Revenge Terms.

By hyllaryn_

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Em um mundo de segredos e traições, Pete e Vegas estão entrelaçados em uma busca por justiça que desafia suas... More

Presentation | Personagem
01| Numb

02| Boulevard of Broken Dream

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By hyllaryn_

Ela é tão livre que um dia será presa.
Presa por quê?
Por excesso de liberdade.
Mas essa liberdade é inocente?
É. Até mesmo ingênua.
Então por que a prisão?
Porque a liberdade ofende.

Por: Clarice Lispector

⟩⟩❀⟨⟨


Pete.

Bar da York, Bangkok, 19h00, 1 de abril de 2024

Se Deus existe, talvez ele esteja rindo da minha cara agora. Se minha vida fosse um filme, seria uma mistura de Jogos Vorazes com um romance do século XX: intenso, complexo e dramático. Ou dá errado, ou dá tudo errado. Ok, talvez eu esteja exagerando, mas se você conseguir se atrasar, derrubar bebida no cliente, levar um soco e perder o emprego no intervalo de 4 horas, talvez entenda o que estou sentindo. Agora estou juntando minhas coisas junto ao Porsche, talvez a única pessoa que vê graça em tudo que me aconteceu nas últimas horas.

— Desculpa, amigo. – Diz Porsche tentando falar sério.

— Você só está rindo porque não é você, mas que isso é engraçado, tenho que concordar. – Digo, abaixando a cabeça, rindo junto de Porsche agora.

— Toma. – Diz meu amigo, me entregando um saco com gelo.

— Você não parece estar muito triste por perder seu emprego. – Meu amigo afirma depois de me olhar com uma cara meio desconfiada.

— Não estou triste por ter sido demitido, não é como se eu não tivesse como arrumar outro. – Digo, com a voz neutra. De fato, isso não me incomoda, bem considerando tudo que já me aconteceu, isso é tipo a melhor coisa do ano, não tenho motivo para ficar triste, apenas sei que isso não podia ter acontecido. Eu só queria uma vida simples, sem toda a porcaria que tive que viver.

— Isso me deixa ofendido. – Porsche fala, fingindo estar incomodado com o que falei.

— Vai à merda Porsche. – Falei rindo.

— Mas você tem razão, isso aqui não me deixa triste, talvez só o soco, porém eu já ia me demitir mesmo, agora pelo menos vou ganhar dinheiro saindo daqui. – Digo, rindo.

— Como se você precisasse de dinheiro, mas bem que eu queria ter essa sua frieza, o mundo cai nas suas costas e você está como se tivesse gostando. – Ele diz, com um sorriso malicioso.

— É, gosto de ser fodido. – Digo em tom de deboche. — Vou indo para casa, se você quiser eu te espero. – Completei dizendo ao Porsche.

— Masoquista do caralho. Me espera, falta pouco tempo para terminar meu turno, e temos muito o que conversar. – O moreno falou com uma cara de desaprovação, e eu apenas acenei rindo, indo em direção à sala do chefe.

Eu realmente fui demitido, e não, isso não importa. O Porsche tem razão quando falou isso, ele me conhece bem. O Porsche é meu amigo há mais de 3 anos, mas parece até que nascemos juntos. Ele é o clássico homem moreno, meio bronzeado, que chama atenção, tanto na aparência quanto na personalidade. Quando nós nos conhecemos Porsche estava sem grana, e eu precisava de um lugar para ficar, já que ninguém aceita uma pessoa sem precedentes para alugar uma casa, então desde então tem sido eu, Porsche e Porchay, o seu irmão mais novo.

Porsche saiu do trabalho às 20:30, mais cansado que tudo, eu também não fiquei atrás, hoje foi o dia bem caótico, tirando o soco que levei, gosto de dias assim. Ainda não entendi o porquê levei o soco, quem tem esse tipo de reação por algo tão simples, fico imaginando se fosse outra pessoa não teria revidado ou ficar indignado por ter sido demitido, minha demissão também pode não fazer sentido, mas parece que quando você mexe com qualquer pessoa de Bangkok que tem envolvimento com a máfia, as coisas geralmente funcionam assim, eles mandam, você obedece, parecendo até um cachorro adestrado.

— Eu não aguento mais trabalhar. – Diz o Porsche, começando a puxar assunto, enquanto começávamos a caminhar para casa.

— Gosto de trabalhar aqui, esqueci que eu não tenho mais trabalho, mas eu já falei que você pode parar de trabalhar, posso lidar com as contas, sozinho. – Afirmei para a pessoa ao meu lado.

