Ao reviver momentos cruciais, aquilo que não me destrói, apenas me fortalece. Após a alta hospitalar, estou prestes a retornar ao meu país, mas antes realizo a última sessão de fisioterapia para lidar com as dificuldades de locomoção atuais.
Inesperadamente, Jungkook irrompe na sala carregando rosas azuis, balões e chocolates, além de usar desajeitadamente o cinturão de campeão mundial de boxe. Com um discurso teatral, anuncia:
- Apresento-lhes o novo campeão mundial de boxe, o homem que superou obstáculos, desafios e adversários. Ele é meu marido, meu amor, meu campeão. Ele é Park Jimin!
Ele coloca o cinturão sobre mim, me beija com carinho, e retribuo o gesto, abraçando-o com força. Envolto em alegria, escuto os aplausos da equipe médica, que se une à comemoração e me parabeniza pela conquista. Mesmo que não tenha vencido da forma desejada, estou muito feliz.
Agradecendo a todos e sorrindo com gratidão, sinto-me abençoado e olho para Jungkook com amor. O Dr. Lee comenta sobre minha recuperação, enquanto a enfermeira traz uma cadeira de rodas.
- Jimin deve continuar a fisioterapia regularmente para retornar ao boxe. Se progredir, em seis meses estará pronto para treinar - explica diretamente para Jungkook, enquanto me acomoda na cama. - Posso confiar em você, campeão?
- Claro, ainda quero ser campeão pela WBO e WBC, e proteger meu cinturão - respondo animado.
Com cuidado, o Dr. Lee e a enfermeira me auxiliam a descer da maca, enfrentando uma pontada na perna, mas determinado a caminhar com dificuldade até a cadeira de rodas. Jungkook vem atrás de mim, segurando os presentes, e fazendo uma piada.
- Agora somos dois mancos, amor - brinca ele.
Divirto-me com a situação e rio. Sinto orgulho ao ver como falar sobre sua lesão já não lhe causa sofrimento. Sinto-me grato por tê-lo ao meu lado nos momentos difíceis. Chego até a cadeira de rodas e me sento. Jungkook coloca as coisas em meu colo e me dá um beijo na testa.
- Está pronto para ir para casa, campeão? - pergunta, empurrando a cadeira.
- Estou pronto para ir para casa com você, amor - respondo, segurando sua mão.
Olho pela janela e vejo o sol brilhando. Penso na sorte de sobreviver àquele golpe e nos sonhos que ainda tenho para realizar ao lado de Jungkook. Prometi a mim mesmo que, se tivesse a oportunidade de continuar vivendo, não me dedicaria apenas ao esporte, mas também à família que queria construir com ele. Após reviver momentos cruciais, aquilo que não me mata, apenas me torna mais forte.
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Depois de mais de dois meses em Las Vegas, finalmente estamos retornando a Seul. Jungkook e eu permanecemos no país até que eu estivesse recuperado, enquanto o restante da equipe e os pais dele voltaram na frente. Eles nos deram todo o apoio e o carinho necessários, mas também nos concederam o espaço e a privacidade desejados. Eles são notáveis, e somos extremamente gratos a eles.
Ao chegarmos no aeroporto, somos surpreendidos por uma acolhida calorosa. Alguns fãs nos aguardam com cartazes, flores e presentes. Eles nos aplaudem e elogiam. Eu fico emocionado, quase sem acreditar. Desconhecia a existência de fãs em meu próprio país, tão conservador. Desconhecia pessoas que me respeitavam, me aceitavam e me amavam. Também desconhecia quem se inspirava em mim, se identificava comigo e se orgulhava de mim.
Sinto-me honrado e agradeço a todos. Refiro que são os melhores fãs do mundo, extremamente importantes para mim, minha motivação. Digo que são como família, força e luz para mim.
Alegre, tiro algumas fotos com eles, sorrio e abraço cada um. Sinto o carinho deles, retribuo o afeto e o amor. Sinto-me realizado e olho para Jungkook, que está atrás de mim, impulsionando minha cadeira, sorrindo e me olhando com orgulho.
- Estou tão orgulhoso de você, meu amor.
- E eu de você!
Nos despedimos dos fãs e seguimos para o carro. Percebi que o trajeto não era em direção ao nosso apartamento, mas em direção ao centro de treinamento: Stronger than gold, o que causou um pouco de estranhamento em mim, mas logo compreendi o que estava acontecendo. Ao chegarmos à academia, percebi que ela esta cheia, em festa, pronta para nos receber de volta.
