Secret in rosé - Ziam

بواسطة ladyarrozdoce31

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Zayn e Liam se odeiam igualmente. Graças a descoberta de um segredo peculiar, Zayn vê sua grande chance de se... المزيد

01). Confrontation
02). Discovery
03). Agreement
04). Slaps in the night
05). Say my name
06). House
07). Forgiveness
08). Remedy
10). Full moon or sun

09). Solace

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بواسطة ladyarrozdoce31


— Descanse. — Zayn repetiu pela última vez, impaciente pela insistência de Liam. 

Não havia hipótese na terra que o faria mudar de ideia e permitir que o acompanhasse naquela dita negociação. 

— Isso é sobre mim. Não sobre vocês. Ele quer se vingar. Quer te atingir e não vou deixar. — argumentou, agitado pela pressa de Zayn em seguir de um lado para o outro e acertar detalhes mínimos antes de encontrar Hernandez. 

— Não vai conseguir fazer nada todo estourado desse jeito. Meus homens e eu damos conta. — disse, amarrando os cadarços das botas.

— Espero ser de utilidad!

— Esqueça! E se continuar, te tranco aqui dentro. — ameaçou, em tom firme. Mas não era como se Liam abaixasse a cabeça facilmente. Sua persistência se igualava com a dele. 

— Quero só ver você tentar.

— Quer se torturar por que? 

— Me ouça! Soy responsable de esto. — abaixou o tom, um pouco melancólico ao imaginar que Louis poderia sofrer as consequências, sendo a isca para que Zayn se movesse e então, seu tio daria ao gângster o mesmo tratamento. Ele sentiu a dor extrema e tremia só de imaginar Zayn a sentindo em sua carne também. 

— Se for pra caçar culpados, adivinhe, eu sou o maior deles. Se eu não tivesse te arrastado para uma chantagem, ainda teria seu império. — vestiu a jaqueta por último. 

— As coisas são como são. Não têm como voltar atrás. Me deixa agir. No está bien dejarme solo y prohibirme obtener justicia, Malik! — implorou, odiando não poder fazer nada. 

— Esqueça, Payne. Não vai ser bom ficar no meio disso. A coisa vai ficar feia e você esta quebrado. — recordou, apontando o dedo para ele e desviando o olhar. Tinha vontade de quebrar alguma coisa sempre que via as malditas marcas nele. 

— E eu sou um camponês ingênuo? Fala como se eu não fosse um criminoso também. Eu aguento! 

Zayn riu, descrente de algo assim. Pra Liam chegou a ser ofensiva a sua reação, exalando prepotência. 

— Sua gangue de baunilha não se comparava a Zquad. Agora com Hernandez eles vão se igualar. Vai ser um banho de sangue, princesa. — ajeitou as armas na cintura. 

— Me conceda um bote. Sei que é violento quando se trata desse tipo de coisa e sou capaz de lidar. 

Zayn negou com a cabeça, fazendo Liam bufar pela teimosia. 

— Esqueça. Me odeie, mas não vou arriscar. Se isso acabar mal, pelo menos estará salvo. Você e Harry. — foi sua última palavra antes de sair apressado. 

— Mas… Zayn! Inferno! — Liam gritou, frustrado por ficar de fora. Xingou mentalmente. De certo que não conseguia se locomover tão facilmente, mas ainda tinha um braço bom para atirar se fosse preciso. 

Odiou Zayn naquele momento por querer poupa-lo. 

Diante do clima, Niall ajudou a Harry a chegar ate ali e o deixou sentado na cama de Liam.

— Eu volto. Prometo. — acariciou o rosto dele com cuidado. 

Em meio a sua frustração pessoal, Liam observou a cena discretamente. Harry era outra pessoa com Niall. Seus olhos pareciam pontos brilhantes e isso o levou a um sorriso apagado.

— Tenha cuidado e traga seu irmão de volta. Preciso pedir a sua mão pra ele. — falou, vendo o gêmeo sorrir fraco e o beijar. 

Aquilo sim era uma despedida de duas pessoas que se amavam. E Liam se recriminou por se comparar, porque Niall e Harry eram um casal, ao contrário de… Absolutamente não! Se colocar com Zayn naquela balança não era certo. Eles não tinham nada e… Isso parecia ruim. 

