Enquanto a água quente caía sobre seu corpo, Every deixou sua mente vagar pelos recantos sombrios do pesadelo que a assombrara durante a noite. Cada detalhe parecia tão real, como se tivesse acontecido de fato. Ao sair do chuveiro e se secar, ela ainda sentia o eco das emoções intensas que o sonho provocara.
Vestindo sua roupa para o dia na escola, Every sentiu um leve alívio por deixar para trás aqueles pensamentos perturbadores. Mas antes que pudesse se distrair completamente, seu telefone emitiu um sinal de mensagem, interrompendo seus pensamentos. Era Ana, sua melhor amiga, trazendo um raio de luz para dissipar as sombras da noite anterior. Curiosa para saber o que ela tinha a dizer, Every desbloqueou o telefone e leu a mensagem com um misto de ansiedade e alívio.
Ana 🩶:
Ana 🩶: já está se arrumando pra escola?
Every: Sim, estou me vestindo. Acabei de sair do banho.
Ana 🩶: Ótimo, não quero ficar naquele lugar sozinha.
Every: Nem se eu morrer você fica lá sozinha.
Ana 🩶: Para de falar essas coisas, sua cadela. Vai logo tomar café.
Every: hahaha, tá bom, estressadinha.
Vou terminar de me arrumar.
Ana 🩶: Vai lá, a gente se vê na escola.
Every: Tá bom, bj.
Ana 🩶: Bj.
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Every saiu do quarto e atravessou o corredor com sua mochila, descendo as escadas com passos firmes. Ao chegar na sala de jantar, seu irmão mais velho, Ryan, já estava lá, sentado à mesa e desfrutando de sua xícara de café.
⎯ Bom dia, irmãzinha. ⎯ Odeio quando ele me chama assim.⎯ Vai querer que eu te leve na escolinha hoje?
⎯ Bom dia, Ryan. Quero sim. ⎯ Apesar de que todas as vezes que ele me leva, as meninas ficam loucas com a Ferrari dele.⎯ Só espera eu terminar de tomar o café.
⎯ Tá bom. Nossos pais estão fazendo uma viagem de dois meses para gerenciar a empresa em Nova York.
⎯ E daí?
⎯ E daí que eu estou no comando, mocinha.⎯ Era só isso que faltava para piorar o meu dia.⎯ E eu vou fazer uma festa aqui amanhã.
⎯ Vou chamar a Ana, ela vai adorar a ideia.
⎯ Chame quem quiser, só não faça besteira.⎯ como se meu nome fosse Ryan. ⎯ Tô de olho em você.
⎯ Tá, tem como me levar pra escola agora? Já terminei o café.
⎯ Uhum, vem.
Every levantou-se da cadeira e dirigiu-se para o carro. Como era de se esperar do seu irmão mais velho, que tinha uma Ferrari, ele não poupou nos aceleradores, fazendo o carro rugir e disparar pela estrada.
⎯ Quando vai ser o próximo racha? Eu e a Ana queremos ir.
⎯ QUE?! Você e a sua amiga Ana não vão para racha nenhum.
⎯ Mas por que? Vou fazer 18 anos mês que vem, eu posso muito bem ir onde eu quiser.
⎯ Enquanto nossos pais estiverem fora, eu mando em você e acabou. ⎯ Às vezes, eu odeio o Ryan por ser tão mandão, que ódio. ⎯ E nada de cara feia, hein.
Every e Ryan chegaram à escola, e após a conversa no carro, o resto do caminho transcorreu em completo silêncio. Every saiu do carro e agradeceu ao irmão por tê-la levado até a escola.
Observando como as meninas pareciam encantar-se com Ryan, Every se perguntou o motivo. Ele era bonito, é claro, mas ela não conseguia entender completamente o fascínio delas por ele.
Ao entrar na escola, Every logo avistou Ana, que também acabara de chegar.
⎯ Oiiiii, Everyyyy!! Que saudades.
⎯ Oiiiiiii, Anaaaa!! Também estava morrendo de saudades de você.
⎯ Ficou sabendo que entrou um aluno novo na escola?
⎯ Não, ele é de qual ano?
⎯ Ele está no 3° também. Acho que vai estudar na mesma sala que a nossa. As meninas estão falando que ele é um gatinho.
⎯ Vamos ver se é mesmo.
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Every e Ana atravessaram juntas o corredor até a sala de aula, agradecendo silenciosamente por compartilharem a mesma primeira aula. Porém, suas esperanças foram rapidamente frustradas ao descobrirem que seria uma interminável aula de História, uma matéria que Every abominava com todas as fibras de seu ser.