Após perceber a surpresa e alegria estampadas no rosto de Jungkook diante da recepção calorosa na academia, desci do carro com o auxílio dele, que sempre estava ao meu lado para garantir que tudo corresse bem. Ele abriu a porta para mim e me ajudou a me equilibrar enquanto descia, seu rosto irradiando um sorriso sincero.
- Tome cuidado, querido. Não queremos voltar para o hospital.
- Finalmente vocês chegaram, estamos esperando a horas. Eu estou morrendo de fome, e o Namjoon não me deixou comer nada nessa merda - Yoongi resmungou.
- Que recepção calorosa - começo a rir da indignação de Yoongi. - Como vai, já faz um tempinho, né?
- Que isso, estou feliz em te ver, campeão do mundo - concluiu, se aproximando com Namjoon.
- Ei, o que você está fazendo? - digo a Namjoon que veio em minha direção, me pegando no colo de forma brincalhona. Ri alto, pedindo para ser colocado no chão, sentindo o calor da emoção em cada parte do meu ser. - Me coloca no chão, cara!
Enquanto isso, Yoongi guiou Jungkook a sentar na minha cadeira de rodas, e juntos, fomos conduzidos para dentro da academia, que estava deslumbrantemente decorada em tons de dourado, exalando elegância e celebração. O brilho das luzes e as cores festivas preenchiam o ambiente, refletindo a alegria e a dedicação daqueles que ali estavam.
— Bem vindos de volta a academia de vocês, se demorassem mais um pouco, eu me tornaria o proprietário — Yoongi é quem da as boas vindas.
A sensação de ser recebido com tanto carinho e dedicação enche meu coração de gratidão e humildade. Eu me sinto profundamente tocado pela demonstração de afeto e apoio, renovando minha motivação e compromisso com a jornada que havia pela frente. O olhar de Jungkook reflete gratidão e carinho, estou muito feliz por esse momento.
A atmosfera na academia é de pura celebração. Os membros da equipe e meus amigos se reuniram, relembrando momentos especiais e compartilhando alegria. Eles aplaudem nossa entrada enquanto exibimos meu cinturão, que ficará exposto na academia. Meu marido se aproxima de mim com doçura, segurando minha mão e sussurrando palavras de encorajamento. Seu apoio incondicional e o carinho dos que ali estavam presentes me fizeram sentir grato e fortalecido.
À medida que a festa continua, reforcei o vínculo com aqueles que são especiais para mim, compartilhando momentos íntimos e trocando olhares cheios de significado com meu amor. A cada gesto de afeto, senti-me renovado e revigorado para enfrentar os desafios que a vida nos reservava.
Essa foi uma experiência marcante, uma celebração do amor, da amizade e do apoio mútuo que fortalece nossos laços. Olhar nos olhos de Jungkook e sentir todo esse amor ao nosso redor é algo que guardarei para sempre em meu coração.
Ao final, nós encontramos um canto tranquilo na festa, e Jungkook para a cadeira de rodas suavemente, olhando-me nos olhos com seriedade. Seu olhar denota a seriedade da revelação que está prestes a fazer.
- Jimin, desde aquela final do torneio, algo mudou ao nosso redor. Eu passei a olhar para as coisas de forma diferente, entende? E... eu mantive contato com a sua família esse tempo todo - ele diz, com uma expressão confiante e vulnerável ao mesmo tempo.
Fico surpreso diante dessa revelação. As lembranças das atitudes rejeitadoras de minha família me assolam, e a ideia de que eles pudessem ter mudado de atitude parece improvável.
- Como assim, Jungkook? Você sabe como minha família sempre me tratou, eu nunca fui aceito por eles. Por que você está brincando com isso? - questiono, incrédulo diante da possibilidade apresentada.
Jungkook segura minhas mãos com firmeza, transmitindo todo o peso de suas palavras.
- Jimin, eu juro que estou falando a verdade. Eu nunca faria piada com algo assim. Por favor, olhe para a entrada da recepção - ele pede, indicando o outro lado do salão.
Surpreso, viro-me na direção que ele aponta. Meus olhos se arregalam ao ver a figura de minha irmã parada ali, com os olhos lacrimejantes. Ao lado dela, estão minhas sobrinhas, Hayun e Bora, e minha mãe. A surpresa toma conta de mim, enquanto observo a cena sem acreditar no que está diante de mim.
