I don't need God
Because I'm her
smells blood
"OS FILHOS DA PUTA VERDE terão suas cabeças arrancadas e entregues para a vagabunda de sua mãe."
Ao contrário do esperado, Helaena cooperava com a informações sobre o paradeiro de seus irmãos por cartas e quando Alyssa soube onde Daeron estava um sorriso perverso brincou em seus lábios.
━━━ Porto Real receberá a cabeça de Daeron, o esquecido.
Daemon encarou a filha.
━━━ Filho por filho, meu pai.
Ele sabia o que ela queria dizer. Vingaria Visenya, a bebê natimorta de Rhaenyra, embora Alicent mesmo que perdesse todos os filhos não saberia a dor de uma verdadeira mãe.
━━━ Cumpra seu objetivo e retorne com segurança.
Alyssa assentiu, Daemon se aproximou da filha.
Ele não sabia como demonstrar o carinho que sentia pelas pessoas que o importavam a maior parte do tempo. Mas esperava que Alyssa soubesse que ele queimaria o mundo por ela e qualquer uma de suas filhas.
Que ele as amava mais do que sua própria vida. E que se sentia culpado pela frieza de Alyssa, ele queria a ver crescer em um ambiente saúda mas nunca foi capaz de proporcionar algo assim.
━━━ Skorī prūmia arlī ñuhe.
"Tome cuidado, princesa dragão." Alyssa abriu um sorriso e assentiu.
━━━ Aōhys.
"Eu irei."
Deu as costas saindo do local, a áurea sombria ao redor de seu lindo corpo.
━━━ Para onde está indo?
Seus passos cessaram a ouvir sua irmã, Baela.
━━━ Acerto de contas.
Virou-se para encarar a garota que tinha seus belos cachos volumosos prateados soltos ao vento.
━━━ Me deixe ir com você.
Alyssa piscou e inclinou a cabeça com um semblante sereno.
━━━ Pegue suas coisas e me encontre na saída do castelo.
A mais nova assentiu e apressou os passos saindo dali, Alyssa chegou a Cannibal que aproximou o focinho que portava algumas cicatrizes mais claras fundas em sua pele.
As mãos de Alyssa o acariciaram, Cannibal era imenso sua cabeça comparada ao corpo de Alyssa a deixava parecida com uma criança.
Pela sua idade e pelo fato de não ter sido criado preso no fosso dos dragões, batia de frente com o tamanho de Vhagar perdendo por muito pouco. Até porquê ainda assim o dragão usado na conquista era mais velho.
Quem sabe com mais alguns anos Cannibal ultrapassasse o tamanho do dragão montado por Visenya.
Asas leves foram ouvidas cortando o vento e a loira identificou Bailalua a dragão filhote de sua irmã.
Bailalua era uma dragão jovem, verde-clara, com articulações nas asas, chifres e crista cor de pérola. Sem contar as asas enormes, ela tinha o mesmo tamanho de um cavalo de batalha, e pesava menos.
Alyssa pensou na loucura que estava fazendo ao montar em Cannibal e viajar ao lado de sua irmã para uma área repleta de inimigos.
Ela podia ser um problema, um ponto fraco, mas Baela era tão obstinada selvagem quanto Alyssa.
Ambas filhas de Daemon Targaryen, o sangue do dragão fervia em suas veias não há razões para que Alyssa achasse que sua irmã seria um fardo.
Baela sequer perguntou para onde de fato Alyssa iria, o que a levou ao pensamento de que estava bisbilhotando atrás da porta.
A lua cheia fora as tochas iluminavam o acampamento dos Verdes, Alyssa e Baela felizmente encontraram uma brecha a qual puderam se aproveitar para adentrar sem serem vistas pelos guardas de plantão.
Bailalua e Cannibal deixados escondidos bem distantes do local para que não houvesse alarde.
Afinal, o foco era a cabeça do príncipe traidor.
E agora encapuzadas a princesas se esgueiravam dentre os poucos soldados e meistres do acampamento.
━━━ Ei, vocês!
Alyssa murmurou um "droga" antes de se virar e colocar um olhar inocente em seu rosto.
━━━ Pois não, milorde?
Adoçou a voz puxando discretamente o decote para baixo ressaltando seus seios fartos para onde os olhos do soldado foram.
Ela sentiu um profundo nojo, mas não podia alarmar o acampamento de sua presença.
━━━ O-o que estão fazendo aqui?
Gaguejou retornando a si.
━━━ A rainha viúva pediu para que encontrássemos o príncipe Daeron, milorde.
