𝐑𝐄𝐌𝐄𝐌𝐁𝐄𝐑 𝐌𝐄 ━ ᴹⁱⁿʰᵃ...

By surtosdavp

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Anastasia Howard é o tipo de pessoa que se quer por perto. Extrovertida, popular, sempre com um sorriso no ro... More

𝐑𝐄𝐌𝐄𝐌𝐁𝐄𝐑 𝐌𝐄
000 ━ goodbye
002 ━ first day
003 ━ ride
005 ━ pranks
006 ━ bathroom
007 ━ movie
008 ━ watherfall
009 ━ temptacion

001 ━ the walter boys

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By surtosdavp


⭐️ ANASTASIA HOWARD

💐࿐If you think I'm pretty,
lay your hands on me
Know you can't stop thinking 'bout it
───── 𝙞𝙛 𝙪 𝙩𝙝𝙞𝙣𝙠 𝙞'𝙢 𝙥𝙧𝙚𝙩𝙩𝙮





Coloco o último disco de vinil na caixa de papelão e a fecho com a fita. Dou uma última olhada ao redor, já começando a sentir falta do meu quarto.

— Querida, precisamos ir. — Katherine coloca a cabeça para dentro do quarto.

Assenti, sentindo meu peito apertar. Eu não quero deixar Nova York, aqui sempre foi minha casa, e ter que deixá-la assim, de repente, é de partir o coração.

Pego minhas coisas e caminho até a sala, onde Jackie e Katherine me esperam. Depois da morte dos nossos pais, a senhora Walter ficou com nossa custódia e agora teremos que nos mudar para o Colorado. Jackie não lidou nada bem com a notícia, nem eu, para falar a verdade.

Katherine trancou o apartamento e olhou da chave para nós duas.

— Querem ficar com a chave? — perguntou delicadamente.

Mesmo cada uma de nós tendo sua própria cópia, aceitamos. Entramos em um táxi e fomos para o aeroporto, prontas para partir para o Colorado. Ou nem tanto.







💐࿐








A música que escutava era uma falsa sensação de conforto. Jackie estava calada, um pouco desconfortável, percebi. Nós não sabíamos quase nada da mulher sentada conosco. A única informação que tínhamos era que ela era uma amiga muito próxima da nossa mãe, elas até mesmo cresceram juntas. E agora ela era nossa guardiã legal, e uma completa estranha.

Katherine apertava e soltava os braços do assento várias vezes, até deixar os dedos brancos e depois vermelhos novamente.

— Medo de voar? — ao meu lado, Jackie perguntou quando a mulher do meu outro lado soltou um longo suspiro.

— Não, mas, sendo sincera, estou um pouco nervosa por... bem, por levar vocês para casa. — confessou.

Senti minha irmã tencionar ao meu lado, mas logo Katherine acrescentou:

— Ah, não sua causa, meninas. Sei que são boas garotas.

— Então, por que? — foi minha vez de perguntar.

O sorriso de Katherine era simpático.

— Eu já contei que tenho doze filhos?

Puta merda! Doze filhos?

Meus olhos se arregalaram, assim como os de Jackie. Ela me olhou, com certeza, pedindo ajuda. Eu e minha irmã crescemos em um internato somente para meninas, o que não possibilitava criarmos laços com meninos. Bem, não que isso tenha me impedido de algo, mas Jackie nunca tinha nem beijado na vida e, julgando pela sua cara, ela estava desesperada. Chegava a ser engraçado.

Jackie pegou seu caderno, que ela provavelmente ama mais do que a mim, e pediu para que Katherine contasse mais sobre seus filhos. E foi assim que peguei no sono e só acordei com a voz da aeromoça dizendo que pousaríamos.

Quando o avião pousou, atravessamos o aeroporto para encontrar o senhor Walter.

— Bom, contei para as crianças na semana passada que vocês estavam se mudando para cá, então já sabem que estão chegando. — tagarelava Katherine enquanto abríamos caminho pela multidão. — Tem um quarto só para vocês, mas ainda não consegui arrumar... Ah, George! George, aqui!

Katherine pulou algumas vezes, acenando para um homem alto, provavelmente em seus cinquenta e poucos anos. Ele, definitivamente, era mais velho que a esposa, e vestia uma roupa de caubói, com bota, chapéu e tudo o mais.