Enquanto Minji se aproxima e me abraça com carinho, me sinto paralisado, sem saber muito bem como reagir. É como se esse gesto amoroso estivesse desafiando todas as minhas expectativas e receios. Começo a sentir um turbilhão de emoções, um misto de nervosismo e emoção que me envolve por completo. Mas quando finalmente me permito, retribuí o abraço, deixando-me envolver pela sensação de proximidade e carinho que a muito tempo não pude receber.
- Jimin, eu sei que nem sempre concordamos e que tivemos nossos momentos difíceis, mas... eu não consigo suportar a ideia de perder você. Quando papai se foi, eu tive medo de nunca mais sentir o abraço dele, de nunca mais ouvir a risada dele... e, agora, ao ver o que aconteceu com você na TV, senti esse medo novamente - confessou emocionada, com um olhar repleto de sinceridade e emoção.. - Eu não quero mais isso. Não quero mais afastamento, não quero mais brigas.
Enquanto Minji sussurra em meu ouvido, suas palavras tocam fundo em meu coração. Ela me conta o quanto havia ficado assustada ao ver o que aconteceu comigo durante o torneio. Suas lágrimas e sua voz embargada revelam a angústia e o medo que ela sentiu.
Sinto um nó na garganta ao ouvi-la. É como se uma parte de mim finalmente pudesse respirar aliviada. As palavras de Minji ressoaram profundamente em meu ser, e eu soube, naquele instante, que algo havia mudado em nossa dinâmica familiar.
Com os olhos marejados, segurei as mãos de Minji, buscando suas íris reflexo das minhas e encontrei sua expressão de sinceridade e emoção. E ali, diante dela, eu disse: - Minji, eu também não quero mais afastamento. Na verdade eu nunca quis e vocês sabem disso. Eu não quero mais brigas. Eu estou aqui, sempre estive. Mas para que isso aconteça, preciso que me aceitem como sou.
- Eu sei disso, Jimin. Peço que me perdoe um dia, por todas as vezes que te desesrepeitei. Quero poder me reaproximar de você, e que seja a figura masculina que minhas filhas realmente merecem.
Nesse momento, o peso das palavras ditas por Minji se dissolveu, e em seu lugar surgiu a promessa de um novo começo, e uma nova chance para a nossa relação familiar.
- Você está falando sério? - perguntei olhando para cima, encontrando Jungkook. Se desmanchando em lágrimas. - Eu vou poder mesmo ficar perto das meninas?
- Vai sim, meu irmão. Taehyung não poderá mais intervir. E eu não tenho mais a intenção de me afastar de você, mesmo que não concorde com seu relacionamento, prometo respeitar.
- Até porque você não tem que concordar com nada - Jungkook se manifesta ríspido, fico tenso, mas Minji não tenta nenhuma retalhação.
- Taehyung me contou tudo, Jimin. Me contou que era apaixonado por você, e que se casou comigo na esperança de te ter por perto. Nós estamos separados, ele sumiu, há um mês não vê as meninas.
- Eu sinto muito, Minji.
- Tudo bem, já passou - ela diz se afastando, convidando as meninas para se aproximarem.
Abraço minhas sobrinhas com amor, sentindo o cheirinho gostoso de bebê delas. Elas me contam que sentiram minha falta, e me enchem de beijos. Minji tenta conte-las para minha sutura não arrebentar, mas eu não me importo apenas quero cobrir minhas meninas de amor.
Então, meus olhos encontram minha mãe, que até então eu havia esquecido que estava presente. Meu coração começa a bater mais forte enquanto encaro sua presença, repleto de expectativa e anseio por algum gesto, alguma palavra.
Jungkook percebe a tensão que se instaura em meu semblante, e com toda a gentileza que lhe é característica, convida as meninas para irem brincar com ele. Enquanto isso, Minji caminha até trás da cadeira de rodas, empurrando-a suavemente para que eu fique de frente para a nossa mãe.
Neste momento, um silêncio denso paira sobre nós. Nem eu, nem ela ousamos rompê-lo. Com o coração apertado e os olhos marejados, encaro minha mãe, tentando transmitir todo o turbilhão de sentimentos que me consumia naquele momento.
Minha mãe respira fundo e se abaixa, ficando de frente para mim. Ela leva as mãos até meu rosto, aproximando-se suavemente para depositar um beijo em minha testa. Naquele gesto singelo, encontro um oceano de emoção e significado. É como se todos os conflitos, todas as desavenças do passado, pudessem se dissolver naquele abraço silencioso.