A língua de Alyssa amargou ao se referir a mulher odiosa daquela forma, mas não havia outra maneira.
━━━ Vocês não podem...
Ia contestar mas Alyssa se aproximou em passos tranquilos e usou de seu inexperiente poder de sedução a seu favor.
Seus dedos passearam pelo maxilar barbado do homem, Baela observou quando a outra mão de Alyssa deslizou para a parte de dentro da capa até sua própria coxa e sorriu ao ver como o homem não notara a ação inebriado pelos olhos violeta.
━━━ Milorde, me deixaria muito feliz que um cavalheiro como você não fosse contra a ordem da rainha.
O homem engoliu em seco quando o timbre da garota enviou arrepio para seu corpo. A mão do mais velho deslizou para a costela da garota próxima a seu busto.
━━━ Você teria que me recompensar por isso...
O guarda disse, Alyssa sentiu vontade de revirar os olhos mas forçou um sorriso malicioso.
━━━ Mas é claro, milorde. Feche os olhos para mim, sou tímida.
O homem a obedeceu com um sorriso nos lábios que se formaram um bico, Baela prendeu o riso assegurando de que não vinha ninguém pelos corredores.
E então Alyssa agarrou os cabelos do guarda e em um movimento rápido passou a adaga afiada por seu pescoço o fazendo arregalar os olhos enquanto engasgava em seu próprio sangue grosso.
A loira se afastou com um olhar indiferente e o viu cair em um baque que com certeza atrairia atenções por isso se apressou em pegar a mão de Baela a arrastando pelo local.
Ela não tinha ideia de onde Daeron estava mas sabia que estava ali.
Logo se amaldiçoou por cortar a cabeça do maldito antes que pudesse tirar mais informações, até que ouvira a voz rouca de um homem abafada atrás de duas portas de madeira, haviam outras vozes. Mas nada além de murmúrios.
A porta rangeu quando empurrada para que abrisse uma frecha dando a visão de Baela para o que estava acontecendo lá dentro. Haviam alguns homens sentados e um único platinado em pé inclinado sobre a mesa parecia estressado.
Até que um som de estilhaço ressoou no corredor, Baela olhou assustada vendo Alyssa segurando a boca de uma serviçal que havia estava a trazer um bandeja com o que pode identificar pelo cheiro ser vinho agora derramado pelo chão.
Baela voltou a olhar para dentro da sala onde agora os homens encaravam a porta se perguntando o que era aquele som, um deles levantou e caminhou em direção a porta abrindo e se deparando com uma mulher ajoelhada no chão recolhendo os cacos.
━━━ O que foi isso, porra?!
Praguejou, o maxilar de Baela retraiu tendo que segurar a respiração e se conter no papel para não socar a cara do homem que havia lhe gritado.
━━━ Desculpe, senhor. Logo trarei outra.
O homem bufou e bateu as portas ignorando a situação. Baela suspirou terminando o trabalho e seguindo na direção onde sua irmã havia ido.
━━━ O que aconteceu com ela?
Observou a mulher desacordada e amordaçada deitada em um canto da despensa.
━━━ Está dormindo.
Baela observou Alyssa pingar gotas de um frasco pequeno de vidro no vinho e o tampar com a rolha o colocando de volta entre seus seios mexendo a garrafa de vinho para cima e para baixo.
━━━ Eu lamentaria pelo desperdício de vinho, mas essa lavagem não se compara ao verdadeiro vinho.
Disse Alyssa e continuou.
━━━ Você vai entregar para aqueles porcos, Bae. Apenas se preocupe em sair de lá, após, eu cuidarei do resto.
Baela adentrou de cabeça baixa servindo as taças, os guardas não tardavam em tomar os líquidos pelo que a Targaryen podia ver.
A Targaryen olhou para o príncipe de soslaio, ele sequer a olhou desde que entrou. E não teria problema se visse já que não a reconheceria.
Ele era o único a não ter taça para encher, pelo visto Aegon era o único irmão a ter vício por álcool.
Baela deixou a sala ouvindo o efeito começar a surtir pelas tosses dos homens, um sorriso satisfeito enfeitou seus lábios.
━━━ Senhor...
A voz ofegante chamou.
━━━ O que foi agora?
Daeron exclamou irritado outra vez.
O Targaryen olhou para o rosto do homem que agora estava com as veias de seu rosto aparentes e roxas.
