My Personal Demon - Anabella...

بواسطة demonn_ye

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Las Pegasus é a cidade tão conhecida pelo mundo que qualquer um sonharia em morar, não era diferente pra Anab... المزيد

Chapter I: A cidade de Leherton.
Chapter II: Janela.
Chapter III: Vulto.
Chapter IV: Serei seu demônio.
Chapter V: Agora acredita em mim?
Chapter VI: Perseguição.
Chapter VII: Inicio de uma tragédia.
Chapter IX: Você.
Chapter X: Decisões.
Chapter XI: Olhar diferente.
Chapter XII: Beijo.
Chapter XIII: Adeus Bia...

Chapter VIII: Horror.

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بواسطة demonn_ye

Bem-vindo à sala das pessoas
(Welcome to the room of people)

Que têm quartos de pessoas que um dia amaram
(Who have rooms of people that they loved one day)

Ancorado
(Docked away)

Só porque verificamos as armas na porta
(Just because we check the guns at the door)

Não significa que nossos cérebros mudarão com as granadas de mão
(Doesn't mean our brains will change from
hand grenades)

Você nunca conhecerá o psicopata sentado ao seu lado
(You'll never know the psychopath sitting next to you)

Heathens - Twenty One Pilots

Evito olhar enquanto subo os inúmeros dregaus daquela maltida escada, evitei ao máximo encostar em qualquer dali e busquei em minha mente momentos bobos e aleatórios para me diatrair dos sons.

Até pareciam putas, gemendo loucamente só com um beijo e nítidamente forçadas, aquela cena era de dar enjoo.

Já no segundo andar me deparo com mais pessoas no corredor, porém nenhuma delas estavam transando, estavam fumando narguilé e conversando alto, alguns param pra me encarar e me encolho começando a andar onde provávelmente Arthur estaria.

Essa casa era definitivamente muito bonita, apesar de não ter reparado tanto na decoração do andar de cima, o piso laminado e as paredes com alguns quadros caros, o corredor possuía apenas um lustre espiral de cristal, as paredes eram altas e não eram tão estreitas, eu podia passar sem me preocupar em trombar com algum estranho ali.

Tinha inúmeras portas, algumas entreabertas dando pra ver o que tinha dentro e outras totalmente fechadas. Ignoro os olhares e abaixo minha saia me sentindo enjoada naquele ambiente.

Não queria abrir as portas e me deparar com alguma cena de filme porno, mas sabia que não tinha razão pra vir e sair sem fazer isso, já que todos estavam encostados e tinha a visão do rosto deles. Eu saberia se Arthur estaria aqui ou não.

Coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e ando em direção a uma garota que não parecia nada bem.

Usava um vestido curto, bem, bem curto decotado, azul claro e seus cabelos enrolados eram escuros, um tenis aparentemente confortável e julgo ser pó aquilo branco em baixo do nariz vermelho, ela possuía grandes olheiras que antes tinha alguma maquiagem em cima, sei bem disso porque agora se envontrava toda borrada. Seu estado era deplorável, ela não estava arrumada, estava bem largada para falar a verdade. Apoiava-se na parede com uma mão e fumava com a outra, ao me notar seu olhar mantem-se o mesmo, como se não soubesse ou ligasse para nada a sua volta.

-você tá legal? -pergunto sabendo que a mesma provavelmente mentiria.

Ela cambaleia dois passos para trás e segura agora na parede mais firme, mesmo sabendo que não adiantaria muito pra cair.

-eu to bem -sua voz sai arrastada e ela olha pro chão segurando uma risada -você não parece tão distante agora néé? Safado, ta querendo que eu caia!! -acusa um pouco alto com indignação enquanto aponta um dedo pro chão, agora meio alterada e irritada.

Olho para os lados mas ela era invisivel aos olhos deles, aos olhos de todos eles ela era ignorada, talvez acostumados ao ver essa situação em festas, mas eu não. Eu estava me sentindo incomodada e até pena por ela.

-viu um garoto loiro? Olhos castanhos e não muito alto -paro aos poucos com a voz abaixando a medida que eu falava ao notar a garota abaixando a cabeça e vomitando na minha frente -ei? Precisa de ajuda? -me afasto para o liquido não lambusar meus pés.

