Capítulo sete: sonhos reais
Esmeray via sua roupa toda cheia de sangue, tentando parar o sangramento no peito do motorista, não era algo que ela pretendia fazer quando aceitou trabalhar em uma escola, mas era Beacon Hills, nada era normal.
Ela deu graças a Deus quando os paramédicos chegaram a afastando rapidamente de dentro do ônibus, o que fez a mulher se desequilibrar torcendo o pé em um dos bancos.
A mulher soltou um gemido de dor logo em seguida, sentindo seu pé inchando.
— Mais que merda — ela sussurrou, descendo do ônibus com dificuldade e pegando no seu celular vibrando, era seu irmão — Cuidado brutamonte! — ela gritou com o paramédico — Não sou fantasma para você atravessar — ela semicerrou os olhos para ele.
Seu irmão disparou palavras no segundo em que ela atendeu, falando que Scott havia sonhado que estava se pegando no ônibus com a Alisson e a havia atacado, porém, ela estava viva, ela suspirou fundo tentando acalmar os dois falando que o motorista estava bem e que ela iria dar um jeito de descobrir o que havia acontecido ali naquela madrugada.
— O que foi no seu pé? — seu irmão perguntou e ela olhou em volta caçando pelo mesmo, o encontrando na janela de uma das salas, observando tudo.
— Torci quando um dos paramédicos me afastou — ela respondeu sentando em um dos bancos que havia no pátio, falando para Stiles acalmar Scott e não o deixar mais desesperado.
— Scott não queria que eu te contasse isso, mas ele vai ter um encontro com a Alisson hoje — Stiles contou rapidamente e Esme pode escutar Scott mandando seu irmão calar a boca.
Ela suspirou profundamente, esses garotos tinham dias cabeças e só pensavam com a outra? Porque não é possível.
— Se ele pediu para você não me contar Sti, ele já sabe o que eu penso a respeito, agora vou colocar gelo no pé, provavelmente vai ficar roxo, se cuidem e fale para Scott repensar sobre o encontro — ela desligou a ligação vendo o diretor sentando do seu lado.
— Como está? — ele a questionou.
Esme olhou para ele perguntando que tipo de pergunta idiota era aquela, ela estava com o pé roxo e inchado, obviamente estava com dor.
— Torci meu pé quando o paramédico me empurrou, provavelmente não vou conseguir me movimentar hoje — ela contou para o diretor.
O mesmo concordou mandando ela voltar para casa e descansar e só voltar amanhã.
Ela o agradeceu, ficando surpresa.
— Mas e se algum deles se machucar? — ela o questionou, preocupada.
— Acredito que sei fazer alguns curativos — ele murmurou, sorrindo para Esmeray, que acenou em concordância.
Após ficar mais alguns minutos conversando com o diretor, ela caminhou lentamente para sua sala pegando sua bolsa e caminhando em direção ao seu carro, indo para casa.
Foi difícil para ela conseguir dirigir com o pé inchado e dolorido.
No caminho para casa ela olhou a estrada que levava em direção à floresta.
— Algumas pessoas me matariam por estar fazendo isso, mas sempre tive sangue para tomar decisões erradas — ela murmurou para si mesma, mudando sua rota.
— Eu acredito que consiga me localizar para a casa dos Hale’s — ela murmurou, lembrando do trajeto que fazia pelo menos uma vez na semana, durante um ano de sua adolescência.
Ao achar a casa ela sorriu triunfante, desligando seu carro e descendo com dificuldade, foi o tempo dela fechar a porta e olhar para a casa, que levou um susto vendo Derek de braços cruzados.
— Credo, assombração! — Esme colocou a mão sobre o próprio coração, vendo Derek revirar os olhos.
— O que quer aqui? — ele perguntou para ela, sendo ríspido, mas mudando o semblante para preocupação ao ver que ela estava mancando.
— Você sabe muito bem o que eu vim fazer aqui, ele está com medo de ter sido ele — ela contou, se arrastando até conseguir sentar na escada velha queimada, da entrada da casa.
Quando menos percebeu, Esmeray estava no colo de Derek, sendo carregada para dentro da casa.
— O que? — ela perguntou olhando confusa para a cara de pedra, bem de perto, enquanto agarrava o pescoço do mesmo.
O corpo de Derek era quente.
Bom, ela não poderia considerar aquilo uma visão ruim, o cara de pedra era bonito demais.
Ela desviou o olhar, olhando para o chão que fazia barulho de madeira se quebrando a cada passo que Derek dava com Esmeray em seu colo.
— Não é seguro ficar lá fora com caçadores espreitando, pronto para colocarem minha cabeça embrulhada para presentear outro caçador — ele disse, curto e grosso.
Colocando Esmeray no sofá velho verde que havia ali, virando de costas para a mesma.
— E você está com o pé inchado. — ele murmurou, olhando para o pé de Esmeray, que se encolheu no sofá, ao sentir seu pé latejando, mesmo após tomar remédio para dor.
— Olha, ainda tem algum pingo de cavalheirismo dentro desse seu coração? — ela perguntou, querendo estressar o mesmo.
Mas ele não respondeu nada, ela fez um bico olhando para o teto.
— Torci hoje dentro do ônibus enquanto socorria o motorista — ela explicou se lembrando da cara de tacho do paramédico que a empurrou.
