Estação Inverno | Isaac Garcí...

Oleh hyebloom_

17.6K 1.8K 5.8K

A vida da maior patinadora de Nova York, Daisy Miller muda drasticamente após um acidente que ocasionou a mor... Lebih Banyak

Casting.
Seja bem-vinda, gatinha.
O Lago Congelado
Culpa
Mentiras Manchadas com Sangue
Felicidade Momentânea
A Morte se Aproxima
Mar de Desesperos
Daisy's
Estação Inverno
Primavera

Sentir-se Viva

1.5K 177 675
Oleh hyebloom_

Capítulo 06.
"Sentir-se Viva"

Daisy Miller

— Não... Isso... Isso não é possível — me engasgo com minhas próprias palavras

— É sim, Daisy... Tínhamos um relacionamento de onze meses... — Lee fecha os olhos com força, tentando ao máximo não chorar

Nego com a cabeça e solto uma risada de nervoso. Estão brincando com a minha cara, só pode ser.

Meu olhar se fixa em algo brilhante no pescoço de Lee.

O colar prata da foto.

Minha respiração pesa ao ver o pingente de sol.

Me lembro que uma vez, James entrou no meu quarto todo nervoso e me perguntou se o colar era suficientemente bonito para dá-lo de presente para a "garota" por quem ele estava apaixonado.

"Ela é meu solzinho" ele costumava dizer.

Também me lembro de ter visto o papel de parede do celular do meu irmão, era uma foto dele com o Lee, achei que era só por consideração.

Caio na realidade de que em vários momentos eu poderia ter percebido que durante esse tempo todo... Não era uma garota.

Minhas pernas fraquejam e eu coloco a mão na boca de tanto choque.

Por que ele não me contou? Não sei se deveria, mas estou extremamente magoada.

James me contava tudo, mas escondeu seu relacionamento de onze meses com um garoto.

— Por que ele não me contou? — sinto as lágrimas quentes escorrem pelas minhas bochechas

— Você sabe... É difícil se assumir — Lee coloca a mão no peito para tentar respirar direito — Eu não tinha contado para o Isaac, estava esperando o momento certo. Mas aí, ele descobriu sozinho.

Eu não posso culpar meu irmão, deve ser difícil passar por uma situação dessas. Mas de certa forma machuca, eu teria contado para ele se estivesse gostando de alguém do mesmo sexo.

Tento não questionar, eu amava meu irmão, ainda amo. Se ele não me contou, era o que ele queria, não posso ficar mal com isso, não posso ser egoísta.

— Então você é gay? — questiono ao mesmo tempo que seco as lágrimas

— Sou bissexual, o James também era...

Concordo com a cabeça. Estou com um pouco de raiva, magoada e tonta.

Encaro Lee e vejo seu sofrimento, ele perdeu a pessoa que amava e mesmo assim aguentou tudo sozinho.

Algo não sai da minha cabeça, não sei se é o momento certo de perguntar, mas preciso saber.

— Então, naquele dia quando você me beijou... — digo baixinho

Não termino a frase pois percebo que Lee entende o que quero perguntar, ele baixa a cabeça no mesmo instante.

Ele estava imaginando meu irmão.

— Como é que é?— Isaac se levanta — Vocês se beijaram?

— Isaac, se calma. Eu juro que- — Lee se apressa em justificar

— Quando foi? — ele parece irritado

— No dia em que você se dopou de remédio... — o Garcia mais novo fala nervoso

— Inacreditável — Isaac ri irônico — Então quer dizer que estar extremamente mal psicologicamente e fisicamente naquele dia não foi o suficiente para que pensasse em mim nem por um segundo? Mesmo depois de eu assumir uma culpa de algo que nunca aconteceu só para te proteger?

— Eu penso em você, Isaac! Sempre penso. Você é o meu irmão! — Lee aumenta seu tom de voz — Eu também estava mal naquele dia, você sabe disso! Eu sentia que James tinha morrido mas não tinha coragem alguma de olhar na internet. Isso dói em mim também, Isaac, ele era meu namorado.

— Escuta aqui, em momento algum disse que foi fácil para você. Muito pelo contrário, eu entendo que você estava pior do que eu. — Isaac se aproxima do seu irmão — O problema aqui, é que você beijou a Daisy, ou será que não foi especificamente ela?

— Eu estava confuso e triste! — Lee está gritando de nervoso agora — Olhar pra ela dói muito porque não consigo evitar de ver o irmão dela.

Agora tudo faz sentido. Já havia reparado algumas vezes que Lee nunca olha diretamente nos meus olhos. Ele não consegue me encarar por muito tempo, percebo que desvia sempre quando está prestes a chorar.