É claro que ela precisava, mas era uma estranha aos meus olhos e mesmo sempre ajudando quem eu pudesse não deixava de ser... nojento. Só que eu sabia que não conseguiria deixa-lá passando mal, tudo bem que ela escolheu esse caminho mas poxa, não custava nada né?

Eu não sei se deveria sentir pena por essas pessoas, mas sentia. Então me aproximo tomando cuidado para não pisar no chão sujo a minha frente e enrosco seu braço direito por cima de meu ombro, forço a ignorar o cheiro insuportável de vomito em minhas narinas e passo os olhos pelo local. As pessoas continuam não se importando. Quaso bufo por não ter nada de Arthur e ignoro o resto do corredor onde ele não estaria.

Descer as escadas com ela me daria um baita trabalho, procuro alguma placa de banheiro feminino mas nada. Isso não cheirava só a vomito, mas a alcool e cigarro também.

Eu não sei pra que sai de casa, dar trabalho pra desconhecidos ao invés de ficar sozinha... talvez eu esteja sendo um pouco insensível.

Caço mais uma vez alguma porta com a placa do banheiro e vejo um homem vendo minha situação, na verdade a situação dela... ele aponta com a cabeça para uma porta e sorrio simpática em agradecimento levando comigo a moça que agora já não ria mais. Ela cambaleava mas andava até bem.

Finalmente chego lá e abro a porta e adentro com ela fechando em seguida, o banheiro era grande e o espelho possuía led ao redor.

-calma maninha -a garota diz embriagada com a voz embargada, a olho e ela olha para seu reflexo com os olhos cheios da água -quanta falta de caráter -ela diz apontando para seu reflexo no espelho a repreendendo, não forçaria saber de sua história para não me sentir mal depois. Arrasto ela até o vaso sanitário que, caí de joelhos sem eu ao menos conseguir ter tempo de segurar seu braço, tampo os ouvidos sabendo o que estaria por vir, mas lembro de seu cabelo então olho para cima respirando fundo e predendo seu cabelo com minhas duas mãos para ajuda-lá, ela começa a por tudo para fora e fecho os olhos com força virando a cabeça para o lado, afim de não ver a cena -parece um patinho -aponta após vomitar -cinco patinhos, ops! Isso me lembra aquela música lá.

Ela observava o vomito e ria dos "patinhos" que apontava, comeu algo que agora vomitava, agora cantando uma música onde cinco patinhos foram passear.

"Que situação senhor...".

Coleto mais alguns fios de seu cabelo que ameçavam cair em seu rosto e logo ela torna a vomitar mais um pouco. Finalmente quando acaba se levanta com dificuldades e eu a guio levando até a pia.

-não ne olha assim, vocês duas! -ela arrasta sua voz virando a cabeça em minha direção.

-nós duas? -procuro alguém atrás de mim com um certo medo dela estar vendo coisas, chego a lembrar daqueles dias na janela...

"Isso me arrepiou" olho pro meu braço arrepiado.

-é -ela volta a chorar olhando pro espelho, só aí percebo que ela esteja a se referindo ao reflexo dela também.

Suspiro aliviada.

-se curva assim -peço.

Ela faz e logo lava a boca em volta, depois levando uma quantidade de água e cuspindo fora.

Escuto um barulho alto do lado de fora, fazendo com que nós duas pulassemos de susto com o som. Ela olha horrorizada para mim e eu a olho da mesma forma de volta não ouvindo nada após, nem uma conversa no corredor e nem nada. Levo meus olhos a porta com vontade de ir ver o que estava acontecendo, porém eu não a deixaria aqui e ela me impede com a vontade de vomitar voltando.

Quando percebo abaixo sua cabeça e peço pra colocar para fora, tinha ficado um bom tempo ajudando ela, e não sabia se me arrependia ou não, porém tenho um bom coração e me preocupei mais em seu bem estar.

Pressentimento ruim.

Algo está muito errado.

Sinto um fraco cheiro de queimado e quando penso ser impressão inalo aquilo novamente confirmando que eu não estava louca, algo estava queimando do outro lado da porta e o silêncio que antes reinava foi embora escutando gritos tanto de mulheres quanto de homens, algo despertou em mim. Um certi desespero que me fez ficar em alerta e prestar atenção ao sons ao meu redor, porém é quase impossível entender ouvindo a moça passando mal. Ela volta a lavar a boca e ando em direção a porta abrindo a mesma, vendo o corredor quase vazio e algumas pessoas indo em direção a escada que eu não pude enxergar.

