‘O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho.’ Agatha Christie
———— 𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 𝖊𝖎𝖌𝖍𝖙 ————
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Quando Rhaella e Baelon nasceram eles foram a causa da felicidade. A corte só falou disse por semanas, tudo graças a Viserys que não poderia ter sido mais babão.
Os meses passaram rápido, Rhaella era uma das bebês mais quietas e sérias que eu já conheci. Era difícil que ela chorasse, apenas em momentos como quando se machucava ou quando não conseguia ter atenção.
Baelon por outro lado era o bebê mais enérgico e bagunceiro que já conheci. A atividade favorita dele era jogar seus brinquedos nas amas, ou então puxar os cabelos platinados de Rhaenyra.
Rhaella amava muito ficar com Viserys e com a irmã, já Baelon não conseguia ficar muito tempo longe de mim e começou a criar um laço muito fofo com Alicent. A lady Hightower era a única que o fazia parar de chorar quando eu não estava por perto.
Em falar em Alicent, soube que ela conheceu um lorde do Vale e se interessou por ele. Ouvi poucas coisas, mas sei que o lorde estava ganhando o coração dela.
Rhaenyra, bom, ela não vive um dia sequer sem pedir para os gêmeos falarem "maninha" ou "Nyra". A princesa estava empenhada em fazer a primeira palavra deles ser seu nome.
Viserys é um pai muito babão, sempre quando tem tempo ele leva os gêmeos para um passeio no jardim ou lê histórias dos tempos da antiga Valiria para eles. Baelon e Rhaella amam Viserys, são apegadas a ele e se ele não lê um livro ou os leva para passear no horário usual, bom, pode esperar choradeira - mais da parte de Baelon -.
De uns tempos para cá venho criando um projeto de um lar para crianças carentes, fazendo reuniões com o Pequeno Conselho que não está tão moldável sobre isso, mas tenho ganhado bastante apoio do público e de Viserys. Pense na surpresa que fiquei quando Rhaenys também começou a me apoiar, nunca fui tão próxima dela quando éramos jovens e nem quando mais velhas, mas eu sempre a respeitei e admirei.
Eu estava caminhando pelos corredores da Fortaleza, indo em direção ao berçário para ver meus lindos bebês. Quando cheguei lá fui surpreendida por Rhaenyra, ela estava de costas para mim, suas mãos estava sendo seguradas por ambos os gêmeos, já que seus berços ficavam um de frente para o outro.
—Veio mais cedo dessa vez, a Septã já te liberou? —ao ouvir minha voz a princesa mirou seu olhar em mim, um sorrisinho divertido surgindo em seus lábios.
—Pode se dizer que sim —Nyra respondeu e eu arqueei uma sobrancelha.
Eu dei uma risadinha, me aproximando e ficando ao lado dela, observando os gêmeos. Baelon tentava colocar a mão de Rhaenyra em sua boca, já Rhaella a observava com muito interesse, seus olhinhos curiosos nunca deixando o rosto de sua irmã mais velha. Kaerys mordiscava seu rabo, a filhote de dragão estava deitada na ponta do berço de Rhaella. Greymist dormia tranquilamente ao lado de Baelon.
—Fugiu de novo?
—Eu não diria "fugir", eu apenas decidi dar uma pausa a mim mesma —Nyra respondeu e eu acabei rindo.
—Pare de fugir da septã, aquela mulher está a ponto de arrancar os cabelos —passei a ponta de meus dedos na bochecha de Baelon, esse que tirou o foco da mão de Rhaenyra e passou a tentar colocar meus dedos em sua boca— seu dragãozinho mordiscão.
—A septã já está perdendo cabelos, um ou outro a mais não muda muita coisa —Nyra disse, pegando Rhaella no colo quando ela começou a resmungar e a puxar sua mão— pronto, está feliz?
Rhaella resmungou, balançando os bracinhos e olhando para Nyra como se estivesse falando com ela.
—Tão comunicativa as vezes, mas ao mesmo tempo tão quieta e bravinha —Rhaenyra tocou o narizinho de Rhaella, que resmungou e fez uma carinha brava.
—Veja só, Rhaella parece você quando era mais nova —eu comentei e recebi uma careta de Rhaenyra.
—Eu não era resmungona que nem ela —Nyra resmungou e fez um muxoxo, acabei rindo.
—Se você diz —dei de ombros.
