𝐒tories 𝐂afe × VegasPete

By mid_n1ght

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Vegas é um talentoso escritor que apesar do sucesso está enfrentando um bloqueio criativo. Para buscar inspir... More

Capítulo Um
Capítulo Três.
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze

Capítulo Dois

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By mid_n1ght

  Faz exatas três semanas que eu frequento a cafeteria todos os dias na parte da manhã e descobri que Pete só trabalha em três dias mas não deixo de ir nos outros dois para que não pareça que estou perseguindo ele. Estou envergonhado o suficiente por não conseguir pedir o número de telefone dele ou o chamar para um encontro por que eu estou louco para conhecê-lo.

Pete sabe meu nome. Isso deveria ser o suficiente, mas não me satisfaz como eu imaginei.

     Talvez eu esteja tendo um crush enorme no garçom que faz meu pedido três vezes na semana, ou estou obcecado por ele, ainda não sei qual é o pior. Hoje foi diferente por que eu trouxe meu notebook a fim de adiantar algo na minha história mas nem sequer abri ele, meus olhos estão grudados na imagem de Pete andando de mesa em mesa, ansioso para o momento que ele vai chegar a minha e vou poder falar com ele mas dessa vez ele não vem a mim ou a qualquer outra mesa por que assim que me vê ele sorri e acena de longe, creio que já está indo em direção ao meu pedido por já saber exatamente o que eu pediria.
Isso me deixava de coração quentinho, eu sempre fui uma pessoa difícil de demonstrar gostar das coisas ou assumir quando não gosto de algo. Ele era o meu oposto, além de bonito conseguia ser atencioso, extrovertido e o melhor conseguia ser gentil até mesmo com quem desrespeitava ele.

      Enquanto isso existia eu, um cara alto, magro e feio de cabelos levemente ondulados e escuros e que escrevia os piores romances da fase da Terra.

Sou um tédio completo.

      Nem sei por que ainda estou aqui, ele não vai gostar de mim, nem me querer por que eu sou Vegas Theerapanyakul, um escritorzinho meia-boca que acha que por algum milagre ganharia a vida vendendo meus livros. Não é assim que funciona, nunca vai ser assim.

Ou você nasce rico ou nasce pobre.

       E eu nasci pobre, minha vida toda se resume em vale refeição, trabalhar o máximo para pelo menos pagar meu apartamento e ter uma comida decente e não em viagens, carros caros e fotos maneiras para o Instagram.
Na verdade, no meu Instagram tem uma foto minha e o restante é dos livros, eu odeio minha aparência, odeio a forma como seus dentes ficam quando sorrio ou a cicatriz que tenho na sobrancelha, odeio quando pedem fotos e eu não consigo negar. É horrível criar essa camada de insegurança por cima de insegurança, queria apenas ter grana pra fazer uma cirurgia plástica e melhorar minha aparência, mas sempre que vejo o que deu errado em quem tem dinheiro pra fazer, eu desisto.

     Pete se sentou do meu lado e me arrepiei todo quando ele tocou meu braço, meus olhos se encontraram com os seus e eu tive que conter meu desejo de gritar. Era como se mil borboletas estivessem voando e batendo uma nas outras em meu estômago.

— Vegas, está tudo bem? Não para de encarar o chão. — Aquela voz, aquela maldita voz que fazia tudo em mim tremer como um jovem na puberdade.

— Uh? Está sim, apenas estava pensando. — Tentei disfarçar ao que pegava o Cappuccino com uma fatia de bolo de morango, minhas mãos tremiam levemente quando ele contraiu os lábios e tirou um papelzinho pra me entregar. — O que é isso?

— É meu número. Isso é um pouco estranho. — Ele riu e eu me derreti por completo, aquele sorriso era lindo demais. — Eu sinto que podemos ser grandes amigos, gosto de você, Vegas.

“Eu gosto de você.”

     Eu não devia estar tão emocionado, mas meus olhos brilhavam tanto que foi difícil disfarçar, lentamente coloquei o papel na minha camisa para que ele não se arrependesse antes que eu pudesse mandar a primeira mensagem de texto a ele. Mordi o lábio inferior contendo um gritinho que tentava escapar, e sorri como um maldito idiota ao que andava em direção a saída.

