A Bruxa da Lua

By Bia140

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Todos sabem que desde de sempre bruxos e humanos não se dão muito bem, depois da guerra entre os dois povos... More

Ampulheta
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15

Capítulo 9

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By Bia140

As paredes tinham rachaduras algumas iam até o teto, o quarto cheirava a poeira e mofo e tinha teias de aranhas no teto, mesmo assim, Laila nunca vira um quarto como aquele. As paredes intercalavam entre as cores azul-escuro, roxo e laranja o que lembrava o por do Sol e também com flores, borboletas e passáros pintadas por todo lado já o teto estava repleto de estrelas com uma lua minguante no centro e havia entalhes de fadas na cabeceira da cama. Esse lugar parecia ter saído diretamente de um livro de conto de fadas, Laila não conseguia parar de olhar cada detalhe que parecia ter sido feito com tanto cuidado.

– Este será seu quarto, não se preocupe, nós vamos limpar ele – Rosemary disse.

– Onde exatamente nós estamos? – Laila perguntou ainda admirando cada detalhe do quarto – Como viemos parar aqui?

Em um segundo estavam na mansão no outro estavam nesse cômodo estranho, mas belo, Laila queria entender como isso era possível.
As três mulheres se entreolharam, e como se conseguissem se comunicar apenas com olhares, elas pareciam ter concordado com algo então Rosemary mostrou a Laila a mesma chave torta e enferrujada que havia usado na porta da mansão.

– Está vendo essa chave – Laila fez que sim com a cabeça –, esta chave foi encantada para que, quando fosse colocada na fechadura de uma porta, ela te leve exatamente para onde você quer ir. – Rosemary explicou.

Laila observou a chave, não parecia mágica ou especial, somente velha e inútil, mas viu com seus prórpios olhos quando Rosemary a colocou na fechadura e então o quarto apareceu do outro lado da porta. Estava um tanto intrigada com aquilo, que outros objetos mágicos elas poderiam ter?
Talvez devesse ter percebido antes, mas depois de tudo era obvio que as três também devessem ser bruxas.

– Você disse que esta é a sua casa – Laila olhou para Calidora – Em qual delas nós estamos?

–Estamos na minha casa perto da Montanha da Neblina – Calidora respondeu simplesmente, mas Laila arregalou os olhos.

Já ouvira falar da Montanha da Neblina, todos ouviram, era ali onde a maioria dos bruxos viviam antes da guerra. De acordo com os boatos, depois da morte de todos os bruxos daquele lugar a montanha foi tomada pelos espíritos de seus antigos residentes que se recusaram a deixar sua casa e até hoje ninguém consegue se aproximar dela – muitos tentaram duarantes anos, ninguém nunca conseguiu chegar perto da montanha, mas ninguém também consegue explicar o motivo.

–Não fique assim, ainda estamos um pouco mais afastadas da montanha, então não tem com o que se preocupar. – Melody disse, provavelmente vendo o espanto de Laila.

– Certo – Laila se acalmou um pouco.

–Bom, por que não mostramos o resto da casa para Laila? – Rosemary sugeriu.

– É mesmo, venha Laila – Calidora foi até a porta –, hora de conhecer sua nova casa.

Parecia que estava dentro de um sonho, era assim que Laila se sentia enquanto conhecia a casa. Os corredores do segundo andar tinham as paredes pintadas de azul-claro com desenhos de nuvens e pássaros voando no céu, assim como no banheiro, havia outros três cômodos nesse andar um deles sendo o escritório de Calidora que para a decepção de Laila não tinha nada de mais na verdade ele era bem parecido com o da mansão em Constrea ou seja, era sem graça, havia outro quarto com desenhos de dragões e cavaleiros nas paredes e duas camas uma em cada canto do quarto, assim como o quarto de Laila este também estava abandonado, ficou se perguntando a quem ele poderia ter pertencido o último quarto era o de Calidora o qual foi deixado bem claro para Laila que ela não poderia chegar perto. Pontanto, a princesa não viu como ele era.