Baelon puxou meu dedo com mais força e começou a morder, sorte a minha que não havia dentes.
—Baelon sempre está procurando algo para comer, sempre faminto —Nyra se inclinou no berço dele, sorrindo em divertimento.
—Meu filho, tem que parar de mastigar os dedos das pessoas —o peguei no colo e ele instantaneamente deitou sua cabecinha em meu ombro, balbuciando enquanto olhava para suas mãozinhas gorduchas.
Nyra ficou mais um tempo ali no berçário, até que a Septã apareceu desesperada e a levou de volta para suas aulas. Eu permaneci por um bom tempo, até que os gêmeos estivessem dormindo, e os deixei aos cuidados de suas amas e fui dar continuidade ao meu projeto.
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8 meses e 1 ano depois
—Vamos lá, digam "Nyra"
Ali estava eu, em mais um piquenique com Rhaenyra e os gêmeos, Alicent estava visitando os parentes em Vilavelha e por isso não estava por aqui. Já Eline, ela teve que ir com urgência para sua casa quando recebeu uma carta de seu pai, sua mãe havia sido envenenada e agora ela tinha que ficar por lá até tudo se acalmar. Nyra tentava fazer os gêmeos dizerem seu nome, mas ambos estavam ocupados de mais, Baelon batia seu dragão de brinquedo no chão e Rhaella colocava seus blocos em pilhas.
—Não vai ser hoje, pelo jeito. Que pena, Nyra, parece que seus irmãozinhos não estão querendo conversar com você—eu brinquei e Rhaenyra me olhou com uma careta.
—Isso não é engraçado, é um total desastre! Meus próprios irmãos não querem falar comigo —ela se deixou cair esparramada e eu acabei dando uma risadinha. Ela se sentou e se aproximou de mim, colocando sua cabeça em minha barriga grande e inchada— você aí, não seja como seus irmãos e deixe sua irmã mais velha contente, sim? Prometo te dar muitos bolos se você fizer como eu digo.
Ri alto ao ouvir ela. ‘Lá vai ela tentar subornar o bebê que ainda nem nasceu’.
—Pelos deuses Nyra, essa criança nem nasceu e você já está tramando suborna-la?
Nyra deu de ombros, tocando minha barriga com uma das mãos.
—Ele está quieto hoje.
Eu concordei, passando meus dedos entre as mechas platinadas de seu cabelo.
—Sim, é um bebê noturno assim como Baelon e Rhaella.
Ela desencostou a cabeça de minha barriga e me olhou com um sorrisinho divertido.
—Veja só, eu aqui tendo que me preocupar em ouvir sobre maridos e tomar chá com outras ladys tediosas enquanto esse aqui faz uma bela festa particular.
—Sabe que um dia será você tendo que suportar essas "festas particulares", não é? —eu a olhei com uma sobrancelha arqueada e ela revirou os olhos, se sentando.
—Não preciso de filhos, nem de um marido para fazer um reino contente. Só eu já está de bom tamanho —Nyra disse e cruzou os braços.
—Sei disso, mas você não sabe o quão gratificante é essa sensação de estar ao lado de seus próprios filhos —eu peguei Baelon e o coloquei em pé entre minhas pernas, o garotinho mordia seu dragão de brinquedo e seus pequenos dentes faziam marcas na madeira— pelos deuses! Baelon, não estrague mais um brinquedo.
Rhaenyra ria enquanto eu tirava o dragão das mãos de Baelon, esse que não ficou nada contente e começou a chorar.
—Gratificante, huh?
Eu a olhei de cara feia, oferecendo uma cereja para Baelon que se acalmou ao pegar a fruta e a comer.
—Seu pequeno interesseiro —Nyra semicerrou os olhos e começou a fazer consquinhas na barriguinha dela, causando risadinhas fofas de bebê.
Comecei a sentir que estava sentada no molhado e isso me fez franzir o cenho. Com esforço eu me levantei e no momento em que endireitei minha coluna eu me encolhi ao sentir uma dor aguda que começou a subir pelas minhas costas.
—Dae, você está bem? —Rhaenyra também se levantou.
—Minha bolsa estourou —eu respondi e me apoiei em Rhaenyra.
Nyra olhou ao redor, avistando ser Criston que nos observava de longe e que agora se aproximava ao ver minha situação.
—Chame o Meistre, agora! —Nyra ordenou.
