Já era noite, Josh e eu já estávamos em frente
ao restaurante descendo do carro que meu marido
havia alugado para andarmos pela cidade, junto
com um carro de seguranças atrás de nós, Josh
me contou que Lamar tem uma casa aqui em Paris
mas mesmo assim prefiriu que jantassemos aqui
nesse restaurante para que eu possa conhecer um
pouco mais da cidade, não é atoa que o restaurante
é do outro lado de Paris.
Lamar e Heyoon não puderam ir a nosso casamento
porque ele estava resolvendo negócios aqui em
Paris e Heyoon estava lhe acompanhando, mas
fizeram questão de nos mandarem um enorme
presente de casamento e nos convidar para um
jantar assim que souberam que nossa lua de mel
seria aqui.
O restaurante era um dos mais belos que eu já
tinha ido com Josh, todo iluminado, com peças
em ouro, mesas com tolhas brancas brancas e
cadeiras em branco e vermelho, cortinas brancas e
vermelhas, lustres enormes, e garçons andando de
um lado para o outro levando os pratos e
atendendo os pedidos.
Ainda bem que eu tinha vindo ao altura assim
como Josh que usava um terno em azul escuro,
um inseparável relógio de prata, os cabelos loiros
agora meio grisalhos no topete perfeito e a barba
como sempre aparada também já com alguns fios
grisalhos aparecendo.
Eu usava um vestido curto e justo vermelho que
descia alguns palmos acima do joelho, com alças
finas e um decote que valorizava meus seios fartos.
Por cima usava um casaco de pele branco, um
salto também vermelho com detalhes dourados,
prendi meu cabelo loiro em um rabo de cavalo, fiz
uma maquiagem bem básica ousando apenas no
batom vermelho para combinar e usando argolas
douradas.
Ainda bem que Josh e eu passamos a tarde toda
dormindo e agora me sinto revigorada para mais
um jantar com esse povo esnobe da alta sociedade,
mesmo me acostumando com essa minha nova
realidade, ainda continua um show horrendo de
falsidade e luxúria.
Kimberley August - Wallflower tocava bem
baixinho no som do restaurante quando chegamos
e um dos garçons veio até mim pegar meu casaco,
então caminhamos até a mesa onde Heyoon e Lamar
estavam a nossa espera. Lamar usando um terno
preto com os cabelos marrom trançado, e Magny
em um vestido dourado e o cabelo solto, a cor
valorizava muito o branco de sua pele de sua pele.
— Any, que cabelo é esse, menina? — Heyoon diz
impressionada assim que nos aproximamos.
— Resolvi dar uma repaginada. — Dou de ombros
rindo com elegância.
— Está maravilhosa, que bom te ver de novo. — Ela
diz vindo até mim e trocamos beijamos na
bochecha em cumprimento.
— Estou feliz em ver vocês também. — Digo.
— O loiro te caiu muito bem, querida. — Comenta Lamar e segura minha mão dando um leve beijo.
— Tenho que ter cuidado em dobro agora. — Josh
comenta e todos rimos enquanto eles se
complementam com um aperto de mãos. — Está
muito linda, Heyoon. — Meu marido diz
cumprimentando a mesma com um beijo na mão
também.
— Vamos nos sentar, o garçom já já vem recolher
nossos pedidos.
Lamar fala e todos assentimos nos sentando. Heyoon e eu nos aproximamos um pouco durante esse ano mas não posso dizer que ela é minha amiga, somos apenas colegas por causa de nossos maridos que são parceiros de negócios. Depois que ela teve o
pequeno Arthur ela parou de pegar no meu pé
como fez a primeira vez que nos conhecemos em
um evento de caridade em que acompanhei Josh
ainda como sua acompanhante pessoal, ela, assim
como várias outras esposas, achavam que eu era
uma aproveitadora e tinham medo que eu fisgasse
seus maridos.
— Então, enfim casados. — Disse Lamar puxando
assunto e eu sorri.
— Não podia deixar essa mulher solta né? — Josh
comenta e eu sorri com elegância.
— Confessa que tu caiu no meu charme, Josh.
— Rebato brincando e todos a mesa riem.
— Josh está certo, quando conheci Heyoon pouco tempo depois já coloquei um anel em seu
dedo. Mulheres raras não podem se deixar passar
assim. — Lamar disse olhando para a esposa.
— Ownt. — Eu digo enquanto eles dão um selinho
rápido.