E então ele saiu, sem que Liam soubesse se era a última vez que o veria. Se fosse, a última palavra seria uma briga e sequer pôde agradecer a ele por todo o amparo recebido nas últimas horas. 

Seu coração parecia esmagado.

Esperava que a prepotência de Malik não fosse por nada e que ele não se atrevesse a não retornar após o acerto de contas. Do contrário, seria mais uma conta para a sua sacola de culpa. 

Niall acenou para Liam em despedida e correu para fora quando Zayn o chamou. 

Harry pôs a mão no ombro do amigo. Ambos se olharam e torceram para que aquilo terminasse bem.

— Você chegou cedo. — Louis falou. Estava amarrado e tinha levado alguns socos, mas nada comparado ao que Liam e Harry passaram. 

— Não me subestime, anão. — desamarrou as cordas em suas costas. 

Na parte externa, tiros e mais tiros. Como Zayn suspeitou, Hernandez tinha armado uma fortaleza para cerca-lo, mas Zayn era um estrategista de primeira.

Assim que libertou o gêmeo, a porta se abriu em um rompante. Hernandez adentrou o recinto, com dois homens. Fez careta pelos corpos no chão. 

— Esse barulho todo é obra sua? — questionou, pasmo, porém mantendo a pose.

— Desculpe o transtorno. Só vim buscar o meu cara. — ajudou Louis a se levantar. 

Niall logo veio em auxílio do irmão, quase chorando por vê-lo bem. Zayn permaneceu como escudo e apontou para Hernandez um fuzil, enquanto os dois se esquivaram em segurança para longe. No mesmo instante, Hernandez o deixou na mira de duas armas. 

— E quanto a Arturo. Esta morto?

— Por que eu saberia?

— Não é o amante dele? O outro gay nojento que o dobra e fode pra ter prazer? Seria certo acolhê-lo. Assim montariam uma família, ele seria sua esposinha e você o marido fiel, zelador da casa. — debochou, com um riso desgostoso. Lhe embrulhava o estômago lembrar o que o sobrinho se tornou. 

— Esta fanficando demais, não acha? Se Arturo não sobreviveu eu cobraria essa conta de você em um preço muito alto. 

Hernandez riu, nenhum pouco afetado pela sina do sobrinho. Achava que pessoas como ele deveriam morrer.

— Bueno, o amante desconsolado. Quase chega a ser comovente. Você é repugnante, assim como ele. Tantas mulheres belíssimas e vocês dois se enrolando… Homens estúpidos e asquerosos. — cuspiu no chão, com asco.

— Seja mais mente aberta. Estamos no século vinte e um. — adiantou um passo, vendo o alvo fazer o mesmo — Não é tão chocante dois homens se pegando loucamente, principalmente dois homens gostosos como nós. O erro foi seu de invadir a nossa privacidade. 

— E fiz bem. Do contrário, não saberia que tinha sido traído. Pelo menos alguma coisa util aconteceu, ter corrigido aquela bicha encubada. 

— Perdeu a chance de ficar ainda mais rico com as habilidades daquela bicha. Ele era bom e você o desprezou por um simples detalhe. 

— Uma cadela de calcinha é um simples detalhe? — indagou com sarcasmo. Zayn engoliu seco o rancor, sem demonstrar. Queria ver até onde ele iria. 

— O único que poderia se referir a ele dessa forma, seria eu. Sua opinião pouco me importa, assim como a sua vida. Agora essa bichinha aqui, vai te mostrar o que acontece quando não se honra a própria família.  — engatinhou o fuzil. Hernandez fez o mesmo. 

— Eu não contaria com isso se fosse você. 

— Realmente não sabia com quem estava lidando. — sorriu maldoso, disparando contra o homem, sem dar tempo dele reagir. — Isso é pelo Liam. Isso é pelo Louis. E isso, porque eu quero. Incontáveis vezes… — descarregou nele a maior parte da munição. 

Hernandez caiu, trêmulo. A cada ferimento de bala, seus olhos se fechavam mais um pouco. 

— Maldito cabron. — murmurou sua última ofensa, ofegante e por fim, se resumindo ao silêncio de um corpo morto. 

Zayn ficou frio diante de tanto sangue. Não teria pena. Hernandez não teve pena quando machucou Liam. Achou que ele merecia.