O primeiro andar era um pouco diferente ao invés de se parecer com o céu ele se parecia com uma floresta encantada, havia pinturas de árvores e animais por todos os lados o corrimão da escada tinha entalhes de pássaros. Diferente do segundo andar onde cada cômodo tinha uma pintura diferente, no primero todas as paredes tinham as mesmas pinturas de árvores e animais. A três mulheres mostraram tudo para Laila o banheiro do primeiro andar, a cozinha, a sala de jantar e a sala de estar que foi o lugar que Laila mais achou interessante.

– Por vocês tem tantas armas? – Laila questionou ao reparar na variedade de armas na parede.

Tinha espadas de todos tipos e tamanhos, algumas adagas todas encrustadas de jóias, três arcos perfeitamente enfileirados um do lado do outro e até mesmo uma maça.

– Nunca se sabe quando se pode precisar de uma e é melhor prevenir do que remediar – Rosemary respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo ter várias armas expostas na sua sala de estar.

A sala também tinha um sofá no centro e duas poltronas uma de cada lado, uma lareira de pedra e algumas estantes com mais agulmas adagas, facas, aljavas com flechas cada uma ocupava uma prateleira inteira e também algumas esculturas estranhas.
Laila não podia negar achou aquela sala interessante, mas sem dúvidas o seu lugar favorito foi a biblioteca. Não era grande como a do castelo, não chegava nem perto, mas diferente daquela biblioteca esta parecia ser de outro mundo, as estantes tinham pequenos entalhes de símbolos e criaturas místicas e o teto era um verdadeiro mapa das estrelas perfeitamente conservado.

–Esse lugar... É incrível – Laila falou, não conseguia deixar de olhar cada livro e entalhe nas estantes.
De todos os cômodos da casa, esse era o que mais parecia ser realmente mágico, tanto que Laila podia jurar sentir a magia alegre e acolhedora daquele lugar.

–Que bom que gostou, todos os livros que você vai precisar de agora em diante estão aqui – Calidora indicou as entantes com a mão – E Melody ficará responsável por seus estudos.

Melody sorriu docemente para Laila que retribuiu o gesto.
Talvez sua decisão não tenha sido tão ruim afinal.

–Certo agora só falta mostrar os fundos da casa e o porão.

Calidora foi na frente, guiando Laila até os fundos da casa.

Bem... Laila definitivamente não esperava por isso.
mais afastado da casa tinha uma mini fazenda, com duas vacas, três porcos gordos e um galinheiro e mais afastado dos animais também tinha uma pequena horta, mas esta era praticamente ao lado da casa.

– E é aqui que nós pegamos os principais ingredientes para nossas refeições – Melody disse como se tivesse muito orgulho de tudo isso.

Nós pegamos? – Laila esperava que tivesse entendido errado – Os empregados não cuidam disso?

As três mulheres se entreolharam, como se não soubessem o que fazer, então Calidora se aproximou de Laila e respirou fundo antes de falar.

–Então Laila – ela parecia se segurar um pouco para não rir –, acho que não deixei isso muito claro antes, mas apenas nós três moramos aqui e por muitos anos nunca tivemos nenhum empregado – Laila olhou para Calidora sem acreditar no que estava ouvindo – ou seja, nós que fazemos tudo por aqui desde colher as plantas na horta até preparar as refeições, limpeza e tudo o mais que se tem para fazer.

Só podia ser brincadeira, Laila esperou Calidora, Rosemary ou Melody começarem a rir, mas pela forma séria que Calidora falou só podia ser tudo verdade. Não fazia sentido nenhum, ela era a Duquesa Silven, a mulher cuja a palavra valia mais que a de um rei, que tinha tanto poder de influência e no entanto, era assim que ela vivia, em uma casa no meio do nada e aprentemente fazia serviços de camponês.

– Então vocês fazem tudo por aqui? – Laila precisava confirmar.

–Exatamente – Calidora lhe deu a sua confirmação –, mas não se preocupe, vamos te ensinar tudo o que você vai precisar saber para se virar.

