A cor do pecado

By falaserionati

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George Vicenzo um amante da arte, considerado um estudioso que viaja pelo mundo em busca de peças e artefatos... More

Epigrafe
Autora B.
Obras publicadas B.
Autora N.
Obras publicadas N.
Prólogo
Capítulo 1. Le Duplex
Capítulo 2. Quem é ela?
Capítulo 4. Lanterna dos afogados
Capítulo 5. Olhos, Nariz e Lábios

Capítulo 3. Corre

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By falaserionati

Aquele momento que por algum motivo parecia ter sido suspenso no ar, como se fosse um encontro destinado a acontecer, não havia outra forma de explicar a emoção que ambos estavam sentindo naquele momento, apesar de ser difícil de admitir. O orgulho é a peça que pode ser mais potente em um jogo do que a rainha em um jogo de xadrez.

Kayleen estava tão imersa na emoção que estava vivendo que não viu sua amiga se aproximar, apenas sentiu sem braços sendo puxando, como se tivesse um atirador de massacre dentro da boate, ela apenas correu tentando seguir o ritmo de sua amiga, George ficou lá parado, olhando para ela.

— O que está havendo? — Perguntou ela, seu pé agora estava matando, salto sempre foram uma peça sexy mais pouco funcional.

— Seu pai. — Ela disse quase sem folego tentando achar um taxi ou qualquer coisa.

— Meu pai? Como? — Ela olhou para trás e pode ver que havia homens de terno preto a seguindo elas. Naquele momento correr de salto não era uma boa ideia. 

— Seu pai manda gente pra te caçar? Você tem uma família muito disfuncional.

Kayleen largou a mão da sua amiga — a essa altura eles sabem até onde estou hospedada — Ela suspirou tentado recuperar o folego, sabia que correr era inútil. 

— Anda — Emma tentou puxar a amiga, ao todo ela não sabia o que havia acontecido mais o pai de Kayleen não era conhecido por sua gentiliza e naquele momento temeu pela segurança de sua amiga. 

—  Não vai dar —  Kayleen olhou em frente e tinha dois homens parados, estavam cercadas por MIB homens de preto, sabia que brincar de Tom e Jerry não daria com a sua família, quando eles a achasse ela teria que voltar, mesmo que fosse em um caixão eles a arrastariam de volta. 

Os homens agora andava a frente dela e de Emma parou um carro preto, a porta se abriu e ela viu a figura de seu pai desceu do  carro, aquele olhar era uma mistura de fúria e decepção, tinha uma frieza que  Kayleen não esperava ver dele, mas agora ambos já havia atravessado uma linha que não poderiam mais voltar, já haviam se magoado de forma muito intensa que talvez o que foi quebrado jamais seria colado.

Ele a encarou e nenhum momento ela abaixou a cabeça, se tinha um pouco que ela acreditava era em seus princípios morais e éticos e isso ninguém tiraria dela.

—  Entre no carro. — A voz dele era dura e sem emoções. 

Kayleen apenas entrou no banco de trás do carro, provavelmente sua mãe estava aqui também já que ligou para ela do celular dele. Ela suspirou profundamente, no banco da frente Emma se sentou parecia tão desconfortável quando o motorista. 

Aquele silêncio era matador. Um silêncio pode ser matador. 

A viagem toda estava fria, parecia mais fria que o inverno na Europa, quando chegou no hotel que estava hospedada suas malas estavam no saguão com sua mãe, tanto dela quanto Emma, parecia que não havia uma conversa, apenas uma obrigação. 

Kayleen até sua mãe e a abraçou, apenas um abraço, nenhuma palavra — Que bom que você está bem — Ela disse para que mais ninguém fosse audível além de sua filha

— Senhor o Jato está a espera de vocês —  Um dos funcionários disse ao pai de Kayleen o homem era tão grande que poderia intimidar qualquer um. 

Em um carro Kayleen, Emma, um segurança e o motorista e no outro seus pais e segurança e motorista  também, quase uma comitiva. Não havia tanto motivo para comoção. 

Assim que chegaram no aeroporto a entrada foi liberada rapidamente, não houve nada, nem cheink, nem segurança, nem nada. Fomos apenas direto para o jato que estava a espera deles indo diretamente ao seu destino final. Brasil.

Emma estava um pouco atônica por causa dos movimentos e das pessoas estranhas, talvez aquilo fosse demais para ela. Emma era uma boa pessoa, Kayleen e ela se conheceram na escola os pais dela eram da área de justiça e a educação de Emma sempre esteve em primeiro lugar. Mesmo ela tendo dinheiro a quantidade da família de Kayleen era muito maior. 

— Está tudo bem? —  Perguntei para Emma. 

—  Isso foi tão. 

—  Eu sei, em breve chegaremos, não se preocupe. 

—  O que aconteceu com vocês?  —  Emma perguntou mais a perguntava não teve resposta novamente. 

Enquanto a viagem acontecia Emma pegou no sono, Kayleen não fez contato com seus pais e na sua frente estava o segurança que veio com ela no carro, ele parecia sem nenhuma emoção, como se não tivesse alma. 

Quando esticou seu pescoço para tentar relaxar ela sentiu o peso, se lembrou de George e o cordão que havia dado a ela, segurou em suas mãos apertando fortemente. Será que havia alguma chance daquele homem aparecer novamente? Será que realmente eles se encontraria?

Aquilo parecia algo não real, como eles iriam se achar? Sem contar que ele poderia pensar agora que ela era uma criminosa já que saiu correndo fugida. 

Assim que pousaram em solo nacional Kayleen foi gentilmente acompanhada por um segurança o tempo todo, as aparências foram mantidas enquanto Emma estava junto, assim que ela partiu o celular de Kayleen, cartões, dinheiro, documentos foi tirado. Ela foi feita de prisioneira em seu próprio quarto.