— Mesmo assim, você vai machucá-la, vai confundir a cabeça dela por um problema que é seu. Ela não tem culpa de ser gêmea do James. Já pensou se ela gostar de você? O que você vai fazer? — Isaac dá um empurrão leve no peito do seu irmão

— Gente, já chega... — digo nervosa, temendo que os dois briguem aqui na minha frente

— Isso se trata sobre você ou sobre ela? — Lee continua, ignorando minha fala — Eu nunca a machucaria, eu realmente gosto dela. Por que você se importa tanto com isso? Você não odeia ela?

Isaac fica quieto por um segundo.

— Você mais do que ninguém deveria saber o que sinto de verdade. — sua voz treme

Neste exato momento, a tensão do ambiente é cortada ao ouvirmos gritos vindo da porta da festa.

Me viro para ver o que está acontecendo.

Sinto Isaac e Lee passarem por mim correndo, em direção as quatro pessoas ali presentes.

Cinco, um deles está sendo carregado.

Aproximo-me com passos rápidos e logo reconheço, Nathan está nos braços de Danny, o mesmo está com um olho roxo.

Alex corre na frente com o rosto ensanguentado. Ele abre as portas do carro para que possam colocar Nathan.

Cole também está machucado, ele senta no banco do motorista com pressa.

— O que aconteceu? — pergunto preocupada

— Nathan teve um ataque de epilepsia — Jackie me responde entre soluços — Estamos levando ele para o hospital.

Isaac e Lee ajudam Danny a colocar o garoto que está desacordado no banco do carro.

— Liguei para o Will e ele disse que vai para o hospital. Não vamos preocupar a mamãe e o papai nessas horas. — Alex coloca o celular no bolso

Jackie aperta minha mão e me puxa para sentar ao seu lado. Cole dá a partida e o carro sai em alta velocidade.

Ao chegarmos no hospital, Nathan é levado as pressas numa maca. Fico sentada em uma cadeira na recepção.

O clima está extremamente tenso, descobri que a briga entre Cole e Alex foi tão feia que o olho roxo de Danny se resultou por tentar separar a briga entre seus irmãos.

Nathan também estava ajudando Danny, quando de repente sentiu um mal estar, a briga foi se intensificando e ele ficou cada vez mais nervoso, dando início ao ataque de epilepsia.

Jackie não me contou sobre Alex e Cole, mas prometeu que contaria quando a poeira baixasse.

Alguns minutos depois, Will chega no hospital acompanhado de Katherine, os Walters xingaram o irmão mais velho por ele ter acordado a mulher, levando uma bronca em seguida da mesma, prometendo que quando chegassem em casa, iriam conversar sério.

Katherine não se senta nem por um segundo, ela anda de um lado para o outro com o celular no ouvido, falando com George, já que ele ficou em casa com as crianças.

Will senta na cadeira ao meu lado, gosto muito dele. Às vezes, quando não estou afim de voltar para casa, fico na cafeteria durante o resto da tarde, jogando conversa fora com sua esposa e com ele.

São três e meia da madrugada quando recebemos notícias de Nathan. Ele está bem, mas precisará ficar no hospital pelo resto da madrugada até terem certeza de que poderá ser liberado.

Katherine e Will ficarão com o garoto no hospital, eu e o resto do pessoal caminhamos em direção ao carro para voltarmos para casa.

Um silêncio desconfortável tomou conta do automóvel durante a viagem inteira. Isaac e Lee estão sentados no banco juntos, mas bem distantes um do outro. Alex e Cole estão de cara fechada enquanto Danny está de braços cruzados sentado entre os dois.

Jackie encosta a cabeça no meu ombro e sinto suas lágrimas molharem meu braço. Faço cafuné em seu cabelo até chegar em casa.

Subimos as escadas em silêncio, não encontramos com George, ele provavelmente está no quarto com as crianças.

Ao entrar no quarto, tiro meu salto e me jogo na cama. Jackie deita ao meu lado, ela não para de chorar. Não pergunto nada, ela está mal e sabe que errou com Alex. Aliso suas costas até que a garota pega no sono.

Tento dormir também mas minha cabeça está uma bagunça. Não consigo evitar de relembrar os terríveis momentos dessa noite.

Meu peito aperta ao lembrar de Isaac, seus olhos confusos invadem minha mente. Eu bati nele sem pensar, ele estava machucado por minha culpa e eu nem cheguei a pedir desculpas.

Sinto a ansiedade se aproximar de mim quando decido levantar, preciso de ar.

Eu estou tentando evitar tomar remédios o máximo que posso, estava realmente ficando dependente naquilo. Katherine sempre esteve presente me apoiando, me ajudando a superar o vício.