No final do corredor vejo começar a escapar um pouco de fumaça preta por baixo da porta, só então notei que ali tinha um quarto pegando fogo. E se eu tivesse ido atrás de Arthur até lá? Talvez não acontecesse nada por eu não ter coragem de entrar em nenhum quarto daqui. Mas mesmo assim...

Era estranho a tonalidade super preta e suja da fumaça, abro a porta por completo e uma das garotas que estavam saindo vem em minha direção rápido até demaiz fazendo eu me assutar.

-ela está aí não está? -ela pergunta assustada e um pouco ofegante, mesmo sem saber de quem se trata assinto e ela passa por mim me empurrando para o lado fazendo com que eu quase caisse -licença!

Olho para trás vendo que ela era possivelmente "amiga" da garota e começar a puxa-la dali.

Se fosse amiga mesmo teria me ajudado a levar ela pro banheiro ao invés de olhar de longe.

Ela passa por mim com pressa e escuto a garota de antes choramingar algo um pouco alto. Saio do banheiro e olho para os lados vendo a porta começar a pegar fogo e manchar o teto acima.

Meu coração ficou desesperado e me senti em um tipo de transe onde me via correndo dali o mais rápido possível para longe, e indo em direção ali para descobrir o que tinha lá dentro ou o que tinha causado o incendio.

Eu que não iria arricar.

Uma mão grande puxa meu braço com força me fazendo não ter reação para aquilo, só depois subo meu olhar por suas tatuagens e vejo Jordan um pouco apressado me puxar dali sem a necessidade de desviar de tantas pessoas que agora estavam no andar de baixo. Não disse uma palavra assim como ele e só o segui saindo dali.

-o que está acontecendo? -consegui perguntar um pouco alto.

Ele me encara e sua cara vai de sério para um sorriso sarcástico.

-estamos todos bricando de pega pega, e quem vai nos pegar vai ser o fogo! -devolve o mesmo tom porém debochado.

Filho da puta. Como eu odeio esse cretino.

Já no primeiro andar paro de andar de um jeito adrupto então ele me encara com os olhos confusos. Me lembrei de alguém que eu não tenho certeza se estava bem.

-o Arthur... ele -sou interrompida por ele.

-não estamos com tempo porra -ele diz meio rígido e volta a andar rápido me puxando consigo.

Olho para nossos pés já que eu quase não conseguia acompanhar por suas pernas serem maiores que as minhas e vejo um liquído no chão me deixando confusa, claro q no desespero um monte de gente derrubou suas bebidas, mas esse em específico seguia uma linha que agora estava pisoteada, tipo um rastro até a saída.

Saímos e vejo todos ali fora confusos, alguns desesperados para irem embora e outros apenas confusos sem sabe direito a situação.

Escuto conversas de que a policia e os bombeiros estava chegando, e como resposta para minha cabeça, entendo o porque do desespero. Ali estava acontecendo muito tráfico e coisas do tipo ilegais, o que significa que alguém metido nisso pode ter causado o incendio com um cigarro, o que não fazia sentido em minha cabeça algo tão pequeno fazer algo tão... olho para a janela e vejo o quarto do final do corredor pegando fogo... grande.

Saía muita fumaça e não dava para enxergar nada dentro da casa, saía algumas pessoas depois de nós mas eram poucas. Vendo que fomos um dos ultimos a sair.

-o que foi isso? -escuto a voz de Nessa perguntar e então olho rapidamente em sua direção.

-alguém provavelmente causou um incendio propositál -Nicolas abraçava ela.

Eles não estavam muito próximos mas até pareciam um casal. Vou até eles e puxo Jordan pela mão e sinto ela queimar com seu olhar.

-estamos todos bem? -pergunto e vejo Theo assentir.

-achou ele? -Cauã pergunta um pouco pálido e estreito as sombrancelhas.

-você não? -pergunto.

Nós dois nos entre olhamos e de canto dos olhos vejo Nicolas e Vanessa fazer o mesmo com certa preocupação.

-nós não o vimos no andar de baixo Bella -Nicolas diz.

"Droga".