A conversa de ânimos alterados com seu o pai não facilitou a situação dela, talvez eles fosse parecido pro isso batiam tanto de frente. Ambos dois cabeças duras que não daria o braço a torcer mesmo sabendo que estava errado.

Kayleen ficou em trancada em seu quarto por dias a fio, sem saber o que acontecia do lado de fora mundo, mesmo com toda tecnologia que cercava a casa dela seu quarto não tinha acesso a internet, ela passava suas horas olhando pela janela, esperando o dia que seria libertada novamente. 

O toque na porta suave fez Kay olhar em direção a ela, quando sua mãe entrou tinha uma aparência frágil e abatida, como se estivesse doente, mesmo que Kayleen se sentisse culpada ela não poderia ceder essa guerra, agora era tarde demais pra largar. 

 — Mamãe? — Sua mãe se aproximou com lagrimas nos olhos —  Não se preocupe eu estou bem.

— Filha... eu não sei o que  te dizer, mas sua reação é exacerbada.

—  Como assim mãe? Nossa família matava e roubava pessoas inocentes.

—  Vem comigo.

Sua mãe se levantou e conduziu Kayleen até uma entrada secreta no porão onde havia tantas coisas que a deixaram sem fôlego.

Kayleen caminhou entre diversas obras de arte que deviam ter cerca de 300 anos, belos quadros que haviam sido saqueados, além de joias. Sua avó possuía uma quantidade absurda de joias, e sua mãe também. Será que eram as mesmas?

Ela mexeu em um baú gigante repleto de moedas de ouro. Dentro dele, encontrou duas caixas de veludo. Ao abrir a primeira, um conjunto de joias reluziu diante de seus olhos: um colar, brincos, pulseira e um broche, todos adornados com esmeraldas e diamantes. Na outra caixa, havia uma coroa, parecendo fazer parte do mesmo conjunto. O valor daquilo tudo poderia acabar com a fome no país, e estava guardado no porão de sua casa, pois havia sido roubado.

—  Mãe, isso é absurdo. Quanto dinheiro há aqui? — Diz se afastando das joias. 

—  Filha, muitos fugiram, seu bisavó também, foi instintivo. Ele trouxe tudo que podia.

—  Tudo que ele roubou. — completei.

—  Mesmo que ele tenha roubado sua avó não tem culpa. Seu pai também não, por que passou a os tratar como inimigo?

—  Eles mentiram pra mim, não há honestidade nesta casa. — Esbraveja com raiva. Qual o direito ela tinha de criticar tantos se fazia parte de algo tão criminoso.

— Seu pai descobriu quando você era criança, é difícil de acreditar meu amor, agora que está tudo aqui o que vamos fazer? 

—  Devemos doar.

—  Para onde? O fundo deles? Acha que esse dinheiro não iria cair em mãos erradas.

—  Mas pelo menos não teríamos peso na consciência. — Retrucou a sua mãe de forma autoritária.

— Kayleen, ninguém nesta família tem peso na consciência pois ninguém fez nada errado. Seu pai tenta trabalhar e levar uma vida honesta. Acha que ele devia jogar tudo isso ao mar?

—  Mamãe.

—  Sinceramente eu não sabia que você era tão cega a ponto de tratar sua família como as piores pessoas do mundo. Não é culpa deles.

Naquele momento, Kayleen estava imersa em uma profunda reflexão. Cada palavra que escapara de seus lábios representava um ponto sem retorno; ela reconhecia agora que sua vida confortável era erguida sobre os alicerces do sofrimento alheio, uma verdade que a inquietava profundamente.

—  Prepare-se para o jantar. Não quero mais encontrá-la trancada naquele quarto —  ordenou-lhe a mãe, com firmeza.

O tempo parecia ter se tornado vago para Kayleen; ela mal conseguia estimar o período em que estivera confinada, isolada do mundo exterior e sem falar com sua família, talvez três semanas? Era difícil saber todos os dias pareciam iguais.

Sem responder a sua mãe apenas obedecendo as ordens Kayleen arrumou-se para o momento em família, quando desceu a sala de jantar seus pais estavam sentados em seus respectivos lugares, sua avó por outro lado tinha ido dormir mais cedo pois estava cansada. 

O como grande parecia ainda maior, o único barulho que se ouvia era os talheres batendo na porcelana fina que parecia ecoar as paredes da sala de jantar ficando ainda mais alto. Quando a sobremesa Kayleen se levantou.

—  Não quero doce hoje, vou me retirar. 

—  Kayleen —  Seu pai chamou com o tom de voz autoritário sem trocar um olhar com sua filha —  Você tem um encontro.

—  Encontro?

—  Com seu noivo.

—  Não estou noiva —  Ela disse virando de costa para eles e pensando em sair, mais seu segurança parou na sua frente sem deixar ela se mexer.

—  Agora está, não estrague tudo e decepcione mais essa família do que você está fazendo.

Kayleen se virou e encarou seu pai, buscando um sinal de que aquilo era uma brincadeira que ele estava fazendo porém apenas encontrou uma expressão fria e impassível. O coração dela começou a bater mais rápido, suas emoções começaram a fervilhar  uma raiva misturada com frustração, não eram mais os mesmo. A ideia de se casar contra a sua vontade era simplesmente impulsiva, afinal de contas que século eles estavam.   

Aquele era o momento que ela poderia bater de frente mais estava tão cansada de brigar não queria mas gastar seu tempo com isso, adiantaria algo? Seu pai começaria a ser um homem racional. Ela suspirou esgotada e se virou para subir as escadas, o segurança agora não estava mais em seu caminho, enquanto caminhava de volta para seu quarto seus olhos se encheram de lagrimas, até quando aquilo iria durar? 

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