Rosemary estava se segurando para não rir da cara que Laila fez.
A princesa não podia acreditar no que estava ouvindo, olhou para os animais e sentiu náuseas só de pensar em ter que chegar perto deles.
Elas voltaram para dentro da casa e fora até uma porta que fica debaixo da escada.

–E aqui é a entrada para o porão – Calidora indicou a porta com a mão.

–Ou nosso quarto, como prefirimos que seja chamado – Rosemary diz.

–Se você chama aquela bagunça de quarto– Melody disse olhando feio para Rosemary.

–Ei! Eu não fiz aquilo tudo sozinha não, você também tem culpa nisso. –Rosemary rebateu, então deu um sorriso convencido para Melody – E você não parecia incomodada enquanto bagunçávamos o nosso quarto.

Calidora forçou uma tosse para chamar a atenção das duas e olhou dela para Laila como forma de avisar de que a menina ainda estava ali.
Laila por sua vez não estava entendendo nada, mas reparou quando o rosto de Melody ficou vermelho ao olhar para Rosemary.

–Se as duas já acabaram essa conversinha, acho que seria uma boa hora para mostrar o porão.– Calidora disse em um tom autoritário.

–Tem certeza de que devemos fazer isso agora? – Melody pergunta hesitante.

–De agora em diante Laila vai morar conosco, acho importante ela saber de tudo o quanto antes. – Calidora sorriu para Laila e depois foi abrir a porta do porão.

–Vamos. – então Laila seguiu Calidora e todas desceram as escadas do porão.

Laila não sabia o que esperar, mas não imaginava isso. O lugar era um quarto enorme as paredes eram todas pintadas de verde-água assim comos os olhos de Melody, também tinham desenhos de ondas azuis escuras que lembravam o mar, a cama dosel era grande o suficienta para caber quatro pessoas e estava toda desarrumada com os lençóis quase caindo da cama e duas mochilas que pareciam ter acabado de ser colocadas ali, o chão era de madeira escura, também havia uma penteadeira com vários frascos de perfumes, dois guarda-roupas um em cada canto do quarto e uma estante cheia de livros. Aquele lugar parecia um paraíso para quem gostava de se isolar do mundo.

–Olha, Noah deixou nossas coisas aqui –Rosemary foi até a cama e começou a mexer em uma das mochilas.

–Sério que nenhuma das duas teve a capacidade de arrumar esse lugar entes de saírmos? – Calidora olhou incrédula para Rosemary e Melody.

–Você ficava apressando a gente, não tivemos tempo o suficiente para limpar tudo.– Melody se defendeu.

–E outra, nós não sabiámos que teriámos uma nova moradora aqui – Rosemary indicou Laila com as mãos e a princesa quis se encolher de vergonha.

Calidora bufou e revirou os olhos.

–Vamos logo mostrar a gruta para Laila antes que eu fique louca.

Dito isso Calidora se dirigiu á um dos guarda-roupas, ela abriu a porta e olhou para Rosemary e Melody.

–Tem certeza de que devemos contar agora? – Rosemary pergunta parecendo preocupada – Não acha que é muita coisa para processar de uma só vez?

– Não, não acho – Calidora respondeu –, quanto antes ela souber melhor vai ser para todas nós.

Aquilo estava deixando Laila irritada, elas falavam dela como se nem estivesse ali e isso a irritou. Seja o que for que tivessem que contar que falassem logo.

– Olha esse lugar parece muito legal, mas será que dá para vocês pararem de conversar como se eu não estivesse aqui! – Laila não sabia de onde tinha tirado coragem para falar assim, ainda mais na presença da Duquesa Silven, mas agora era tarde demais para voltar atrás.

– Olha só – para a surpresa de Laila, Calidora apenas sorriu algo parecido como orgulho passou por seu olhar – Ou você é imprudente ou é corajosa, poucos falam assim comigo.

Havia algo no modo como ela falava que fazia Laila querer se encolher e sumir, se arrependeu no momento em que suas palavras saíram, não foi essa a educação que recebeu, mas talvez estisse tão desgastada emocional e fisicamente que estava perdendo a cabeça.

