𝐙𝐚𝐡𝐚𝐫𝐚 ☾︎☀︎︎ 𝐄𝐝𝐰𝐚𝐫...

By veesouz

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Fugindo de uma organização criminosa junto com seus pais, Zahara Moreau e sua família se refugiam em uma pequ... More

☾︎ Zahara ☀︎︎
☾︎ Cast ☀︎︎
☾︎ Graphics ☀︎︎
☾︎ Capítulo 2 ☀︎︎
☾︎ Capítulo 3 ☀︎︎
☾︎ Capítulo 4 ☀︎︎
☾︎ Capítulo 5 ☀︎︎
☾︎ Capítulo 6 ☀︎︎
☾︎ Capítulo 7 ☀︎︎
☾︎ Capítulo 8 ☀︎︎
☾︎ Capítulo 9 ☀︎︎
☾︎ Edward Cullen ☀︎︎
☾︎ Edward Cullen ☀︎︎
☾︎ Edward Cullen ☀︎︎
☾︎ Edward Cullen ☀︎︎

☾︎ Capítulo 1 ☀︎︎

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By veesouz


     Deitada na cama do hotel olho para o teto branco com detalhes azuis, já eram três horas da tarde. Tem dois dias que estamos nesse hotel em uma cidade aleatória da Califórnia. Tem dois dias que eu não consigo fechar meus olhos sem ouvir os barulhos dos tiros.

     Depois de perguntar para meus pais o que estava acontecendo, eu preferia não ter perguntado. Nossa vida estava em risco. Minha mãe é juíza, e a poucas semanas ela condenou a trinta anos de prisão o líder de uma organização criminosa. E agora essa facção está atrás de nós, olha só que maravilha.

     Respirei fundo levantando da cama, entrei no banheiro e tirei o pijama indo para debaixo do chuveiro.  Meus pais estão no quarto ao lado, sei que também não conseguiram dormir, minha mãe ficou ontem a tarde inteira comigo nesse quarto.

      Meu pai não tem tempo para descansar e está sempre no telefone. Ele é um neurocirurgião muito requisitado, no passado quando sua família veio da França para o Brasil, construíram um império de hospitais no país. Mas, meu pai e eu somos os únicos descendentes, alguma coisa aconteceu com os antigos Moreau que simplesmente sumiram da Europa e América do Sul..

      Até hoje eu espero meu pai me contar toda a história da nossa família mas, ele sempre diz que ainda não é a hora e que quanto menos eu souber, melhor. Como não sou a pessoa mais obediente do mundo, eu pergunto sempre, e ele sempre me enrola, todas as vezes eu ganho ou uma bolsa nova ou um belo par de sapatos, já devem saber que tenho muitas bolsas e sapatos.

      Desliguei o chuveiro e saí do banheiro indo até uma das minhas malas procurando por uma roupa confortável, um conjunto de moletom rosa. Coloquei pantufas e fui até o quarto que meus pais estão.

     Minha mãe estava sentada em sua cama lendo um livro e meu pai sentado pertor da janela, adivinha? Sim, falando no telefone.

      — Oi, meu amor, sente aqui comigo para ler. — Amélia me chama, minha mãe não é uma boa atriz.

      — Mãe, quanto tempo ainda vamos ficar nesse hotel? Alguém pode ter a decência de me dizer o que vai ser das nossas vidas de agora em diante? — Falei séria e minha mãe suspirou.

      — Certo, querida, me desculpe por tentar enrolar você. — Ela deixa o livro de lado e olha para meu pai que entende e desliga o telefone. — Como você sabe o que aconteceu no Brasil, nós não podemos voltar para lá, pelo menos não pelos próximos anos.

     — Então vamos nos refugiar em uma pequena cidade na península Olímpica, no noroeste de Washington, a cidade de Forks. Eu comprei uma casa lá, bem grande, tenho certeza que você vai gostar... — Já vi que eu não vou gostar. — Lá chove frequentemente, vai poder usar suas roupas de inverno.

      Ah, então lá chove frequentemente e... Como assim frequentemente? Eu amo a chuva, mas, com frequência? Se chove sempre significa que não tem muito sol, não tem bronzeado, eu sou uma menina preta? Sim, mas preciso estar sempre reativando minha melanina.

