Medo de amar você

By tefyzz

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Após o falecimento de seu padrasto, Sofia e sua mãe não vê outra alternativa a não ser se mudar para outro es... More

AVISOS
Personagens
Capítulo 1 - Luto
Capítulo 2 - Sorvete
Capítulo 3 - Faculdade
Capítulo 4 - Festa
Capítulo 5 - Verdade ou Desafio
Capítulo 6 - Padaria
Capítulo 7 - Trabalho
Capítulo 8 - Banheiro
Capítulo 9 - Pesadelo
Capítulo 10 - Lago
Capítulo 11 - Boate
Capítulo 12 - Quarto
Capítulo 13 - Tacos
Capítulo 15 - Lanchonete
Capítulo 16 - Piquenique
Capítulo 17 - Rave
Capítulo 18 - Amor
Capítulo 19 - Banho
Capítulo 20 - Aposta
Capítulo 21 - Dúvida
Capítulo 22 - Baile
Capítulo 23 - Flores
Capítulo 24 - Dallas
Capítulo 25 - Desabafo
Capítulo 26 - Desespero
Capítulo 27 - Mentiras
Capítulo 28 - Revelações
Capítulo 29 - Banheira
Capítulo 30 - Verdade

Capítulo 14 - Bicicleta

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By tefyzz

Texas, Estados Unidos
14 de março, 2023.

acordo ao som do alarme já me acostumando melhor com a casa nova após mais de uma semana.

esfrego meus olhos e pego em meu celular e vejo que tem dois bom dia, um de Heloísa e um de Raul oque pra mim é uma surpresa.

Heloísa - bom diaa <3

Heloísa - 7:50 te busco para irmos para a universidade.

Sofia - Oi Helô, bom dia <3

Sofia - está bem.

logo em seguida vejo o bom dia de Raul ás 6:00 da manhã.

Raul - bom dia, Sofzinha.

Sofia - oie, bom dia.

rapidamente ele visualiza e me responde.

Raul - já acordada?

Sofia - faculdade esqueceu?

Raul - ah é.

Sofia - se acorda cedo por que não chega no horário certo?

Raul - porque não quero.

Sofia - nossa, grosso.

Raul - porque vou para a academia, Sofzinha.

Sofia - era de se imaginar.

Raul - haha, por que?

Sofia - seu corpo mostra isso.

Raul - você adora ele né.

Sofia - não... sei.

Raul - hahaha, eu sabia.

Raul - é por isso que eu vou para a academia, Sofzinha. para ficar ainda mais gostoso para você.

Sofia - achei que seria impossível.

Raul - hmm, safadinha.

Sofia - vou levantar antes que eu me atrase.

Raul - adoro sua mania de mudar de assunto quando estou certo.

apenas visualizo e me levanto para me arrumar. sim, ele tem razão e parece que me conhece muito bem.

tomo um banho e me arrumo.

desço até a cozinha e encontro mamãe arrumada.

- bom dia, mãe - digo.

- bom dia, filha - diz mexendo em sua bolsa.

- já vai? - pergunto.

- sim amor, estou um pouco nervosa para meu primeiro dia de trabalho depois de muito tempo - sorri.

- vai dar tudo certo! boa sorte.

- obrigada filha, beijos - diz abrindo a porta.

- tchau mãe! - aceno.

Heloísa chega e então fomos para a faculdade.

chegando nela sinto olhares sobre mim e cochichos.

- por que essas pessoas tanto me olha? - digo caminhando com Heloísa.

- porque você ficou com o Raul Miller.

- que droga - reviro os olhos - eu não fiquei com ele, aquilo foi desafio de jogo.

- mas agora você está ficando, não está? - diz subindo as escadas.

fico em silêncio por alguns segundos.

- não sei ao certo oque nós somos, mas ontem...

- o que rolou ontem?! - Heloísa me interrompe.

- eu perguntei oque nós somos por conta das provocações, das crises de ciúmes e etc.

- e o que ele disse? - pergunta parando em frente à nossa sala.

- bom... - ia continuar mas observo James em um corredor vazio conversando com um garoto.

- iae? - Heloísa pergunta enquanto ainda continuo em silêncio.

James entrega um pequeno pacote de sua mochila para o garoto e James olha em volta, em seguida o garoto sai.

