Fiquei muito preocupada ao vê-lo sangrando após levar um tiro com a emboscada do restaurante...
As coisas aconteceram tudo muito rápido que nem deu tempo de processar o ocorrido, quando vi o Luca pulou em cima de mim tentando me proteger...
Provavelmente com a queda acabei caindo de mal jeito e estou com o braço dolorido, mas nada demais..
Meu marido agia naturalmente como se ele não tivesse levado a porra de um tiro no abdômen e está perdendo sangue..
- está sentindo muita dor? — questiono nervosa olhando para o sangue em sua camiseta —
- um pouco — ele faz uma careta e olha para o motorista — direto para a mansão..
- O que? Claro que não, Luca — exclamo inconformada — você foi atingido por uma bala seu idiota...
- chamarei um médico para me atender em casa, Agnes, ir no hospital é muito arriscado, estamos em uma guerra com os Romanos — explica com o cenho franzido —
- você tem centenas de seguranças, eles podem vigiar o hospital — respondo nervosa —
- Não é o suficiente, se trata de um rival muito poderoso, querida, eles já deixaram o aviso deles que não estão brincando — Comenta baixo mantendo o controle no seu tom de voz —
Respiro fundo tentando ser compreensível sobre o que ele disse sobre o nosso maior rival, eu sei que ele tenha razão...
Mas ele levou um tiro no abdômen, e está perdendo sangue, não consigo entender como pode agir com tranquilidade...
- tira a camiseta para eu dar uma olhada no ferimento — digo séria puxando a barra da sua camiseta —
- você é tão safada, amor, tá louca para me ver sem roupa — diz ao me olhar com um sorriso malicioso —
- você é insuportável, Luca, eu aqui tentando te ajudar e você fazendo graça — resmungo brava —
Ele ri me ajudando a retirar a camiseta e vejo que seu abdômen foi ferido, mas o que me deixava aflita é que estava sangrando muito...
Luca geme de dor quando tento tocar seu abdômen buscando uma forma de enxergar com mais êxito a ferida..
Pego sua camiseta e tento fazer dela uma compressa para estancar o sangue, ele grita quando aperto o tecido no local do ferimento..
- Cazzo! Quer me matar, amor? — resmunga com uma careta de dor — isso dói, caralho...
- sério? Pensei que era só um tiro de raspão, meu bem — encaro ele debochada —
- você deveria cuidar melhor do seu marido, eu tô aqui quase morrendo e você me maltratando dessa forma — ele reclama chateado e eu suspiro fundo —
- ele vai ficar bem, doutor? — questiono nervosa observando o médico socorrer meu marido —
- a bala não perfurou muito fundo, ele teve muita sorte — Disse sério ao me olhar — retirei a bala e dei alguns pontos na ferida, também coloquei um curativo...
Me aproximo da cama com um lenço úmido para colocar na testa do Luca, ele estava suando muito..
- ele está com febre — digo em alerta olhando para o médico preocupada —
- eu já o mediquei e logo a febre vai passar, Senhora Mancini, ele só precisa de repouso até se recuperar — Diz ajeitando sua maleta — aqui está alguns remédios para ele tomar, são antibióticos e analgésico para dor..
O Dr. Otávio me entrega uma receita com os remédios necessários para o meu marido, depois irei comprar tudo...
- Se caso acontecer algum imprevisto com o Sr. Mancini podem me ligar, com licença — O médico diz saindo do quarto —
Já avisei o Vicenzo e até mesmo o Dante sobre o acontecimento com o irmão deles, acho bem pouco provável do Vicenzo vir pois ele esta em um ilha com a esposa..
Observo Luca pálido e o suor ainda predominava em seu rosto, mesmo que eu usava um lenço úmido de minutos em minutos,..
Engulo em seco ao dar conta das coisas estranhas que estou sentindo em relação a ele, era para eu odia-lo depois de tudo que me causou..
Hoje quando o vi baleado e sangrando fiquei aflita com um medo exorbitante de perdê-lo, algo que jamais senti por nenhum homem..
Me remexo sentindo meu abdômen arder e resmungo de dor, abro os olhos e vejo que estou em meu quarto..
Não sei em qual momento que desmaiei não aguentando a dor do ferimento, o desgraçado conseguiu me atingir em cheio..
Eu vou matar esses filhos da puta!
Abri os olhos com dificuldade por conta da claridade do quarto, e vejo que Dante estava sentado na poltrona perto da cama..
Franzi a testa não encontrando a minha mulher, olho ao redor procurando-a, sentindo meu peito se apertar com a ideia dela nem se quer se importar em ficar aqui comigo...
