Amor em Verona • Destiel

By autoradestiel

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Castiel tem um sonho: fazer uma viagem incrível para Verona. Mas, chegando lá, descobre que a casa que reserv... More

AVISOS
Viagem de Brandon & Castiel para Verona!
Itália é para os enamorados.
Bem vindo à Villa Romantica.
Apenas reprima.
Paz de convívio.
Na boca do lobo.
Sou britânico!
Buon appetito!
O que você faria?
Seguir meu coração.
História antiga.
Reservas?
Estranho.
Jura ao Menos que Amor me Tens...
Sorria porque acabou.
O Amor Acha um Caminho.

Isso é romântico.

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By autoradestiel

Castiel acordou cedo naquela manhã ensolarada em Verona. Mas, seus planos eram um tanto diferentes da última vez.

Calçou suas novas pantufas, agarrou uma vassoura e uma pá, uma em cada mão, e marchou até os cacos de vidros que ainda estavam jogados ali, os juntando com cuidado. Agarrou uma esponja na sequência, esfregando uma mancha de molho que havia grudado na parede, evidenciando a guerra da noite anterior.

Dean ainda estava dormindo no sofá, roncando alheio à faxina toda.

Cas retirou as taças da mesa, voltando para retirar um pão escondido em meio às flores do vaso que a decorava.

Partiu então para o outro lado da cozinha, separando e guardando as dezenas de garrafas de vinho que estavam ali. As duas primeiras garrafas de vidro bateram de leve uma na outra e ele elevou seus olhos para ver se Dean havia escutado, mas o loiro apenas girou no sofá, ficando de barriga para baixo com sua boca entreaberta e com seu rosto esmagado na almofada.

Com a mesa livre ainda restava outra coisa: o balde de cuspe. Ele o pegou com imenso cuidado, retirando a tampa com uma careta de nojo e despejando o conteúdo na pia.

Seguiu então para a parte da varanda. Ele desceu rapidamente na rua para comprar algumas flores, voltando e as colocando na grade da sacada para decorar. Agora sim parecia com a foto do anúncio.

Ele checou tudo mais uma vez, agora indo para a parte em que cuidava de si mesmo, saindo porta afora.

Não demorou muito, abrindo a porta e encontrando Dean no mesmo ronco de antes.

- Bom dia! - sorriu largo, finalmente fazendo o loiro despertar.

- Ai, droga... Por que está gritando? - ele murmurou rouco e de ressaca, seus olhos se forçando a abrir.

- Aqui, beba este cappuccino. - riu estendendo o copo, vendo Dean se ajeitar para ficar sentado. - Vai se sentir melhor.

- Obrigado. - olhou ainda grogue para o copo, piscando algumas vezes para tentar se situar. Quando seus olhos miraram na casa ele elevou as sobrancelhas, surpreendido, piscando novamente para ter certeza. - Caramba! Você arruinou o lugar. - ironizou e Cas riu orgulhoso.

- Vamos. - ele se levantou, virando de costas e indo até a bancada da cozinha. - Temos planos.

- Espere, como assim? Que planos?

- É seu primeiro dia em Verona! - Cas rebateu e Dean conseguiu vê-lo colocando algumas coisas dentro de uma cesta.

- Certo. O que isso quer dizer? - indagou mais confuso ainda.

- Já esteve aqui seis vezes e nunca conheceu o lugar. Precisa de um tour! E eu sou seu guia turístico.

Cantarolou, fechando a cesta.

- Certo. - Dean deu uma risada curta, se pondo de pé. - E a Vinitaly?

- Disse estar livre até a recepção em Bardolino esta noite, que é no caminho do Lago Garda, que visitaremos com certeza, então nós estaremos lá às 19h em ponto. - Cas explicou com os olhos brilhantes agora fitando os verdes dele, frente a frente.

- "Nós"?

- Não perderei a chance de ver uma vinícola de verdade.

Dean deixou um daqueles sorrisos escapar enquanto encarava o moreno a sua frente. Reparou que ele estava vestido como um típico italiano, com roupas de alfaiataria aparentemente sob medida em seu corpo e até usava uma boina que de algum jeito conseguiu destacar ainda mais o azul de seus olhos. Parece que ele havia decidido tudo, então, como poderia negar?