Nossos olhares se encontram e, mesmo sem uma palavra dita, vejo nos olhos de minha mãe um vislumbre de entendimento e pedido de perdão. Em meio a lágrimas contidas, uma sensação de alívio brota em meu peito, e compreendo que ali, naquele momento, estamos dando um passo em direção à reconciliação e à cura de antigos ferimentos.
- Você apanhou muito seu moleque, nunca mais deixe isso acontecer - foi o que ela disse antes de me abraçar, poucas palavras e eu pude perceber que ela estava tentando. - Seu pai te daria uns tapas, se ainda estivesse vivo.
Após sentir o caloroso abraço de minha mãe, afundo meu nariz em seu pescoço, sentindo o aroma familiar que não experimentava há mais de uma década. Nesse momento, deixei que as lágrimas corressem livremente, permitindo-me absorver cada segundo desse reencontro emocionante.
Minha irmã, acaricia minhas costas, transmitindo um conforto silencioso que parece preencher cada espaço vazio dentro de mim. Sei que ainda temos muito a acertar, mas é como se, nesse instante, todas as dores do passado estivessem se dissipando, abrindo espaço para um sentimento renovado de felicidade. Não foi fácil, mas finalmente sinto-me realizado, com meus sonhos se tornando realidade.
Quando nos afastamos, enxugo o rosto e me preparo para expressar minha gratidão. No entanto, sou interrompido por uma voz que quebra o silêncio: - Olha, diretora, é a esposa do tio Jungkook.
A diretora do orfanato que visitei com Jungkook estava ali, acompanhada pela garotinha que reconheci como Hana e Hye. Antes que eu pudesse cumprimentar a garotinha, ela se adiantou.
- Tio Jungkook, que saudade! - correu até Jungkook, que a pegou no ar e a girou ao redor, transbordando alegria.
Sorrindo diante da cena encantadora, percebo que, para alcançar a plenitude, Jungkook também precisa realizar seus sonhos. Olho para a diretora, que segura a mão de Hye, enquanto o menininho se aproxima de mim, um tanto tímido. Nesse momento, compreendo que, para o meu marido, esses desejos e a conexão com essas crianças também representam algo profundo.
Acaricio suavemente os cabelos de Hye, e logo vejo o pequeno garoto se aproximar de Jungkook, visivelmente desconfortável com o barulho e a agitação ao seu redor. Compreendo que ele é autista, e sinto um profundo desejo de protegê-lo e oferecer-lhe um ambiente confortável.
Observo minha mãe e Minji, atentas à cena entre Jungkook e as crianças, percebendo a ternura em seus olhos enquanto ele abraça Hye e rapidamente se envolve em uma bagunça junto dele, Hana e as gêmeas. Essa visão aquece meu coração, pois agora sei o quanto Jungkook ansiava por compartilhar momentos como esse com crianças.
Nesse momento, tomado por uma sensação de plenitude, entendo que a realização de nossos sonhos individuais e a compreensão mútua são essenciais para a nossa felicidade em conjunto. Enquanto testemunho a interação de Jungkook com as crianças, sinto-me grato por toda a jornada que nos trouxe até aqui, e estou confiante de que ainda temos um futuro repleto de amor, compreensão e cumplicidade.
É bonito ver como Jungkook se conecta com as crianças de forma tão genuína, e isso só reforça a admiração e o respeito que tenho por ele. Essa cena é especial e representa uma nova forma de entendimento e aceitação mútua em nossa trajetória juntos.
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ﾟ･:*✿3 ANOS DEPOIS✿*:･ﾟ
Parado em frente aos meus troféus e cinturões, observo cada conquista com um misto de orgulho e gratidão. A recuperação após o acidente que me obrigou a pendurar as luvas por um tempo foi árdua, mas eu sabia que precisava voltar mais forte. Foram pouco mais de seis meses de dedicação e superação, e desde que retornei ao ringue, tenho seguido invicto, realizando o sonho de conquistar o título de campeão mundial pela WBO e WBC.
Foram tantas conquistas, troféus, dinheiro, fama e publicidade. Que ainda custo a acreditar, que meus anseios se tornaram realidade.