Antes de sair para a varanda, vejo pela janela alguém sentado do lado de fora.

É Isaac, ele está sozinho, sentado nos degraus, com a cabeça encostada no corrimão.

Seus cabelos pretos brilham devido a luz da lua, a jaqueta que sempre usa está no seu colo, sua regata exibem seus músculos tensos.

Dou meia volta e caminho em direção a cozinha. Pego a maleta de primeiros socorros, decido que vou tentar me redimir pelo o que fiz com Isaac.

Irei conversar com ele, coisa que deveríamos ter feito há muito tempo. Nunca tivemos um diálogo realmente, sempre brigamos.

O vento frio bate no meu corpo com violência, Isaac sente minha presença mas não olha para trás, continuando na mesma posição que estava.

Sento ao seu lado e observo sua expressão indecifrável. Levo minha mão para seu rosto, fazendo-o olhar para mim.

Tem um corte na sua sobrancelha e um corte fundo abaixo do olho direito. Me sinto culpada, eu estava com anel quando dei socos na sua cara, deve ter doído muito.

Percebo que saiu sangue do seu nariz, mas pelo visto, ele limpou sozinho.

Me viro e coloco um pouco de óleo cicatrizador num disco de algodão. Isaac continua em silêncio, me fitando enquanto passo o óleo com cuidado na sua sobrancelha.

— Por que não segurou meus braços? Se não fosse por Lee eu teria acabado com você. — quebro o silêncio

— Você estava expressando sua raiva. Além de que é o troco por eu ter batido no seu irmão, eu merecia mais. — ele responde quase sussurrando

— Não, Isaac. Me perdoe por isso, nunca deveria ter encostado em você para machucá-lo. — passo o algodão abaixo dos seus olhos

— Me perdoe por ter sido um merda com você durante todo esse tempo. — Isaac diz e se esquiva ao sentir dor no ferimento

— Acontece. — sorrio fraco

Coloco um curativo nos machucados e guardo tudo de volta na maleta. Me endireito nos degraus e levo meu olhar para o céu.

Observamos as estrelas e a lua juntos por um bom tempo. Geralmente fico aqui sozinha todas as manhãs bem cedo antes de ir para a escola, me acostumei com a calmaria daqui e me ajuda a pensar sempre. É como se fosse uma meditação matinal.

Não sei porquê, mas a presença de Isaac não me deixa nervosa, mas sim, transmite paz.

— James era nossa lua. — ele ri um pouco — Lee era o sol e eu era o eclipse.

Sorrio com sua fala, me lembro dos momentos onde James me chamava de universe. Eu era seu universo.

— Isaac, posso te perguntar o que aconteceu? Por que vocês brigaram? — questiono receosa

O garoto baixa a cabeça, pensativo. Ele ergue a cabeça depois de um tempo e me olha.

— Lee e James namoravam praticamente online, já que seu irmão só vinha nas férias, duas vezes por ano. Saiu um boato de que seu irmão havia transado com a Paige em Nova York, quando ela foi para lá. Não acreditamos de início, até vermos as fotos deles saindo juntos de uma festa.

— Isso foi mentira. As fotos eram montagem, me lembro disso. — digo enquanto estralo meus dedos pela ansiedade

— É, nós não sabíamos que era montagem. Lembra que James ficou sem celular por uma semana? Depois disso estourar? — ele pergunta e concordo com a cabeça — Lee ficou muito mal, muito mesmo, achou que James estava o ignorando.

— A mamãe proibia a gente de usar o celular quando virávamos fofoca, para nos proteger dos comentários negativos. Tinha muita gente chamando o James de fracassado e desesperado, já que ele tinha caído na competição nesse dia. — comento num tom de voz triste

— Eu peguei o celular do Lee e bloqueei o James de todas as redes sociais. Pedi para que ele nunca mais pensasse nele, disse que ele era um babaca — a voz de Isaac treme — Um mês depois, James apareceu aqui no Colorado, meu irmão não nem olhar para ele. Aquilo o deixou muito mal, Daisy.

O garoto respira fundo, procurando forças para continuar.

— James começou a gritar comigo, dizendo que Lee havia o traído, até hoje não sei quem inventou isso. Eu fiquei cego de ódio, ele quem traiu meu irmão. Não aguentava imaginar mais o Lee chorando todas as noites e ainda receber a culpa disso. A gente discutiu e ele acabou me batendo, eu bati de volta, muito. Desculpa Daisy...

— Tá tudo bem. Você tava protegendo o Lee, eu faria o mesmo se fosse com o James. — passo a mão na minha bochecha, secando uma lágrima — Mas de onde surgiu a história de que você ficou com a garota que meu irmão gostava?