Olho para os lados perdida e depois pra Jordan que olhava a cena, não sabia descrever sua expressão mas eu diria despreocupado??

Vejo atrás dele a casa no andar de baixo pegando fogo e isso me intriga, mais pra frente Mathias estava virado para sua casa com os braços cruzados. Longe o bastante para eu não conseguir ver seu rosto nem se ele estivesse virado para mim.

Eu sinto pena.

-Arthur?! -Cauã diz um pouco alto tentando chamar sua atenção onde quer que ele esteja.

-porra ele sumiu em menos de uma hora de festa -Nicolas diz e solta Nessa só aí percebendo o primo da mesma que o fuzilava com os olhos.

-Deus isso ta preocupante -Theo e Jordan torcem um pouco o nariz quase passando despercebido por mim.

"Falei algo de errado?".

-é bom a gente vazar daqui também -Theo fala -vem -pega o braço de Nessa que tenta puxa-lo.

-espera -ela quase grita.

-nós também precisamos ir -Miller pega meu pulso e me arrasta dali.

-me solta -tento sair de seu aperto -por que assim do nada? O Arthur não apareceu! -quase grito tentando me soltar, aos poucos meus amigos vão ficando distantes e a casa também, as pessoas vão embora e escuto comentários que os bombeiros já estão em uma rua próxima -qual a merda do seu problema? -me estresso.

Paramos na frente de uma moto Yamaha branca que eu não sabia o modelo, muito bonita e cara por sinal, olho em seus olhos sem nem perguntar mais nada vejo o motivo da sua pressa. Ele estava envolvido com algo naquele jogo com tráfico e Theo também.

Jordan me entrega o único capacete que tem, branco com chifres de diabinho da mesma cor.

"Não acredito que tem um playboy drogadinho dentro da MINHA casa".

Quase arranco o capacete de sua mão com força encarando da mesma forma que me encarava, raiva, ele talvez pela minha forma rude de agradece-lo por me tirar dali, e eu por desgosto de não achar meu amigo e ele não me dar explicações de nada do que estava fazendo naquela mesa.

-não vou sem saber de quem é essa moto -falo séria.

-é minha.

O encarei, nunca vi ele com uma moto ou trabalhando para ter dinheiro, semirrei os olhos com o olhar caído sobre a moto.

Ele revira os olhos.

-ganhei na aposta, agora não me culpe se eu for sem você -ele responde a minha pergunta que tinha em mente -agora se a madame de licença -ele monta na moto e gira a chave em seus dedos cheios de anéis pratas -não tenho tempo a perder.

Olho pra trás e num piscar de olhos coloco o capacete não me importando se ele usaria ou não, subo atrás de si e a moto liga, Jordan faz um barulho consideravelmente alto e saímos dali com um pouco mais de pressa do que eu imaginava, devido á inesperada velocidade agarro sua barriga sentindo seu abdômen trincado por baixo de minhas mãos separadas pelo tecido de sua roupa, ao menos me importei no momento e me preocupei em não cair da moto enquanto o xingava por fazer graça, senti seu sorriso sem ao menos ver seu rosto e não precisei nem olhar no retrovisor para confirmar. Odiei a brincadeira.

Olho para trás vendo a ambulância chegando e meus amigos se distânciando conforme o vento gelado ia contra mim. Miller faz uma curva adrupta sem cuidado nenhum comigo, novamente o xingo e volto a olhar pra frente.

Estava cansada e queria chegar em casa para mandar mensagem para meus amigos, pensei comigo mesma que ele deveria ter ido embora sem avisar ninguém ou quem sabe.

Em menos tempo do que quando fomos chegamos no apartamento, passo pela recepção e entro no elevador após deixarmos a moto estacionada na garagem, bom pelo menos ele tinha uma moto e poderíamos ir juntos pra escola então não é? Para a primeira vez andando de moto até que foi legal, tirando os quebras molas no caminho que ele não fazia questão de desviar.

Destranco a porta e adentro o cômodo limpo do jeito que eu tinha deixado, me sento no sofá e desbloqueio meu celular atendendo a chamada de Nicolas.

-e então? -foi a primeira coisa dita quando atendi, Nicolas estava com a respiração pesada como se tivesse corrido muito.