- me espera na sala, eu já entro - digo.

- tá bom - Heloísa faz uma cara de dúvida.

assim que ela entra, caminho em direção ao corredor distante. não somos amigos mas sei que ele está fazendo coisa errada.

James me vê e me observa se aproximar de forma assustada.

- o que está fazendo aqui? - James pergunta.

- eu que te pergunto - respondo.

ele bufa.

- estava resolvendo negócios - diz.

- vendendo droga?

- fala baixo! - ele olha em volta.

- por que está fazendo isso, James? - baixo meu tom.

- você não entenderia... - ele põe a mão na testa.

- me explica - digo.

- por que você quer saber hein? nem somos amigos para isso, vai cuidar da sua vida.

- eu... só quero te ajudar.

- eu não preciso da sua ajuda!

o encaro em silêncio.

- James, eu...

- me deixa em paz! - me corta.

me assusto e então o observo em silêncio, e em seguida caminho saindo dali.

ele me olha em silêncio e sua expressão parece se arrepender.

eu e minha mania de querer ajudar os outros e só me ferro. o James que conheci na semana passada está totalmente diferente.

não imaginava que ele fazia isso aliás, por que ele faz isso? se ele tem amizade com Raul é porque tem dinheiro, né? ou talvez não.

suspiro e entro na sala já com o professor dentro dela, droga.

todos me olham e o professor me olha incrédulo, como ele veio tão rápido?

caminho tímida em direção a minha mesa e encontro Raul atrás dela com um sorriso de deboche. até Raul já veio, mas que merda!

- por que demorou? - Heloísa susurra enquanto me sento.

- eu... estava conversando com alguém e não vi que o professor havia chegado - respondo.

- hoje é o dia de vocês apresentar o trabalho que eu havia dito - o professor diz - a apresentação será em ordem de chamada - finaliza.

alguns alunos conversam entre si e o professor mexe em seus papéis e pega a caderneta.

- Austin, você está com? - o professor pergunta.

- Catarine - ele responde.

- podem apresentar.

eles se levantam e o garoto leva o seu celular e passa o slide para o notebook e então apresenta no projetor.

- meu trabalho é sobre a economia industrial.

- você não terminou de me dizer - Heloísa se vira.

- ah, no intervalo eu te conto - digo e ela assente.

a dupla termina de apresentar e o professor chama mais um.

- vamos falar sobre a economia mundial - a dupla diz

e então algumas duplas apresentam.

- Raul - o professor o chama - você está com?

- Sofia - ele diz pela primeira vez hoje.

várias alunas o olha e essa fama que ele tem até me dá raiva.

- ah sim, podem apresentar.

olho para Raul e então me levanto, pego meu celular e passamos o vídeo para o notebook.

colocamos o slide mas ainda sem iniciar e ficamos em pé na frente de todos.

- vocês vão apresentar que tipo de economia? - o professor pergunta.

- hoje vamos falar sobre as duas principais economias do mundo - digo.

o professor assente prestando atenção e então Raul da play no vídeo.

ao verem o slogan da barbie alguns alunos soltam risadinhas e tento segurar meu sorriso por isso. observo Raul e ele parece nem se importar ficando concentrado na apresentação.

- a economia é geralmente dividida em dois grandes ramos, a microeconomia, que estuda os comportamentos individuais, e a macroeconomia, que estuda o resultado agregado dos vários comportamentos individuais - digo ao decorrer do slide.

- Efetivamente, o foco de interesse da microeconomia é, antes de tudo, o estudo das escolhas dos agentes económicos, isto é, da forma como estes procedem dado um conjunto de diferentes opções, comparando os benefícios e inconvenientes para a prossecução dos seus objetivos ou para a satisfação dos seus interesses - Raul diz.

o ouço atentamente e ao terminar ele me olha.

- A macroeconomia, também conhecida como "cross-section", examina a economia como um todo, "de cima para baixo", para explicar amplos agregados e suas interações. Tais agregados incluem as medições do produto nacional bruto, a taxa de desemprego, e inflação dos preços e subagregados como o consumo todas e os gastos com investimento e seus componentes. Ela também estuda os efeitos da política monetária e política fiscal.

explicamos mais um pouco e ao finalizar o professor aplaude.