— Sobre isso…acredito que não tenha sido Scott — ela respondeu Derek, que ainda permanecia de costas para a mesma.
— Como sabe que não foi ele? — Derek finalmente se virou, olhando nos olhos de Esmeray.
— Eu senti, e sei que lobos têm memórias a longo prazo — ela explicou para o homem que tentava decifrar a mesma.
Esmeray se sentiu minúscula, deitada naquele sofá enquanto Derek estava em pé com aquela muralha de músculos a sua frente.
Ela até se perdeu no que estava dizendo, era difícil se concentrar.
— Como sab…livros — Derek raciocínio lembrando do quanto ela gostava de ler.
— Até que você sabe usar seu cérebro,então? — ela sorriu cinicamente o questionando.
— Você vem até minha casa, e ainda me chama de burro? — Derek a questionou, incrédulo, enquanto ela olhava para as suas próprias unhas por fazer.
— Sim.
Ela ofereceu a Derek seu sorriso angelical, o mesmo que usava enquanto estudavam juntos.
Derek odiava aquele sorriso, odiava o jeito que seu rosto ficava com esse sorriso.
— Você é inacreditável — ele disse mais para si mesmo, do que para ela enquanto olhava para o teto queimado.
— Fala logo lobo mal — ela perguntou sem muita paciência com Derek.
Ele suspirou passando a língua pelos dentes, olhando para Esmeray.
— Ele precisa voltar até o local, e aguçar seus sentidos, focar em tentar descobrir como aquilo aconteceu e assim encontrará uma resposta — Derek explicou para Esmeray, sabendo que Scott iria vir até ele.
— Nossa…— Esmeray sussurrou, olhando para Derek.
Que olhou para ela com as sobrancelhas arqueadas, nada muito bom saia dos lábios de Esmeray quando ela pensava por um tempo.
— Você age como um idoso ranzinza que não recebeu a aposentadoria e fala como um também, é impressionante — Esmeray sorriu ao ver a carranca de Derek.
Ele respirou profundamente se perguntando, o que havia feito para merecer aquilo.
— Saia daqui. — Derek disse olhando irritado para ela, que sorriu mais ainda.
— Calma lobo mal, estava apenas tirando onda com a sua cara — ela respondeu erguendo as mãos em sinal de redenção.
— Muito engraçado você, de qual circo foi mandada embora? — ele olhou com um sorriso cínico para ela.
— Hahahaha, como você é engraçado Derek — ela forçou uma risada, olhando irritada para o mesmo.
Que sorriu triunfante.
— Me ajude a levantar, preciso ir embora — ela estendeu o braço na direção de Derek, pedindo por apoio.
— Não.
— Acho que esse foi o seu recorde de mais tempo sem cavalheiro, pena que já acabou — ela revirou os olhos, ainda com o braço estendido, pedindo por apoio novamente enquanto olhava para Derek.
Ele suspirou profundamente caminhando até o sofá velho, ajudando Esmeray a se levantar e colocando o braço da mesma envolta de seu próprio pescoço.
— Nosso, você já percebeu? — ela sorriu para Derek.
— Tenho certeza que vou me arrepender amargamente por estar perguntando, o que? — ele perguntou olhando para ela de lado.
Derek sentiu seu corpo se aquecer tendo contato com o corpo de Esmeray, igual quando a pegou anteriormente.
— Amargo você já é, isso não muda — ela retrucou o mesmo.
Derek rosnou para ela, fazendo os pelos da nuca dela se arrepiarem.
— Você já percebeu que eu ajudo você a melhorar a respiração? — Esme questionou Derek com um pequeno sorriso travesso se formando em seus lábios.
Derek olhou confuso para ela.
— Porque você respira profundamente pelo menos umas mil vezes quando estou perto — Esme revelou, dando uma risada logo em seguida.
Derek parou de caminhar, olhando incrédulo para a mulher apoiada em seu ombro.
— Você sabe que eu posso te jogar no chão, não é? — ele perguntou, fingindo que soltaria ela no chão, fazendo Esme soltar um pequeno grito.
— Para que tanta agressividade lobo mal? — ela perguntou quase sentindo seu coração sair pela boca enquanto descia a escada.
Derek ofereceu a ela apenas um sorriso debochado, pegando Esme no colo, estilo noiva e a colocando dentro do carro da mesma.
— Quando nos casamos? — ela perguntou se apoio na porta.
— Você está louca? — ele perguntou, checando a temperatura de Esme.
Que apenas riu novamente, não se aguentando.
— Terceira vez que você me carrega como se eu fosse a noiva — ela revelou para Derek olhando para o fundo dos olhos verdes do mesmo.
— Hahaha, como você é engraçada, vá embora, aqui não é seguro. — Derek fechou a porta do carro de Esme, que revirou os olhos,mostrando o dedo do meio para o mesmo.
— Grosso — ela disse emburrada, enquanto abria o vidro.
— Nascido e criado — ele balançou a cabeça com um sorriso perfeitamente alinhado.
Esme bufou irritada enquanto acelerava o carro.
— Seboso — ela murmurou enquanto olhava pelo retrovisor, sabendo que ele escutaria.
Mas um seboso bonito, seu cérebro a lembrou.
E ela não pode negar tal fato.
•MEMES•
Esme quando o Stiles falou que o Scott iria sair com a Alisson: