Playing Against Time | Bento...

Galing kay patxom4

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(+18) Ahri Aikyo possui uma incrível herança de família: uma máquina do tempo. Junto com a sua irmã, Ayumi, e... Higit pa

Palavras Iniciais da Autora
Prêmios
Cast
Playlist
Primeira Parte [Separador]
001. O Bracelete
002. Casa de Shows
003. Dia dos Namorados
004. Sinal Vermelho
005. Na Garagem
006. Casa Japonesa
007. Inconsciência
Segunda Parte [Separador]
008. A tal da "resenha"
009. Almoço pós festa
010. Brigados
011. Ciência e Teorias
012. Culpa do TCC
013. Traíra
014. Razões e Emoções
Terceira Parte [Separador]
015. Perrengues... Dos "Brabos"
016. "Free Bird"
017. Homens de Preto
018. Teste de Learjet
019. Fedor de Querosene
020. Albert Einstein
Quarta Parte [Separador]
021. Dilema Emocional
022. Desabafos
023. A resposta é "não"!
025. Despedida
Quinta Parte [Separador]

024. C(ensored) Temporal

70 11 1
Galing kay patxom4

Naquele dia, especificamente, eu e a minha pirralha íamos comer o maravilhoso sashimi de salmão e atum da dona Toshiko, o qual tínhamos praticamente implorado para ela fazer pra gente a alguns dias atrás. A minha sogra gostava de nos mimar de vez em quando, e eu não nego que eu adorava quando ela me fazia algum agrado. Uma vez eu tive a cara de pau de perguntar porque vez ou outra eu e a Ayumi éramos premiadas por ela, sendo que eu não ficava sabendo dela fazendo o mesmo para as suas outras noras. A sua resposta foi bem objetiva: ela gostava muito mais de mim e da minha irmã do que das outras.

E, sabe, eu espero profundamente que isso não seja pelo fato de nós duas sermos asiáticas e o restante não. Tudo bem que as noras com descendência européia precisam ser muito mais ensinadas sobre a nossa cultura e por vezes até acabam sendo mal educadas mesmo sem querer, apenas por não conhecerem os costumes japoneses como eu e a minha irmã conhecemos, porém, no lugar dela, eu provavelmente tentaria agradar todo mundo igualmente. Não estou julgando, não entendam isso, leitores! Eu amo a dona Toshiko, adoro os agrados que ela faz pra mim e definitivamente não estou em posição de reclamar e nem dar palpite sobre isso diretamente para ela, até porque eu não sei o que se passa pela cabecinha dela.

Vou contar um negócio pra vocês: ainda bem que, ao ficar presa no passado por minha culpa, a tia Miyuki deixou a minha caçula tomar banho e a emprestou uma roupa bonita. Lá nos anos dois mil eu pude me arrumar do melhor jeito possível, sem preocupações, e escolher a roupa que eu quisesse, porque eu não tinha uma irmã para me encher o saco naquele momento e dar palpite aonde eu não pedi a sua opinião. Só fui voltar para o passado perto do horário combinado para o Bento nos buscar na casa da minha tia. E, claro, ao chegar no ponto de encontro, fui fitada com um olhar de morte pela minha caçula. Ah, acham mesmo que eu tive uma reação negativa perante isso? O passatempo favorito de todo irmão mais velho é importunar o mais novo e o fazer ficar com raiva. Eu achei engraçado o jeito como ela ficou puta e não falou comigo até a hora em que o meu namorado chegou.

━━━━━━━✦✗✦━━━━━━━━

Eu acho que nunca cheguei a falar isso diretamente com vocês, mas eu sempre fico abismada como a Ayumi consegue ser sem vergonha em determinadas situações. Eu juro que os parágrafos anteriores eu escrevi em um outro momento — e agora eu estou com muita vontade de dizer que retiro o que eu disse e sem vontade alguma de reescrever e reelaborar todo o conceito de educação japonesa que eu citei a pouco —, antes de me lembrar que, assim que chegamos na casa dos Hinoto, a minha caçula simplesmente jogou os seus sapatos para o lado de fora da casa pela porta de entrada e foi direto se acomodar na mesa de jantar, sem que alguém sequer a convidasse para se sentar (ou, pior, sem nem lavar as mãos).

Assim que a comida chegou na mesa, depois que eu e o Bento também nos aconchegamos em nossos assentos, obviamente a minha irmã foi a primeira a meter a mão nas colheres para se servir. Eu tive muita, mas muita vontade de gritar com ela diante desse comportamento mal educado, mas aí eu tive pra mim que se fizesse isso, eu acabaria desencadeando uma briga entre eu e ela na casa da minha sogra. Eu não queria isso, nunca na minha vida. Jamais. Era tudo o que eu não precisava. Mas isso não significa que eu não iria chamar a sua atenção depois, em um momento oportuno.

Enfim, a minha caçula também foi a primeira a terminar de comer, como era o esperado, visto que ela também foi a primeira a começar. Assim que ela acabou, lambeu os próprios lábios, se levantou do seu assento para levar os seus pratos sujos para a cozinha e lavá-los e, ao terminar, ao invés de voltar para a sala, ela passou direto por nós e foi para a parte do fundo da casa. Eu teria ido atrás da garota quando terminei de comer se o Bento não tivesse terminado a sua refeição um pouco antes de mim e me puxado para o seu quarto. É, eu tive escolha, e ela foi bem fácil.

Ah, mas vou contar pra vocês, viu: eu gostaria muito que, no momento em que entramos no seu quarto, a gente tivesse extrapolado o sinal vermelho e feito coisas impróprias para menores de dezoito anos, mas infelizmente não foi esse o desfecho da história. Estávamos quase chegando nesse estágio quando o meu namorado se deu falta da sua guitarra Yamaha pendurada atrás da porta do seu quarto. Não foi difícil deduzir quem a havia pegado, visto que para ele se dar falta do instrumento, precisou ouvir uma música acústica vindo da varanda de sua casa. Assim sendo, o Alberto se vestiu novamente e foi lá fora buscar o que era seu. Passados uns dois minutos desde que ele tinha saído e até então a música não tinha parado de tocar, eu não aguentei me segurar e me vesti para ir atrás.

E, gente, eu não me arrependi nem por um segundo dessa minha decisão. Ao chegar na porta da varanda dos fundos da casa, eu acabei me deparando com uma das cenas mais fofas que já vi na vida: a Ayumi sentada mais à frente, no chão, e muito próxima da grade que delimita a área do cômodo em que nos encontrávamos. Era ela quem havia pegado a guitarra do Bento, e naquele momento, estava tocando e cantando uma música que seria lançada anos depois do ano em que nos encontrávamos: "Garoto Errado", da Manu Gavassi. Um pouco atrás de si estava o meu namorado, também sentado no chão, apenas a observando tocar — e julgo eu que a minha caçula não tinha percebido a presença do rapaz no mesmo cômodo ali, porque se houvesse percebido, ela com certeza não estaria cantando. O Bento sentado atrás dela, prestando atenção em cada mínimo acorde reproduzido pela menina e tentando fazer o mínimo de barulho possível para não a atrapalhar. Porém, conhecendo o namorado que eu tinha, eu sabia que o silêncio dele não duraria muito mais até o momento em que ela terminasse a música, que foi exatamente o que rolou.

— Quem é que está conseguindo te deixar sentimental?

A frase do boy deve ter soado como uma sirene para a minha irmã, já que no momento em que o ouviu, ela se virou para trás assustada e com a destra sobre o seu peito.

— Você quer me matar, é, seu cretino?

Noventa e nove por cento dos xingamentos deferidos contra o Alberto chegavam aos ouvidos dele como se fossem elogios. Em um caso típico como este, ao ser chamado de "cretino", ele sorriu para a minha caçula. Diante da reação alheia, ela revirou os olhos antes de chegar um pouco para o lado e fazer um gesto o convidando para se sentar ao seu lado — um gesto que foi obedecido instantaneamente por ele. Assim que o rapaz se aconchegou, a minha caçula aproveitou a sua companhia para deitar a cabeça sobre o ombro alheio. Ver esse gesto dela fez com que eu automaticamente pensasse que as suas próximas palavras provavelmente não seriam muito típicas.