O homem sufocou mas não antes de erguer a mão e apontar para trás do príncipe que se virou com relutância. Mas nada viu, além de uma cortina e uma parede, o loiro voltou a olhar para frente vendo o desespero de seus homens que caiam.
Uns com as cabeças na mesas e outros que lutavam para se levantar mas não iam muito longe.
O príncipe gritou por seus meistres e fora olhar atrás da cortina levando em consideração o último ato que seu guarda proferiu antes de morrer com os olhos arregalados como se tivesse visto um demônio.
E de repente algo frio fora posto contra seu pescoço.
━━━ Surpresa.
A voz feminina disse com falsa simpatia, Daeron arregalou os olhos reconhecendo instantaneamente.
O Targaryen se apressou em virar-se rapidamente no intuito de dar uma cotovelada em que estivesse atrás.
A lâmina da adaga lhe cortou o pescoço e o sangue desceu mas o corte não sendo fatal, Alyssa se afastou.
━━━ Pobre Daeron, iria lhe dar uma morte "calma" se cooperasse. Mas não costumo ser piedosa com ratos como você.
O príncipe correu em direção a mesa em busca da espada, mas Alyssa foi rápida em acertar seu estômago com um chute.
Ele caiu puxando o pé da princesa consigo a fazendo desequilibrar, Alyssa tentou chutar seu rosto mas o príncipe levantou pegando a espada.
A loira levantou inabalável com um sorriso em seus lábios.
━━━ Está aqui pela prostituta? Ou pelo seu doce bastardo?
Provocou Daeron.
━━━ Estou aqui para tirar sua vida, filho da puta.
Ele a atacou e as lâminas se encontraram. Daeron era bom com armas e mais forte que Alyssa no quesito físico.
Após alguns minutos ambos estavam cansados suados e sangrentos. Alyssa com um profundo corte na perna e Daeron com a camisa banhada pelo sangue que descia de seu pescoço.
Apenas um sairia com vida daquele local.
No fim da floresta, Cannibal de repente rugiu assustando a Baela que mantinha a distância junto a Bailalua.
Um soluço de desespero escapou de seus pulmões.
━━━ Droga, Alyssa!
A lua era a única coisa que iluminava aquele lado da floresta, o chão estremeceu e a Targaryen viu Cannibal alçar vôo.
Ela montou em seu dragão ordenando que fizesse o mesmo.
Não podia parar Cannibal, então voou ao seu lado o vendo ir diretamente ao acampamento.
A cabeça do dragão alternando de um lado para o outro procurando algo ou alguém. Aquilo alarmou aos guardas que se articularam para pegar as bestas.
O fogo verde os consumiu, Baela sentia o coração a mil ela tinha que fazer algo.
Viu quando alguns dos guardas se posicionaram para atacar o "ponto cego" do dragão. Então mergulhou naquela direção.
━━━ Dracarys!
Bailalua ateou fogo no esquadrão, e de repente o acampamento fora consumido pela ira dos dragões incluindo a cabana onde Baela sabia que Alyssa estava.
Viva ou morta.
E a aflição consumiu suas vísceras.
━━━ Não!
Gritou em desespero, Cannibal rugiu novamente batendo suas asas pesadas enquanto ia em direção ao local.
As lágrimas banharam as bochechas de Baela que negava com a cabeça e soluçava.
Ela pousou um pouco distante e se aproximou vendo uma figura emergir das chamas.
Era Alyssa, segurando algo embalado em suas mãos. Seu andar era arrastado, Baela mal pode acreditar.
O dragão negro pousou ao lado da montadora e abaixou a cabeça, aproximando a pata para que Alyssa usasse de apoio para subir.
Ele soltou um bufo quase como se demonstrasse tristeza.
Baela correu até a irmã, ambas presenciaram quando um terceiro dragão se aproximou.
Cannibal rosnou mas fechou a boca quando Alyssa sinalizou para que o fizesse.
Sorrindo para sua irmã ela lhe entregou uma espada, Baela franziu o cenho.
━━━ Vamos adicionar ao trono.
A garota entendeu que a quem a espada pertencia, e desceu os olhos para o pano que enrolava algo.
Seu estômago embrulhou ao ver a parte debaixo do tecido a qual escorria um líquido espesso.
━━━ Está e a...?
Alyssa assentiu com a pergunta inacabada da irmã.
━━━ E se tudo ocorrer como planejado Tessarion será um presente para Rhaena.
NOTAS DA AUTORA.
Gente, próximo capítulo vai ter algo mais soft eu prometo.
Esse daqui ficou enorme scrr