Ela pareceu preocupada ao me ver sangrando e no fundo pensei que estivesse surgindo ali uma esperança dela sentir algo por mim...
Cazzo!
- vejo que acordou, fratello — Dante se levanta me olhando sério — como se sente?
- estou bem, cadê a minha mulher? — pergunto nervoso tentando me levantar da cama —
- Ei calma, você está ferido, Luca — meu irmão diz me impedindo de me levantar —
- porque você está aqui? – questiono sério —
- Agnes me ligou e contou o que havia acontecido, ela falou com o nosso fratello também — comenta dando de ombros — pensei que ficaria feliz em me ver... — ironiza ao me olhar —
Reviro os olhos com seu jeito dramático, não é que fiquei desapontado com sua visita, mas pensei que acordaria com a Agnes ao meu lado, cuidando de mim...
Suspiro frustrado e chateado por isso, não tenho o direito de me sentir assim, ela ainda não me perdoou por tudo que fiz...
- pelo jeito esperava encontrar outra pessoa no meu lugar — ele provoca com um olhar brincalhão ao me encarar —
- Cazzo! Cala a boca, Dante — resmungo bravo —
- não se preocupe, ela ficou boa parte do tempo aqui velando seu sono e cuidando de você — ele comenta sorrindo —
- sério? — arregalei os olhos surpreso — porque ela não está aqui comigo agora?
- Ela mandou um dos seguranças comprarem alguns remédios que o médico receitou, e disse que prepararia uma sopa para você comer assim que acordasse – Dante disse fazendo uma careta e sorri — Parece que está conseguindo quebrar o coração de gelo da docinho...
- eu tenho medo de magoa-la de novo, nunca conheci o amor, Dante, eu sou um homem quebrado e que só conheceu o lado ruim e obscuros das trevas, como posso merecer um anjo como ela em minha vida? — questiono sentindo-me perdido —
- diga a ela o que sente, Luca, você se apaixonou isso já é evidente até para um cego, precisa colocar em sua cabeça que tudo que aquele miserável do nosso pai falou é mentira, o amor é algo bom, você não se tornará um homem fraco por sentir e demonstrar para a mulher que ama o que sente — ele me olha sério —
- e se ela me rejeitar? For incapaz de me amar, Fratello? Não a mereço — sussurro meio triste —
- não diga bobagens, ela gosta de você, só não quer admitir, deu pra perceber hoje a preocupação ao vê-lo nesse estado — ele comenta com os braços cruzados —
Sinto um pouco mais esperançoso em relação a ela após ouvir o que meu irmão disse, talvez, isso seja um sinal de que estou evoluindo em reconquista-lá...
Sou interrompido com meus pensamentos ao ouvir a porta sendo aberta e minha loira entrar com uma bandeja em mãos..
- você acordou — ela me olha meio tímida enquanto caminha com a bandeja até a cama — como se sente?
- melhor agora com você aqui comigo — digo abrindo um sorriso —
- Eu ja vou indo, casal, nos falamos depois, docinho — meu irmão diz beijando a testa da Agnes —
- obrigada por tudo, Dante — ela sorriu —
Meu irmão acena para mim e sai do quarto fechando a porta, me remexo na cama inquieto sentindo o ciúmes me corroer...
Agnes senta ao meu lado após colocar a bandeja em meu colo...
- fiz uma sopa com legumes, coma um pouco para tomar os analgésicos — diz séria —
- você que fez? — pergunto surpreso —
- sim, Luca, a comida não está envenenada, se esse for seu medo — Disse de forma irônica —
- você teria coragem de me matar envenenado, querida? — pergunto com receio ao encara-lá —
- o que você acha? — me olha com escárnio —
Engulo em seco notando que sim, ela teria coragem de me matar, se bem que se quisesse me matar envenenado já teria feito isso..
⏳⏳⏳
Comi a sopa que a Agnes fez e confesso que estava deliciosa, não gosto muito mas a que ela fez me deixou com apetite..
Ela me entregou um comprimido para aliviar a dor e um copo de água, tomei o remédio e me ajeitei melhor na cama..
- deita comigo, raio de sol — peço a olhando esperançoso —
- acho melhor não — me olha com receio —
- porque não? Esqueceu que estou doente e preciso dos seus cuidados? — exclamo dramático fazendo uma careta de dor —
Agnes franziu a testa e suspira fundo se ajeitando ao meu lado, me fazendo sorrir internamente com isso..
Rapidamente me aconchego em seu corpo abraçando sua cintura e cheiro seu pescoço suavemente...
Seu perfume é como um calmante para mim, me deixa mais relaxado, Agnes é minha calmaria, sinto-me vivo pela primeira vez...
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