— Isso é o que eu não entendo, como você tem dinheiro? Assim como eu, você não tem família por perto, e muito menos um trabalho decente. – Falou Porsche franzindo o cunho. — Sei que você trabalha por diversão, Pete, mas quero saber o porquê ou o que de estar dando dinheiro, juro que cheguei a pensar que você é garoto de programa. – Completou Porsche rindo do que acabou de falar. Por isso que amo esse cara.

— Quem foi a pessoa que ficou rica sendo garoto de programa? Me apresenta, quero começar, e não, eu não sou garoto de programa, mas você sabe que mexo com tecnologia, e sou bom nisso. É fácil ganhar dinheiro com isso, é como as lutas clandestinas que você participava, só que sem a parte do sangue, morte e ossos quebrados. – Afirmei.

— Isso dá dinheiro ao ponto de você conseguir ficar sem trabalhar, sei que você odeia falar disso, sinceramente é bem suspeito. Tem muitas perguntas não respondidas, você simplesmente ignora todas as que faço e outra fala que não pode responder porquê…

— Quanto menos você souber de mim melhor. – Falamos juntos.

— Mas é a verdade, Che, infelizmente, como já falei, minha vida passada tem que ficar no passado. – Indaguei. — Não é nada de mais, são apenas traumas.

— Sei, confio em você, mas se você for um rico que está fazendo teste de humildade, vou ficar puto por você fazer isso. Sei que você está se escondendo, isso está na cara. Mesmo que você negue. – Falou em tom de afirmação. — Que crime você cometeu para viver assim? Você é um assassino de aluguel, ou um membro do exército, ou sei lá, garoto de programa ainda está na minha lista.

— Eu não sou garoto de programa, sou bonito demais para isso, seria muito caro. – Digo ao moreno ao meu lado.

— É SÓ ISSO QUE VOCÊ VAI NEGAR, PETE. – O mais novo falou indignado.

— OH! MEU BUDA, SOCORRO. – Gritei rindo para o moreno, que estava com uma cara chocada.

Enquanto caminhava ao lado do Porsche, as palavras dele reverberavam na minha mente, misturando-se com o som dos nossos passos. O dia tumultuado parecia se dissipar à medida que nós afastávamos do meu agora ex-local de trabalho. Por mais que eu não precise trabalhar, eu gosto, é bom estar em movimento. Chegamos em casa, e a noite se estendia diante de nós. Porsche, meu amigo de longa data, persistia em suas perguntas sobre as fontes misteriosas de dinheiro que sustentavam minha vida incomum. Eu continuava evasivo, mantendo o véu sobre meu passado. Mesmo que eu confie nele, tem coisa que não precisa ser dita.

Sentados próximos ao Porsche, pensei sobre a estranha dualidade da minha vida. Eu não era um homem comum, por mais que eu tentasse ser; meu passado havia me moldado de maneiras que poucos compreendiam. A demissão recente era apenas mais uma tentativa falha.

Porsche expressava suas preocupações, e interrompia, desviando a conversa para algo menos intrusivo. Eu até queria falar mais sobre mim, mas, por enquanto, preferi manter esses segredos enterrados. Tem coisas que não precisam ser ditas.

Enquanto a noite avançava, compartilhamos risadas. A incerteza sobre o futuro estava ali, mas do que eu gostava de admitir, eu não gostava da imprevisibilidade. Parecia que algo estava errado, porém, Porsche parecia entender o meu lado, por mais que ele fizesse perguntas, dado ao que ele também já passou por algo um pouco parecido.

[…]

Academia Star, Bangkok, 22h00, 1 de abril de 2024.

Depois que chegamos em casa, eu e Porsche conversamos até dar a hora da academia. O Che achou melhor não vir, já que estava morto, como disse o mesmo. Treinar me ajuda a pensar melhor, então não tinha porque eu não vir hoje, por mais que motivo eu tivesse. Nesse momento, estou vendo a cena mais caótica da minha vida, a pessoa fazendo um exercício todo errado e os instrutores não estão ajudando, já que estão tão em cima das meninas “gostosas”, enfim, homens. Eu estava no cardio, mas parei para ajudar, isso estava fazendo meus olhos sangrarem.

— Oi, boa noite, Sra. Precisa de ajuda? – Digo à mulher que está na minha frente. Ela deve ter uns 55 a 60 anos, me parece que está tentando perder peso, pelo menos não está acima dele.

— Oi, boa noite rapaz, estou um pouco perdida nessa máquina, sou nova aqui, estou tentando fazer os exercícios que me passaram, estou tentando emagrecer. – Bingo, acertei.

— Posso ajudar a senhorita? Como se chama? – Falei para a mulher que me olhava sorrindo.

— Se isso não for atrapalhar você, eu aceito, acho que não vou conseguir sozinha. – A mulher diz com um sotaque começando a aparecer.

— Não atrapalha. – Digo quase que imediatamente.