— Limpem a bagunça, depois tranquem tudo e fechem o cassino. — ordenou aos que ficaram. 

Passou por cima de outros corpos caídos ate chegar em seu carro. Niall aguardava com Louis. A cabeça dele em seu colo. 

— Tudo bem, anão? — Zayn questionou, tomando o volante e deixando a arma no banco ao lado. 

— Eu vou ficar. Eu acho. Obrigado. — teve forças para agradecer, apesar da exaustão. 

— Sempre uns pelos outros. — Malik falou. Após assentir, Louis tentou descansar durante o trajeto. 

— Nada pode nos derrubar. — Niall citou o lema da gangue. Ainda secava algumas lágrimas. Mal podia acreditar que conseguiram resgatar Louis com vida. 

— Vi você beijando o Styles na base. — Zayn contou, parando no sinal. Achou hilária a expressão do gêmeo.

Niall empalideceu.

— Z…

— Ha quanto tempo? 

— S-sete meses… 

— Ele também gosta de você? — seguiu caminho quando o sinal abriu.

— Acredito que sim. Ele falou sobre pedir a minha mão pra Louis. 

— É justo. Mas fique sabendo que se você sofrer o mínimo que seja, acabo com ele. — disse serio. 

Niall balançou a cabeça, acalmando o coração agitado. 

Zayn tinha aprovado. E não podia estar mais feliz com isso.

— Seu remédio. — o cutucou para despertar. 

Liam acordou em um sobressalto e quase ergueu as mãos para o céu ao ver Zayn ali, inteiro e ate cheiroso após um banho. Jurou que permaneceria acordado, mas a exaustão pelos medicamentos o derrubou. 

— Ele esta vivo? — questionou rouco pelo sono. Zayn enfiou o comprimido em sua boca e entregou um copo d'água. 

— Não. Era o que você queria?

Liam refletiu. O tio estava morto. Sentia muito em seu coração e mentiria se dissesse que não ficou abalado.

Nunca quis decepciona-lo ate chegar naquele ponto. Se perguntou se merecia cada golpe ou se era um exagero. E pensando bem, jamais agiria daquela maneira se estivesse no lugar dele.

— Ojo por ojo… — se deitou novamente — Me sinto pior em saber que ele queria o mesmo fim pra mim. 

— Antes ele do que você, não acha?  — deixou o copo vazio na mesa ao lado. 

— Eu não me importaria. 

— Cale essa boca e vá dormir. — grunhiu furioso. Achou estupidez da parte dele depois de tanto esforço, dizer algo como aquilo. 

Liam se culpou. 

— Certo… So acho que não consigo dormir agora. É muita coisa pra assimilar. 

— Se eu te der um chá…

— Eu mal consigo me mover. — interrompeu, incrédulo pela proposta — Impressionante como até nessas horas é só pra isso que eu sirvo. — virou o rosto para a parede. Zayn era um tarado. 

— Eu estava falando de chá de verdade. Ca-mo-mi-la. — falou pausadamente — No estado em que está, eu o quebraria ao meio com a minha delicadeza. E não fale como se não gostasse. 

— Sim, gosto. — assumiu, apesar da face esquentar. Zayn sorriu. Era tudo o que queria ouvir — Mas a vida não é só isso. Todo mundo merece um pouco de... 

— Um pouco de quê?

— Nada. — respirou fundo, maldizendo mentalmente sua boca grande — Pode me deixar sozinho? 

Zayn abriu a boca incrédulo por ser expulso. Se irritou, afinal queria ficar até ele dormir, mas deixou para la e apagou a luz. 

— Homens… Tão complicados. — resmungou. 

— Todos somos. Alguns mais que os outros. — Liam retrucou. 

— Mas que porra eu te fiz? Consciência  pesada por aquele desgraçado? — perguntou por fim. 

— Não tem nada a ver. Estou falando do que não fez. E pelo visto não vai. Se eu tivesse uma boceta, tenho certeza de que o tratamento seria diferente. — respondeu, ainda sem olhar para ele. 

— Se tivesse uma boceta, eu não teria entrado em você mais vezes do que pude contar. Eu raramente repito uma foda com a mesma pessoa. 

— Que privilégio o meu, não? Tanta faz. Não faz diferença, Malik. 

