, enquanto seus lábios se deliciam nos meus.

Aceito seu avanço, deixando que minha língua dance com a dele. Minha pele se arrepia ao sentir Ethan morder meu lábio inferior antes de novamente afundar sua língua em mim.

De repente, ele me gira, pressionando meu rosto contra a parede gelada do elevador. Por trás, ele abaixa meu short e afunda seu rosto entre minhas pernas, umedecendo toda minha região íntima com sua língua.

Fecho os olhos e me entrego ao prazer do seu beijo, um beijo voraz, como um lobo sedento. Ethan se levanta e puxa meus cabelos com firmeza, causando uma leve dor. Ele força meu rosto contra a parede e sussurra...
- Me peça.

Eu estava adorando isso, como sempre adorei. Sorrio para provocá-lo, sabendo que ele me observava por trás.
- Peça, porra. - Ordena, apertando ainda mais meu cabelo.

- Me fode. - Rosno. Ele me posiciona de quatro e penetra profundamente em mim.

Seu tamanho me preenche completamente, forçando contra mim os centímetros que pelo seu tamanho não capazes de entrar.

Retro off.

Ethan coloca suas mãos para trás e se mantém em silêncio. A única lembrança que temos desse lugar faz minhas pernas tremerem, embora eu tente não demonstrar. No entanto, percebo que ele está atento, observando-me através do reflexo no elevador.

Parece que ele sabia exatamente o que eu estava pensando, talvez porque também se lembrou daquele momento.

Não consigo resistir e acabo sorrindo, baixando a cabeça. Ethan também sorri discretamente, com os lábios cerrados, por um breve instante. Isso me dá a certeza de que, sim, ele também se lembrou do que aconteceu aqui.

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