-não o achamos, não está aqui fora e corremos pela rua para ver se ele estava em algum canto, Vanessa deixou alguns pertences dentro da casa e não liberam para entrarmos, o fogo foi apagado.

Mordo o lábio inteiror e apoio os cotovelos em meus joelhos.

Por que isso cheira tão estranho?

Por que sinto essa sensação?

-o carro dele está aí não está? -perguntei.

-não, deve ter ido embora mesmo.

-hm, ok, nos vemos na escola?

-na escola -confirma -tchau.

-tchau.

Ele é o primeiro a desligar o telefone, olho para os cantos não o encontrando, dou de ombros e vou ao meu quarto e depois ao banheiro fazer minhas higienes pessoais.
Queria ter aproveitado mais a festa.

Quebra de tempo:

Me escoro na mesa encostando a minha testa na madeira gelada, bocejo já cansada esperando a maldita aula acabar, diferente das aulas anteriores ninguém jogou bolinhas de papeis escritos "bela raba" dentro, ou "responda estressadinha", em mim. Fazia-se 1 semana desde a festa e todos estavam apreensivos sobre isso, a policia já estava atrás mas sinceramente? Eu acho que teve algo a mais naquela noite.

Arthur sumiu.

Sumiu do mapa, não o encontraram em sua casa, em algum lugar próximo. Nada.

E isso simplesmente estava me intrigando, como que ele sumiu? Pra onde foi? Estava tudo perfeitamente bem e "divertido" e do nada ele some sem deixar rastros, perguntávamos aonde ele estava direto para os policiais que sempre diziam "estamos em busca de algo para que possamos afirmar para vocês a situação, por enquanto, sem notícias".

Eu odiava a polícia daqui.

Eu me encontrava pensativa, os dias tem se passado rápido porém devagar ao mesmo tempo, não sabia o que pensar. Por outro lado Nicolas e Nessa se mantinham bem próximos e comunicativos, quase sempre conversando algo sobre Arthur, Nick e Cauã o conhecia a muito tempo, porém só os dois pombinhos foram na casa aonde ele morava, bom, sem respostas. Não entrariam lá sem sua permissão, mas contam que as janelas estavam sempre escuras e nada podia ser visto lá, voltaram uma vez a noite pois pensaram que poderia estar fora de casa, mas as luzes continuvam apagadas e nenhum sinal do mesmo. Já Cauã parecia bem mais aflito, olheiras eram visíveis e estava toda hora preso a esse assunto, receoso.

Fui eu quem mais esteve em seu lado para ajuda-lo a se acalmar, ele se mostrou um pouco pessimista. Jordan não tava nem aí para o assunto assim como Theo e todos da escola. Porém era um ótimo motivo de fofoca.

Não tive notícias do Mathias, quem sabe acabemos nos encontrando alguma hora, ele também não apareceu na escola mas se comunicava com alguns amigos. Segundo a fofoca de algumas meninas ao meu lado.

A diretora interrompeu a aula naquela hora avisando a todos da situação, para que se vissem o loiro alertasse a escola o mais rápido possível.

Agora era horário de intervalo e ninguém se quer comeu ou tocou na comida.

Enquanto o silêncio de "luto" pairava o ar alguns metros a mesa ao lado estava dois ediotas mas alguns famosinhos da escola conversando alto e rindo ao lado da mesma garota que vi na festa, uma tal de Catrina.

Ninguém prestava atenção em nós até agora, ela com algumas amigas mantinham o olhar e queixo erguido para Nessa e eu.

A por favor... poupe minha paciência.

-sabe... estive pensando -Cauã começou -isso nunca tinha acontecido antes, poderíamos ir à casa dele.

-eu e Nick fizemos isso Cauã.

-não não, digo, entrar.

-invadir? -pergunto.

-eu duvido que a policia fez algo a respeito -ele continua -vamos, é apenas uma espiadinha, ninguém além de nós quatro precisamos saber.

-isso não vai dar bom.

-eu concordo.

Novamente todo mundo em silêncio, eu teria concordado com os dois a minha frente se também não quisesse saber o que tinha e se estava lá dentro.

-olha -começo -não é tão má ideia.

E mais uma vez silêncio, trocamos olhares de "e se..." para a alternativa, que era péssima.

Talvez cada um de nós estivéssemos repensando isso já que de novo não falamos nada e finalizamos nosso intervalo por isso mesmo, cogitando a ideia do que poderia acontecer e se faríamos. A vontade estava estampada na cara de cada um.