— Do que esta falando? 

Liam bocejou, sentindo os olhos pesarem. 

— De você… e eu… Nós… — pronunciou, sem nenhum nexo. E mais uma vez deixou Malik confuso. Iria questionar, mas viu seu ressonar e se obrigou a sair de la. 

— Agora eu sou obrigado a ter uma bola de cristal pra adivinhar o que a princesa quer. — resmungou ao chegar na cozinha. Harry estava procurando alguma coisa na geladeira. Passava das onze e sentia fome. 

— É tão óbvio, Zayn. — riu soprado pelo drama do gângster. 

— Do que esta falando?

— Liam gosta de você. Se apaixonou e não sabe direito como lidar. — cheirou alguns morangos antes de colocá-los na boca. 

Zayn paralisou. Aquilo não podia ser verdade. 

— Você esta muito louco de anestesia. 

— Ele ficou triste quando Niall e eu nos despedimos e você não fez o mesmo. — espremeu um tubo de chantilly na boca.

E Zayn passou a pensar. Seria possível que Harry tivesse razão? Se sim, por quê Liam não disse? Talvez tenha tentado, mas não conseguiu. 

— Por isso aquele papo de apenas sexo ser importante. Eu não sou homem de me relacionar… O que ele quer? Chocolate e flores? 

Não conseguia se imaginar em um relacionamento. Gostava de ter Liam ao seu alcance, mas refletir as razões para isso era uma coisa que adiava fazer cada vez mais, talvez por medo de chegar a uma conclusão que não queria. Talvez queria, e ainda não sabia.

— Ele sabe que não pode esperar muito de você. Por isso esta magoado. Devia fazer alguma coisa a respeito. — se afastou, apos pôr um cacho de uvas, banana e mais morango em uma travessa, alem do tubo de chantilly. Se apoiou nas muletas e se foi para longe, deixando no ar uma pauta extensa para Malik digerir. 

***

Uma semana depois e Liam já andava sem tantas dificuldades. Continuava debaixo das asas de Zayn, mas ao invés da base, sua estadia se dava na casa do criminoso. Ele havia contratado alguém apenas para cozinhar e limpar, proibindo Liam de sair da cama sem necessidade e aquela era a pior parte. A parte boa era dormir ao lado de Zayn nas noites, mesmo afastado a princípio, sempre terminava abraçado com ele, cuidadoso em não pressionar suas feridas em recuperação. 

Não falaram sobre sentimentos ou sobre a proximidade, apenas se mantinham juntos e era estranho para Liam. Sua vida tinha se renovado. Ainda precisava falar com Donatella, principalmente apos pedir um tempo ao saber do que o pai fez e do que houve com ele em consequência. Liam foi honesto, ocultando que Zayn foi responsável pela morte de Hernandez. Esperava que a prima não se decepcionasse tanto com ele. 

Ao conseguir andar melhor do que antes, agradeceu aos céus por poder sair um pouco. Fez um pedido inusitado a Zayn, de trabalhar no Zquad naquela noite, apenas para ocupar a mente. Zayn ficou surpreso e permitiu, até mesmo deixou ele escolher o look Consuela da vez. Liam ainda teria vergonha de se expor, para todos os efeitos. 

Não fez tanto esforço e apenas atendeu no galpão, intolerante a cantadas, observando o movimento e contente por ver pessoas após tanta reclusão. Até mesmo o próprio Harry, ficou de fora, no apartamento dos gêmeos e Liam conversava com ele por chamadas de vídeo. Cada passo de sua recuperação era uma vitória e jamais se perdoaria pelos danos causados por sua causa. 

No auge da noite, Zayn interrompeu seu trabalho e o chamou para o escritório. Disse que tinha algo importante a dizer e Liam ficou curioso. Assim que chegou, a surpresa foi grande ao ver um casal à espera deles. Mas não era qualquer casal. De imediato Liam os reconheceu da moldura no quarto de Zayn. 

Ambos se levantaram assim que surgiram.  

— Esta sumido, filho. — Yasser o repreendeu. Zayn sorriu com verdade, saudando o pai. 

— Peço desculpas, baba. Mãe. — beijou o rosto dela repetidas vezes e depois fechou os braços em torno de seu torso.