      — Por que essa cidade? — Minha voz pode ter saído um pouco grosseira.

      — É uma cidade onde ninguém pensaria em nos encontrar. — Meu pai fala simples e parece que o assunto acabou. — Amanhã pela manhã nós vamos pegar um avião para Seatle, sei que não está conseguindo dormir, vou pedir uma xícara de leite quente para o seu quarto.

      Ele diz isso e eu voltei para o meu quarto, Prada meu samoieda estava dormindo em uma poltrona, peguei meu notebook e vamos pesquisar sobre essa pequena cidade... Que Deus me ajude!

     A cidade tem a mesma quantidade de habitantes que a região que eu morava em Brasília o que mais tem é floresta, tem uma pequena reserva indígena na costa, tem uma praia, pelo menos tem praia.

      Só tem uma escola com apenas trezentos e cinquenta e sete alunos, é o tipo de lugar que se você tropeçar em uma pedra todo mundo vai saber. Uma nova família rica chegando em um lugar pequeno vai ser uma sensação, espero que em alguma cidade perto tenha pelo menos um shopping.  Passei a tarde toda pesquisando sobre o lugar, não achei muita coisa, não tem nenhum blog sobre o lugar, vou ter que descobrir pessoalmente, detesto não estar preparada para tudo.

     Meu corpo pedia por pelo menos algumas horas de sono, minha mente turbulenta não me permitia fechar os olhos por cinco minutos sem ser atormentada com as lembranças.

      Tinha um calmante na caixinha de primeiro socorros na gaveta, que errado, não pode ter remédios aqui assim sem orientação médica... Tomei.


     Ouvi alguém batendo na porta e deixei entrar, era uma camareira, olhei no relógio e olha só, dormi seis horas, já tinha escurecido. A moça bonita deixou uma bandeja na minha cama, tinha frutas, pães, queijo, geleia, água e suco. Assim que ela saiu eu comecei a comer. Prada que também estava dormindo acordou assim que sentiu o cheiro de comida e levantou a cabeça, dei um pedaço de pão para ele, o pote de ração dele está cheio, mas fazer o que.

      Depois de comer eu levantei e fui tomar um banho, me troquei e fui procurar algo para fazer nesse hotel enorme, no mapa dizia que tinha uma biblioteca no norte... Onde fica o norte? Fui andando até chegar na área de piscinas aquecidas, olhei no mapa novamente e elas ficavam na direção contrária a biblioteca, vou chamar um táxi, não é possível.

     Depois de ir para lugares totalmente diferentes de onde eu queria, eu consegui chegar na biblioteca com ajuda de um dos rapazes que trabalha aqui, muito lindinho por sinal, ele me pediu meu número mas, eu não tenho mais número, inclusive preciso trocar de celular.

      A biblioteca não era tão grande quanto deveria ser, mas já serve, eram nove horas da noite então tinha pouquíssimas pessoas aqui, só alguns adolescentes com roupas extremamente sem graça e com cara de sofridos, duas senhoras lendo algum romance que eu não reconheci e um homem lendo um livro de leis.

      Peguei um livro aleatório da área de romance e fantasias, eu amo. Sentei em um sofá confortável e comecei a ler, depois de trinta páginas eu comecei a rir mas logo parei por causa do barulho, a menina simplesmente se apaixona por um vampiro e praticamente se mata para que ele a transforme e possam viver para sempre juntos. É cada coisa viu. Continuei lendo e no final do livro já estava chorando,  ela morreu para um caçador.

      O relógio na parede marcava quase meia noite, fiquei muito tempo aqui, não tinha mais ninguém. Voltei para meu quarto já que eu tinha decorado o caminho. Deitei na cama e Prada deitou junto comigo, fiquei fazendo carinho no meu cachorro branquinho. Dormia e acordava assustada, fechava os olhos e os sons de tiro me faziam abrir os olhos assutada e olhar pra todos os lados com medo. Prada sentindo minha tensão deitou a cabeça no meu peito e ficou me olhando com os olhinhos mais lindos do mundo, consegui dormir um pouquinho.