— Me chamo Meraki, e você?

— Me chamo Pete, prazer. Seu nome é lindo, tem um ótimo significado.

— Pete! É um prazer te conhecer. E obrigado pelo elogio. Você é um fofo. E por favor, não precisa me chamar de senhora, pode ser pelo meu nome, quando tiver na minha idade não vai se sentir velho.

— Obrigado. Tudo bem. Agora sobre o exercício, ele não é tão complicado, a senhorita só tem que colocar as pernas mais para dentro e ajustar a coluna e puxar, agora cuidado. – Expliquei para a mulher que pareceu entender e começou a fazer do jeito certo. Uma remada nem é tão difícil, mas para quem nunca fez, se torna, porém, queria entender porque homens são assim, juro que me sinto envergonhado como homem.

— Ok, isso não parece complicado, posso fazer isso. Eu consigo fazer isso, não é? – Ela diz arrancando uma risada minha.

— Claro que sim! – Declarei.

Continuei a ajudar a Meraki, enquanto conversávamos sobre tudo, julgamos as roupas que as pessoas usavam para academia, julgamos até as garrafinhas das pessoas e conversamos sobre a vida dela. Descobri que ela é tailandesa e russa, o que explica o sotaque que passei, ela viveu quase toda na sua vida na Rússia. Terminamos assim que o meu personal de luta chegou. Ele estava atrasado para caramba. Me despedi da senhora e fui para a sala treinar.

— Qual era o monstro que tinha no caminho para cá? – Perguntei ao filho da puta que está na minha frente.

Eu odeio atraso.

— Sim, ele tinha 3 olhos, 2 dentes e uma cabeça, precisei matá-lo com uma faca de serra, por isso demorei. – O idiota debochou.

— Seu filho da puta, estou falando sério, você nem avisou, liguei e você não atendeu. – Afirmei puto da vida.

— Oh amor, você precisa transar, essa raiva não é normal, eu até me ofereceria, mas não, sou comprometido, e quero continuar sendo. – Comentou o idiota.

Respirei fundo e falei. — Vai se foder, vamos treinar logo, ou vou bater em você sem piedade.

— Olha a agressividade pinscher, quem luta não briga. – Falou o filho da puta.

Fomos treinar e sinceramente, não me concentrei muito no treino. A sensação é de que algo está errado; minha cabeça está ausente. Até o filho da puta do personal percebeu. Meu corpo mal reagiu ao treino; meu peito está vazio, e eu não sei o porquê. Não sei se a demissão me afetou mais do que consigo entender e ver, ou se sou alguém que não pode ter paz nem liberdade. Menos que eu viva com Porsche, me sinto só. Vivo assim há anos e ainda não me acostumei com esse sentimento ruim. Quando você entra nesse caminho, é difícil acreditar que alguém vai andar com você até o final. Tem uma frase que fala isso: se quiser ir rápido, vá sozinho; mas se quiser ir longe, vá acompanhado. Minha mãe sempre disse isso quando era viva, e mesmo assim morreu sozinha. Sei que posso ir sozinho e vou lutar até o último minuto de vida para ter isso, mas é inegável que vou morrer sozinho. Por mais solitude que eu tente ter, não é tão fácil assim; a solidão sempre vem primeiro, porque solitude é quando você entende que fica sozinho e é bom, mas gosta de estar acompanhado. Eu escolhi ficar sozinho porque preciso, não porque quero. Saímos mais cedo porque o filho da puta falou que eu não estou em condição de continuar.

— Você está morto, cara. O que você tem? Sua cara não está boa, não que ela seja muito normalmente. – comentou o Snow. Prefiro chamar: filho da puta.

— Cala a boca, filho da puta. – digo enquanto paramos na saída da academia.

— Você gosta de xingar a minha mãe. Porra, ela não é puta. – falou rindo e logo depois completou perguntando. — Você precisa beber. O que acha de sair amanhã?

— Obrigado, mas estou sem saco para festa ou qualquer coisa que envolva sair de casa. – anunciei com um tom grosso, ou tentei pelo menos.

— Ok, ok. Então vou indo. Até mais, Jakapan – disse indo embora, e eu também.

[…]

O caminho para casa estava estranho; a sensação de estar sendo seguido era grande, até que deixou de ser sensação. Virei em uma rua diferente do meu caminho para ter certeza de quem eram; coloquei minha máscara para ninguém ver meu rosto. Pela visão periférica, consegui ver que eles estavam se organizando; eram seguranças, provavelmente, não em grande número, uns cinco talvez.