— James me mostrou que a foto era montagem. Eu me senti muito culpado, implorei para Lee conversar com ele. Mas Lee não quis, eles terminaram pois acharam que seria o certo. Estavam magoado um com o outro, além de não ser fácil namorar se vendo apenas duas vezes no ano. Algumas pessoas estavam comentando que os dois tinham um caso. Então eu pedi para James espalhar que eu fiquei com a Paige, para proteger a sexualidade dos dois.

Fico chocada. Não imaginava nada disso.

— Isaac... Eu sinto muito por ter te julgado mal. — envolvo sua mão com a minha

— De boa, não foi sua culpa. Eu que causei isso. — ele sorri fraco e fica desconfortável de repente — Quantas vezes você beijou o Lee?

— Só uma vez. Não se preocupe com isso, não significou nada. Eu gosto do Lee, mas não desse jeito. — aperto a mão do garoto — Ele não vai me confundir.

— E o nosso? — ele ergue a cabeça e me encara — Significou algo?

— Não. — desvio do seu olhar do meu ao mentir

Não quero que ele pense que sou mais uma garota apaixonada e desesperada por ele.

Apesar de que essa é a verdade.

De qualquer forma, Isaac não tem sentimentos por mim. Antes ódio, agora empatia, nada além disso.

— Para mim significou. — ele diz me fazendo olhá-lo novamente

Não sei como reagir, antes que eu pudesse desmentir a minha própria fala, Isaac torna a falar

— Você mexe comigo, Daisy. De uma forma diferente. Você mexe tanto comigo que antes mesmo de te conhecer eu só pensava em você.

— O que? — meu coração palpita mais forte, meu corpo fica quente

— Eu assistia todas as competições de patinação pelo James, mas eu só conseguia reparar em você. Nos seus movimentos leves, no seus olhos azuis cristalinos que brilhavam pelas luzes dos holofotes. — Isaac coloca meu cabelo atrás da orelha — Você é linda demais, Daisy. Não consigo tirar você da cabeça e odeio isso.

Isaac ao terminar de falar, fica calado, me encarando.

Não sei como reagir, estaria mentindo ao dizer que não o tiro da cabeça desde o primeiro dia em que nos vimos. No fundo, eu sabia que me renderia ao "efeito Isaac", mas camuflei meu desejo por ele com ódio.

Meu olhar desce para sua boca carnuda. Noto que ele engole seco. Meu corpo anseia totalmente pelo seu toque.

Meu coração bate como na primeira vez que o vi, como na primeira vez em que o beijei.

Eu me sinto viva.

Isaac Garcia faz com que eu me sinta viva.

Puxo seu pescoço e colo nossos lábios. O beijo começou bem lento e delicado, que logo foi ficando mais rápido e intenso. A intensidade vai aumentando ao mesmo rítimo do calor do nosso corpo.

Estamos desesperados um pelo outro. Neste momento somos um só.

Isaac morde meu lábio inferior com deliberada ousadia e eu acabo sorrindo minimamente. Suas mãos sobem da minha cintura para a minha nuca, massageando meu cabelo com os dedos.

Separamos o beijo e ficamos um bom tempo tentando recuperar o fôlego.

— Algum dia você acabar me enlouquecendo, Isaac — sorrio para ele

— Não se preocupe, minha gatinha. Tenha certeza de já estou fazendo isso.

EU TO COM ODIO AAAAA juro q não é por biscoito, mas eu odiei esse cap😭 eu acho q sou mt insegura

perdão pelo horário e principalmente se tiver algum erro, tava doida pra postar logo já que consegui tempo para escrever.

espero que aproveitem tbm, a felicidade não vai durar não🤫

enfim, amo vcs leitores, saibam q fico MUITO feliz de ver vocês interagindo comigo, isso me incentiva muito a escrever💗

beijos, até o próximo capítulo🤍

Lanjutkan Membaca

Kamu Akan Menyukai Ini

17.5K 1.1K 21
Angelina Powell, uma garota que morava em Los Angeles com sua mãe e seu pai. Anos depois da morte de sua mãe, seu pai decide mudar para o colorado, o...
6.5K 511 12
Lana Howard é a irmã adotiva de Jackie Howard, as duas vivem em Nova York com sua família, até que acontece uma tragédia as levando perder sua famíl...
2.3K 119 7
Seus pais eram muito amigos dos Walter só que um dia eles vão trabalhar na Korea e não te levam junto ! Espero que Gostem (As coisas não acontecem co...
47.8K 2.8K 42
Lari se muda para o Rio de janeiro com sua filha na esperança de ter uma vida melhor e acaba cruzando caminho com a Brenda, uma mulher bem conhecida...