- está perfeito, vocês tiveram uma ótima apresentação.

- muito obrigada! - digo.

- Sofia fez tudo, eu apenas apresentei - Raul diz.

o olho e lhe dou um pequeno sorriso em silêncio.

- ê Raul, trabalho da barbie - um garoto sentado diz rindo.

Raul se aproxima do garoto.

- sim, algum problema? - diz sério.

- calma cara, só tô brincando pô - o garoto diz.

- acho bom mesmo - ele se afasta.

o sinal toca para o intervalo e o professor guarda seu material.

os alunos começam a sair e antes que Raul sai toco em seu braço chamando sua atenção e ele se vira.

- obrigada, você foi ótimo - sorrio.

- fiz por você, Sofzinha - ele sorri.

ficamos em silêncio e ele sai.

- eita! o que foi isso? - Heloísa diz.

- o-o oque? nada.

- ah para né - ela bufa - vamos conversar no refeitório.

caminhamos, pegamos nossas comidas e nos sentamos.

- tá, primeiramente, volte aonde você parou sobre Raul - Heloísa diz.

- onde eu estava?

- que você disse para ele o que vocês eram.

- ah sim, então, depois disso ele falou várias coisas. ele disse que depois que eu cheguei não ficou com nenhuma outra garota mais e o que ele está sentindo é algo que ele nunca sentiu antes.

- meu Deus, sério? - Heloísa faz cara de espanto.

- e disse que eu havia dito que tenho medo de amar ele e que ele está disposto a fazer com que esse medo desapareça.

Heloísa continua com a mesma cara de espanto sem dizer nada por alguns segundos.

- gente, o que você fez com o badboy Sofia? - ela ri - vocês tem que casar!

- eu... não sei, foi tudo muito rápido e eu também estou sentindo algo por ele, isso eu não posso negar. mas eu não me lembro que eu disse que tenho medo de amar ele, provavelmente foi quando eu estava bêbada - digo.

- e o que vocês fizeram quando foi para a casa dele?

- só me lembro que acordei no dia seguinte apenas de calcinha e com uma camiseta dele.

- meu Deus, transaram! - ela se exita.

- não, fala baixo! pelo menos foi isso que ele disse, eu acredito que ele não tenha feito nada.

- nem depois que você acordou? você apenas foi embora? - pergunta.

- é... - me lembro.

- conta! - diz curiosa.

- você sabe que ele é muito safado e vive me provocando não é?

- você também é, Sofia - ela ri - você apenas esconde isso muito bem.

não contenho uma curta risada.

- tá, mas ele é mais e... com isso, ele acabou me tocando novamente e...

- mentira!

- e... me chupou... - falo baixo.

- ele o que?! - ela grita.

- fala baixo! - susurro.

- ele te chupou? - ela se acalma.

- sim...

- como foi isso? - pergunta - calma, não quero saber todos os detalhes okay?

solto outra risada leve.

- ele me chupou, e foi muito bom e...

- você... gozou? - ela sussurra.

nunca tive uma conversa tão constrangedora em toda a minha vida.

- s-sim...

- meu Deus, ele é bom mesmo. tá, usaram camisinha?

- não transamos! talvez... teríamos porém, a Kiara apareceu...

- mentira!

- sério, ela ainda o chamou de amor e falou que precisava conversar.

- ela te viu? - pergunta.

- não.

- ah pois eu ia fazer com que ela me visse de propósito só pra ver a cara dela.

- ele... - suspiro - parecia nervoso e desceu para conversar com ela e disse para mim esperar mas eu que não ia ficar pelada esperando o Raul conversar com outra pra depois vir me comer!

- claro que não!

- eu fui embora e depois ele me mandou várias mensagens e veio até a minha casa e falou aquilo. ele também disse que já teve algo com Kiara mas era só cama porém ela fica correndo atrás dele mesmo ele deixando claro que não queria nada.

- realmente, qualquer um pode ver ela correndo atrás dele - diz - e você disse o que?

- quando ia dizer algo ele me interrompeu em um beijou e eu também fiquei sem reação. posso parecer idiota mas eu sinto sinceridade em suas palavras então eu acredito nele.

- cuidado Sof, se ele te machucar eu corto o pau dele.