- Beleza. - concordou, ainda sorrindo meio bobo para ele. Mexeu o braço um pouco desajeitado, meneando com a cabeça. - Sim, claro. Vamos conhecer Verona.

Ele sorriu mais uma vez quando Castiel retribuiu.

- Posso tomar banho? - questionou, quase como se pedisse permissão.

- É uma boa idéia.

- Certo.

[...]

Muro de cadeados.

Foi esse o primeiro destino de Castiel e Dean, ali mesmo na Casa de Julieta. Bem próximo à estátua já conhecida por eles, ficava um muro adornado com cadeados em que casais apaixonados seguiam a tradição, os prendendo ali como símbolo de amor eterno e fidelidade.

Dean observou Castiel tocar em um deles e fotografar. O moreno sentiu o olhar do outro sob si, e quando não ouviu nenhum comentário sarcástico ou zombeteiro, sorriu ainda mais.

A próxima atração era o Club de Giulietta. Os dois estavam no meio do pequeno grupo de pessoas, podendo ver claramente as secretárias focadas lendo as cartas de amor que eram enviadas para lá.

- O que é isto? Algum tipo de subemprego? - Dean sussurrou para que apenas Castiel pudesse ouvir.

- São as secretárias di Giulietta. - respondeu no mesmo tom, o seu, porém, mais doce. - Elas recebem mais de 15 mil cartas de amor por ano, cada uma dirigido à "Querida Julieta". E elas respondem cada uma delas.

- Não entendo. Por que alguém passaria seus dias escrevendo cartas em nome de uma garota fictícia que está morta há 700 anos? - Dean rebateu.

E lá estavam eles, os comentários sarcásticos e zombeteiros.

Castiel apenas o encarou, suas sobrancelhas curvadas e sua expressão formando uma resposta mesmo sem dizer nada. Dean abriu um sorriso, deixando uma risada anasalada sair enquanto concordava com a cabeça.

- Por amor, certo? - respondeu ele mesmo, mostrando que havia entendido o sinal.

- Ainda há esperança para você, Winchester. - semicerrou os olhos.

Partiram então para um dos destinos mais aguardados por Castiel, particularmente. Os dois subiram algumas escadas, entrando por uma sala enorme e vazia, agora reservada para eles. Castiel soltou uma exclamação, admirado assim que pisou seus pés na famosa sacada de Julieta.

Foi para mais perto, encostando suas mãos e fechando os olhos, sorrindo do jeito mais realizado que Dean já havia visto. Ele balançou no lugar e seus olhos se abriram quando sentiu o olhar de Dean novamente, os dois trocando pequenos sorrisos.

[...]

- Você tem cinco irmãos? - Castiel repetiu, provando mais uma colher de gelatto, os dois caminhando lado a lado. Dean murmurou em concordância. - Nossa!

- E você cresceu sendo filho único. Como foi isso?

- Meus pais eram muito apaixonados. Loucos um pelo outro. Era tudo sempre tão...

- Meigo?

- Constrangedor. - afirmou, risonho.

- Explique, por favor. - pediu, a sua colher agora parada em sua mão, afastada do pote de gelatto.

- Eles estavam sempre se agarrando. - riu.

- Isso é incrivelmente meigo! - disse, mas logo parou para refletir. - E nojento, na verdade.

- Isso estabeleceu um padrão inatingível. Mas eu tinha certeza que, se esperasse o bastante, estaria destinado a uma vida de romance. - concluiu, mais consternado.

- Beleza, vou te falar uma coisa. - ele deu uma risada curta, levantando um dedo antes de dizer. - O destino é uma fantasia. E uma bem equivocada.

Depois de soltar uma queixa, Cas o imitou.

- Explique, por favor.

- Certo. Então, digamos que conheci alguém em Verona, e nos apaixonamos loucamente. Você diria que é o destino, certo?

- Certo. - o moreno agora caminhava em sua frente, virando para olhá-lo.

- Certo, então isso significa que não tive nada a ver com isso. Que o resultado foi pré-determinado. Correto?

- O destino é isso.

- Então, o que há de romântico nisso? - Dean continuou, avançando para agora ficar à frente de Castiel, caminhando de ré enquanto o olhava nos olhos. - Porque quando você tira a escolha da equação, somos apenas fantoches em algumas cordas cósmicas sendo manipulados rumo à um desfecho pré-determinado. Mas e se houver, o que, 8 bilhões de pessoas no mundo? E eu escolher uma acima de todas as outras...