Enquanto admiro minhas conquistas, não posso deixar de pensar em Jungkook e nas premiações que dividiam o espaço com as minhas. Sua suspensão da federação, devido à confusão com Justin, representou um revés para nossa equipe. No entanto, com o apoio incansável de Namjoon, tenho buscado me destacar nas competições, honrando não só o meu nome, mas também o daqueles que acreditam em mim.
Aliás, Justin foi exonerado da federação, após justificar sua conduta com o fato de não poder perder para um homem gay.
Cada troféu e cinturão representa não apenas uma vitória, mas a superação de cada obstáculo que surgiu no meu caminho. Sei que o futuro reserva novos desafios, mas estou determinado a enfrentá-los de cabeça erguida. Enquanto eu estiver aqui, não vou desistir de lutar, pois é nas batalhas que encontramos a nossa verdadeira força. E neste momento, diante de tantas conquistas, sinto um misto de orgulho e gratidão por tudo o que alcancei até aqui.
Sinto uma mão tocar meu ombro. Ao me virar, encontro o olhar carinhoso de Jungkook, que sorri e me abraça por trás, beijando meu pescoço.
- Você é incrível, Jimin. Eu sinto muito orgulho de você - ele sussurra no meu ouvido, fazendo-me arrepiar.
- Obrigado, amor. Você também é incrível. Você é meu maior apoio, meu melhor amigo, o amor da minha vida - eu respondo, virando para ele e segurando seu rosto entre as minhas mãos.
- Eu te amo, Jimin - ele diz, aproximando seus lábios dos meus. - E nunca vou me cansar de dizer isso.
Nos unimos em um beijo cheio de amor, paixão e cumplicidade. Sinto seu coração bater no mesmo ritmo que o meu, seu corpo se encaixar no meu, sua alma se fundir com a minha. Nós somos um só, e nada mais importa.
- Eca! - ouvimos uma voz infantil dizer, interrompendo o nosso momento.
- Eca! - outra voz repete, em coro. Olhamos na direção das vozes e vemos Hye e Hana, rindo da nossa situação.
- Oras, vão brincar e deixem o papai com o papai Kook um pouquinho - eu digo, indo até elas e beijando e abraçando-as com carinho.
Nós os adotamos durante minha recuperação. Eu sabia que ser pai era um sonho de Jungkook e, com o tempo, se tornou meu também. Inicialmente adotaríamos apenas Hye, mas logo me vi completamente apegado a Hana. Nós os amamos como se fossem nossos filhos biológicos, e eles nos amam como se fôssemos seus pais verdadeiros.
- Tá bom, papai. Mas não demorem muito, hein? - Hye diz, piscando um olho.
- É, não demorem muito - Hana concorda, imitando o irmão.
- Podem deixar, crianças - Jungkook diz, sorrindo.
Elas saem correndo, felizes e travessas. Eu volto para o lado de Jungkook, encarando-o com afeto: - Você sabe que eu te amo, né? - eu pergunto, acariciando o seu cabelo.
- Eu sei, Jimin. E eu te amo mais - ele responde, beijando a minha testa.
- Impossível - eu retruco, beijando a sua boca.
Nós nos beijamos novamente, sem nos importar com mais nada. Estamos felizes, e isso é o que importa. Ao final do beijo, permanecemos abraçados, logo terei que viajar de novo e não é nada fácil ficar longe da minha família.
- Nós deveríamos marcar de transar antes da sua viagem para o Brasil - diz Jungkook, travesso.
- Eu topo, podemos levar as crianças para ficarem com a Minji, eles adoram brincar com as gêmeas.
- Isso, então vamos para um hotel caro, com vista panorâmica para a cidade, só eu e você - comenta, apertando minha cintura.
- Perfeito, podemos ir naquele em que o Hye sempre fica encantado quando passamos em frente - comento, logo pensando em como ele gostaria de se hospedar lá.
Jungkook fica em silêncio por um momento, mas logo em seguida comenta: - E se a gente levasse as crianças, eles com certeza vão adorar.
- Eu pensei a mesma coisa - digo, e então começamos a rir.
É assim há dois anos, perdemos a capacidade de fazer qualquer coisa sozinhos. Antes de qualquer uma de nossas vontades, Hye e Hana eram uma prioridade.
As crianças voltam correndo, avisando que as pessoas começaram a chegar. Nós programamos uma luta beneficente para arrecadar fundos para o orfanato onde Hye e Hana moravam, e elas ficam ainda mais animadas ao verem que é a van do orfanato que chegou. Várias crianças adentram na academia, ficando encantadas com a decoração colorida do lugar.