— Não ironicamente, você me encontrou em um momento vulnerável — é, eu conheço a Ayumi como a palma da minha mão, é claro que eu iria estar certa sobre a dedução anterior. Na linguagem dela, falar isso é o mesmo que admitir que está passando por conflitos internos que quer tentar se livrar deles sozinha.

— Eu não imaginaria isso por causa de uma música — Bento estava se referindo à música que ela estava cantando antes. — Mas pelo visto você está incomodada. Quer falar sobre?

Antes de responder à pergunta dele, ela respirou fundo.

— Uns dias atrás eu fiquei com uma pessoa que claramente não queria nada comigo — isso foi dito por ela em tom de frustração.

— E você queria alguma coisa além de só ficar?

— Claro! Queria a mínima consideração, pelo menos — agora ela ficou enraivada, pelo o seu tom mais alto do que o anterior. — Ele me beijou para fazer ciúmes na ex, que estava no mesmo lugar que a gente.

Meus queridos leitores, eu juro pra vocês que ouvir isso fez eu ficar com raiva. Aposto que a raiva que a minha irmã estava sentindo naquele momento em que contava a situação para o Bento não era nem sequer pária para a minha. Como um cara — como revelado pelo pronome usado por ela — ousou fazer isso com a minha irmã? Logo a minha irmã, a minha caçulinha! Por acaso ele era algum tipo de demente? Porque idiota eu já sabia que era!

A vontade que eu tive neste momento foi invadir a varanda gritando e exigisse que o nome e endereço do imbecil me fosse revelado. Entretanto, se eu fizesse isso, além de não conseguir o que almejava, provavelmente eu faria a Ayumi ficar com raiva de mim por estar "bisbilhotando a sua vida". Ela não gosta que os seus problemas cheguem até mim, nunca gostou, porque sabe que quando alguém mexe com ela, eu vou atrás da pessoa para me vingar. Dentro da cabeça da Ayumi isso deveria ser uma forma dela demonstrar fraqueza. Entretanto, gosto de protegê-la! Essa é a minha obrigação, além de tudo... Ou não é?

— Uau, isso é muito sério — ainda sem voltar ao meu estado natural, eu continuei acompanhando a conversa deles dois em silêncio. Quem disse tal frase foi o Alberto. — Você deveria procurar essa pessoa e ter um papo reto, senão este peso que está sentindo não vai sair das suas costas.

— Eu já conversei, cara, e o fulano já admitiu que agiu por impulso. Pediu desculpas, até. Porém eu o vejo com bastante frequência, então se eu continuar batendo nessa tecla com ele, a nossa relação pode ficar ruim, levando em consideração que até o presente momento está boa.

— É, tá complicado pro seu lado, japinha — junto de um breve suspiro, o garoto disse. — Mas não desanima. Você é incrível e vai encontrar alguém que te mereça. Só tenta esquecer esse episódio e focar em outras coisas.

Sem responder em palavras, ela balançou a cabeça em um sinal afirmativo. O silêncio reinou naquele lugar por alguns segundos — quase um minuto —, até que o Bento a perguntasse:

— Mas uma coisa não é justa, você me deixou curioso. Não vai me contar quem é o cara, não?

— Te contar por quê? — Isso a deixou desconfiada, tanto que ela ergueu a sua cabeça do ombro alheio e passou a o encarar com uma expressão séria na face. — Pra você ir correndo contar pra loira e ela arrumar barraco por mim?

É... Eu falei a pouco tempo atrás sobre mim quando alguém fere os sentimentos da minha caçula... E aqui eu nem sequer tinha como cobrar algo dela, tentar a contrariar ou algo do tipo. Se eu, por acaso, acabasse descobrindo quem foi o responsável por deixá-la triste desse jeito, sim, eu iria atrás da pessoa para lhe dar uma lição que ela jamais esqueceria na vida.

— Não, eu não vou contar pra minha Barbie, até porque isso quem tem que fazer é você — sabe, essa aliança do Bento com a Ayumi era algo muito importante, pelo menos pra mim. Eles dois serem tão amigos e compartilharem tanto de suas vidas um com o outro passou a ser uma coisa que eu achei linda. Diante dessa fala dele, ela, por mais que demonstrasse desconfiança, se aproximou o suficiente para sussurrar no ouvido alheio algo que eu obviamente não pude escutar, ou seja, o nome do indivíduo em questão. — O quê? Não brinca!

