Caçando estrelas cadentes na...

By BarbaraBrandao

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Eles estavam caçando estrelas cadentes em uma estrada esburacada, rezando para que uma delas pudesse lhes con... More

A deriva em alto mar

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By BarbaraBrandao


Vamos parar para pensar ele não era o tipo de homem de uma pessoa só, ele nunca seria tudo que ele tinha era as dores que criaram cicatrizes ardentes em sua pele e sua inferioridade que interferia em seus relacionamentos a longo e curto prazo, ele era o tipo de homem viciado em emoção, tudo que ele mais gostava era a adrenalina e o que ela causava em suas veias, como ela o deixava em extase sem precisar encontrar algum corpo quente que o satisfaça, ele é o tipo de homem que busca a adrenalina onde não se deve e por isso quando a mão de ossos longos e dedos finos calejados deslizou pela perna com a granada ele se viu fascinado como nunca antes tinha estado, ele se sentiu como se estivesse vendo uma fascinante obra realista.
Buck era o tipo de homem que era tão viciado em emoções e que essas eram sua base de sustentação como se elas estivessem sustentando um prédio assim como também sua maior ruina, seus relacionamentos não duravam tanto como se era esperando de um homem quase um Deus, ele é cansativo demais.

Doloroso demais.

Emotivo demais.

É um vulcão de emoções reprimidas que espera a hora de entrar em erupção.
Ele sabe disso, mas mesmo assim se sentiu fascinando por aquelas mãos longas e calejadas como uma mariposa atraída pelas chamas ardentes de uma fogueira quase extinta, seus olhos deslizaram pelas veias nas mãos, pelo sangue em seus dedos, tudo naquele homem o fascinava.

—Você vai proteger minhas costas?

—Sim—Buck diz com um pequeno sussurro.
Ele seria um péssimo mentiroso se disser que não, porque quando mais ele olhava para aquele homem mais sua raiva deslizava dos seus poros, ele sabia muito bem que no final das contas ele só tinha medo, um medo enraizado nele desde criança que com o passar do tempo foi criando raízes tão fortes que ele tinha medo de cortar e sangrar como nunca antes sangrou.

Engolindo em seco Buck se virou para olhar o horizonte de dentro de seu carro com o ar ligado, ele não queria sentir o que sentiu quando viu como aquele homem alto e que cheirava a Exercito, não queria com aquele sentimento deslizasse por ele como um manto de uma criança e...Porra, Buck não queria nada daquilo, porque ele se conhecia bem o bastante para saber que se chegasse muito perto para ver as rachaduras daquele homem ele não conseguiria dar um passo para trás, ele sabe que tinha uma queda-quase um penhasco- por pessoas iluminadas, mesmo engolindo em seco ele não pode deixar de ver pelo espelho o reencontro de pai e filho, não pode deixar de olhar aquilo que ele tanto ansiava por anos.

Buck sabia e conhecia muito bem seus vícios, alguns ele adquiriu na barriga de sua mãe e outros ele adquiriu na infância sendo uma criança que só queria chamar a atenção nem que fosse de um desconhecido, alguns ele adquiriu na adolescência quando descobriu que seus vícios eram sua arma e outros na vida adulta a quais os vícios agora se enraizaram, com o passar do tempo seus vícios se tornaram sua base, algo a qual se agarrar.

Seus vícios sempre seriam sua base, algo que ele agarraria com força, porque eram as únicas coisas que lhe sobraram, são os únicos que ficam ao seu lado nas noites escuras e frias.

—Evan. —Uma voz lhe chama tirando das águas escuras e lamacentas de sua mente, a voz parece um farol em meio às águas escuras.

—Sim? — Ele não sabe se é uma pergunta ou uma afirmação, ele não poderia nem saber o que dizer quando aqueles olhos castanhos uísque encontraram seus.

Frios e em forma de navalhas afiadas.

—Deixe-me apresentar uma pessoa—Ele não sabe o que dizer, não sabe o que pensar. —Chris. - A um sorriso em seu rosto, o rosto de pedra fria parece não ser tão fria assim, os olhos brilham como faróis e Buck só pode olhar para ele enquanto seus olhos deslizam daquele homem alto e forte para uma pequena criança do lado dele, é um contraste estranho, mas interessante.

Um e frio e duro enquanto o outro é baixo e doce, um sorriso doce e olhos com estrelas, que fascinam Buck, olhos que atraem o jovem homem como uma isca, ele se abaixa na frente do pequeno garoto, não se importa se ele se encontra com muletas, ele não liga.

Porque ligar se ele também tem suas próprias limitações, porque ele ligaria se desde da infância ninguém ligou para ele, com o passar do tempo Buck não se importava com o que as pessoas pensavam, "Oh, ele não é tipo uma vagabunda ?", por favor, encontre um xingamento melhor, ele sabe que sempre seria julgando não importa onde fosse, claro ele era um homem e ficar com todos os rabos de saia seria o esperando dele mas quando ele deixava claro que jogava para os dois lados aqueles que antes o tratavam como Deus passaram a tratá-lo como uma vagabunda apenas porque ele gostava de ficar com homens.

Porque ele gostava da emoção do desconhecido.

Ele gosta de saborear o gosto da emoção explodindo na ponta da sua língua, deslizando por sua garganta como sangue.

—Oi— Buck diz com um sorriso de dentes brancos para o pequeno menino que se esconde atrás das pernas de seu pai, que apenas dá um pequeno e quase impossível sorriso. — Meu nome é Buck.

—Oi— sussurrou envergonhado.