Quando alcançamos George, o mesmo puxou a esposa para um abraço e beijou sua cabeça. Da mesma forma que nossos pais faziam...

George parecia meio perdido, sem saber o que falar.

— Prontas? — perguntou, depois de murmurar um "olá" para nós.

— Vamos pegar as bagagens e ir pra casa.








💐࿐








O caminho até a casa dos Walter foi silencioso. Jackie mexia no celular enquanto eu olhava pela janela, admirando a vista. O Colorado era lindo, isso não tem como negar. Mas tudo é tão calmo, muito longe da agitação de Nova York. Há uma enorme vastidão de vegetação para todos os lados, trazendo uma paz tão grande, uma que não sinto há muito tempo.

A camionete entrou em uma estrada de cascalho, denunciando a proximidade da casa. Depois de mais alguns minutos, a residência dos Walter logo apareceu no topo da colina. Quanto mais perto chegávamos, mais conseguia analisar o que via. A casa era um agregado do que parecia mais duas. Ao que tudo indica, havia uma casa principal e, depois, a cada filho, uma nova parte era adicionada.

O carro parou e Katherine e George saíram do veículo para tirar nossas bagagens da caçamba. Jackie paralisou no lugar e vi que uma lágrima caía de seus olhos fechados.

Entendia o que ela estava sentindo, eu sentia também. Perder nossa família foi o pior sentimento que já experimentei. É como se uma parte de você faltasse, estivesse perdida. O problema, é que essa falha, esse buraco no nosso peito nunca vai ser preenchido. Não tem nada nesse mundo que possa curar o coração de uma perda. Imagina três.

Jackie olhou para mim e respirou fundo, tomando coragem para abrir a porta. Eu sai do carro, sendo seguida pela minha irmã. A senhora Walter já tinha atravessado a porta que dividia a garagem do que parecia ser o quintal. Quando passamos pela porta, o sol bateu contra nosso rosto e vi Katherine parada no deque da piscina. Aparentemente, era só ela, então vi eles nadando e brincando na água. Estavam todos ali, sem camisa e... caralho! Eles são gostosos.

— Meninos, essas são Jackie e Anastasia, as amigas da família de que seu pai falou. — disse quando subimos no deque. — Elas vão passar um tempo conosco, e, enquanto estiverem aqui, quero que façam o possível para elas se sentirem em casa.

Todos os irmãos nos olhavam da cabeça aos pés. O ódio cintilava no olhar de cada um e vi que nos fazer se sentir em casa era a última coisa que queriam.

— Oi, gente. Meu nome é Jackie e essa é minha irmã, Anastasia.

Mantive o olhar fixo em todos os irmãos. Se eles estão tentando nos intimidar, não funcionou. Tento deixar claro que eu não quero minha presença aqui tanto quanto eles.

Um dos meninos mais velhos nadou para a frente e saiu da piscina, os músculos gritando para serem tocados. A água pingava do seu corpo, deslizando por cada pedacinho de pele exposta. Olhei para o lado e vi o olhar de Jackie fixo no loiro, devorando-o com os olhos.

Quase soltei uma risada. Jackie nunca me escutou quando dizia que garotos eram uma delícia.

— Onde elas vão ficar? — perguntou o que parecia ser o que todos os irmãos gostariam de escutar.

— Cole, não seja mal-educado. A meninas são nossas convidadas. — repreendeu George.

Cole deu de ombros.

— O que? Isso daqui não é hotel. Eu, por exemplo, não vou dividir meu quarto.

— Também não quero dividir. — reclamou outro garoto.

— Nem eu. — acrescentou outro.

Vendo que todos estavam prestes a nos dispensar, George levantou a mão, mandando-os parar.

— Ninguém vai dividir ou sair do quarto. A Jackie e a Anastasia terão seu próprio quarto.

— Um novo quarto? — Cole cruzou os braços sob o peito. — E onde vai ser?

— No estúdio.

— Mas, tia Kathy! — um dos garotos começou, mas foi interrompido pela tia.

— O tópico não está aberto para discussão. — repreendeu os filhos. — George, você colou as camas, certo?

— É claro. Só não deu tempo de organizar as coisas lá dentro.

Katherine balançou a cabeça em compreensão e depois procurou o olhar de mais alguém na piscina. Segui seu olhar e a vi olhando para um garoto diferente dos demais.