É, meus queridos, com as suas duas últimas frases super surpresas e a sua cara de completo choque, o meu namorado entregou que o tal peguete da garota era um conhecido seu. E, pensando por este lado, se era um conhecido da Ayumi e do Bento, provavelmente também era um conhecido meu. Se eu tivesse as manhas (e a vontade) de descobrir quem era o rapaz, essa pista reduziria as minhas opções a um grupo restrito de pessoas nos anos noventa.

— Sim, ele mesmo — ao confirmar o que disse anteriormente, Ayumi voltou o seu olhar para um ponto fixo à sua frente mais uma vez. — Eu até sei que você vai me dizer para superar, mais uma vez.

— É o melhor que você tem a se fazer, porque conhecendo essa peça aí, ele não vai pensar em você novamente até que esqueça a outra — e assim, ele envolveu os ombros da minha irmã em um abraço com o seu braço esquerdo. — Mas não vou mentir dizendo que não estou surpreso que você o deixou a fazer de segunda opção. Pelo menos eu nunca te vi cedendo fácil assim.

— Isso é porque tem uma parte minha que você não conhece — isso era verdade. Essa parte na qual se referia a minha irmã tentava esconder até mesmo de mim, mesmo que eu já soubesse com o que estava lidando. A Ayumi é daquelas que quer curtir a vida a todo custo e vive intensamente o hoje, apenas para não ter que pensar no amanhã. E mesmo que ela tenha planos para construir sozinha o seu futuro, um dos seus sonhos é poder dividir as suas conquistas com um príncipe encantado (ou princesa encantada) que também tenha corrido atrás dos seus valores. Em outras palavras, ela quer se casar com uma pessoa que tenha as mesmas percepções de vida que ela tem. A princípio, mesmo que eu tenha me lembrado deste conceito, eu não consegui compreender o que isso poderia ter a ver com a situação que ela estava narrando naquele momento. Enquanto estou escrevendo este parágrafo é que me caiu a ficha que ela poderia ter se apaixonado por uma pessoa que se enquadra nestes parâmetros citados, mas que essa pessoa fez o que fez com ela e agora a minha caçula estava arrasada por dentro, mas tentando manter a compostura forte diante dos olhos do meu namorado (o que, pensando bem, faz muito sentido).

Ayumi, se você estiver lendo isso, saiba que eu fiquei bastante incomodada com essa última parte da sua conversa. Não por sua causa ou por você ter contado tudo isso para o meu namorado e não para mim, mas porque eu senti em mim uma coisa que eu nunca havia sentido antes, neste momento. Não sei bem como explicar, mas eu podia jurar que era uma espécie de raiva misturada com angústia por não poder fazer diretamente algo para te proteger desses sentimentos que estavam batucando no seu peito. Infelizmente, eu também não seria uma boa pessoa para lhe aconselhar sobre o assunto (e eu acho que foi justamente por saber disso que você não me contou a situação anteriormente). Eu senti tanto por você, irmã, que eu tive vontade de chorar no seu lugar. E foi por isso que eu optei por não continuar escutando a conversa de vocês e ter saído para o quarto do Bento, para dormir. Se eu ficasse por lá mais alguns segundos sequer, você falaria alguma outra coisa e eu, me conhecendo como me conheço, provavelmente faria, sem querer, algum barulho que denunciaria a minha presença naquele local ou entraria na conversa sem ter sido chamada.

2631 palavras.

Oii?? Tem alguém por aqui??

E aí leitores? Como vocês estão? Bem? Mal? Espero que bem! <3

Autora aqui não andou muito bem de saúde nesses últimos tempos, não, essa é uma das causas do meu sumiço :( estive tratando de um problema de perca de peso repentina e quando me livrei disso, peguei dengue. Agora estou 90% curada, falta pouquinho! Alguns de vocês me seguem no instagram e me mandaram boas energias, agradeço por tanto carinho <3

E quem ainda não me segue mas deseja me seguir, esse aqui é o meu user lá: manudelangel_

Por hoje é isso, beijinhos e se cuidem :)


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