— Você quase me esmaga. — apesar da força do filho, ela riu, se afastou e apertou os braços dele — Não está treinando como um louco. Esta? — o advertiu, vendo ele sorrir de lado.

— Na medida, eu garanto. Bem, esse é Liam. Liam Payne. — os apresentou formalmente. Yasser e Trisha se admiraram. Abismado e acanhado pelas roupas, Liam cogitou tirar a peruca azul curtinha, mas Zayn o impediu. — Eles não se importam. — murmurou discretamente. 

— O filho de Geoff. Lembra muito ele nessa idade. — Yasser estendeu a mão com certo saudosismo na voz e Liam a apertou, ainda balançado por conhecer os dois pessoalmente. 

— Com certeza sim. Mas o olhar é todinho da Karen. É uma mistura justa dos dois. — ela comentou com um doce sorriso, um tanto nostálgica ao lembrar de ambos. 

— Conheciam eles muito bem, pelo que eu ja ouvi. — Liam falou, ainda sem saber o porquê de Zayn querer apresentar seus pais a ele. Desde cedo, o gângster parecia carregado de mistério e talvez aquela fosse a explicação para isso.

— Ficavam horas se matando nos ringues. Tanta disposição para o boxe e outras desavenças. — Trisha falou. 

— Nos provocavamos o tempo todo, como bons adversários, mas ódio de verdade nunca existiu. — negou com a cabeça — Ele morreria por mim e eu mataria por ele. Essa vida que levamos, poucos são o que se tornam fiéis e Geoff era assim, um aliado se eu precisasse. Eu não confiava tanto em mais ninguém…

— Sabia que você so existe graças ao Zayn? — Trisha questionou com bom humor. Liam negou com a cabeça. Não sabia tantas coisas a respeito dos pais ou da infância. Era como se Hernandez tivesse sido a maior raíz de sua vida e o centro era ele. 

Ao olhar para Zayn, ele parecia tão surpreso quanto ele sobre aquele detalhe em especial. 

— Os dois não tinham planos pra filhos ate Javadd nascer. Ficamos confinados pela mafia russa por quase duas semanas. Antes de sermos pegos, entregamos Zayn aos seus pais, porque não tínhamos alguém de confiança pra recorrer… E quando voltamos, eles juraram que precisavam de um menino pra eles também. — Yasser riu ao recordar. Liam não se conteve e sorriu. Era uma curiosidade especial e maravilhosa. Zayn achou o mesmo.

— Uma pena não terem crescido juntos. — Trisha lamentou. — Geoff achou melhor assim. Ele ainda não tinha se aposentado como nós e queria nos poupar caso surgisse alguma divergência, mas procuramos manter contato. Então você nasceu meses depois… 

— Era um bebê bonitinho. Cheio de pintinhas. Tivemos uma tarde agradável… Depois disso… — Yasser suspirou, um nó na garganta ao lembrar. Trisha segurou sua mão. 

— Ficamos tristes quando soubemos o que aconteceu. — ela tinha um tom de lamento. Na opinião de Liam, parecia genuíno. 

— Mais tristes ainda por não conseguirmos evitar. — Yasser abraçou a esposa pelos ombros. 

— Como poderiam? — Liam perguntou. Sempre soube que foi um acidente horrível. 

— Ele comentou sobre as desavenças que teve com Hernandez dias antes. Descobriu que o irmao estava o roubando. — Yasser respondeu. 

— E então o barco deles explodiu. Nunca achei que foi coincidência. Hernandez insistiu para ficar com você durante a viagem de casal dos dois. Você só tinha um ano de idade… Ja era tarde quando tentamos impedir. — Trisha explicou com cuidado. 

Liam aos poucos entendia onde os dois queriam chegar. 

Hernandez certamente foi o autor de tudo aquilo. Por isso sempre maldisse os Malik e inventou uma rivalidade exagerada que jamais existiu apenas para encobrir seu segredo obscuro. 

Seus pais perderam a vida por culpa dele. Por traição. 

— Fez isso por ganância. Eu tenho certeza. — disse, ainda processando com pesar. E ele magoado por ter ferido o orgulho do tio. Jamais mereceu seu pedido de perdão, sendo que ele lhe devia um.

— Eu não duvido. Geoff era um dos maiores nessa cena e o irmão não aturou ser apenas o braço direito. A inveja pode ter consumido ele. — Trisha opinou, condoída pelo transtorno explícito na face de Liam. 