–Princesa, por favor nos acompanhe temos algo para lhe mostrar – sua voz era doce e cortês, mas Laila ainda sentia um pouco de medo toda vez que Calidora a olhava.

Laila foi até elas e Rosemary abriu a porta do guarda-roupa a princípio tudo o que Laila viu foram um monte de vestidos e casacos, mas então ela afastou as roupas e foi ai que a princesa viu, tinha mais uma porta dentro do guarda-roupa.
Rosemary abriu a porta e então passou por ela, Melody foi a segunda entrar, então ficaram só Laila e Calidora.

–Vamos, princesa – Calidora indicou para que ela a seguisse.

Atravez da porta pode ver um lance de escadas iluminadas por algo que ela não conseguiu ver o que era, tinha de admitir estava com medo, seja lá o que elas queriam lhe mostrar não parecia ser algo bom. Respirando fundo, Laila se forçou a seguir as mulheres pela escadaria a frente.

As paredes de pedra eram iluminadas com pedras brilhantes como tochas. Elas desceram um longo lance de escadas em espiral, quando chegaram ao fim Laila mal aguentava ficar de pé.

– Por que viemos até aqui? – sua respiração estava tão ofegante que Laila precisou tomar fôlego a cada palavra.

– Eu sabia que você estava fora de forma, mas não percebi que era tanto – Calidora ignorou a pergunta de Laila, ela não parecia cansada e nem precisava tomar fôlego.

Nenhuma das três parecia cansada, provavelmente estavam acostumadas com isso, mas Laila concerteza não tinha o físico ideal para subir e descer essas escadas.

– Venha temos que te mostrar uma coisa – Calidora não olhou para trás quando saiu andando na frente de todas.

Laila queria mais tempo para descansar, mas quando percebeu que nenhuma das três ia espera-la ela as seguiu por um corredor iluminado por várias tochas, Laila ouviu um barulho de água correndo e de longe viu uma luz fraca ao se aproximarem se depararam com uma parede de pedra.

–Então... O que vocês queriam que eu visse? – Laila percebe que esse era o fim da linha.

–Espere só um momento – Calidora mexeu nas pedras brilhantes como se estivesse procurando algo – É essa.

Ela empurrou uma das pedras e a parede se abriu revelando uma caverna com um pequeno lago rodeado de cristais reluzentes, havia mais desses critais por toda a caverna desde o chão até o teto. Laila podia estar louca, mas jurou sentir uma energia forte naquele lugar.

– Que lugar é esse? – Laila estava maravilhada com o lugar.

–Essa é uma gruta que os bruxos usavam para realizar seus rituais de iniciação, mas agora virou mais uma passagem secreta para o caso de precisarmos fugir por algum motivo. – explicou Melody.

– Mas não tem para onde ir depois daqui – Laila olhou ao redor e realmente não via outra forma de sair.

–Na verdade tem sim – disse Rosemary – aquela água ali vem de um rio que não é muito longe, dá para nadar muito bem até ele e fugir para a floresta depois.

–Nossa – Laila admitia que estava encantada com tudo aquilo – Então era isso que queriam me mostrar?

– Bem, na verdade...– Rosemary parecia estar procurando as palavras certas.

– Tem outra coisa que nós queriámos lhe mostrar – disse Calidora –Já que vai morar com a gente é impotante que saiba a verdade o quanto antes.

–Que verdade? – Laila estava um pouco receosa com o que poderia ser.

–É melhor mostrarmos a ela, vai ser mais fácil de entender. – Melody disse.

Ela tirou suas botas e o corpete do vestido Rosemary fez o mesmo e então sem mais nem menos, as duas pularam na água. Laila não entendeu o porquê delas terem feito isso, então viu Calidora fazendo sinal para que ela se aproximasse da água.
Com um mal pressentimento, Laila fica ao lado de Calidora que estava olhando para a água e quando a princesa olhou também, ela gritou e agarrou o braço de Calidora assim que duas criaturas horrendas emergiram.