      E mais uma vez alguém bate na porta do quarto, levantei meu rosto do travesseiro para ver minha mãe, resmunguei e virei para o outro lado sendo acompanhada por Prada.

     — Vamos minha flor, são sete da manhã, temos que ir embora. — Ela falou e eu resmunguei alguma coisa que nem eu entendi. — Temos um vôo para Seatle, de lá mais um até Port Angeles.

      — Los Angeles? — Perguntei.

    — Não, Port Angeles. — Ela diz.

    Levantei xingando mentalmente todos as palavras feias que eu conheço, me enfiei debaixo do chuveiro amaldiçoando a tudo e a todos. Saí do banheiro e coloquei um conjunto de moletom rosa, eu não sou muito de usar moletom, mas eu vou pegar umas seis horas de avião, nem a Rihanna fica bem depois de tantas horas de vôo.

  Desci para tomar café com minha mãe ao meu lado, meu pai nos esperava em uma mesa com Prada ao seu lado, podia ter um cachorro de porte grande em um hotel de luxo? Não sei, mas nada que dinheiro não resolva. Fui fazer meu prato e todos comemos aproveitando a companhia um do outro.

     Meia hora depois já estávamos no avião, levantei da poltrona confortável e fui até a mesa enorme de doces que tinha ali, meus pais bebiam um whisky caro de não sei quantos anos enquanto liam alguma coisa, mas tenho certeza que minha mãe queria tomar uma cachaça com limão pra poder relaxar desse trauma recente.

     Peguei alguns doces. Uma música clássica tocava bem baixinho, tinham poucas pessoas na primeira classe indo para Seatle, não julgo quem não veio eu também não queria ir.

       Depois de horas em um avião e mais um tempo em outro já estávamos em um carro que meu pai alugou. Ele reclamava que seus carros iam demorar chegar, eu disse para ele vender aqueles e comprar outros, mas ele tem apego emocional com os que tem no Brasil.

     Uma hora até a cidade.

     — Como está se sentindo com essa mudança repentina filha? — Meu pai pergunta no volante.

      — Assustada, sem opção. Vou sentir falta do meu namorado. — Falei encostando na janela do Peugeot 2005.

       — Qual dos três? — Minha mãe pergunta e eu abro a boca surpresa e indignada. Meu pai deu risada da minha cara.

       — Mãe! Isso não se diz. — Eu falei alto.

     — Quem você quer enganar filha? Você é igualzinha a sua mãe antigamente, e você não namorava com nenhum dos três. — Meu pai diz.

      — De qual você vai sentir falta? O filho do veterinário de Prada? Anderson né? — Minha mãe pergunta, era Anthoni. — O filho daquele sócio do seu pai? O Carlos, ou o jardineiro do condomínio? — A zombaria estava quase palpável.

     Ignorei eles e coloquei meus fones de ouvido sabendo que eles ainda riam. Eu nunca namorei realmente, tá, só uma vez com um filho de jogador de futebol da minha escola, hoje ele está fazendo teste pro flamengo. Mas, nunca foi aquele namoro que você já dorme com a pessoa, nunca cheguei a fazer isso, mas, já "quase fiz" muitas vezes.

      Olhei pela janela e estávamos passando em uma ponte enorme com um rio maior ainda embaixo, e vi um monte, eu repito, um monte de árvores, do nada tudo simplesmente ficou verde, o clima ficou mais frio. Dos dois lados da pista tinha floresta, troncos caídos com muito musgo, árvores grandes e plantas se entrelaçando nas árvores preenchendo todo local.

      — Olha, não é querendo ser a pessoa medrosa e paranóica mas, vocês tem certeza que é esse o lugar, não é querendo acabar com o clima que já não está bom, porém, olhem ao redor. — Falei apontando para as janelas. — Só tem mato, se algo acontecer aqui você corre para onde? Só tem mato, e é no mato que o pior acontece, eu não duvido nada de aparecer um bicho grande ou uma maluco com uma serra elétrica, uma facão eu até suporto, agora serra elétrica não!

     Eu falei e meu pai riu, a minha mãe fechou a cara e do nada senti a almofada que ela segurava voar na minha cara, se eu disse alguma coisa eu não lembro mais, quieta fiquei.
 
     Chegamos finalmente na cidade.

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