Os Desejos Mais Sombrios De U...

By MariaLuiza2292

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Esther, uma garota de 16 anos mora com a sua irmã mais nova, Alice de 8 anos e a sua mãe, Fernanda. Após... More

* DEDICATÓRIA *
* Saudades do Papai *
* A caminho da nova casa*
*Medo do escuro*
* A lenda da Mansão *
* O jantar com o proprietário*
* A escola nova *
* Papel de mãe *
* O passeio no parque *
* Notícias: Casa mal assombrada ou assuntos mal resolvidos?*
* Quem está aí? *
* Deixe-me ir *
* Sonhos dolorosos *
* A caminho do pesadelo *
* Sabemos o que você quer, querida *
* Passeios noturnos ao hospital *
* Sonhos discretos *
* Papai.....*
* Tudo o que sempre quis? *
* Por favor, seja forte como uma princesa das neves *
* As batidas de um coração por um amor.*
* Coisas de gente grande *
* Sacrifícios por um único desejo *
* A felicidade de todos *
* Apenas nós dois *
* Adeus... Querido.*
* Traumas de infância*
* São apenas palavras *
* Ele só está bêbado *
* Não vá... *
* Dores acumuladas *
* Ser um homem ou ser humano? *
* Uma garrafa não vai me tornar um monstro *
*sangue atraí sangue*
* Desculpas não resolveriam uma morte *
* Talvez........*
* Sem moradia *
* Recomeço *
* O almoço fracassado *
* A mulher de branco *
* sanidade mental *
* A verdadeira morte do papai *
* Memórias perdidas *
*Não tema a morte, ela nunca lhe esquecerá*
* O meu filho não! *
* Quero poder gritar para todos o quão ruim é não te ter aqui *
* Segunda chance *
* Verdade trancada a sete chaves *
* Se você conseguir ler os meus olhos, saberá da minha dor *

* Lealdade a venda *

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By MariaLuiza2292


                                     Arthur.                                    

        Meu corpo parece pegar fogo. Estou em chamas, queimando completamente, o resto que sobra de minhas forças tentam implorar para que ela me deixe ir.

    Ela me prende... me sufoca...

   Tudo o que sinto é dor. Quero gritar, mas nem sempre consigo.

     Grito de dor, grito o seu nome.

     Tento parar de respirar para que isso acabe, mas ela não me deixa partir.

   Ela grita por ajuda e eu grito por misericórdia!!

      Não suporto essa dor! Eu não consigo me sentir vivo!!!

     Eu começo a me contorcer, eu acho.

   
    Não sei de nada. Não vejo nada. Não sinto nada além de meu corpo em chamas.

     O meu peito arde. Mas não é algo que eu possa suportar.

    Minhas mãos tremem sem forças.

    Minha garganta queima tanto que preciso deixar a minha boca aberta, mas dói tanto que não consigo.

      Sinto como se meu corpo fosse rasgar.

    E, por algum motivo, o meu braço direito e o meu peito têm a chama mais acesa.

    Por favor!!!! Me deixe ir! Deixe-me fugir dessa dor da qual não consigo me libertar!!!!

 
    Nem o seu amor pode me fazer lutar por minha vida agora... nem mesmo o seu desespero me faz mudar de ideia.

    Essa dor me consome como se estivesse inflando, prestes a explodir de baixo do Sol.


    E então, mesmo com sua mão em mim, tudo cessa.

   Começo a perder meus sentidos e percebo que aquilo deve ser o que se chamam de morte.


   - O que você tem com a morte, garoto? Você anseia tanto por ela? - Me pergunta confusa seguindo o seu caminho.

...

Eu me aproximei mais dela, ouvindo seu coração acelerar e a sua respiração irregular.

 
  Ela é tão perfeita!!

- Tenho sim. Eu não deveria ter sido tão grosso. Eu te amo, minha rainha. - afasto uma mecha de seus cabelos do rosto - Amo cada detalhe seu. Amo com mais intensidade do que o fogo.

- Eu também te amo. E prometo não errar de no..

- Shi, sem desculpas. - Eu precionei seus lábios com o dedo.

- Tá bom, sem desculpas. - suspira - Eu te amo mais do que qualquer coisa. - Ela sorri. - Ao seu lado tudo perde a graça para mim com um único sorriso seu. - Ela encostou a cabeça na minha.

     Minha rainha. Ali, tão perto de mim.

    Minha rainha. Do meu lado.

  
    Se vamos morrer, que seja agora. Que essa seja a minha última lembrança.

   Eu soltei sua mão da minha e passei por volta da sua cintura e colei seu corpo ao meu.

Ela passou a mão por baixo do meu cabelo e nós nos beijamos. Minha mão deslizou por sua cintura e ela colocou a outra mão no meu pescoço. Eu coloquei a minha outra mão nos seus cabelos.

    Aquilo foi tão perfeito!

    Aqueles lábios macios nos meus, seu corpo tão perto, o calor da sua pele, o seu cheiro. Tudo tão incrível!

   ...

    E então acordo, eu acho.

     O que estou fazendo aqui?

      Não consigo enxergar quase nada.

      Está tudo escuro e com um cheiro estranho... cheiro de sangue.

