PEARLS AND SHELLS, luke caste...

By artemiys_

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❝𝗢 𝗔𝗠𝗢𝗥 𝗡𝗨𝗡𝗖𝗔 𝗙𝗢𝗜 𝗙𝗔́𝗖𝗜𝗟, aquilo sempre foi evidente, mas se tornava ainda mais difícil com... More

PEARLS AND SHELLS
🦪...𝗚𝗔𝗟𝗟𝗘𝗥𝗬
🐚...𝗢 𝗟𝗔𝗗𝗥𝗔̃𝗢 𝗗𝗘 𝗥𝗔𝗜𝗢𝗦❜
001. Día de los Muertos
002. Presente de estranho

003. Inofensivo e irritante

583 79 75
By artemiys_


ATO UM - MARGARIDAS

CAPÍTULO TRÊS- Inofensivo e irritante

palavras: 1.817

MARTÍN OBSERVOU O ACAMPAMENTO enquanto descia a colina. O lugar era bonito, mas ele estava muito perdido, não fazia ideia de onde ir, nem com quem falar.

Isso de ser semideus deveria vir com um manual de instruções, ele pensou, suspirando enquanto segurava a alça da mochila com mais força no seu braço.

Ele andou por perto de uma quadra de vôlei, alguns jovens olhavam para ele em dúvida se era novato ou não e como ele havia chegado ali tão seguro, se fosse comparado aos outros. Uma garota de cabelos encaracolados saiu do jogo, sendo substituída por um outro menino que estava esperando para entrar. Ela se aproximou dele com cuidado, parecia ter medo de assustá-lo:

— Oi.

— Oi. — ele respondeu, não estava tímido, mas era estranho falar com alguém que não conhecia — Eu...acho que preciso de ajuda aqui.

— Claro, eu te ajudo. — ela segurou a mão dele, sorrindo — Vem. O Quíron vai te ajudar.

Ele não disse nada, sentiu as bochechas esquentarem, mas a acompanhou. Ele se perguntava quem era Quíron, qual era o nome dela e o porquê de um garotinho loiro ter começado a seguir eles dois. Eles caminharam até uma enorme casa, talvez a maior estrutura que ele tenha visto desde que havia chegado ali — isso tinha pouco tempo, ele estava começando a achar que encontraria locais maiores.

Eles pararam na varanda, havia um homem de barba escura e cheia, usando um óculos de sol escuro, ele estava sentado em uma cadeira de forma despreocupada. Quando notou a aproximação dos dois, ele baixou o óculos levemente, deixando apenas um rastro dos olhos percorrerem as duas crianças.

Julieta, querida. — ele colocou o óculos de volta — Encontrou seu Romeu ?

A menina resmungou baixo e soltou a mão de Martín. Ela cruzou os braços e encarou o homem.

— É Juliette, Sr. D. — ela bufou, como se não tivesse sido a primeira vez que pararam naquela situação — Onde está o Quíron ?

O homem deu de ombros e balançou a mão. Martín piscou duas vezes para entender de onde aquela latinha de coca-cola havia surgido. Ele arqueou a sobrancelha, mas preferiu não perguntar nada.

— Ele estava nos chalés. — ele balançou a lata — Acho que no de Hermes. O menino Luca, sabe ? — ele tomou um gole da coca — O que chegou há oito meses, eu acho. Ele está dando um trabalho. — ele resmungou — 'Tá em busca de uma missão, ele quer chamar a atenção do pai ou algo assim.

Martín não conseguiu deixar de notar que ele falava com a menina, Juliette, como se estivesse contando uma fofoca ou algo do tipo. A menina soltou um suspiro e falou algo como "Valeu, Big D" e se virou para ele, indicando com a cabeça que ele deveria acompanhá-la.

— Sou Juliette Page, aliás. — ela sorriu para ele.

— Martín González. — ele tentou, mas não conteve a curiosidade — O que são os chalés ?

— São os locais onde ficam os filhos dos deuses. Cada um dos doze olimpianos tem um. — a garota explicava, enquanto caminhava. Ele viu as construções de longe, ele também notou que haviam muitas placas espalhadas pelo local, apontavam para cada lado indicando que direção tomar — Eu, por exemplo, sou do chalé quatro.