Seus cabelos negros estavam molhados e bagunçados. Mesmo embaixo da água, conseguia ver o corpo tonificado e os músculos saltando do corpo. Seus olhos encontraram os meus e o sorriso convencido em seus lábios dizia que tinha me pego secando seu corpo.

— Cole e Isaac, ajudem as meninas com as caixas. — antes de algum deles abrir a boca para reclamar, George acrescentou:

— Sem reclamar.

Então os dois nos deixaram sozinhas no deque. Todos ali nos observavam como se fossem nos comer vivas, e, bem, eu não duvidava que seriam capazes de tal coisa.

Enquanto Cole se secava com a maior calma do mundo, Isaac começou a sair da piscina. A água escorria pelo seu corpo e, como se não bastasse, quando já estava parado no deque balançou o cabelo para tirar o excesso de água.

Desviei meu olhar, balançando a cabeça para mim mesma em desaprovação. Os garotos estão fora de cogitação. Olhei para Jackie e seus olhos estavam fixos em uma mancha na madeira do deque.

— Ao que parece, vocês já conheceram meus irmãos.

Eu e minha irmã viramos a cabeça para a voz que soou em nossas costas.

— Will. — ele estendeu a mão em cumprimento.

— Jackie. — minha irmã aceitou o cumprimento.

A mão calejada do irmão mais velho apertou a minha.

— Anastasia.

— Estamos todos nos comportando bem? — virou para os irmãos buscando uma resposta. Quando ninguém respondeu ele balançou a cabeça. — Vocês pelo menos já se apresentaram, seus idiotas?

A essa altura, todos já haviam saído da piscina para se secar.

— Elas sabem quem eu sou. — disse Cole.

Ele estava deitado em uma das espreguiçadeiras de plástico tomando sol, tacando o foda-se para o que sua mãe pediu.

— Podem ignorar, ele é um pé no saco. — disse Will. — Esse é o Danny, irmão do pé no saco.

Danny não era nada igual ao irmão. Não para serem gêmeos, pelo menos.

— Esse é o Isaac, meu primo. — o moreno ainda estava com o sorrisinho presunçoso dançando nos lábios. — Lee, irmão mais novo do Isaac.

Em seguida, Will apresentou Alex, Nathan e o primeiro par de gêmeos idênticos, Jack e Jordan.

— Essa é a Parker. — apontou para a única menina no meio dos garotos.

A revelação me pegou de surpresa. Não imaginava que Parker seria menina, e, pelo visto, nem Jackie.

— Oi, Parker. — minha irmã sorriu para a loira.

— Oi, Jackie. — Parker pronunciou o nome da minha irmã como se fosse algo extremamente engraçado.

Ela olhou para mim, também esperando uma saudação. A olhei com as sobrancelhas erguidas, mostrando que não diria um pio. Não seria educada com ninguém se nem mesmo eles darão o trabalho.

Parker se inclinou para os dois gêmeos mais novos e um sorriso sapeca surgiu em seus rostos.

— E, finalmente, esses são...

Antes que Will pudesse terminar de falar, a dupla de diabinhos saiu em disparada em nossa direção e nos atacou. Tentei recuperar o equilíbrio, mas meus joelhos cederam e caí na piscina. Subi até a superfície e olhei incrédula para os gêmeos. Ao meu lado, Jackie parecia engasgada, com dificuldades para respirar.

No deque, todos menos Will riam.

— Te pegamos! — gritou um dos gêmeos na borda da piscina. — Sou o Zack, esse é meu gêmeo, Benny.

Sua fofura fez com que meus músculos relaxassem. Suas bochechas ainda tinham as gordurinhas de bebê, o que os tornava ainda mais fofos.

— Zack, Benny! Olha só o que vocês fizeram! — reclamou Will. — Alguém, pelo amor de Deus, pega uma toalha para as duas.

Will veio até a borda e nos estendeu sua mão. Ignorei o gesto e saí da água sozinha, sentindo as roupas grudando em cada centímetro da minha pele enquanto ficava em pé. Alguns dos meninos mais velhos direcionaram o olhar para meus peitos, quase à mostra pela camiseta branca agora transparente e o sutiã de renda também branco. Fui até Isaac, que estava com minha toalha, e não pude deixar de colocar o mesmo sorriso presunçoso nos lábios quando seus olhos percorreram todo meu corpo.