Enquanto ajudo a organizar a luta beneficente, vejo o brilho nos olhos das crianças, a alegria estampada em cada rosto. Jungkook, sempre ao meu lado, cuida para que tudo corra bem. Sabemos o quanto esses eventos são importantes para manter o orfanato funcionando e proporcionar um lar seguro para tantas crianças.
Hye e Hana estão radiantes, mostrando cada canto da academia para as outras crianças. Elas têm orgulho do lugar que chamam de lar, e é emocionante ver como se dedicam em ajudar as crianças que ainda esperam por uma família.
Logo em seguida chega Namjoon e sua esposa, e enquanto cumprimentamos a barriga de Lilly, noto o brilho de felicidade nos olhos do meu treinador. É incrível ver como a família está crescendo e se transformando. A chegada de um novo membro traz consigo uma onda de alegria que contagia a todos nós.
- Olá, meninos, eu também existo - disse Lilly brincalhona, enquanto eu e Jungkook ignoramos tudo para conversar com o bebê.
Jungkook e eu não conseguimos resistir ao barrigão de 6 meses.
- Eles não lingam mais para a gente, desista, Lilly.
Imagino como será maravilhoso ver cada criança crescendo ao lado de tantos bons exemplos, cercadas de tanto amor e cuidado. É uma sensação que nos enche de expectativas e esperanças para o que está por vir para nossa família.
Enquanto as pessoas continuam a chegar, Hoseok aparece com sua esposa e filho, seguido por Yoongi, sempre bem-humorado, trazendo consigo toda a sua alegria, junto com sua mulher e seus 4 filhos. É fantástico vê-los todos reunidos, compartilhando desse momento e trazendo consigo tanta positividade.
A adrenalina começa a tomar conta, pois chegou a hora da luta beneficente. Jin está no centro do ringue, com um sorriso confiante no rosto. Nosso combate promete ser emocionante, e sei que ele está ansioso por esta revanche. Enquanto nos preparamos para iniciar a luta, sinto a energia pulsante no ambiente, pois todos estão ansiosos para ver um confronto emocionante, sabendo que será tudo em prol de uma causa nobre.
- Bate nele, papai! - gritou Hana, arrancando risadas de todos presentes.
Jin e eu trocamos olhares determinados, cientes de que este momento não é apenas sobre nós. É sobre algo maior, algo que ultrapassa as fronteiras do ringue. É sobre fazer a diferença na vida daqueles que precisam, é sobre criar um impacto positivo, é sobre demonstrar solidariedade e compaixão.
- E aí, está pronto para apanhar? - disse ele.
- Eu sempre estou!
À medida que as pancadas ecoam pelo ambiente e o suor escorre pelos nossos rostos, sei que estamos lutando não apenas fisicamente, mas também simbolicamente. Estamos lutando por cada criança no orfanato, por cada sonho e esperança que merecem alcançar.
- É isso aí, meu amor, mostra quem manda no ringue.
Enquanto o combate avança, sinto o apoio de todos ao meu redor. O barulho da plateia, as torcidas, as palavras de incentivo... Tudo isso me impulsiona, pois sei que não estou sozinho nesta causa. Estou lutando ao lado de toda uma comunidade que acredita no poder da solidariedade e se une para fazer a diferença.
E mesmo quando a luta chega ao fim, o verdadeiro sentido deste evento se revela. Não importa o resultado no ringue, o que realmente importa é o impacto positivo que conseguimos alcançar juntos, arrecadando fundos para o orfanato e proporcionando um futuro brilhante para aquelas crianças.
E enquanto o evento se desenrola, percebo como nossa família cresceu. Não somos só eu e Jungkook, somos também Hye, Hana e todas as crianças do orfanato. Nosso amor se expandiu para abraçar não apenas uns aos outros, mas a cada pequeno coração que cruza o nosso caminho.
Ao observar as crianças brincarem e sorrirem, não posso deixar de sentir uma imensa gratidão. Eles nos ensinam tanto sobre amor, resiliência e esperança. E como eu poderia não me sentir completo, rodeado por tanto amor e alegria?
Acho que é isso, quando olho para Jungkook, vejo o mesmo sentimento refletido em seus olhos. Que bom que ainda estamos juntos, não apenas como um casal, mas como uma família, uma comunidade, e isso enche nossos corações de felicidade.
웃🥊FIM🥊유