— E quem é sua mãe ? — ele encolheu os ombros — Ou seu pai ?

De forma inconsciente, ele se lembrou do seu próprio pai.

— Deméter. — ela respondeu, sorrindo — Deusa da agricultura, da colheita e outros. — ela apontou para um tipo de casa, que parecia um moinho de vento. Haviam trepadeiras descendo por toda a extensão da construção — Ali é meu chalé.

— E o meu ?

Juliette franziu o cenho para ele.

— Se você não sabe, imagina eu. — ela não queria ser rude, ele notou que ela não queria — O seu lado mortal é de mãe ou pai ?

— Meu pai é um homem. — disse, olhando para o topo da colina, pensando se seu pai já havia ido embora ou se ainda estava lá.

— Bom, então uma das deusas pode ser sua mãe.

— Tipo Atena ?

Ela o analisou por um instante.

— Nah, você não faz o feitio de Atena. — ela olhou bem para o rosto dele de novo — Mas quem sabe, né ?

Ele tentou se sentir ofendido pelo o que ela disse, mas não conseguiu. Ele riu.

— E o que sobra ?

— Hera, Deméter, Ártemis e Afrodite.

— Mas Hera e Ártemis não podem ter filhos. — ele afirmou — Deméter ou Afrodite, então.

Page arqueou a sobrancelha para ele. Ela parecia estar pensando se queria ou não ele como irmão.

— O que ? — ele perguntou, encarando ela também.

— Nada. — respondeu, encolhendo os ombros.

Eles chegaram até um chalé que tinha a pintura descascada, parecia mais lotado que os outros e maior também. Ele observou as pessoas que entravam e saiam de lá, a maioria eram crianças, mas também notou que no fundo do chalé, um homem que tinha metade de um cavalo, conversava com um menino — ele deveria ser um ano mais velho que Martín — e esse, estava sentado na cama, apertando o colchão com força. Parecia irritado.

— Quíron! — Juliette chamou, o homem-cavalo se virou. Os olhos dele foram automaticamente para Martín e os do menino que estava ao lado dele também voltaram para ele.

O centauro — Martín se lembrou, o seu pai já havia lhe contado sobre — trotou até ele, sorrindo de forma amigável, mas o menino quase quebrava o pescoço para olhar para a face dele.

— Olá, meu jovem. — ele sorriu mais — Como chegou aqui ?

Martín apertou a alça da sua mochila.

— Meu pai me trouxe.

— E o seu nome ?

— Martín González.

O mais velho acenou com a cabeça em concordância.

— Vejo que a senhorita Page já vem lhe acompanhando. — ele voltou a atenção para ela — Ele já foi determinado ?

— Não. — ela respondeu, simples. Juliette se virou para olhá-lo, ele viu nos olhos dela que ela queria fazer uma piada, mas se conteve.

— Oh, então está mesmo no lugar certo. — ele colocou a mão no ombro dele, e Martín pensou se aquilo não doía, devido a distância — O chalé de Hermes abriga seus filhos, mas também aqueles que não foram reclamados por seus pais. É aqui que você, Martín González, vai ficar enquanto sua mãe não lhe determinar.

Ele indicou uma cama ao lado da que aquele menino estava sentado.

— Aquela ali está vazia. — e ele se inclinou para sussurrar no ouvido dele — Pegue logo antes que o chalé fique lotado daqui uns dias.

Ele concordou com a cabeça, caminhando a passos rápidos para colocar suas coisas lá em cima. Martín olhou para o menino, que olhou de relance para ele.

— Eu...vou colocar minhas coisas aqui, tem problema ?

O garoto não se virou, mas respondeu:

— Pode colocar.

Ele o fez. Colocou seus pertences — a mochila e a caixa — em cima da cama. Martín sentiu um olhar em suas costas, ele se virou para ver o garoto que estava emburrado a pouco tempo olhando para ele.

— Sou Luke Castellan. — ele viu a expressão de Luke se suavizar quando estendeu a mão para ele.

— Martín González. — eles apertaram as mãos um do outro. Ele ia abrir a boca para falar algo, mas uma voz falou mais alto.

— Martín ! — Juliette gritou da porta do chalé, recebendo reclamações dos outros semideuses — Vem cá.