Me enrolei na toalha, indo até minha irmã.

— Que mancada, me desculpa. — disse Will antes de lançar um olhar para os gêmeos.

— A única mancada foi terem entregado a toalha. — disse alguém.

Eu e Jackie nos viramos para ver quem tinha falado, mas, como estavam todos juntos, em silêncio, tentando não sorrir, não tinha como saber quem foi. Minha irmã voltou a falar com Will, mas minha atenção continuou nos meninos, olhando de um por um mostrando meu desgosto.

— Podemos colocar roupas secas? — perguntei depois de Will dizer algo que não escutei.

— Posso ajudar com isso. — brincou outra voz.

Desta vez, os garotos não conseguiram conter a risada.

— Isaac! — Will repreendeu o primo e olhou de uma forma assustadora para os meninos, que pararam de rir com o sermão. — Vou ajudar a descarregar as coisas de vocês e alguém mostrará seu quarto.

Com isso, Will saiu e foi seguido pelo restante dos irmãos. Cole e Isaac ficaram, cumprindo o pedido da mãe. O mais velho começou a andar, sendo seguido pela Jackie. Fiquei parada no lugar, esperando Isaac começar a se movimentar também.

— Depois de você. — disse, fazendo uma reverência tão exagerada que senti meus olhos se revirando involuntariamente.

Seguimos até o interior da casa e me assustei com a quantidade de coisas espalhadas por todos os cantos. Bem, ser mãe de 12 filhos não deve ser fácil. Quando começamos a subir as escadas, tive que ter o triplo da atenção para não pisar em algo e correr o risco de tropeçar.

Enquanto andávamos, Cole ia mostrando um cômodo diferente. Quando, finalmente, chegamos ao segundo andar, havia tantas portas que senti que me perderia ali. Cole nos levou até uma porta mais afastada e quando deu espaço para entrarmos no cômodo, meus olhos brilharam.

O lugar era espaçoso e muito iluminado, devido às várias janelas espalhadas no cômodo, dando uma vista de todos os ângulos da propriedade. Havia materiais de pintura espalhadas por toda parte e um grande mural cobria a parede onde nossas camas estavam encostadas.

— Sua mãe é muito talentosa. — me vi dizendo enquanto admirava a pintura da propriedade Walter.

— Ela é, sim. — havia um tom meio triste em sua voz. — Uma pena que não tenha mais tanto tempo para pintar. Doze filhos e tal.

Olhei para ele e, então, entendi. Estávamos ocupando o lugar dela, por isso todos ficaram tão bravos mais cedo.

Isaac, que tinha se juntado ao irmão mais velho na garagem, entrou no quarto, trazendo nossas malas junto. Ele as deixou perto da cama e voltou para ajudar Will. Cole, alegando que nos deixaria sozinhas, também desceu.

Acho que, pela primeira vez, Jackie conseguiu respirar. O desespero em sua feição estava aparente, mas não me aproximei. Eu e Jackie, por mais que sejamos gêmeas, não somos tão próximas. Nós nos amamos, óbvio. Mas não somos o tipo de irmãs que contam tudo uma para outra, e nem do tipo que se preocupa o bastante para perguntar o que está acontecendo.

Acho que muito disso veio da forma como crescemos. Eu e Jackie sempre fomos muito diferentes. Ela é a garota perfeita, sempre muito disciplinada e dedicada aos estudos e apenas isso. Eu sou a garota rebelde que faz o que quer e não liga para mais nada, de acordo com todos à minha volta. Não os julgo por estabelecerem esse rótulo em mim, eu nunca fiz nada para provar o contrário. Eles apenas não me conhecem de verdade.

Peguei minha mala e deixei Jackie em seu mundo. Troquei-me e deitei na minha cama, procurando relaxar. Todos os acontecimentos de mais cedo me deixaram com dor de cabeça e, para ser sincera, não sei se estou tão preparada para lidar com os Walter como achei que estivesse.























































Oiee, meus amores! Tudo bem com vocês?
Eu simplesmente AMEI escrever esse capítulo!
Que gostinho maravilhoso. E, só para deixar claro, todos os irmãos Walter são descritos como uns gostosos no livro. Então tentem imaginar a aparência da série, só que com mais músculos envolvidos.
Desculpa qualquer erro ortográfico.
Aproveitem a leitura!
Amo vocês, até a próxima!

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