Quebra de tempo:

Entro no carro de Nicolas. Era noite e acabamos cedendo a vontade e combinando de fazer o que nossa mente nos mandava.

Tinha voltado do trabalho e tomado um belo banho e agora aqui estava eu, dentro de um carro enquanto Cauã e Nessa conversavam entre si para destrontrair o clima deixado pelo sumiço do amigo.

Me mantive quieta o caminho todo, cada um de nós tínhamos uma bolsa com lanterna e coisas que poderia ser úteis para invadir caso ele não estivesse dentro. Cena típica de filme de terror onde um grupo de adolescentes rebeldes que se foderiam. Acabei ignorando o sermão que me dei quando tivemos essa ideia, sério? O que eu tinha na cabeça?

Um dia estava sonhando em me formar outro estava com um estranho em casa, e agora estou eu indo com um grupo de amigos que não conheço a muito tempo em direção a casa de um amigo possivelmente falecido depois de uma festa que mais se parecia com um puteiro.

Possivelmente falecido...

Será?

Não que eu não esteja triste e, bom, estava preocupada com a hipótese, eu não tinha momentos como Cauã e Nicolas, eles o conheciam muito bem. E pensar em perder um amigo.

Arthur, espero que eu esteja sendo pessimista, espero pagar com a língua, mesmo não o conhecendo ele era uma pessoa simpática e era um bom companheiro. Não queria que acabasse assim.

Eu realmente ficaria horrorizada e não sairia de casa por dias por medo do mesmo acontecer comigo.

É aqui.

Estacionamos no outro lado da rua mas em frente a sua casa, tinha dois andares, era alta e branca, janelas e portas de madeira escura mas bonita, uma rua iluminada, era um bom local para se morar. A casa estava escura, pude ouvir cada um engolir o seco junto a mim. Arthur não parecia ser o tipo que moraria sozinho, um cara como ele devia ter uma família bem grande aí dentro, uma irmã e um cachorro também. Estava um pouco frio e nós apressamos a ficar em frente a porta.

-quem vai bater? -Nessa perguntou.

-está com medo? -Cauã tentou brincar, mas seus punhos estavam fechados dentro do bolso da calça que estava vestindo, estava marcado.

Toc toc. Nicolas ignorou os dois e bateu uma, duas, três, quatro vezes de uma vez. Estava nervoso.

Coloquei uma mão em seu ombro e o mesmo olhou pra trás conferindo meu toque, olhou em meu rosto e sorriu voltando a ficar sério logo em seguida olhando para a frente, ficamos alguns minutos e nem um barulho pode ser ouvido, o que era esperado mas também não queríamos que acontecesse.

Uma, duas, três, denovo o som da madeira pode ser escutado e quase um eco foi feito, pude ver minha alma passando por trás de algumas árvores.

Por que eu estava com tanto medo?

Mais algumas batidas e nada.

Nos entreolhamos antes de fazer o que sabíamos que teríamos que fazer, invadir a casa. Três passos pra trás e Cauã chutou a porta com força fazendo um estrondo altíssimo.

-ei ei ei -vejo ele fazer a mesma coisa repetidas vezes -não vamos arrombar a porta, precisamos d um jeito que não quebre nada.

-e planeja o que Bella? -ele para os movimentos, um pouco grosseiro e rude, o que era compreensível e optei por ignora-lo.

-espera, vamos entrar por uma janela -Nessa sugeriu.

-a única aberta é aquela lá -Nicolas diz se afastando e apontando pra cima.

Vou ao seu lado, tinha uma janela minimamente aberta e não parecia estar emperrada, alta, no segundo andar.

-ou aquela -aponto para uma no andar de baixo -garanto que seria menos trabalhoso para entrar -falei num tom sarcástico.

-ele costuma a trancar as janelas de baixo -cruza os braços.

Agora fez sentido.

-tá, e como vamos lá? -Nessa se aproxima junta com Cauã que estava de braços cruzados agora.

-eu vou primeiro -me aproximo da casa fazendo sinal para que eles viessem.