— Eu...vou ali. — ele disse para Luke, e depois de xingou mentalmente: como se ele se importasse.

— Tá bem. — ele balançou a cabeça em concordância.

Ele deixou suas coisas e Luke ali e foi na direção de Juliette.

— 'Vamo andar. — ela chamou e ele concordou com a cabeça, seguindo ela.

Eles caminharam em silêncio, que era interrompido vez ou outra quando Martín perguntava algo e Juliette o explicava. Eles andaram tanto que chegaram aos campos de morango — a fonte de renda para manter o acampamento —, que estava vazio na hora.

Ela parecia não ter notado, mas Martín notou que ainda estavam sendo seguidos por aquele estranho loiro. Ele odiava ser seguido, e fervendo de raiva, não hesitou em agir impulsivamente. Com um movimento rápido e preciso, ele desferiu uma rasteira certeira nos tornozelos do garoto, fazendo com que o menino loiro caísse de maneira desajeitada no chão. O som abafado do impacto foi seguido pelo gemido de dor de Dylan, que instantaneamente se encontrou no solo.

Juliette, surpresa pela ação repentina, virou-se para Martín com os olhos arregalados, prestes a expressar sua indignação. Antes que pudesse dizer algo, testemunhou a cena de Martín encarando furiosamente o que estava no chão.

— Aí! — queixou-se o loiro, esfregando a parte de trás de sua cabeça, enquanto tentava entender o que acabara de acontecer.

Qual foi? — perguntou, ainda atordoado.

Qual foi pergunto eu. — respondeu Martín com irritação evidente — Por que você estava me seguindo?!

A confusão de Juliette foi substituída por um suspiro exasperado.

— Dylan, o que você quer seguindo o coitado? — indagou Juliette, tentando trazer alguma racionalidade à situação.

Dylan gemeu de dor mais uma vez.

— Ele é maluco! — reclamou, buscando uma desculpa.

— Maluco é você! — retrucou Martín, sem esconder sua irritação.

Juliette interveio calmamente, bom, o quanto ela conseguia ser calma.

— Ajude ele a se levantar, Mart. — pediu, colocando a mão no braço de Martín — Ele é inofensivo, só é irritante.

Martín, ainda tenso, estendeu a mão para Dylan, esperando que ele recusasse o gesto. Para surpresa dele, Dylan aceitou a ajuda, permitindo que Martín o puxasse para cima e o colocasse de pé.

— Sou Dylan Turner. — apresentou-se, estendendo uma mão, enquanto a outra ainda segurava a parte de trás de sua cabeça — Filho de Apolo.

— Você já sabe meu nome. — respondeu Martín, apertando a mão do outro — Me seguiu o dia todo. — O rosto de Dylan ficou um pouco vermelho, enquanto ele tentava articular uma explicação para suas ações.

— Você tem que parar com essa maluquice de seguir os outros. — Juliette empurrou o loiro com leveza — Você esmagou alguns morangos, seu trouxa.

— Não foi culpa minha ! — ele tentou se defender, levantando as mãos em gesto de inocência

— E de quem foi ? — ela ficou de joelhos perto dos morangos, com a raiva no rosto.

— Dele. — Dylan apontou acusadoramente para Martín.

O mexicano franziu o cenho e abriu a boca em indignação, apontando para si mesmo e falando um alto e sonoro: "EU?!"

Juliette permaneceu de joelhos, suas mãos ao redor dos morangos esmagados, como se estivesse tentando protegê-los do dano. Seu olhar faiscava com intensidade enquanto ela processava a situação.

— O que ela 'tá fazendo ? — Martín perguntou para Dylan, como se não estivessem brigando a pouco tempo.

— Coisa de filhos de Deméter.

Os dois observaram os morangos esmagados caírem, mas as folhagens de reformularam como novas, vivas, como se nunca tivessem sido machucadas. Pequenos brotos de morango surgiram entre as folhas.

Ela se levantou, o cenho ainda franzido, olhando para os dois meninos com desaprovação.

— Se fizerem isso alguma outra vez — ela apontou o dedo na cara deles, enfatizando suas palavras — eu enterro os dois de cabeça para baixo !

Martín e Dylan se entreolharam depois de encararem ela. Os dois abaixaram a cabeça e juntos, pediram desculpas para Juliette.

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