- tudo bem - sorrio - confiança é algo que se conquista, não vou me entregar de bandeja para ele - finalizo.

o sinal toca e então retornamos para a sala.

(...)

retornei para casa após mais um dia na universidade.

entro e não encontro mamãe me lembrando que ela está trabalhando.

vou até a cozinha e encontro um bilhete na mesa.

"chegarei mais tarde, compre algo para comer"

com um dinheiro junto.

me lembro que minha bicicleta está na garagem e que não à uso a um bom tempo.

havia se esquecido da minha bicicleta que tenho a anos por conta da morte do Beijamin. deixei de fazer muitas coisas depois que ele se foi.

fui até a garagem que estava sem o carro porque mamãe usou para ir ao trabalho e então peguei a bicicleta e levei até o portão.

coloquei ela na calçada e levei até a rua, montei e comecei a pedalar.

desci uma ladeira e senti o vento balançar meus cabelos, eu tinha até me esquecido como essa sensação é boa.

virei em uma curva e passei pela padaria Brown, voltei minha atenção para a estrada e segui em direção em um mercado próximo.

a medida com que eu pedalava meu corpo cansava, mas era um cansaço bom, como eu parei de andar de bicicleta por tanto tempo?

senti a adrenalina bater e pedalei mais rápido descendo uma ladeira fazendo meus cabelos balançar ao vento.

cheguei ao mercado e encostei a bicicleta na entrada. fui ao açougue e peguei contra filé. fui no lugar de hortifruti e peguei alface, tomate, cebola e alguns temperos.

após pegar tudo que precisava fui ao caixa e paguei pelas compras e caminhei até a bicicleta colocando as sacolas no guidom da bike.

cheguei em casa e coloquei as sacolas em cima da mesa e peguei meu celular em meu bolso.

vejo uma menssagem do Raul a quase 30 minutos atrás.

Raul - o que está fazendo agora?

Sofia - vou preparar meu almoço, e você?

após um minuto, Raul visualizou e me respondeu.

Raul - hmm, eu já almocei.

Sofia - com empregada é fácil - debocho.

Raul - acha que tudo pra mim é fácil só porque tenho dinheiro?

Sofia - tudo não, mas a maioria sim.

Raul - não estou afim de discutir com você.

Sofia - nem eu, tenho um almoço à fazer.

bufo e volto minha atenção para as sacolas e retiro as comidas.

(...)

o dia já estava indo embora e ouço um carro se aproximar e já indaguei ser mamãe.

desço as escadas e encontro mamãe na porta com uma cara ótima e algumas sacolas nas mãos.

- oi mãe! - digo animada - vou te ajudar - me aproximo e pego algumas sacolas.

- oi filha - diz.

fomos até a cozinha e ponhamos as sacolas na mesa.

- fez compras? - digo olhando para as sacolas.

- assim que sai do trabalho passei ao mercado e comprei algumas coisas que estavam faltando.

- como foi seu primeiro dia? - pergunto curiosa.

- foi ótimo, o chefe é super atencioso e educado. descanso por 2 horas no almoço e ganho comissões por clientes que eu atendo - diz animada.

- nossa mãe, esse trabalho é ótimo! - digo e ela assente.

- você andou de bicicleta hoje? - pergunta.

- sim, para ir ao mercado. como sabe?

- ela estava em outro lugar da garagem quando cheguei - arqueia as sobrancelhas.

- ah, sim - sorrio suave.

- e... você gostou? faz tanto tempo que não vejo você andar de bicicleta - seu olhar era ríspido.

- eu... gostei sim mãe, fazia tanto tempo que, me esqueci de como a sensação era boa, eu me senti leve - suspirei.

- fico feliz por isso filha, já é um grande avanço - sorri.

sorrio de volta e assento com a cabeça.

começo a caminhar e subo em direção ao meu quarto.

me deito em minha cama e suspiro.

olho para o teto e começo a me lembrar do dia em que Ben me ensinou a andar de bicicleta sem rodinhas.

sinto meus olhos pesar e então fecho eles.

> flashback on

Flórida, Estados Unidos
25 de setembro, 2017.

- eu vou cair! - gritei.

- não vai, você só acha que vai cair - Ben diz.

estávamos na frente de casa em um final da tarde e Benjamim estava tentando me ensinar a andar de bicicleta sem rodinhas.