Os dois cavalheiros se deram o trabalho de me ajudar a subir fazendo pézinho, abro a janela com um pouco de dificuldade e entro, claro que eu me ofereceria primeiro, se o assassino dele estivesse ali dentro ele só botaria a mãozinha pra fora da janela e me empurraria pra me matar.

"Cala boca, ele não está morto" me repreendo mentalmente.

A sensação.

A próxima a subir é Vanessa, a ajudo segurando em seus pulsos e ela nos meus, puxo ela pra dentro com uma certa força fazendo com que ela caia em cima de mim. Ajudamos Nicolas e Cauã se afasta indo pro outro lado da rua.

-ele vai conseguir? -pergunto olhando para baixo, era alto e não foi fácil conseguirmos entrar, isso demorou alguns minutos a mais do que o esperado.

-sempre fomos ótimos em pular muro de escola -ele disse.

Cauã pega impulso e sobe o segundo andar. Isso deixou eu e Nessa de boca aberta com tamanha prática. Era muito tempo pulando muro de escola para poder pular uma janela três vezes mais alta acima de nossas cabeças.

Limpo o pó do chão que ficou na minha bunda, dou uma boa olhada ao redor vendo tudo empoeirado e sujo, o local estava sem ventilação e pra piorar um cheiro nada bom, podre. A porta onde parecia ser o banheiro daquele quarto estava fechada, não seria o esgoto seria?

-puta merda -Cauã resmunga.

-mas que cheiro é esse?

-caralho, temos que abrir todas as janelas daqui.

Olho para os lados vendo quadros de um casal, a mulher tinha lindos cabelos dourados e seu marido tinha cabelos escuros, eram bem parecidos com Arthur, deviam ser seus pais. O quarto onde estávamos tinham paredes azul e uma decoração bonita, quarto de adolescente riquinho, um ctap gamer daqueles top, se é que eu entendia alguma coisa daquilo, caminhamos pelo quarto com uma mão tampando o nariz e a outra ocupada mechendo em suas coisas.

Era um quarto arrumado e confortável, Nicolas falava algo de esse ser o quarto dele mas não dei muita atenção, queria saber o que estava atrás da porta de entrada.

-pelo cheiro, ele não esteve aqui a muito tempo -falou.

-ele não casaria desse jeito né Cauã?? -Nicolas deu um tapa em sua nuca.

-poderíamos nos separar.

-que?

-eu concordo com Vanessa -digo -cada um vai para um canto, ele não deve estar aqui de qualquer jeito.

-hm -Cauã cruza os braços -tá, não vamos demorar muito.

-não sei não -Nick coçou a cabeça -não deveríamos estar em sua propriedade.

-pra começo de conversa ninguém deveria ter concordado com isso -a morena ao meu lado disse.

-concordo.

-e outra -ela continuou -já estamos aqui mesmo.

Dei de ombros e saí do quarto deixando os três discutindo, o corredor não era muito longo, porém era um pouco largo, abro uma porta me dando de cara com o banheiro, diferente dos outros cômodos da casa, perfumado. Tinha um vidrinho de cheirinho amarelo em cima da mármore da pia, o espelho era grande, fiquei um pouco me observando no espelho pra aproveitar o ar antes de voltar ao corredor e sentir aquele odor de novo.

Estava mais forte.

Outra porta, agora aberta vi Cauã dentro do quarto vasculhando as coisas.

-quarto de hóspedes?

-é... nunca usamos ele, preferimos dormir todos na sala.

Assinto e saio do quarto descendo as escadas, corrimão de vidro embaçado e... óh Deus isso era sangue?

"Calma...".

Havia uma marca de uma mão, vermelha quase preta no começo do corrimão de vidro da escada, e um rastro que ia do primeiro degrau, passava pela sala e ia para a cozinha, onde eu acredito ser a cozinha, logo atrás d mim Nessa olhava horrorizada para mim. Já sabemos o que aconteceu aqui.

A sala diferente de todos os outros cômodos da sala estava bagunçada, televisão quebrada, sofá rasgado com alguns furos e manchado, o cheiro mais presente me fazendo sentir enjoo, quadros derrubados, vidros pelo chão, e fotos espalhadas pelo chão junto com um bilhete. Um verdadeiro desastre.

Agora atrás de Nessa os outros dois encaravam tudo perplexos.

É... essa noite vai ser longa.

4858 palavras.

Próximo capítulo:
Você.
Continua...

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