— Mas e a festa? Eu olhei as fotos nos sites de
famosos e estava maravilhosa a decoração, sem
falar nas fotos de vocês que na maioria apareceram
bebendo. — Heyoon disse rindo e todos gargalhamos.
— Ainda sinto dores de cabeça do champanhe.
— Josh diz rindo.
— Sinto muito por não termos podido ir, mas espero
que tenham gostado de nosso presente. — Lamar disse.
— Um lustre enorme de brilhantes com cisnes
esculpidos, quem que não ia gostar? — Falei e todos
rimos.
Então fomos interrompidos pelo garçom que
chegou calmamente nos entregando os cardápios
mas estava tudo em francês, então deixei que
Josh começasse a escolher. Mas então Heyoon
disse:
— Eu queria tomar a liberdade de fazer os pedidos,
queria que Any experimentasse dos pratos
famosos daqui de Paris. — Heyoon disse e eu
concordei com a cabeça.
— Por mim tudo bem. — Josh também concorda e
Magny começa a fazer os pedidos.
— Vamos querer de entrada Soup D'oignon, prato
principal Ratatouille e...
E eu me virei para Josh discretamente.
— Soup D'oignon? — Perguntei confusa baixinho para meu marido.
— É só sopa de Cebola. — Josh explica e eu sinto
meu estômago embrulhar.
— Credo, por que vocês comem isso? — Digo baixinho horrorizada e Josh gargalha baixo ao meu lado.
O garçom sai e logo vem outro colocando um pouco
de vinho branco na taça de cada um de nós.
— E Arthur como vai? Também está na cidade?
— Perguntei curiosa puxando assunto enquanto
bebia um pouco do vinho branco.
— Sim, está com a babá em casa. A essa hora no
quinto sono.
Ela explica e então ela olha para Lamar.
— Temos uma novidade a contar. — Ela diz e eu junto as sobrancelhas com curiosidade. — Estou grávida de novo.
Heyoon diz e eu abro um largo sorriso surpresa.
— Ai meu Deus, que felicidade! Meus parabéns!
— Digo animada segurando a mão dela sobre a
mesa.
— Mais um herdeiro, Lamar. Meus parabéns. — Josh
diz ao parceiro.
— Quantos meses? Já sabe do sexo? — Perguntei
eufórica.
— Ainda não, é muito cedo. Apenas um mês ainda.— Heyoon explica. E vocês, quando nos daram a
honra a Arthur de um amiguinho para brincar?
E engulo seco com a pergunta.
Filhos, um assunto que Josh e eu nunca tocamos
pois há feridas neie.
— Acho muito cedo ainda, não devemos pensar nisso agora. — Respondo rápido e pego um um pouco do vinho para beber tentando afastar o nervosismo que me subia.
— Estão certo, têm que aproveitar um pouco a vida
de casados. Filhos tomam muito o tempo do casal.
— Lamar diz.
— Ainda mais depois do que aconteceu com Bryan,
né Josh. Ele se foi tão derrepente. — Heyoon diz e
Josh olha para a toalha da mesa engolindo seco.
— Uma tragédia realmente. — Josh diz com a voz
travando como se tentasse se controlar.
E eu sinto sua tensão soar por mim, Bryan o filho
adotivo de Josh que morreu em um trágico
acidente da mesma forma que Savannah, a falecida
esposa de Josh. Eles havia brigado feio quando
Bryan drogado e alcoolizado pegou aquele carro e
saiu de casa, eu estava toda machucada por ele ter me espancado e se Josh não tivesse chegado a tempo eu talvez não estaria mais aqui. Uma ferida dolorida e ainda aberta entre nós.
— Mas então Josh, como está indo a
administração da empresa agora que você está
fazendo tudo de longe enquanto viaja? Deve ser
meio inseguro? — Lamar pergunta mudando de assunto e eu dou graças ao céus por isso.
Josh se estica a mesa como o profissional sério
que é e começa a falar:
— Todos os setores estão me mandando relatórios
semanais e iremos fazer reuniões virtuais a cada
duas semanas, da alta gerenciar tudo. E daqui há 6
meses Any e eu vamos fazer uma pausa na
viagem para voltarmos a Los Angeles e eu fazer
uma supervisão pela empresa e...
Josh começou a falar e eu o observava enquanto
bebia um pouco de vinho, mas eu o conhecia bem
para saber que ele estava disfarçando. Aquilo que
Heyoon falou o afetou na ferida que ainda sangra
nele e em mim. Algo que precisaremos falar algum
dia, assim como outras feridas em aberto tanto em
mim quanto nele.
[...]
Continua...