     Olho a minha volta.

     Estou parado no corredor que dá para a sala de cirurgia.

      E... Isso é sangue?

    Estou muito confuso, mas tenho quase certeza de que a resposta é sim.

    Há marcas vermelhas pelas paredes, há poças de sangue no chão e... Um corpo.

    Me aproximo deste corpo. E então vejo que é Esther desacordada.


- Não, não não...

     Começo a chorar desesperadamente. Corro até ela e apoio sua cabeça em minhas pernas.

- Meu amor? Você está bem? - Espero, mas ela continua desacordada. - Por favor, acorde! - Dou alguns tapinhas de leve em seu rosto, sem sucesso. Tento respiração boca a boca, e não dá certo.


     E então ouço uma voz bem longe daqui.

- Ah, relaxe, ela está bem. Esse sangue não é dela. - A pessoa parece debochar do meu desespero.

- Quem...

- Quem sou eu? Sempre as mesmas perguntas patéticas. - Ela suspira. - Relaxe, a sua amada está bem. Esse sangue é... de alguns garotos que você conhece. - Ela da uma pequena risada. - E claro, do seu amado pai.


    Paro de chorar. Estou congelado e não consigo dizer nada, quase me esqueço de respirar.

    É mentira. Eu sei que é. Mas por algum motivo meu cérebro parece ser burro o suficiente para acreditar nessa história.


- Solte-a.

- Não... - Sussurro, olhando para Esther em meu colo. - Não, não posso. Preciso sair daqui. Preciso levá-la comigo! - Começo a me desesperar e a balançar a cabeça em negação.

     A voz ri da minha cara como se fosse morrer de tantas gargalhadas.

- Ela não é esse anjo que você pensa que é! Ela tem defeitos, muitos defeitos. Ela é ambiciosa, e você sabe disso. Não se lembra de quando ela quis deixar você e obrigar a Alice a ir para um outro mundo? Não se lembra de que pelo egoísmo dela Alice quase morreu e VOCÊ pagou o preço disso? - Ela suspira. - Garoto, ela sempre deu sinais. Sempre esteve óbvio que ela prioriza sempre a ela, e você vem como uma segunda opção.

- Óbvio que não. Ela me ama. - Sussurro.

- Ah, e você sabe o que é amar de verdade? Você já recebeu amor?

    Minha mãe...

    E então é como se ela tivesse lido a minha mente quando diz:

- A sua mãe lhe amou tanto que deixou você apodrecer dentro da sua própria casa! Deixou com que o seu pai fizesse de você um prazer. Não pediu ajuda quando você era abusado todos os dias. Você chama isso de amor?


- ELA TINHA MEDO! - Grito, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto e o meu corpo tremendo por completo.


    E de novo a voz ri de mim.

- Você é tão ingênuo! Você sofre tanto pelos erros dos outros com medo de machuca-los e acaba se ferindo. Você nunca precisou carregar todos esses traumas. Era só falar. Só contar a alguém.


    E perder a vida do meu pai por culpa minha? Não, nunca. Ela está completamente errada.

- Não estou falando mais de seu pai. Estou falando dos quatro garotos que lhe zoavam. Os garotos que só pararam de lhe perturbar aos seus quatorze anos, quando você se vendeu a eles, entregou a sua fidelidade aqueles garotos horríveis. John, Antony, Lian e Jack. Você se lembra deles?

   
     Lian.

   
    Como me esquecer deles...


- Você sempre pôde acabar com o próprio sofrimento. Não precisava fazer o sacrifício de se tornar um deles. Mas o que você fez? Você ficou com medo de Lian fuzilar o peito de seus pais na sua frente. E o pior, o que você tinha em casa não chegava nem perto de um pai. E muito menos de uma família.




     Aperto os maxilares e os punhos.


- ME TIRE DAQUI! CALE A BOCA E ME TIRE DAQUI!

    Ela ri. A sua risada agora me dá tanto ódio que eu poderia espancar ela se conseguisse vê-la.


- Ah, não. Creio que você não bateria em mim. Primeiro, você não consegue me ver, e segundo, não quer repetir os passos de seu pai, não é?


     Quero Matá-la, apenas isso.

   Ela ri de novo e sinto uma dor enorme mas mãos. Abro os punhos e vejo que apertei com tanta força que está vermelho como a carne viva. Por pouco não começou a sangrar.

  
    Olho para o meu colo e Esther não está mais ali.

- Eu lhe disse que não era ela de verdade e muito menos o seu sangue.


   Mordo os lábios e passo as mãos no meu cabelo.

- Bom, eu tentei lhe avisar. Você sabe que deveria contar a verdade a polícia. Sabe também que você e Esther não vão conseguir ficar juntos. - Ela suspira - Vocês são jovens. Ela está em um momento conturbado e é cheia de ambições pelas quais faria de tudo. Você é um garoto que tem muito para oferecer a ela, mas é cheio de traumas. Ela precisa de mais. De alguém que entenda os seus desejos e não ligue em destruir o mundo inteiro para se salvar. - A voz dá uma risada -  Ela acabaria com o mundo para vocês terem a chance de serem felizes, já você, morreria para que ela e o mundo tivessem a oportunidade de viver.


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