      Assim que adentrei a minha casa estranhei o fato de que a porta estava entreaberta mesmo que tenha certeza de trancar. Não pude evitar pegar um abajur da entrada e o segurar com força ao que passava a andar olhando de um lado ao outro em busca de um ladrão, meus passos eram cautelosos e fazia o mínimo de barulho possível. Assim que adentrei a cozinha observei algo mexer em minha geladeira e então não evitei bater com o abajur em sua cabeça enquanto fechava os olhos por medo de ser esfaqueado ou morto por provocar um ladrão, que possivelmente poderia ter uma arma.

Merda! Eu devia ter somente chamado a polícia e se eu o matei? Seria preso antes de publicar meu livro.

— Sour!?

  Ok,
Esse sotaque era muito parecido com o de Matias.

       Assim que olhei para baixo pude ver seu melhor amigo com a mão na cabeça ao que me encarava incrédulo e antes que pudesse disser algo para me xingar, eu apontei o dedo para ele.

— O que você tem na cabeça!? Matias, eu podia ter te matado, idiota! E ainda seria em legítima defesa. — O ajudei a levantá-lo e então o abracei, observei bem sua cabeça para ver se não havia ferimentos, afinal, me sentiria extremamente culpado se ele tivesse ferido, mas felizmente ele estava melhor do que nunca. — Por que não me avisou que vinha?

— E você por acaso ver mensagens?

     Ele tinha um ponto, um belo ponto a propósito.  Eu era quase um idoso de 80 anos quando se tratava de tecnologia, o máximo que me forçava a mexer era o notebook pois era ali que estava salvo todos os rascunhos de meus livros. Assim que peguei o celular me lembrei que devia salvar o número de Pete e não demorou a fazê-lo, estava envergonhado demais para mandar um simples oi então passei o celular para Matias.

— É o Pete... ele me passou o número... Matt, mande algo pra ele, por favor.

     Observei Matias teclar por alguns segundos e então a notificação chegou segundos depois e quando li o que havia sido enviado eu com toda certeza, definitivamente quis matar meu melhor amigo.

"Oi gatinho, quer um encontro?" Pelo amor de Deus, ele irá me achar um louco! — Quando li sua resposta tive a certeza que o louco era eu, afinal nunca em toda minha vida iria imaginar que ele responderia com "Claro, onde iremos."

      Agora tinha um encontro, eu Vegas Theerapanyakul tinha um encontro com  o gatinho da Cafeteria.

    Certo, com toda certeza eu iria surtar, na verdade eu já estava surtando quando vi que já fazia quinze minutos que eu estava completamente animado que não havia respondido o chat e assim que fiz isso marcando nos banquinhos que tinham na praça e o horário que no caso seria hoje as 18:45 e sim cada minuto faz a diferença pois já eram 13:50 da tarde e eu estava me arrumando com a ajuda de Matias. Em toda a minha vida, eu nunca havia ido a um encontro. Nunca saí com ninguém, homem ou mulher, eu nunca quis ninguém mas aquele maldito garoto de covinhas mexeu totalmente com minhas estruturas, com meu coração e o meu ser.
Pete não tinha ideia de como ele havia balançado minhas estruturas e feito minha alma morta retornar a vida, eu odeio contato humano, odeio falar, detesto mudar e sair da minha zona de conforto mas por ele, apenas por ele eu me esforçaria para tocá-lo, abraça-lo e beijá-lo.  Eu estou pronto para entregar-me de alma e corpo para ele mesmo sendo ou não recíproco eu devo arriscar, pois não quero ficar com o gosto amargo de ter perdido a oportunidade de ficar com o homem da minha vida.

— Tá, você vai se depilar? — Ouvi Matias dizer me tirando dos meus devaneios, claramente o encarei ao que sentia minhas bochechas queimarem. — O que foi em? É seu primeiro encontro.

— Eu definitivamente não vou fazer sexo. Isso é vergonhoso, definitivamente vergonhoso.

     Matias gargalhou ao que eu me encolhia no sofá, faltava 5 horas pro encontro e já estava pensando seriamente se valia ou não a pena sair do meu conforto. As mãos de Matias tocaram minha coxa e eu o encarei com os olhinhos brilhosos.

