A Escolhida

By HarryKitzinger

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Após o desaparecimento de 3 garotas na pequena cidade de Setville, o delegado Martinez não parece saber o que... More

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XLVI
XLVII
AGRADECIMENTOS
PÓS-LIVRO

XXXIII

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By HarryKitzinger

Alan chegou em Only Faster por volta do meio-dia. Sabia que não seria uma boa ideia se o delegado o encontrasse dando uma de detetive por ali sem autorização, em um lugar onde nem mesmo tinha jurisdição. Por isso optou por ir no carro da família, ao invés da viatura, e a usar roupas casuais. Ele dirigiu pela cidade atrás de uma pousada, acreditando que talvez só voltasse para Setville no dia seguinte. As informações que ele tinha a respeito do suposto laboratório eram muito precárias, se resumindo apenas ao endereço em que deveria ser. Sairia em busca imediata assim que encontrasse um lugar para pernoitar. Perambulou pela cidade até encontrar um lugar dentro de suas condições financeiras. O salário da polícia de Setville era uma ofensa.



Alan estava encantado por Doralice. Não que ela tivesse jogado algum encanto nele, mas por ela o ter enfeitiçado com paixão à primeira vista. Ele não se deixou incomodar pelo estranho jeito dela se vestir, até considerou fascinante. O fato dela não ser humana não o assustou nem de longe também; tinha crescido ouvindo o pai contando esse tipo de história para ele antes de dormir. Alan passara a infância inteira sonhando com um mundo fantasioso e agora fazia parte dele. Planejava chamar Doralice para sair quando voltasse para Setville.



Alan já havia deixado na pousada sua bolsa com suprimentos para passar a noite, e agora encontrava-se à caminho do endereço que Doralice havia lhe passado por mensagem mais cedo. Torcia para que isso o levasse a alguma coisa realmente útil, não só porque queria ganhar pontos com Doralice, mas porque estava mesmo preocupado com a saúde da detetive Green. Ela sempre fora uma inspiração para ele, o que poderia ser estranho, já que não era comum um policial se motivar por uma figura feminina. Ele não tinha certeza se ela acordaria, mas sentia-se compelido a fazer valer seu próprio distintivo.

Para quem nunca havia saído de Setville antes, Alan estava indo bem pelas ruas de Only Faster, margeando uma rota sem turbulências. Ou era apenas fruto do auxílio do GPS instalado no carro. Estava entusiasmado com sua utilidade solicitada. Digiria batucando no volante, percorrendo os olhos pelos prédios daquela cidade, com todo um ar metropolitano e pessoas na correria do dia a dia. Bem diferente da tranquilidade de Setville.



Entrou no bairro em que o endereço na tela do celular indicava, guiado pelo GPS. O ambiente fazia um contraste com o restante do que ele tinha visto em sua rota até ali. As ruas eram sujas e os prédios pareciam abandonados, banhados por uma arquitetura arcaica e alguns em ruínas. Alan também não viu uma pessoa sequer por aquela área. Virou uma rua a direita e, surpresa, no final daquele percurso havia um enorme prédio, que parecia recém-construído. Estacionou na frente.

Alan passou pela porta e encontrou um enorme salão branco, bem iluminado e distinto, com uma mulher vestida de vermelho por trás de um balcão. Não havia fachada, mas ele acreditava na possibilidade de aquele local ainda ser o tal laboratório. De repente, a suposta vítima não era tão louca assim. Caminhou até o balcão, seguido pelos olhos fixos da mulher de vermelho.

- Posso ajudá-lo, senhor? - ela perguntou.

- Oi! Meu nome é - fez uma pausa - Myan Malik. - mentiu.

- Myan Malik? - a mulher ergueu uma sobrancelha, desconfiada.

Ele não tinha ensaiado essa parte. Não poderia dizer que era policial, pois nem mesmo havia levado seu distintivo.

- Sabe como é, né? Pais fãs de celebridades. Mas e aí, aqui funcionava um laboratório? - perguntou meio sem jeito.

- Receio que esteja no lugar errado, senhor. - aqueles olhos frios ainda sobre eles.

- E o que funciona aqui?

- Somos uma empresa privada e particular. À menos que seja da polícia e tenha uma intimação para mim, não vou mais responder perguntas. Agora, por gentileza, peço que se retire. - disse a mulher em um tom rítmico e seco.

- Mas já funcionou um laboratório aqui? - insistiu Alan.

- Senhor, receio ter que chamar os seguranças.

- Tudo bem, eu já vou indo. - e saiu pela porta.

Ao vê-lo desaparecer na saída, a mulher pegou o telefone e discou um número. Ao ouvir a voz do outro lado do aparelho, disse: "Um dos seus homens esteve aqui".

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