Suas peles pareciam escamas de peixes, seus dentes afiados e pontudos, seus olhos pareciam de gato e no lugar de suas pernas havia uma calda de peixe. Eram as criaturas mais tenebrosas que Laila já vira.

– Está tudo bem Laila, somos só nós – uma das criaturas falou, sua voz era igual a de Rosemary – Não precisa se assustar.

Ainda agarrada ao braço de Calidora, Laila olhou bem para as criaturas, seus dedos pareciam grudados por um tipo de pele escamosa e grudenta, mas graças as pedras brilhantes foi possível enxergar a cor do cabelo e dos olhos das criaturas, uma tinha cabelos pretos e olhos ver-água e a outra tinha cabelo curto e dourado e olhos castanhos escuro. Não era possível. Essas criaturas de fato eram Melody e Rosemary? Não dava para acreditar.

– Acho que devemos algumas explicações a você – a criatura que só podia ser Melody falou.

– Mas primeiro será que poderia soltar o meu braço? – Calidora falou com desdém.

Quando Laila não a soltou Calidora apenas respirou fundo e começou a andar para mais perto do lago, porém a princesa nem se mexeu o que fez as outras ficarem preocupadas. Era nítido o quanto a menina estava com medo e Calidora começou a sentir seu braço ficando frio assim como a caverna.
Não era possível. O efeito da poção devia durar o dia inteiro, mas pelo modo como o braço de Laila tremiam a princesa também percebeu que seus poderes tinham voltado. Sem saber o que fazer a duquesa se agachou para ficar na altura de Laila e a fez olhar para ela.

– Está tudo bem, Laila – Calidora falou com a voz mais calma que conseguia ter – Elas não vão te fazer mal, eu vou estar bem ao seu lado, certo?

Ela terminou a fala com um sorriso doce e mesmo ainda estando com medo Laila concordou com a cabeça e forçou a segurar aquele poder dentro de si o reprimindo o máximo possível, mesmo doendo um pouco.
Calidora se levantou e segurou a mão de Laila – que estava fria como um cadáver – e a guiou para perto da água.
As duas criaturas estavam sentadas na terra e sorriram quando Laila se aproximou.

–Olha sei que a minha cara não é a mais bonita, mas não imaginava que era tão feia – Rosemary tentou aliviar o clima, mas pela cara de Laila, não tinha funcionado.

– Laila, você sabe o que nós somos? – Melody pergunta e Laila faz que não com a cabeça – Somo sereias, criatura vindas diretamente do mar.

– Achei que as sereias fossem diferente – foi a primeira coisa que Laila disse e logo se arrependeu. – Desculpa.

– Tudo bem – respondeu Melody – As histórias que contam sobre nós geralmente tendem a ser um pouco embelezadas demais.

– Talvez a nossa voz ajude nessa fantasia que os outros criam sobre nós – Rosemary disse e isso fez Laila pensar em uma coisa.

– Hoje mais cedo – Laila começou –, quando eu estava perdendo o controle você cantou para mim. – apontou para Rosemary.

– Eu não sabia o que fazer, o salão estava um caos e você estava perdendo o controle. Eu precisava ganhar tempo para achar a poção – Rosemary se explicou.

Aos poucos a tensão se dissipava e Laila começou a se sentir mais avontade, tanto que segurou a mão de Melody quando a mesma a estendeu. A pele dela era escamosa, molhada e grudenta.

– E você? – olhou para Calidora –Também é uma sereia ou é uma bruxa?

Estava genuinamente curiosa, fazia mais sentido que Calidora fosse uma bruxa já que fora ela quem a salvara do seu próprio furacão durante o baile na mansão.

– Não sou nenhuma das duas coisas – Laila olhou curiosa para a duquesa – Minha espécie é diferente.

Podia ser só impressão, mas Calidora parecia com vergonha de revelar o que era, ela apertou os olhos e disse:

– Eu sou uma vampira – confessou, pela forma que ela disse era como se fosse a criatura mais horrenda do mundo. Ela molhou os dedos da mão na água e passou no pecoço e o que parecia ser maquiagem saiu e revelou uma cicatriz de mordida.