O pequeno menino o olha com olhos fascinados, ele nunca tinha visto um homem tão alto quanto teu pai, na verdade, ele já tinha visto, mas eram homens de rostos frios como uma pedra de sabão e com olhos em forma de lâminas afiadas, bem seu pai também tinha um rosto assim, mas quando estava com ele o escondia dentro de uma caixa de Pandora.

—Não tem como seu nome ser Buck— O pequeno menino diz com a voz doce e borbulhante de uma criança descobrindo o mundo.

Há um sorriso brincalhão em sua voz e seus olhos de estrelas brilham como pedras preciosas que fascinam Buck que abre o sorriso mais lindo que Eddie já viu em sua vida quando olhou para seu filho e aquilo lhe tirou o fôlego, porque ele tinha medo do que encontraria quando apresentasse seu filho a Buck, ele temia com que o jovem e pequeno bombeiro lhe olhasse com pena, ele não deseja pena de ninguém, ele lutou por seu filho e lutaria até o fim de sua vida.

A pequena bola de energia era sua luz em meio a escuridão, ninguém sabia mas Eddie voltou de seu tempo na Caixa de Areia com um TEPT grave e uma quase depressão que lhe arrastaria para uma cova antes que ele conseguisse pensar, ele sabia muito bem que se não fosse seu filho uma cova seria a primeira coisa que o encontraria quando colocasse os pés nos EUA.

—Oh, é verdade, meu nome de batismo é Evan, mas me chamam de Buck. - Ele dá de ombros como se não fosse algo a se pensar, talvez para ele Buck já fosse seu nome original, porque Evan o faz pensar no passado e isso é algo que ele não gosta.

Passado é passado e presente é presente, mas muitas vezes os dois se misturam.

Eddie olha para o jovem homem e só consegue ver Buck, talvez seja porque é assim que o chamam, Evan....Bem, Evan não combina com ele.

—Oh, meu nome é Christopher, mas me chamam de Chris. — O pequeno menino diz saindo de trás de seu pai com as muletas de cada lado, ele parece não se importar com as muletas, como se elas fizessem parte. — Qual seu cereal favorito?
Ele pergunta sério, como um cientista descobrindo as estrelas luz, Buck acha graça e fofo, os óculos vermelhos deixavam a pequena bola de felicidade ainda mais fofa é isso fazia coisas com Buck que ele nunca pensou antes.

— Não tenho um cereal certo- Ele diz coçando a cabeça, o que para Eddie e fofo. — Gosto mais de barrinhas de cereal.

—Oh, eu gosto de cereais com formatos de animais, Papa comprou um novo para mim essa semana. - A pequena bola fala borbulhando como uma garrafa de champanhe, ele está sorrindo. — Você gostaria de ver?

Buck é pego de surpresa e olha para Eddie, seus olhos azuis parecem com as águas quentes de uma fonte e Eddie não consegue dizer não, apenas abalança a cabeça e confirma.... Porque não?

—Você gosta de dinossauros? - A pequena bola de energia pergunta pulando para cima e para baixo o quanto que suas muletas deixam- Meu dinossauro favorito é tiranossauro, você sabia que o tiranossauro foi o dinossauro mais temido com sua mordida muito forte. Ele possuía dentes afiados e fortes e que ele podia chegar a 12 metros de comprimento. —Chris diz com os olhos de estrelas arregalados brilhantes.
—Ele também tinha um olfato bem desenvolvido e sua visão pode ser comprada a aves de rapina— Buck diz enquanto se agacha na frente da pequena bola brilhante.
Eddie se sente meio deslocado, como se estivesse de fora da bolha brilhante, mas mesmo assim ele não se importa.

—Meu dinossauro favorito também é Tiranossauro. —Buck diz com um sorriso.

—Sério? — Chris diz quase quicando em cima dele.

—Sim.

Buck apenas pode ver como os olhos de Chris parecem brilhar ainda mais como um farol em dias de tempestades avisando os marinheiros onde se encontrava terra firme e ele sabe que é verdade, o farol que puxou Buck para terra firme tem nome e sobrenome, mas ele nunca diria a ninguém o nome.

Ele guardaria em sua caixinha de madeira e a trancaria com chaves de ouro, porque sabe muito bem que um farol um dia se apaga, e isso é algo que ele não quer porque ele não quer mais continuar nadando à deriva em alto mar.

—Legal— Chris diz enquanto se joga todo desajeito em Buck que e pego de surpresa.

Eddie apenas fica ali do lado olhando e se sentindo bem, a paz que ele tanto procurava parecia estar na sua frente, ele não conseguia deixar o sorriso de lado.

—Vamos, vamos para casa.- Eddie diz estendendo a mão para Buck que olha para ela sem jeito, mas a pega mesmo assim enquanto coloca Chris em seus quadris.
Eddie só pode observar o quanto aquela imagem parece uma pintura que ele tanto procurou em meio a várias outras, porque ele estava ali parado com os dedos finos e quentes de mãos grandes entre os seus e com uma pequena criança entre eles.

Deus, o quanto aquilo parecia algo tão longe.

Buck não sabia o que pensar quando Eddie disse a palavra Casa, há anos a palavra casa era uma palavra fria e sem significado, um loft grande sem vida e frio.

Agora quando Eddie disse a palavra casa ela parecia quente e aconchegante, algo que ele ansiava.

—Sim, vamos para casa- Chris diz enquanto apontava para frente, a pequena bola de energia parecia brilhar como uma estrela anos luz.

Os dois homens só podem sorrir enquanto caminham em direção ao carro com uma criança tagarela contando curiosidades sobre seu dinossauro favorito enquanto eles sorriem com cada pequena palavra que desliza dos lábios daquela criança.

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