—Nyra, os gêmeos —eu apontei para meus filhos que nos olhavam sem entender— pega eles e os leve até o berçário, sor Criston pode me ajudar. Depois de ter certeza de que as amas estão cuidando deles chame o Meistre, ouviu?
—Mas-
—Só faça o que eu te pedi. Vai Rhaenyra —eu mandei, sentindo uma contração vir.
Nyra olhou para ser Criston e assentiu, então ele tomou seu lugar e me ajudou a ficar de pé enquanto Nyra pegava os gêmeos e corria com eles para dentro.
—Vamos vossa majestade —Criston me ajudava, com a ajuda dele meu peso não ia todo para meus pés e facilitava as coisas, apesar das contrações virem a cada minuto.
Quando finalmente chegamos em meus aposentos ele me ajudou a deitar na cama e me manteve companhia até o Meistre chegar e tudo se repetir. Empurrar e respirar, eu repetia isso como um mantra em minha mente, tentando me manter focada.
Rhenyra como sempre estava ao meu lado e não demorou para Viserys também estar.
O bebê demorou muito a sair, parece que ele havia ficado trancado e uma manobra teve que ser feita para que ele saísse com segurança. Eu passei horas tentando parir essa criança, foi o parto mais difícil e demorado que eu tive, até mais do que o de Baelon e Rhaella.
No fim, veio ao mundo o pequeno Aegon, um bebezinho muito inquieto e que eu não dúvido que junto de Baelon se tornariam a dupla da bagunça.
Fiquei aliviada quando veio apenas um daquela vez, afinal, gêmeos no primeiro parto é um susto e tanto.
Aegon era muito parecido com o pai, mas Viserys merecia, afinal, dois de seus filhos vieram como eu. Eu diria que estávamos quites.
Minha atenção foi tirada de um Aegon dormindo para a porta que se abria, Rhaenyra entrava pela porta, Nyra segurava Baelon enquanto Rhaella segurava em sua mão e caminhava ao seu lado.
—Olha só quem está aqui —Nyra balançou Baelon e apontou para mim, chamando a atenção do pequeno que sorriu ao me ver.
—mama!
Sorri abertamente ao ouvi-lo me chamar enquanto Nyra arregalava os olhos e abria a boca em um O.
—Ah, Baelon! Você teve logo que dizer mamãe? Por que não "Nyra"? —a princesa resmungou e se aproximou enquanto eu tentava conter a risada.
—Pare de ser ciumenta, Nyra! —dei uma risadinha. Nyra colocou Baelon em pé em cima da cama e o segurava pelos bracinhos.
Rhaenyra apenas resmungou algo ao qual eu não consegui entender. Rhaella pediu ajuda para subir na cama e após conseguir ela engatinhou até meu lado e começou a observar Aegon.
—Esse é o seu irmãozinho —eu ajeitei Aegon em meus braços para que Rhaella pudesse o ver melhor.
Baelon se soltou de Rhaenyra e também engatinhou até meu lado. Ele começou a tocar o rostinho de Aegon com seu dedinho gordinho enquanto resmungava.
—Vão ter que cuidar direitinho dele, certo? —beijei a testa de Baelon e de Rhaella, sorrindo alegremente por ter meus filhos comigo.
—E você vai ter que falar maninha agora —Rhaenyra disse ao se sentar ao meu lado, pegando Baelon e o colocando sentado em seu colo— aí assim eu e sua mãe estaremos quites.
Eu ri, negando com a cabeça.
—Quer segura-lo?
Rhaenyra me olhou com seus olhinhos brilhando, esticando os braços prontamente para pegar o bebê. Sorri ao entregar Aegon para Nyra.
—É um lindo garotinho, Dae —ela comentou com um sorriso suave no rosto— tenho certeza que será muito forte quando crescer.
—Meus pequenos dragãozinhos vão ser fortes e espertos —eu disse, observando Nyra segurando Aegon enquanto Baelon e Rhaella brincavam e riam juntos— eu farei tudo que estiver ao meu alcance para que eles cresçam bem.
———— Capítulo revisado.
1°•| Capítulo oito atualizado! Finalmente 😌👌.
2°•| Aegon está aqui, a saga das crianças só começou 🌟.
3°•| Esse foi o último capítulo não focado nos acontecimentos da série, o próximo voltará a focar nos acontecimentos da série já com o banquete do aniversário de 2 anos do Aegon.