Ben ia me empurrar um pouco novamente mas o impedi colocando meus pés no chão.

- eu não consigo... - abaixo a cabeça - olhe para mim, eu já tenho 12 anos e não sei andar de bicicleta como as outras crianças - suspirei.

Ben fica em silêncio e caminha para a minha frente e se ajoelha colocando as mãos em meu rosto.

- ei, não diga isso! idaí que outras crianças sabem e você não? elas tem apenas duas rodas em suas bicicletas e você tem quatro! não é maneiro?

- sim mas...

- se você não estiver preparada tudo bem, ninguém aprende da noite pro dia e além do mais não existe um padrão de idade para que as pessoas aprendam a andar de bicicleta sem rodinhas. existem muitos velhinhos que não sabem, sabia?

- sério?

- sim, eu tenho um amigo idoso que ele não sabe, ele fala que com quatro rodas já é difícil imagina com duas - sorri.

solto uma risada sincera.

- tem certeza que você não vai conseguir, bananinha?

- eu... vou conseguir! - tiro um pé do chão e coloco no pedalo.

- é isso aí, vamos!

respiro fundo e Ben se levanta ficando atrás de mim e colocando uma mão nas minhas costas para me dar apoio.

começo a pedalar e levanto meu outro pé para pedalar. a bicicleta começa a balançar mas apenas penso que vou conseguir!

Ben ainda me dá apoio enquanto começo a pedalar melhor, e então, a bicicleta não está mais tremendo e é como se eu estivesse andando com rodinhas.

- estou conseguindo! - digo para Ben e quando percebo, ele estava longe me observando, a quanto tempo ele me soltou?

tento fazer a curva para voltar mas fracasso e antes de cair coloco meus pés no chão, viro a bicicleta e então pedalo até voltar para Beijamim.

- você viu? eu consegui! - digo animada.

- tá vendo, eu disse que você ia conseguir! - Ben diz

mamãe surge saindo de casa e coloca a mão no ombro de Ben.

- uau filha, você conseguiu andar sem rodinhas?

- sim mamãe! - digo feliz.

- meus parabéns, quem foi que ensinou? - sorri olhando para Ben.

- ah, foi um ótimo professor! - sorrio e todos começam a rir.

> flashback off

acordo com meu celular tocando e percebo que acabei caindo no sono, enfrego meus olhos fazendo uma careta e pego meu celular olhando ser 22:03h da noite e vejo Raul me ligar, o que ele quer essa hora?

- oi, o que foi? - pergunto na ligação.

- que demora pra me atender, hein.

- o que você quer essa hora, Raul? eu estava dormindo.

- foi mal, é que eu não gostei da nossa conversa no celular.

- ah, é mesmo?

- sim.

- é, eu não fui muito legal, desculpa.

- Sofia Rivera me pedindo desculpas?

- vou desligar.

- tá bom, eu te desculpo Sofzinha.

- só me ligou por isso?

- na verdade eu nem imaginava que você iria pedir desculpas, te liguei para outra coisa.

- o que?

- olhe na janela.

franzi o rosto e fui em direção a janela e nem acreditei quando vi, Raul estava no meu portão montado em uma bicicleta com seu telefone no ouvido.

- cadê seu carro? - pergunto olhando para ele.

- tá em casa, fiquei afim de fazer algo diferente hoje.

sorrio fraca.

- engraçado, andei de bicicleta hoje mais cedo.

- eu sei - sorri maliciosamente.

abro e fecho a boca varias vezes tentando dizer algo.

- as vezes você me dá medo.

seu sorriso some de seu rosto.

- não precisa, eu apenas vi você passar de bicicleta na rua mais cedo.

suspiro aliviada.

- ainda não sei oque você quer - digo

- não está claro?

franzo o rosto e então minha ficha cai.

- ah não, não, não, eu não vou andar de bicicleta com você, você já viu a hora?

- qual o problema?

- Raul, eu...

- não vou sair daqui até você descer - afirme.

bufo e então me lembro da sensação boa que tive quando andei de bicicleta depois de anos, e... o sonho.

Raul me olha atentamente esperando eu dizer algo, e ele sabe da resposta.