— Você não precisa pensar em trepar ou não, apenas saia de casa, tome um sorvete e tente descobrir o que vocês tem em comum, sabe? — Matias tinha uma forma de me acalmar extremamente interessante e que me deixa extremamente ansioso afinal, eu iria ou não transar? Porra, eu não podia. Afinal nem fazia ideia de como isso acontecia. — O fato é não deve se pressionar para fazer nada, e isso eu digo sobre o seu novo livro também... você se cobra tanto que não consegue lidar com suas próprias emoções e então fica frustrado por não sair como o planejado. Vegas, eu só quero que seja você mesmo, é tão incrível para se privar das coisas apenas por medo.

— Eu não estou me privando de nada...

     Quando os olhos de Matias se conectaram aos meus, quis desaparecer. O negócio era simples, ele tinha razão. Mas ele não precisava saber que estava concordando com ele internamente e muito menos que até achava ele um fofo por me dizer isso.

— Não vou teimar com você mas não vai desistir, nem pensar. Irá nesse encontro nem que eu tenha que te arrastar pelos cabelos. — Apenas suspirei ao que acenei em concordância, mesmo que sair e mudar minha rotina fosse assustador eu devo pelo menos tentar.

    Quando terminei o banho, eram exatas 14:40 e agora voltavam exatas 4 horas e 5 minutos. O que eu vou fazer nesse tempo? Surta, muito provavelmente.

     Matias estava ao meu lado e comia uma pipoca que havia feito e eu estava quase o expulsando pelo barulho horrível de mastigação, eu sabia que ele estava fazendo de propósito toda aquela barulhada que me fazia querer estrangular cada vez mais ele.
Quando abri meu notebook analisei as extensas pastas de arquivos sobre minha história e acabei fechando novamente. Talvez, o problema fosse eu que escolhi um tema difícil para trabalhar ou talvez o problema fosse os personagens, quando chegasse desse encontro eu iria colar a minha bunda na cadeira e renomear e reestruturar toda essa merda de história.  Afinal, se não consegue seguir, reescreva. Mesmo odiando desistir, tudo tem um limite.

— Que cara é essa? O que vai aprontar? 

— Diga adeus ao plot original, está na hora de reescrever. — Quando o vi sorrir e acenar em concordância eu tive certeza que essa era a decisão correta.

      Estava prestes a comentar sobre as mudanças quando meu celular notificou e quando o peguei estava tremendo levemente.

[ Gatinho do café ♥︎ : Vegas, podemos nos encontrar mais cedo? Não estarei livre no horário marcado.]
[ Gatinho do café ♥︎ : Por favor, não fique bravo. ]
[ Eu: Oh, claro. Quer sair em que horário?]
[ Gatinho do café ♥︎ : Agora, me encontra na sorveteria?]
[ Eu: Claro, te espero lá. ^-^]

      Sair mais cedo.
Porra, esse era o motivo pelo qual estava andando de um lado ao outro enquanto encarava minhas roupas e pensava sobre minha parencia.  O all star nos meus pés, seguido da calça jeans desbotada e a camisa social preta me dava um ar estranho de quem não sabe merda nenhuma de moda, e assim que meus olhos se encontraram com Matias ele suspirou se levantando.

— Qual o problema, agora? — Perguntou ao que me encarava e então eu apontei para minhas roupas. — E Vamos de: Matias resolve todos os problemas que ops na verdade não são um problema para Vegas Theerapanyakul!

     Eu quis rir mas estava preocupado depois enquanto observava ele pegar um suéter creme, uma calça cargo verde acizentado e para os pés ele deixou o all star mesmo. Quando vesti, acabei sorrindo por achar a combinação bem minha cara, mas ainda faltava o principal meus óculos. Infelizmente, eu tinha um pouco de miopia e para sair na sua sempre gostava de utilizar essa coisa horrível que me dava um ar de nerdola extremamente inteligente, coisa que nunca fui.

— Matias, você salvou a minha vida! — Ele beijou a bochecha de seu melhor amigos antes de legar a carteira e colocar no bolso, junto com as chaves de casa e o celular. — Quando sair tranca a casa, estou indo pro meu encontro.

— Boa sorte, Sour.

     Sorte, eu realmente precisava disso, por que pelo meu repertório essa maldita sempre esteve em falta. Fodida sorte.

   

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