Os dois haviam parado seus passos, o contato visual permanecendo.

- Então, isso é romântico. - ele terminou, sua feição agora diferente.

Castiel de repente ficou sem palavras, balançando a cabeça em concordância com seus olhos brilhando.

- Sim. - ele disse tão baixinho que mal escutaram, mas nem era necessário. Todas as palavras que queriam dizer, todas as respostas, estavam ali nos olhos deles enquanto olhavam um ao outro.

- Sim. - Dean sussurrou de volta, imitando por reflexo o movimento do moreno, concordando.

Sinos soando ao longe chamaram a atenção, os dois virando juntos para mirar a vista que Verona os proporcionava.

- É a nossa carona até o Lago Garda. - Cas cantarolou para o loiro, agora com seu celular em mãos.

- Chamou um Uber? - questionou, confuso.

- Melhor ainda.

Jamme, jamme, 'ncoppa, jamme jà

A gargalhada de Uberto sobressaía a música que tocava na rádio de seu carro. Castiel ria do branco de trás, vendo Dean desesperado tentando agarrar o cinto de segurança emperrado.

Ah, os novatos...

- Caramba! - Dean gritou, arregalando os olhos a cada curva que Uberto fazia, sem desacelerar.

Funiculì, funiculà, funiculì, funiculà

- Precisa provar isto! - Castiel estendeu o canolli para o loiro, degustando o doce com a maior satisfação. Dean o olhou torto, agarrando agora o banco na frente dele.

- , Dean. É a receita de minha mamma! - Uberto virou a cabeça para falar com ele.

- UBERTO! - uma buzina soou e Dean berrou, apontando afobado para a frente.

Sem se abalar Uberto tomou controle do volante, o girando com destreza e desviando para o meio de uma plantação.

- O segredo é a ricota. - Castiel disse para Dean, ainda com o canolli em sua mão, recebendo uma piscadela de Uberto pelo espelho retrovisor.

Jamme, jamme jà, funiculí, funiculà

[...]

Depois de Dean checar seu pulso para ter certeza que havia sobrevivido, os dois se despediram de Uberto, avisando que o chamariam depois, e caminharam apenas um pouco para chegar no local exato que Castiel havia planejado.

Os dois se sentaram sobre a ponte à beira do Lago Garda e Dean descobriu que a cesta que Castiel havia preparado era para um piquenique ali, sob o pôr do Sol.

- Então, falei sobre meus pais e suas manifestações vergonhosas de afeto. E os seus? - Castiel puxou o assunto.

- Ah, meus pais eram normais. Eles se odiavam. - Dean respondeu depois de poucos segundos ponderando.

Apesar do que disse, sua voz era brincalhona, então Castiel deu uma risada curta o esperando continuar.

- Bem, não é verdade. Meu pai amava minha mãe. Na verdade, ele era louco por ela. - ele riu, parecendo se lembrar. - Ela era linda. Sabe, todo mundo dizia isso. Mas é engraçado, sempre senti esse... desespero vindo dele. Sempre preocupado que poderia perdê-la.

- Ele a perdeu? - Castiel perguntou, empático o suficiente para que aquilo não incomodasse o loiro.

- Sim. - acabou contando. - Sim, ele a perdeu. E, até hoje, não sei se ele estava certo o tempo todo ou se ela se cansou dele ficar esperando que isso acontecesse. Como um tipo de profecia que se cumpre.

Ele olhava para o moreno, o vendo completamente atento em cada palavra que dizia.

- Aprendi que o poder de qualquer relacionamento está em quem se importa menos.

- É um jeito triste de pensar. - ele disse, e Dean parou por um instante, olhando para o horizonte.

- Sim, suponho que sim.

Castiel não hesitou em colocar sua mão sobre a dele, apertando em um carinho. Dean se surpreendeu, olhando suas mãos juntas. O moreno não disse mais nada, ele apenas continuou com sua mão ali, seu toque de alguma forma passando todo o conforto que ele sabia que, talvez, suas palavras não iriam naquele momento. Dean sorriu para ele, respirando fundo enquanto mirava os olhos azuis que transpassavam um bem-estar que, contraditoriamente, chegava a lhe assustar.

Os dois admiraram um pouco mais a vista, guardando aquela imagem em suas memórias.

E após isso, seria Dean quem os guiaria.

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