Enquanto pensava no que fazer, dois seguranças apareceram na minha frente e três atrás. Estávamos a uma distância considerável, mas eles perceberam que eu sabia que estavam ali. Merda. Entrei em outro beco para fazê-los ficarem atrás de mim, mas senti uma mão no meu ombro. Puta que pariu, vai à merda também. Com um movimento rápido, me virei, desviando-me do alcance da mão que tentava me agarrar. Porra, ninguém falou que não se encosta em alguém sem perguntar. Encarei os seguranças que se aproximavam, analisando suas expressões determinadas. Era hora de agir, merda, não foi isso que eu pedi.

Sem perder tempo, desferir um rápido soco no primeiro segurança, pegando-o desprevenido. Ele caiu no chão com um gemido abafado. Eu sei que tenho força, mas não é para tanto; esses seguranças estão muito mal treinados. O segundo tentou reagir, mas consegui derrubá-lo temporariamente. Enquanto os outros três se aproximavam, o beco estava escuro, então não dava para ver meu rosto, principalmente.

Um dos guardas se levantou sem hesitar; desferi um chute nele, o derrubando. Ignoramos completamente os seguranças, corri pelo beco, buscando desesperadamente uma rota de fuga. Eles não me querem morto; já teriam me matado se fosse o caso. Matar eles, chama atenção, coisa que não quero. E antes de conseguir derrubar o último segurança, percebi um broche com um símbolo conhecido: família Theerapanyakul. Eles estão me procurando há meses. Como me acharam? Será que… Isso ferra tudo. Merda.

Meu coração pulsava descontroladamente à medida que minhas pernas se moviam freneticamente pelas ruas. O som dos meus próprios passos, amplificado pelo eco das paredes estreitas, ecoava como um tambor acelerado. Por sorte, quase não tinha ninguém na rua. Mas ainda assim tinha um, o guarda que me perseguia; estava sempre a poucos passos atrás. Esse aí não desiste fácil. Finalmente, tem um treinamento decente.

Dobrei em um beco estreito, enquanto eu buscava um local seguro para me esconder. O desgraçado continuava seguindo-me. O beco, um corredor sombrio; isso aqui seria assustador se eu não estivesse tentando escapar. Escondido, meus olhos estavam fixos no guarda, observando seus movimentos, esperando a oportunidade certa. Quando vi sua atenção momentaneamente desviada, avancei. Desculpa, você é bonito, mas eu não posso ir com você.

Agarrei o braço dele com firmeza, a adrenalina pulsando em minhas veias; não posso negar que seja melhor que droga. Com um movimento, apliquei uma torção precisa. Um estalo sinistro cortou o ar, ecoando pelo beco, enquanto o braço do guarda cedia à força da torção. Um grito de dor ecoou, abafado pelas paredes ao redor.

Com o guarda momentaneamente incapacitado, não hesitei. Forcei-o ao chão com um empurrão firme; o impacto do corpo contra o concreto áspero reverberando pelo beco. Seus gemidos de dor preenchiam o silêncio, enquanto eu mantinha minha posição sobre ele.

Encarando-o nos olhos, vendo um ralado no seu rosto, soltei com um toque de sarcasmo:

— Você fez uma ótima escolha de carreira. – A ironia pairava no ar. Deixei-o gemendo no chão e afastei-me, correndo novamente. Isso não fazia parte do plano.

Vou ter que mudar muita coisa. Não era para ser assim. Eles não podem me pegar. Não se eu quiser ficar vivo. Não quero cair na mão do diabo, não assim.

[…]

Casa do Pete e Porsche, Bangkok, 02h24, 2 de abril de 2024


Depois que saí de lá, eu não fui para casa; eles podiam me seguir, então fiquei escondido em um bar antes de voltar. Assim que cheguei em casa, dei de cara com Porsche que ainda estava acordado, puta que pariu, merda. Porsche me encarou por alguns minutos, logo dizendo:

— Onde você estava? – Pergunta Porsche, ele estava com uma cara de preocupação e desconfiança.

Vendo a cara do meu amigo, percebi que era inútil mentir, mas mesmo assim tentei. – Na academia.

— Sim, e onde mais? Porque eu liguei para lá e disseram que você tinha saído. Isso eram 23:30, Pete. Agora são 2:24. Você veio em cima de uma tartaruga? – Quando eu ia responder, me cortou dizendo:

— Se for mentir ou dizer que não pode falar, é melhor nem abrir a boca.

Porra, Porsche.

— É-é, fui seguido, che. – Digo, dando uma pausa, e logo o Porsche fala antes:

— Porra, Pete. Quem temos que matar? – Porsche falou e ali entendi o que a mãe falou. Porsche era o que precisava para dar certo, mesmo que eu tivesse que pensar tudo novo.


⟩⟩❀⟨⟨

O Pete vendo você sair sem votar no capítulo:

Espero que
tenha gostado :)
Beijo de uva

com leite
condensado 🍇.

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