–Uma vampira? – Laila não sabia muito sobre vampiros, ouvira apenas por alto que eram criaturas demoniacas, sugadoras de sangue e que devoravam carne humana – São aquelas criaturas que bebem o sangue das pessoas?

– É... Isso mesmo – Calidora disse com desgosto – Enquanto as sereias são capazes de atrair pessoas com sua voz e controlar o clima – as duas sereias sorriram convencidas – e os bruxos estão conectados diretamente com a natureza e podem controlá-la, a minha espécie possuí os mesmos poderes dos mosquitos e sanguessugas.

–Você precisa se valorizar mais, Cali – disse Rosemary quase em tom de provocação – Você tem uma audição sobre-humana, pode se locomover entre as sombras e ainda pode enxergar no escuro.

Mesmo após Rosemary citar todas essas qualidades, Calidora não parecia muito feliz com o que era, Laila queria saber porquê ela parecia ter tanto desgosto pela própria espécia. pensaria nisso. Após o susto e tudo ter sido esclarecido, as quatro voltaram lá para cima e Laila mais uma vez achou que fosse desmair nas escadas.

– Nós vamos ter muito trabalho para deixar você em forma – Rosemary foi ajudar Laila a ficar em pé.

– Como vocês nem estão ofegantes depois de subir todas essas escadas? – Laila mal respirava.

– Não são tantas assim, você é que é fraquinha, mas relaxa que daremos um jeito nisso.

Laila não sabia se ficava ofendida ou receosa com o que Rosemary disse.
As quatro passaram um longo tempo fazendo o que Laila nunca pensou que faria, arrumar o quarto. Era verdade que aquele lugar era inabitável principalmente para alguém como Laila, por isso ficaram o resto do dia arrumando aquele lugar a princesa pode ser um desastre com as esse tipo de tarefas, mas as mulheres tiveram paciência para lhe mostrar como fazer tudo.
Já estava entardecendo quando terminaram, estava longe de ser perfeito, mas dava para passar a noite no quarto.
Melody e Rosemary chamaram Laila para ajudá-las a preparar o jantar, mas a mesma não quis, ela alegou estar muito cansada e que iria se deitar logo. As outras tentaram convencê-la a ficar, mas Laila insistiu que queria ir para a cama.

–Ela pelo menos comeu alguma coisa hoje? – Calidora perguntou para Rosemary.

–Quando levei o café da manhã para ela – responde preocupada –, mas menina comeu igual passarinho.

Calidora olhou para as escadas onde Laila já havia sumido, talvez o caso da princesa fosse mais complicado do que pensava.

Após vestir a sua camisola, Laila se jogou na cama, não mentiu quando disse que estava cansada. O dia havia sido muito estressante. Era muita coisa para absorver num dia só e agora que estava sozinha seus pensamentos não paravam de criar paranóias sobre o que descobriu.
Tentou desesperadamente dormir, mas o sono não vinha, sua barriga roncava muito, porém Laila não estava com vontade de comer agora, para tentar dormir ela fez o que sua irmã e sua mãe sempre faziam com ela.

Existe um lugar onde apenas os sonhadores podem encontrar;
Se os olhos você fechar e se permitir sonhar;
Você verá a Árvore Das Almas, em uma ilha no meio do mar;
De um lado o Sol vai brilhar, do outro tem as estrelas à cintilar;
Tome cuidado para a ela não se apegar;
E mesmo quando você acorda no seu coração a árvore ainda vai estar.

Não era a mesma coisa, e precisava admitir que sua voz não era nem de longe tão melodiosa quanto o de sua irmã na hora de cantar, mas não tinha outra opção aos poucos o cansaço e a exautão tomaram conta de seu corpo e Laila se entregou a doce escuridão.

                               🌘🌕🌒

E foi esse o capítulo 9 e o 10 já está sendo feito, talvez eu poste ele no começo de fevereiro ;)

Enfim qualquer dúvida, sugestão, ou crítica construtiva (nada de hate por favor) podem escrever que eu leio tudo assim que puder.

Valeu e até o próximo capítulo.

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