- tá bom - reviro os olhos.

seus olhos brilharam e um sorriso apareceu ao ouvir oque queria.

saio da janela e desligo o telefone.

passo pelo quarto da mamãe e vejo que ela já está dormindo. desço as escadas en silêncio e vou até a garagem pegar a bicicleta.

levo ela até o portão encontrando o homem dos olhos verdes floresta que me fez sair de casa nesse horário.

ele me observa retirar a bicicleta de casa e colocar no canto da rua.

- pronto - digo.

ele ainda me observa em silêncio com um sorriso em seu rosto.

- tá vendo aquela casa branca ali? - aponta.

- tô, mas ela está bem longe - digo olhando.

- o último a chegar nela vai ser a mulher do padre! - grita e começa a pedalar.

- não vale! - grito e começo a pedalar atrás dele.

Raul começa a acelerar e me olha em deboche, sinto raiva e começo a pedalar mais rápido.

descemos uma pequena ladeira e com o embalo consigo chegar até Raul e mostro a língua para ele.

- quem vai ser a mulher do padre aqui? - debocho.

seu rosto se enfurece e ele pedala mais rápido do que nunca bem próximo a casa.

a adrenalina e a competição predomina e tento pedalar o mais rápido que consigo.

consigo chegar bem atrás de Raul mas é quase impossível ultrapassá-lo.

Raul chega na casa branca e debocha fingindo sono ao me esperar chegar poucos segundos depois.

não digo nada o encarando com meu peito subindo e descendo com a respiração rápida.

- o que você tinha dito, Sofzinha? - diz com dificuldade pela respiração.

solto uma respiração pesada para falar melhor.

- não valeu! - digo.

- ah, valeu sim - solta uma risada.

- sua bicicleta é melhor que a minha.

- o que a perdedora disse? - coloca a mão no ouvido.

- revanche! - grito.

- ganhar mais uma vez de você? tá bom - sorri maliciosamente.

franzi o rosto e observei algum lugar como ponto de chegada.

- aquele carro vermelho - aponto.

- okay, ele está bem longe - Raul diz.

- não vai me dizer que tá com medinho? - debocho.

ele trava seu maxilar e coloca o seu pé no pedalo pronto para pedalar.

- te dou cinco segundos - sorri.

- não precisa, ganho de você de qualquer forma - fuzilo seus olhos.

- não fui isso que aconteceu agora pouco - sua voz soa luxúria.

- no 3. 1... - começo a contar - 2... - coloco meu pé no pedalo e observo o carro - 3! - começo a pedalar o mais rápido possível e Raul está logo atrás de mim.

descemos uma ladeira e a medida com que o vento bate faz meu cabelo voar.

a adrenalina percorre por todo meu corpo e me viro olhando Raul logo atrás de mim e mostro a língua em deboche.

seu rosto se endurece e ele rapidamente fica ao meu lado.

um carro se aproxima e desviamos rapidamente.

fizemos uma curva e próximo do carro vermelho, Raul me ultrapassa porém estou na cola dele.

ele se vira e sorri em deboche e meu corpo se enche de ódio por estar quase perdendo pela segunda vez.

o espírito da competição invade meu corpo por completo e pedalo o mais rápido que consigo.

consigo ficar do lado do Raul e sem tirar meus olhos da estrada observo que o carro está bem próximo e então dou o meu máximo para chegar primeiro e finalmente consigo chegar no carro 3 segundos antes de Raul.

respiro fundo e começo a rir de sua cara de vergonha por ter perdido.

- quem é o perdedor aqui agora hein? - debocho.

- eu deixei você ganhar.

- está dizendo isso porque não quer admitir que perdeu.

- isso só foi um aquecimento - debocha.

- para né - reviro os olhos.

- vamos um desempate?

- preciso ir para casa - digo.

- está cedo ainda.

- não Raul, pra mim não está, eu sai escondida graças a você.

ele fica em silêncio por alguns segundos.

- tá bom, vamos - começa a pedalar.

o sigo e então vou até a minha casa, Raul se despede e então entro.

eu parei de andar de bicicleta porque ela só me lembrava o Benjamin, e pela primeira vez depois de muito tempo, eu senti felicidade ao fazer isso, graças ao Raul.

peço mil perdões pelo atraso. meu celular deu problema e me mudei recentemente para outro estado, peço que compreendem e prometo não atrasar mais!

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