O professor começou sua explanação sobre povos antigos, mergulhando em detalhes que pareciam arrastar o tempo ainda mais para Every. O tédio reinava absoluto até que uma interrupção inesperada sacudiu a monotonia da sala. Um jovem alto e pálido, vestindo uma jaqueta de couro preta que parecia ter sido moldada para ele, adentrou a sala com uma aura de mistério que fez Every estreitar os olhos, tentando desvendar sua identidade. Seus lábios, de um vermelho profundo como carmesim, contrastavam com sua pele clara, enquanto seus olhos, profundos como a mais escura das obsidianas, pareciam esconder segredos indescritíveis.
O perfume sutil que emanava dele perfurava o ar, deixando uma trilha intrigante em seu rastro.
Após as formalidades de praxe, o jovem misterioso ocupou o lugar vago atrás de Every, sua presença misteriosa pairando como uma névoa insondável ao redor dela. Ana, ao seu lado, percebeu imediatamente a reação curiosa de Every e lançou-lhe um olhar cúmplice, deixando claro que não estava alheia à situação.
Com o término das aulas, chegou o aguardado intervalo. Every e Ana dirigiram-se ao refeitório, trocando murmúrios animados enquanto esperavam na fila para pegar seus lanches. Uma vez com os alimentos em mãos, procuraram um canto tranquilo onde pudessem desfrutar de sua refeição.
⎯ Ana, meu irmão vai dar uma festa amanhã e ele disse que eu podia chamar quem eu quisesse, então automaticamente você também pode.
⎯ Aiii que legal! Vou chamar a minha prima Thalita pra ir comigo e falar que ela pode chamar quem ela quiser.
⎯ Nossa, faz isso, essa festa vai ser a melhor. Será que alguém vai chamar o novato?
⎯ Provavelmente sim, os amigos da Thalita conhecem ele então eles vão chamar o novato, pode ter certeza.
⎯ O que você acha da gente ir no shopping depois da escola comprar uma roupa pra amanhã?
⎯ Eu acho uma ótima ideia, eu tô precisando atualizar meu guarda-roupas.
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Every e Ana seguiram para suas respectivas salas após o intervalo, lamentando a separação. Every adentrou a sala de química, onde o novato misterioso também estava matriculado.
A professora de química anunciou que os alunos teriam que escolher suas duplas para o restante do ano, e o coro de murmúrios e risos começou enquanto os alunos se organizavam em pares. Every observou enquanto as duplas se formavam rapidamente, deixando-a sozinha e inevitavelmente destinada a ser parceira do novato.
Com um suspiro resignado, Every aceitou a situação e se virou para o novato ao seu lado. A professora então pediu para que eles se apresentassem um ao outro.
⎯ Oi, muito prazer! Me chamo Every. ⎯ Ele olhou para mim com um olhar profundo...
⎯ Prazer, me chamo Dante. ⎯ Nome peculiar, mas combina com ele.
A professora falou que na próxima aula íamos fazer experimentos com sapos e ver como cada organismo funciona dentro deles.
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Every e Ana se encontraram na saída da escola, prontas para uma tarde de compras no shopping em busca das roupas perfeitas para a noite seguinte. Enquanto caminhavam em direção ao destino, Every compartilhou com Ana os eventos da aula de química.
⎯ Ana, nem te conto o que aconteceu.
⎯ O que aconteceu, não me diga que você ficou com o novato.
⎯ Depende do "ficar", né. ⎯ Demos risada. ⎯ A gente fez dupla e eu descobri o nome dele.
⎯ E qual é o nome dele?
⎯ Dante. ⎯ Ela franziu o cenho, confusa.
⎯ Dante Lowell? ⎯ Olhei para ela confusa.
⎯ Eu acho que sim, ele não me falou o sobrenome dele.
⎯ Amiga, a família dele é dona de uma das maiores empresas de Nova Jersey. ⎯ QUE?! Os pais dele são um dos maiores inimigos dos meus pais.
⎯ Sério, Ana? Eu não sabia disso. Então quer dizer que a família do Dante bate de frente com a minha?
⎯ Sim, amiga! Isso não é emocionante?! ⎯ Pode acreditar que não...
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Bom, gente, tentei fazer um capítulo maior, espero que gostem.
um beijo, e deixem seu voto, isso me incentiva a continuar com a história.