— Ele é pior do que eu ja sabia… — a voz falhou, o peito pesando e passou a sufocar. Tinha que sair dali — Com licença. — se virou, apressado ao lugar mais afastado e calmo que podia pensar. 

Zayn o seguiu, apos se desculpar com os pais que entenderam perfeitamente a situação e deram espaço para o filho. 

Alcançou Liam no pequeno terraço, apertado pela pilha de entulhos a serem descartados, mas o local fornecia uma vista bela do centro da cidade. 

— Do que precisa? — se aproximou com cautela, incerto se Liam queria companhia. 

— Por que queria que eu ouvisse?

— Eles avisaram que estavam na cidade. Não é sempre que falo sobre a minha vida com meus pais. Eles já saíram disso há anos e recomeçaram de outro modo, claro… Mas eu comentei sobre Hernandez e me contaram o que sabiam. Achei que você tinha o direito de saber também. — cruzou os braços, se apoiando na mureta. 

— Isso é... Não consigo pensar direito. Só consigo sentir. — respirou fundo, odiando ter aquelas emoções. Se tivesse condições já estaria socando seus sacos de areia. Chorar era pior e se sentiu fraco. 

— Não sou bom em confortar pessoas. — foi sincero, embora empático com o que Liam estava passando. 

— Está me ouvindo, isso já é alguma coisa. — esfregou o nariz — Me desculpe por… 

— Sua dor não é um constrangimento. 

— O que eu faço com ela? — virou o rosto, sem querer mostrar sua sensibilidade. Zayn chegou mais perto, resgatou seu olhar ao lhe tocar o queixo. 

— Aprenda a conviver. Em algum momento ela se torna menos barulhenta. Por enquanto chore, princesa. Se isso ajuda, deixe a sua glândula lacrimal se contrair e liberar isso tudo. Estou aqui e não vou te julgar. Não é errado ter emoções. — deslizou o polegar em sua bochecha. O rastro úmido das lágrimas sendo seco. 

Odiava vê-lo ali. Preferia o rosto alegre, até mesmo os sorrisos de deboche, mas aquilo era como um soco no estômago. Beijou suas bochechas, sentindo Liam o segurar pelos ombros como se fosse sua salvação. Mirou o rosto calmo do gângster, os lábios macios e ternos, em um rosa mais acentuado do que os dele. Pareciam mais sensíveis também, apesar do jeito bruto dele. A respiração tão próxima aos lábios dele e daquela aproximação, veio o primeiro beijo, manso, encaixado. Era como se o mundo fizesse sentido quando os lábios se encontraram.

E Liam parecia precisar daquilo. E tudo o que ele necessitava, Zayn teria para lhe oferecer.

O entrelace das línguas foi se tornando algo quente a ponto de fazer com que ficassem duros, desesperados e ofegantes. Liam se apoiou no parapeito, sentindo os beijos em seu pescoço à medida que as mãos de Zayn agiam para levantar a saia e lhe tocar por baixo dela. Abaixou o zíper da calça, colocando para fora o pau pulsante, o vestindo com o preservativo. Liam praguejou ele ser um maldito precavido. 

— Sempre as carrega em seus bolsos para as suas vadias?

— Ultimamente as reservo apenas pra uma em especial. — arredou a peça de renda rosé para o lado e entrou nele. 

Liam soltou um prolongado gemido, envolvendo a mão livre no pescoço dele e o beijando à medida que as estocadas aumentavam, dissipando o doloroso incômodo inicial. 

— Se alguém chegar…

— Mando para o inferno em dois segundos com um disparo. — rosnou, indo mais fundo e voraz. Tudo o que Liam mais necessitava.

Aquele estilo se tornou um agrado em seu drama, o fazendo acalmar a dor e focar no prazer proporcionado pelo gângster. Gemer seu nome era tudo o que fazia, sendo abraçado com força e fodido com força. Os olhos fechados e a transa boa sendo um entorpecente contra a dor em seu âmago. 

Zayn fez tudo sumir, com seu corpo, seu cheiro, sua devoção em lhe transportar para outro universo, onde apenas os dois existiam. 

E esperava que aquela sensação o consumisse até o fim. 

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